Deficiência Motora Flashcards
Quais os sinónimos de espinha bífida?
Spina bífida
Espinha bifurcada
Como se define espinha bífida?
Malformação congénita do sistema nervoso que ocorre nos dois primeiros meses de gestação e que se caracteriza pelo encerramento incompleto do tubo neural. Mais afetada na região sagrada e
lombar.
Crescimento do tecido nervoso previamente ao canal medular ósseo
Quais os locais preferências de ocorrência da malformação - espinha bífida?
Regiões lombar e sagrada
Quais os três tipos de espinha bífida?
Espinha bífida oculta
Meningocelo
Mielomeningocelo;
Quais as principais caraterísticas da espinha bífida oculta?
Formação deficiente do arco vertebral posterior, mais comum e implicações funcionais ligeiras;
Pode não ser percebida durante a vida inteira do indivíduo, podendo apenas ser detetada/detetada por Rx.
Pode não conter nenhuma implicação para vida do sujeito.
Quais as principais caraterísticas do meningocelo?
Perda de continuidade do arco vertebral posterior, produzindo um saco no qual se encontra líquido
cefalorraquidiano (essencialmente líquor).
Este tipo de anomalia vai levar a condições de herniação das meninges, acompanhada por alterações neuromusculares;
É considerada de gravidade intermédia, no entanto do ponto de vista clínico não merece grandes
acompanhamentos, para além do que é o acompanhamento habitual de uma condição de malformação ao nível do recém-nascido.
Quais as principais caraterísticas do mielomeningocelo?
Ausência de arco vertebral posterior levando à exposição da medula e restantes estruturas nervosas.
É a condição mais grave pois é acompanhada por paralisia parcial ou completa abaixo da localização
da abertura da medula, incontinência urinaria e fecal.
Do ponto de vista funcional as consequências são muito semelhantes à deficiências vertebro-medulares.
O termo espinha bífida está muitas vezes associado apenas a este tipo de patologia.
Quais as causas da espinha bífida?
As causas ainda são desconhecidas, no entanto parecem existir algumas associações
Quais são algumas associações da condição de espinha bífida?
- Idade avançada dos pais
- Fatores ambientais – Mais comum em recém-nascidos no inverno.
- Mães diabéticas e/ou alcoólicas
- Défice de ácido fólico durante a gravidez
Que condições estão associadas à espinha bífida?
Meningite - Inflamação das meninges
Hidrocefalia - Síndrome de Arnold‐Chiari ou Chiari‐2
O que é uma amputação?
Remoção de uma ou mais extremidade(s) do corpo
Qual a incidência de pessoas amputadas?
Portugal
>5000 amputados/ano (entre 4300-5300), excluindo as amputações congénitas.
O que é o processo de protetização?
Uso de prótese especificamente desenvolvida tendo em consideração as necessidades individuais do amputado assim como as caraterísticas da a amputação;
É considerado desde o início da amputação até um estádio mais avançado.
O que é o “nível de amputação”?
Nível do segmento onde foi feita a amputação (e.g. acima do joelho, abaixo do joelho, etc…), que é determinado em função do motivo.
Importante para o processo de protetização (“Qual o tipo de amputação e nível de amputação?”)
O que é o “membro residual” ou “coto”?
Extremidade distal do membro que restou depois da amputação.
Tem correspondência com o nível
e amputação;
O que é “encaixe protético”?
Componente da prótese que permite a união com o membro residual;
Como se distingue amputações congénitas e adquiridas?
Congénitas – Já nascem sem alguma extremidade, ou com a membro no sítio errado (nascer a mão no ombro);
Adquiridas – Causadas depois da nascença.
Quais as duas modalidades de amputação adquirida?
Cirúrgica – Para controlar a dor e/ou a progressão de alguma doença;
Traumática – Mais associadas a acidentes.
Quais as principais causas das amputações congénitas?
Perturbações no desenvolvimento normal do feto
Quais as principais causas das amputações adquiridas?
- Doença vascular periférica (DVP) (+ Habituais na categoria cirúrgica)
- Tumores (+ Habituais na categoria cirúrgica)
- Infeções crónicas
- Diabetes
- Acidentes (viação; trabalho) (Viação + Habituais na categoria traumática)
- Punição legal
Quais as modalidades de ajustamento do coto ao encaixe protético?
Forro protético e Meia protética.
Como se distinguem as duas modalidades de ajustamento do coto ao encaixe protético quanto ao tipo de
material comumente utilizado e vantagens associadas?
Forro protético – É constituído por poliuretano ou silicone. Este contacta diretamente com a pele e as vantagens deste tipo de ajustamento é que reduz a fricção da interface e permite um maior
controlo sobre a prótese.
Meia protética – Pode ser de lã, nylon ou material sintético. Esta permite mais ajustamentos na interface e podem ser utilizadas mais do que uma ao mesmo tempo.
O que é o “membro fantasma”?
Sensação dolorosa e anormal associada ao membro amputado, no entanto pode ser usada de forma
a ajudar no ajustamento e adaptação da prótese.
Quais os principais cuidados a ter com o membro residual?
- Utilização regular e forro e/ou meia protética;
- Lavagem diária do forro e/ou meia protética;
- Dormir sem prótese;
• Inspeção regular do coto:
Pele seca (Aplicar lanolina)(Pode originar fissuras);
Sudorese excessiva (Atenção aos desodorizantes);
Pele inflamada nas zonas de pressão (Pode originar
fissuras).
Quais os vários tipos de amputação do membro superior de acordo com o nível de amputação?
Amputação da mão – O nível de amputação é o punho. Está incluída na amputação da mão todas as imputações feitas ao nível dos dedos.
Transradial – Corte ao nível do antebraço onde tanto o rádio e o cúbito são ambos cortados. Pode ser mais próxima do punho ou cotovelo.
Transumeral – Amputação na área do braço; pode ser mais próximo cotovelo ou ombro.
Desarticulação Ombro – Amputação na área da articulação do ombro.
Quais os vários tipos de amputação do membro inferior de acordo com o nível de amputação?
Amputação do pé – Pode ser cortado até mais de 12 níveis; Poetizações são normalmente feitas através de silicone que tentam reconstruir a parte lesada por um pé de silicone, que tem alguma rigidez e flexibilidade.
Amputação transtibial – Amputação ao nível da perna. Pode ser mais próximo do joelho ou do tornozelo. Corte da tíbia e do perónio. Mais frequente em acidentes de viação (Motares).
Desarticulação do joelho – Amputação feita ao nível do joelho, mas mantém-se a coxa intacta. A protetização passa por pé protético + articulação do joelho + encaixe protético.
Amputação transfemoral – Amputação ao nível da coxa. Mais complicada pelo peso da prótese, levando a um processo de reabilitação mais exigente.
Desarticulação da anca – Amputação realizada ao nível da anca. Pé protético + articulação do joelho
+ articulação da anca + encaixe protético. Realizadas mais ao nível cosmético (Pouca funcionalidade).
Hemipelvectomia – São amputadas a MI inteiro incluindo a parte da bacia até ao sacro. Pé protético + articulação do joelho + articulação da anca + encaixe protético. Realizadas mais ao nível cosmético (Pouca funcionalidade)
Comos e define “lesão vértebromedular”?
Lesão da espinal medula causados por traumatismos ou doenças.
Lesão não é sinónimo de secção/corte. Na maioria dos casos, mesmo até os mais graves, a medula
fica intacta, mas o traumatismo é suficientemente grave para perturbar o funcionamento e criar disfunções.
Definir “dermatoma”
Área da pele inervada por uma única raiz nervosa.
Definir “miótomo”
Grupo de músculos inervado por uma única raiz nervosa.
Definir “paralisia”
Perda de sensibilidade e controlo muscular voluntário;
Definir “segmento medular”
Região da espinal medula correspondente à emergência de um par de nervos espinais (direito e esquerdo).
Cada nervo espinal é formado por uma raiz sensitiva e uma raiz motora;
Qual a nomenclatura utilizada na designação dos segmentos medulares?
Existem 31 nervos espinhais (S5 e nervo coccígeo não representados):
- Segmentos cervicais (C1‐C8)
- Segmentos dorsais (D1‐D12)
- Segmentos lombares (L1‐L5)
- Segmentos sagrados (S1‐S4);
Definir “nível da lesão”
Localização e número do nervo espinal afetado;
Definir “úlcera de pressão ou escara”
Lesão da pele provocada por deficiente irrigação sanguínea, habitualmente associada à manutenção da pressão;
Caracterizar as estruturas anatómicas: vértebra, canal medular, meninges, segmento medular, raízes medulares e cauda equina;
Espinal medula – Cordão nervoso que se estende desde a base do crânio, desde o encéfalo, até sensivelmente L2 e que esta alojada no canal medular. Serve como centro de condução de informação, e processamento de algumas atividades motoras (Reflexos medulares);
Canal medular – Canal por onde passa a espinal medul
Meninges – Membranas de tecido conjuntivo (dura-máter, aracnoide e pia-máter) que alojam o líquido cefalorraquidiano de forma a proteger o sistema nervoso inferior.
Segmento medular – Região da espinal medula correspondente à emergência de um par de nervos
espinais (direito e esquerdo). Podem ser segmentos medulares cervicais, torácicos ou dorsais, lombares, sagrados e coccígeos.
Raízes medulares – Ligações do nervo espinal à medula espinal. Cada nervo espinal é formado por uma raiz sensitiva (posterior) e uma raiz motora (anterior);
Cauda equina – Conjunto de nervos raquidianos que vão emergir nos buracos de conjugação mais abaixo do que a L2.
Quais as regiões vertebrais e os respetivos limites?
Existem 24 Vertebras:
• Cervical (C1‐C7)
• Dorsal (D1‐D12)
• Lombar (L1‐L5);
Quais as duas principais causas para a lesão vértebromedular?
Traumatismo (Principal causa) ou Doença.
Quais as principais causas de lesão vertebro medular por traumatismo?
Acidentes de viação;
Quedas;
Acidentes desportivos;
Arma de fogo ou arma branca;
Quais as principais causas de lesão vértebromedular por doença?
Infeção; Inflamação; Tumor; Embolia ou hemorragia.
Quais as categorias e os critérios de classificação de acordo com a A.S.I.A. (American Spinal Injury Association)?
Lesão completa - ausência de contração muscular voluntária ou sensibilidade na região do ânus
Lesão incompleta - presença de algum movimento voluntário ou sensibilidade a nível do ânus.
É utilizado a região do ânus para classificar a lesão pois as S4-S5 são os últimos nervos espinais da medula espinal.
Se houver sinal em S4-S5 significa que desde o nível da lesão até ao fim da espinal medula ainda existe alguma passagem de sinal.
Se não houver passagem de sinal para os últimos miótomos e dermatomas então significa que não há sinal a partir do nível da lesão (a não ser que
exista mais do que uma lesão vértebromedular).
Maioria das lesões vértebromedulares são incompletas e este tipo de classificação é mais utilizada
a nível de seguradoras e enquadramento legal.
Quais as categorias e os critérios de classificação da lesão medular de acordo com o nível da lesão (classificação clínica)?
- Tetraplegia ou quadriplegia – Lesão na região cervical até T1 (Inclusive). Irá afetar os membros superiores, inferiores e tronco;
- Paraplegia – Lesão abaixo de T1 (T1 Não incluído). Irá afetar os membros inferiores, podendo também afetar o tronco, consoante o nível em que for realizada a lesão.
Quais as categorias e os critérios de classificação da lesão medular de acordo com o potencial de locomoção (classificação funcional)?
- Não ambulatório (lesão acima de T2) – Impossível fazer a marchas;
- Ambulatório como terapia (lesão T3‐T11) – Podemos ter marcha. Quanto mais baixo o nível de lesão, maior a probabilidade de marcha, contudo é uma marcha utilizada como terapia, de forma a manter a funcionalidade das amplitudes articulares e força muscular.
• Ambulatório com restrições (lesão T12‐L1) – Podemos ter marcha. Podemos desenvolver alguns
trajetos, mas bastante curtos (e.g. da sala para a cozinha), em pisos planos, e com ajudas e calçados específicos.
• Ambulatório (lesão abaixo de L2) – Marcha compatível com o dia-a-dia que consegue fazer 1000 metros sem parar, subir e descer escadas (10 degraus) e é independente nas atividades da vida diária (ABD).
Quais as principais consequências da lesão vértebromedular?
Perda de sensibilidade (Dermatomas) e controlo muscular voluntário (Miótomo), nas estruturas localizadas abaixo do nível da lesão;
Quais as possíveis perturbações funcionais reflexas associadas à lesão vértebromedular?
Alterações na função respiratória, controlo da bexiga e controlo do intestino.
Discriminar por nível de lesão as principais implicações funcionais das lesões medulares cervicais, torácicas e lombosagradas.
Lesões cervicais:
• Normalmente origina tetraplegia;
• Acima de C3 – Respiração assistida por ventilador;
• C5 – Controlo do ombro e bicípite, mas não do punho ou da mão;
• C6 – Controlo do punho, mas sem função da mão;
• C7/T1 – Pode enditeitar os braços, dificuldades na mão e dedos;
Lesões torácicas ou lombosagradas:
• T1 a T8 – Controlo das mãos; reduzido controlo do tronco;
• T9 a T12 – Controlo do tronco e da zona abdominal; bom equilíbrio sentado;
• Lesões na lombar e no sacro – Diminuição do controlo dos flexores da anca e das pernas;
Qual a principal alteração da função cutânea associada à pessoa com lesão vértebromedular?
Úlceras de pressão ou escaras, provocadas por deficiente irrigação sanguínea, associada habitualmente à manutenção de pressão.
Esta à necrose das células da pele, e consequentemente ao aparecimento de feridas e infeções.
Qual a localização habitual de úlceras de pressão nos utilizadores de cadeira de rodas e acamados?
Cadeira de rodas - região isquiática
Acamados - calcanhares, região sagrada e trocantérica
Quais os procedimentos de alívio de pressão na posição de sentado na cadeira de rodas?
Entre cada meia hora devem realizar manobra de alívio entre 2-3 minutos.
Podem realizar manobras unilaterais, ou bilaterais, ou pode ser a própria cadeira pode inclinar de forma a aliviar a pressão
Quais os procedimentos de alívio de pressão para acamados?
Alterar do decúbito dorsal para o decúbito lateral de forma a aliviar a pressão.
Quais os critérios de ajustamento da cadeira de roda ao utilizador no que refere ao assento, braço, encosto e pedais?
Assento – Critério mais importante do ajustamento da CR. Este tem que ser estável e confortável, com a distribuição do peso por ambas as tuberosidades isquiáticas e ao longo das coxas e nádegas;
Braços – Devem permitir que os braços do utilizador repousem confortavelmente com os ombros
relaxados.
Encosto –Altura acima de L2-L3 e abaixo do ângulo inferior da omoplata
Pedais – Altura deverá permitir que as coxas fiquem em total contacto com o assento
Quais as principais componentes do programa de exercícios a realizar diariamente pela pessoa com lesão vértebromedular?
Mobilização passiva
Alongamentos
Fortalecimento da musculatura funcionante
Treino de transferências.
Caracterizar a Mobilização passiva
Importância:
• Estimula a circulação sanguínea;
• Preserva a amplitude articular;
• Previne encurtamentos musculares.
Como mobilizar?
• Execução lenta, suave, rítmica e progressiva;
• Mobilização articular em todos os planos;
• Evitar amplitudes extremas – O objetivo é manter a lubrificação e funcionamento das articulações.
Quem executa?
• A pessoa com a lesão;
• O cuidador (instrução e treino prévios)
Caracterizar os Alongamentos
Prevenção de encurtamentos/contraturas musculares
• Fatores promotores do aparecimento
o Inatividade do músculo.
o Manutenção prolongada de uma determinada postura.
o Espasticidade, entre outros.
Consequências dos encurtamentos/Contraturas musculares
• Diminuição nas amplitudes de movimento disponível.
• Limitação da capacidade funcional.
Caracterizar o Fortalecimento da musculatura funcionante
Programa pós-alta de manutenção da força muscular.
Objetivos: Conciliar de forma a melhorar as atividades da vida diária, condução de cadeira de rodas (e.g. subir rampas, cavalinho, …) e prática de atividade desportiva.
Também importantes para alívio de pressões e transferências. (Bastante importante o papel do grande dorsal)
Caracterizar Treino de transferências
As transferências são passagens de uma superfície para a outra, e é isso que dá a autonomia e independência funcional.
Tipologia:
Cama para cadeira e vice-versa;
Cama para chão e vice-versa;
Cadeira de rodas para cadeira e vice-versa;
Cadeira de rodas para assento do automóvel;
Cadeira de rodas para a sanita.
Estas manobras requerem força e flexibilidade assim como o controlo postural e o manuseio da cadeira de rodas.