Constipação, vômito e DRGE na pediatria Flashcards
Evacuação dolorosa, com eliminação de fezes volumosas e acúmulo de grande bolo fecal no reto pode ser usada para caracterizar a constipação crônica.
Constipação
A principal causa de constipação na infância é:
constipação funcional
É um quadro de etiologia multifatorial, que costuma se instalar na transição entre o período de aleitamento materno exclusivo e a introdução de alimentação complementar. O quadro crônico costuma ser precedido por um episódio agudo de evacuação dolorosa. Esse episódio leva a uma retenção das evacuações (intencional ou subconsciente) por parteda criança que, evidentemente, não quer sentir dor. A retenção das fezes leva ao acúmulo do material fecal, com reabsorção de líquidos e aumento do volume e da consistência fecal.
constipação funcional
Critérios de Roma IV para o diagnóstico de constipação funcional.
- Crianças de até quatro anos- 1.1. Presença de duas ou mais das seguintescaracterísticas por pelo menos 1 mês nascrianças de até quatro anos:• Duas ou menos evacuações por semana;• História de retenção fecal excessiva;• História de evacuação dolorosa ou endurecida;• História de eliminação de fezes volumosas;• Presença de grande massa fecal no reto.- 1.2. Nas crianças com controle esfincteriano, os critérios adicionais podem ser usados:• Um ou mais episódio por semana de incontinênciafecal após a aquisição do controle esfincteriano;• História de eliminação de fezes volumosas,capazes de obstruir o vaso sanitário.2. Crianças maiores e adolescentes- 2.1. Presença de duas ou mais das seguintes características, pelo menos uma vez por semana, por pelo menos 1 mês, sem preencher os critérios para síndrome do intestino irritável:• Duas ou menos evacuações por semana emuma criança com desenvolvimento compatívelcom pelo menos quatro anos;• Pelo menos um episódio de incontinência fecalpor semana;• História de postura de retenção excessiva oucontrole voluntário das fezes excessivo;• História de evacuação dolorosa ou endurecida;• Presença de grande massa fecal no reto;• História de fezes com grande diâmetro,capazes de obstruir o vaso sanitário.Após avaliação apropriada, os sintomas nãopodem ser explicados por outra condiçãomédica.
Criança de 8 anos, sexo masculino, há 1 anocom perda diária de fezes amolecidas em pequenaquantidade e que borram a veste íntima,uma a duas vezes ao dia. Evacua a cada 4 a5 dias, fezes que entopem o vaso, sempre comesforço e dor e eventualmente sangue nasfezes. Nos últimos meses está muito agressivoe não quer ir para escola por sofrer“Bullying’’. Palpação abdominal com massaabdominal em hipogástrio e toque retal compresença de fezes em grande quantidade naampola retal. Qual a conduta?a) Estabelecer o diagnóstico de encoprese erealizar encaminhamento para psicóloga.b) Estabelecer o diagnóstico de constipaçãocrônica funcional e iniciar tratamento clínico.c) Realizar manometria anorretal para pesquisare avaliar a condição do esfíncter anal.d) Solicitar enema opaco para afastar a possibilidadede megacólon congênito.e) Solicitar enema opaco para afastar displasianeuronal intestinal.
B
Responsável de paciente de sete anos relataque a criança evacua uma vez a cada nove diase frequentemente suja a roupa íntima com fezeslíquidas, há cerca de três anos. Exame físicorevela impactação fecal. Considerando-se odiagnóstico de constipação intestinal funcional,a melhor conduta nesse momento é:a) Realizar colonoscopia.b) Realizar enema e prescrever polietienoglicol.c) Solicitar tomografia computadorizada deabdômen.d) Solicitar exame parasitológico de fezes eelementos anormais nas fezes.
B
Qual dos seguintes laxantes não deve serprescrito para crianças menores de um ano eportadoras de “paralisia cerebral’’, com constipaçãocrônica?a) Óleo mineral.b) Lactulose.c) Leite de magnésia.d) Oligossacarídeos.e) Sais de ferro.
AOs laxantes lubrificantes,como o óleo mineral, melhoram a viscosidadedas fezes, facilitando sua eliminação.Contudo, não deve ser prescrito para criançasmenores de 1 ano e naquelas com encefalopatiacrônica, pelo risco de broncoaspiração epneumonia lipoídica.
O grande diagnóstico diferencial que será cobradoem sua prova será entre a constipação funcional e a
aganglionose intestinal congênita
É uma doença caracterizada pelo não desenvolvimentodos plexos nervosos de Meissner eAuerbach na parede intestinal, acarretando umainervação anormal do intestino, começando noesfíncter anal interno e se estendendo proximalmente,por um comprimento intestinal variável.
aganglionose intestinal congênita
A aganglionose intestinal congênita afeta mais qual grupo de crianças?
A doença de Hirschsprung afeta 1:5.000 nascidosvivos, com uma predileção pelo sexo masculino(4:1), na doença de segmento curto.
Como realizar o diagnóstico da aganglionose intestinal congênita?
Biópsia retal:Manometria anorretal:Enema baritado do intestino:
Como eu devo tratar aganglionose intestinal congênita?
Cirurgia: retirada do segmento agangliônico.Inicialmente pode ser feita uma colostomiatemporária e após alguns meses o trânsitopode ser definitivamente reconstruído atravésda anastomose do coto proximal com o reto.
Na avaliação da constipação intestinal na infância,causas orgânicas de constipação devemser consideradas. As alterações clínicas(história ou exame clínico) que sugerem odiagnóstico de doença de Hirschsprung oumegacólon agangliônico, em uma criança portadorade constipação intestinal crônica, são:a) Comportamento retentivo e incontinência fecal.b) Leve distensão abdominal e início do quadro,após o glúten na dieta.c) Retardo na eliminação de mecônio e ampolaretal vazia ao toque retal.d) Sangue nas fezes e medo de evacuar.e) Associação com vômitos e distúrbio hidroeletrolíticofrequente.
C
Paciente, dois anos de idade, sexo masculino,portador de síndrome de Down, é internadocom dor abdominal e relato de ritmo intestinalnormal, tendo períodos de obstipação de atéduas semanas. Nos antecedentes neonataisatraso na eliminação de mecônio (três dias).O enema opaco mostra dilatação de alça intestinal,evidenciando o cone de transição,conforme a figura.O diagnóstico mais provável é:a) Doença de Hirschsprung.b) Constipação funcional.c) Ânus imperfurado.d) Estenose anal.e) Massa pélvica - teratoma.
A
Todo refluxo gastroesofágico na infância épatológico?
NÃO
Critérios de Roma IV para odiagnóstico de regurgitações infantis.
Ambos os critérios devem estar presentes emuma criança outrossim saudável entre três semanase 12 meses:• Regurgitações ≥ 2 vezes/dia por ≥ 3 semanas.• Ausência de ânsias de vômitos, hematêmese,aspiração, apneia, alteração no crescimento,dificuldades para se alimentar ou deglutir oupostura anormal.
Por qual motivo o refluxo gastroesofágicoé tão comum na infância?
ocorre, principalmente, quando háuma diminuição no tônus do Esfíncter EsofagianoInferior (EEI); quando a pressão intragástricaexcede a pressão ao nível do EEI;ou, ainda, durante o relaxamento transitóriodo EEI (não associado à deglutição). Encontramos,neste grupo etário, uma imaturidade dossistemas antirrefluxo, pois a pressão no níveldo EEI é mais baixa e o comprimento do esfíncteré menor. Além disso, a alimentação destafase da vida é predominantemente líquida e a criança desta idade permanece a maior partedo tempo em decúbito dorsal.
As regurgitações ocorrem em _____ % dos lactentesnos primeiros meses de vida, entre ___________-;
- 80% - 2 e 4 meses
Doença que consiste na presençade contorção cervical nessas crianças (arqueamentoe postura anormal da cabeça).
síndrome de Sandifer
O diagnóstico da DRGE na pediatria pode ser estabelecido apenas pela anamnese e exame físico, especialmente nos casos típicos e em crianças maiores. Alguns exames que podem ser eventualmente solicitados são os seguintes:
Seriografia esôfago-estômago-duodenopHmetria esofágica prolongadaEndoscopia digestivaLaringotraqueobroncoscopia
Tratamento da DRGE na pediatria pode ser estabelecido com
- Medidas dietéticas- Medidas posturais- Farmacoterapia: não tem benefícios comprovados e há possibilidade da ocorrência de efeitos graves, especialmente com o uso prolongado.- Cirurgia:a fundoplicatura é recomendadapara os casos refratários ao tratamento conservadore que desenvolvem estenoses esofágicasou doença pulmonar crônica.
Em relação ao tratamento farmacológico dorefluxo gastroesofágico em lactente com trêsanos de idade, é ERRADO afirmar que:a) Bromoprida e metoclopramida não são segurospara uso cotidiano.b) Nos casos leves e moderados o uso deinibidores de bomba de prótons (omeprazol)não mostrou benefícios quando comparadoao placebo.c) O efeito da domperidona sobre a reduçãodos episódios de refluxo, ou em seu clareamento,é discreto.d) Quando se comprova a ocorrência de esofagitepelo refluxo, o tratamento de eleição épelo uso de inibidores dos receptores de H2da histamina (ranitidina).
D
Menino, 3 meses de idade, apresenta regurgitaçõesapós mamadas diariamente, desde 15 diasde vida. Recebe aleitamento materno exclusivoe apresenta ganho de peso e desenvolvimentoadequados. Qual a hipótese diagnóstica?
Refluxo Gastroesofágico Fisiológico (regurgitação).
Lactente de 4 meses de idade, em aleitamentomaterno exclusivo, apresenta história de regurgitaçãofrequente e ganhou 1.000 g no últimomês. A mãe está incomodada com os episódios,apesar de o bebê apresentar-se bem, esolicita tratamento para ‘’Refluxo Gastroesofágico(RGE)’’. A recomendação, de acordo coma Sociedade Europeia de Gastroenterologia eNutrição Pediátrica (ESPGAN), é:a) Tranquilizar os pais de que não há gravidadee iniciar alimentação pastosa.b) Orientar a postura do bebê pós-mamadase prescrever domperidona.c) Realizar ultrassonografia para pesquisarRGE e, se alterada, prescrever domperidona.d) Tranquilizar os pais de que não há gravidadee orientar a postura do bebê.e) Realizar pHmetria esofágica e, se alterada,prescrever bromoprida.
D