DIARREIA AGUDA Flashcards

1
Q

epidemiologia da diarreia

A

A diarreia aguda constitui uma das principais causas de mortalidade na população pediátrica, afetando principalmente as crianças menores de 5 anos.

Atualmente nos países mais pobres, morrem no mundo quase 2 milhões de crianças menores de 5 anos pelas complicações derivadas da diarreia, estando apenas atrás das pneumonias e as causas neonatais.

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2
Q

definição de diarreia aguda

A

Diarreia Aguda é a ocorrência de 3 ou mais episódios de fezes líquidas ou semilíquidas em um período de 24 horas durante no máximo 14 dias.(OMS – 2005)

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3
Q

fisiopatologia da diarreia aguda

A

Essa ocorrência é devida à perda de água e eletrólitos nas fezes maior do que o normal -> resultando no aumento do volume e da frequência das evacuações e diminuição da consistência das fezes

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4
Q

Inicio, evolução e duração da diarreia aguda

A

o início é abrupto,
a evolução é autolimitada
a duração não ultrapassa 5 a 7 dias

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5
Q

definição de desinteria

A

Desinteria é a diarreia com sangue, com ou sem muco

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6
Q

classificação quanto à Duração da diarreia

A

Aguda - < 2semanas

Persistente – 2 a 4 semanas

Cronica - > 4 semanas

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7
Q

classificação Quanto à Etiologia da diarreia

A

Vírus
Bactérias
Parasitas
Toxinas

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8
Q

quais os 2 principais ag etiologicos da diarreia aguda

A

rotavírus e E. coli enteroatogenica

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9
Q

sobre a diarreia aguda viral: ag mais comum e sintomas

A

Mais comuns em países desenvolvidos,

Rotavírus: mais comum

Sintomas: vômitos, febre, diarréia líquida abundante.

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10
Q

sobre a diarreia aguda bacteriana: ag mais comum e sintomas

A

Bactérias (gram negativos):

E. coli Enteroemorrágica: ingestão de carne mal cozida e leite não pasteurizado 5 a 10 % evoluem para SHU.

Shiguella: Disenteria, Alterações neurólogicas  convulsão (neurotoxinas). Pode evoluir para Sepse em desnutridos e imunocomprometidos ou SHU.

Salmonella: intoxicação alimentar, < 1 ano  sepse, infecções “metastáticas” (meningite, pneumonia, osteomielite – crianças com anemia falciforme, endocardite)

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11
Q

sobre a diarreia aguda por protozoários: ag mais comum, epidemiologia e mecanismo protetor

A

giardiase e amebíase

Maior em populações pobres.
Associada a más condições de saneamento e higiene.
Mais frequente em crianças de 6 meses a 2 anos. Menores de 6 meses recebendo leite de vaca “in natura” ou fórmulas infantis.

Aleitamento materno mecanismo protetor!

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12
Q

fatores de risco ambientais para diarreia aguda

A

Água insuficiente ou de má qualidade

Ausência de rede sanitária

Má higiene Pessoal e Doméstica

Preparação e armazenamento inadequados dos alimentos

Desmame precoce

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13
Q

fatores de risco do hospedeiro para diarreia aguda

A

Desnutrição

Supressão ou insuficiência imunológica

Redução da acidez gástrica

Diminuição da mobilidade (Ritmo) intestinal

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14
Q

mecanismo de defesa do TGI para diarreia aguda

A

Acidez Gástrica
Muco
Microbiota Intestinal
Peristaltismo
Sistema Imune Local

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15
Q

tipos de diarreia e sintomas associados

A

Disenteria/colite: dor abdominal, cólicas, urgência retal, tenesmo, evacuações freqüentes em pequeno volume, febre, sangue/pus ou muco nas fezes.

Osmótica: líquida, ácidas, distensão abdominal,explosivas, aquosas, dermatite perianal.
Ex: Rotavírus: febre baixa, vômitos freqüentes.

Secretória: líquida, volumosa, vários episódios.

Esteatorréia: volumosas, pálidas, fétidas, alimentos mal digeridos.

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16
Q

classificação da diarreia aguda quanto a fisiopatologia

A

Osmótica
Secretora
Invasiva
Má absorção
Inflamatória
Alterações da Motilidade
Factícia

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17
Q

definição de diarreia factícia

A

Diarreia Factícia - Indivíduos que fazem uso escondido de laxantes com a finalidade de emagrecer - o que pode indicar a presença de distúrbios comportamentais graves, como a anorexia nervosa.

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18
Q

mecanismo de produção da diarreia osmotica e caracteristica quanto ao jejum

A

Aumento das forças osmóticas exercidas por solutos intraluminais
Diferença osmótica entre as fezes e o plasma

Cessa com o Jejum

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19
Q

mecanismo de produção da diarreia secretória e caracteristica quanto ao jejum

A

Algum fator, geralmente toxina, droga ou substância neuro-hormonal
está estimulando secreção ou inibindo a absorção pelo epitélio intestinal.
Persiste no jejum.

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20
Q

mecanismo de produção da diarreia inflamatória e caracteristica quanto sua apresentação

A

Decorrente da liberação de citocinas e mediadores inflamatórios na mucosa intestinal.
Inflamação tem efeito secretor e estimulante da mucosa intestinal
Infecciosa ou não infecciosa
Muco + Sangue (Disenteria)

21
Q

fisiopatologia da diarreia osmótica

A

Lesão das vilosidades  disfunção enzimática (dissacaridases)  acúmulo de açúcares  gradiente osmótico  perda de água e sódio.

Açúcares fermentados (Bactérias do cólon)  ácidos + gazes  distensão abdominal + flatulência + Aumento da peristalse  fezes explosivas.

22
Q

fisiopatologia da diarreia secretória

A

Enterotoxinas lesão dos enterócitos  aumento secreção de Cl e HCO3  seguem sódio e água.

É um desequilibrio no transporte hidro-eletrolitico atraves da mucosa intestinal

23
Q

principais causas da diarreia secretória

A
  1. xenobioticos: medicamentos (laxantes), alcool, toinas ambientais e infecções bacterianas
  2. superficie de absorção inadequada: ressecção intestinal, doenças da mucosa e fistula enterocolica
  3. hormonais e neurotransmissoras: tumores carcinoides fastrointestinais metastaricos, etc
  4. defeitos congenicos na absorção de ions
24
Q

quadro clínico da diarreia secretória

A

Depende :
idade do paciente, estado nutricional, Imunocompetência, patogenicidade do agente, alterações no intestino.

Além da diarreia, observa-se:
Febre, vômitos, dores abdominais, redução ou perda da apetite, redução do volume urinário.

SINAIS DE DESIDRATAÇÃO
(sede  alteração do débito urinário) !

25
complicações da diarreia aguda
Sinais de sepse Convulsão  febre, distúrbios eletrolíticos e metabólicos. Sinais de Insuficiência Renal Aguda  SHU (Síndrome Hemolítica-Urêmica) Distúrbios eletrolíticos e ácido-básicos.
26
fatores relacionados aos quadros mais graves na diarreia aguda
Idade inferior a 6 meses Baixo Peso Prematuridade Mães adolescentes Desmame precoce Baixa escolaridade dos pais Condição sócio-econômica desfavorável Permanência em orfanatos, creches Desnutridos
27
anamnese em caso de diarreia aguda
Início, Evolução, Características: freqüência, consistência, presença de muco, pus ou sangue Febre Vômitos/ tolerância a líquidos Prostração e sintomas associados Histórico alimentar (Aleitamento materno) Relação entre diarréia e alimentos (introdução/retirada) Condições sociais e sanitárias Diarréia em familiares Antecedentes de parasitoses Medicamentos (antiparasitários)
28
pontos importantes de avaliação no exame físico em caso de diarreia aguda
No exame físico os elementos mais importantes são o estado de alerta da criança, o turgor da pele, a presença de olhos fundos (encovados) e as mudanças na perfusão capilar.
29
diagnóstico de diarreia aguda e exames complementares
Clínico Laboratorial: PPF Coprocultura Bioquímica fecal: substâncias redutoras, pH, sangue oculto, leucócitos Pesquisa de Rotavírus Hemograma Eletrólitos Gasometria
30
objetivo do tto da diarreia aguda
Prevenir ou tratar a desidratação e o desequilíbrio de eletrólitos e ácidobásico. Prevenir a desnutrição, oferecendo alimentação adequada e precoce durante a hidratação. Prevenir futuros quadros de diarreia com uso de zinco. O principal componente terapêutico para o tratamento da diarreia é a terapia de reidratação oral (TRO), feito com as soluções recomendadas pela OMS.
31
tratamento não farmacologico da diarreia aguda
Dieta: EVITAR O JEJUM!! Manter a alimentação normal e habitual da criança. Incentivar o Aleitamento Materno quando amamenta. Fórmulas sem lactose (para casos com intolerância). Dietas com restrição não são indicadas  pela restrição de proteínas! Restrição excessos: carboidratos, guloseimas, alimentos industrializados, salgadinhos, refrigerantes, leite de vaca.
32
uso de antieméticos em caso de diarreia aguda
Evitados  risco de liberação extrapiramidal e sonolência. Vômitos são decorrentes ou agravados pela desidratação. Ex. metoclopramida (Plasil®), bromoprida, dimenidrinato (Dramim®) . Exceção: Ondansetrona (Nausedron® - mas só usado em maiores de 2 anos). Risco de alterações no ECG
33
uso de Antidiarreicos, antiespasmódicos em caso de diarreia aguda
Antidiarreicos, antiespasmódicos são proibidos!!! Não deve ser usado em diarreia de origem infecciosa são médicamentos antidiarreicos (agonistas opióides) como a Loperamida (Imosec). Anti espasmódicos devem ser usados apenas quando excluídas as possíveis causas infecciosas.  Importante: Deixa o transito intestinal mais lento nas diarreia infecciosas, não apenas piora os sintomas de dor abdominal e mal estar, como pode causar serias complicações devido a translocação destes agentes infecciosos para o sangue.
34
uso de antibióticos em caso de diarreia aguda
Desnutridos ou Comorbidades. Crianças em mau estado geral (febre alta, desidratação grave) ou HMG alterado. Recém-nascidos Imunossuprimidos Sepse Suspeita de germe invasivo Cólera Imunossuprimidos (HIV; < 3 meses; neoplasias) Hemoglobinopatias Septicemia Shigela.
35
tratamento da diarreia aguda
Aumentar a ingesta hídrica: evitar composições muito doces – água de coco, reidratantes, refrigerantes – podem piorar a diarréia. O zinco é importante para um crescimento e desenvolvimento das células do intestino, tendo uma importante função para manter o sistema imunológico saudável e reduzir a diarreia. (OMS – reduziu a gravidade e duração da diarréia em < 5 anos) por 10 a 14 dias 10 mg/dia para < 6 meses 20 mg/dia para > 6 meses probióticos FAO/OMS, 2002: "probióticos são organismos vivos administrados em quantidade adequada, a qual confere um efeito benéfico à saúde do hospedeiro" Ex. Lactobacillus, Saccharomyces
36
relevancia dos probióticos em caso de diarreia aguda
“Os estudos indicam que os probióticos podem exercer seus efeitos competindo com patógenos, modificando o ambiente intestinal pela redução do pH, em conseqüência dos produtos da fermentação, interagindo e modulando a resposta inflamatória e imunológica local e sistêmica, entre outros. Ensaios clínicos e meta-análises mostram que os probióticos parecem contribuir para a prevenção da diarréia aguda e da diarréia associada ao uso de antibióticos, além de encurtar a duração da diarréia aguda. No entanto, existem dados contraditórios, além de não existirem ainda estudos confirmando sua efetividade do ponto de vista da relação custo-benefício”. O papel dos probióticos e prebióticos na prática pediátrica Mauro Batista de MoraisI; Cristina Miuki Abe JacobII J. Pediatr. (Rio J.) vol.82 no.5 suppl.0 Porto Alegre Nov. 2006
37
tratamento em caso de desidratação por diarreia aguda
Desidratação : Repor as perdas hídricas e eletrolíticas para prevenir a desidratação. Tratamento da desidratação quando presente. Plano A : Sem sinais de desidratação. Plano B : Com sinais de desidratação e sem sinais de choque. Plano C : desidratação grave com sinais de choque
38
plano A em caso de de desidratação por diarreia aguda
Quando não há sinais de desidratação (PLANO A): Soro de Reidratação Oral (SRO) Prevenir e repor perdas fecais de água e eletrólitos  Soro de Reidratação Oral Oferecer após cada epsódio de vômito ou diarréia  10 ml/kg Modo de Preparo: Diluir o conteúdo de 1 pacote em 1 litro de água filtrada ou fervida e oferecer após cada episódio de diarréia
39
preparo de soro caseiros em caso de desidratação por diarreia aguda
Não é capaz de reidratar uma criança desidratada Em 1 litro de água filtrada ou fervida, adicionar 1 colher de café de sal (3,5 g) e 2 colheres de sopa de açúcar (40 g). O soro caseiro serve para prevenir a desidratação !
40
formas de oferecer TRO em caso de diarreia aguda
Menores de 6 meses: seringa ou copo, a cada minuto. De 6 meses a 2 anos: copo, a cada minuto. Maiores de 2 anos: copo, com goles frequentes. Oferecer água pura nos intervalos nos menores de 6 meses. Se vômitos, esperar 10 minutos e voltar a oferecer TRO mais lentamente. Monitorar os sinais de desidratação com frequência e decidir se é necessário repetir o Plano B ou passar ao Plano C, tanto durante o tratamento ou ao final das 4 horas.
41
indicação do plano B em caso de diarreia aguda
Quando há sinais de desidratação mas não há sinais de gravidade/choque (PLANO B): Terapia de Reidratação Oral (TRO) Via ORAL Via sonda nasogástrica: gastróclise Para crianças com algum grau de desidratação: TRO: 75 -100ml/kg em 4 horas divididos em 4 tomadas. Em crianças que tomam leite materno, continuar a oferecer. As crianças que ingerem alimentos sólidos ou fórmulas deverão aguardar o final das 4horas para serem realimentadas.
42
indicação do plano C em caso de diarreia aguda
Nos casos graves: TRP – Terapia de Reidratação Parenteral (EV)  (PLANO C)
43
Orientações sobre quando retornar em caso de diarreia aguda
Febre alta persistente por mais de 3 dias Paciente come ou bebe pouco Evacuações muito frequentes e/ou abundantes Sangue nas fezes Vômitos e sede constantes.
44
parametro de paciente considerado reidratado
Está mais ativa Acalmou a sede Diurese adequada Turgor de pele normal
45
parametro para considerar falha da TRO
Volume de fezes muito alto (> 15-20g/kg/h) Vômitos incoercíveis (4 ou mais vezes em 1h) Não aceita TRO
46
indicação de uso de SNG em caso de diarreia aguda
Perda de peso após 1 ou 2 horas de tratamento Vômitos persistentes (4 ou mais vezes em 1h) Dificuldade de reidratação por perda fecal alta (> 15-20g/kg/h) Distensão abdominal importante Verdadeira rejeição da SRO.
47
forma de administrar TEO por SNG
20 a 30 ml/kg/hora até hidratação ou 5 gotas/kg/min, aumentar a cada 15 minutos até chegar a 40 gotas Se o paciente tiver náuseas ou vômitos diminuir para 10-15ml/kg/h.
48
contraindicações da hidratação oral em caso de diarreia aguda
Vômitos incoercíveis Grande gasto fecal Sonolência, coma Íleo paralítico Lesões extensas de mucosa oral Diarreia com patologia associada Choque hipovolêmico.
49
indicações relativas para uso de atb em caso de diarreia aguda
Diarreia do viajante C. difficile francamente sangrante Aeromonas. Obs: Não usar em casos de ECEH O157H7, pelo risco de piora no quadro, assim como também não usar nos casos de Salmonella sp, por aumentar o estado de portador crônico. Nos casos de Salmonella só tem indicação de antibiótico quando se trata de S. typhi.