Choque elétrico, afogamento, queimadura Flashcards
Afogamento definição
asfixia gerada por aspiração de líquido de qualquer natureza que venha inundar o aparelho respiratório. Haverá suspensão da troca ideal de oxigênio e gás carbônico pelo organismo
Causas
Primária: ausência de causa orgânica que tenha propiciado a imersão (cabeça dentro da água) ou submersão (cabeça fora da água)
Secundária: presença de fator que impediu o indivíduo de manter-se na superfície (drogas, convulsões, descompensação cardíaca ou pulmonar, trauma, hipotermia)
Fisiologia do afogamento
Água salgada: meio hipertônico → água salgada entra nos alvéolos (passagem de líquido do intravascular para alvéolos) → piora do quadro (aumento hipoxemia).
Água doce: líquido hipotônico nos alvéolos → deslocamento do líquido do alvéolo para intravascular → hipervolemia
Formas de afixia
Seca (2%): os primeiros goles de água causam o espasmo reflexo da glote.
Úmida (98%): entrada de líquidos nas vias aéreas, responsável pelo afogamento em si
A asfixia por afogamento interfere nas trocas gasosas de 2 formas:
Obstrução parcial das vias aéreas por coluna líquida
Inundação dos alvéolos por líquido causa inativação do surfactante, rotura da membrana alvéolo capilar e formação de edema agudo de pulmão
Situações críticas
(levam a um pior prognóstico):
Vítima abaixo dos 3 anos
Submersão por mais de 5 minutos
RCP > 15 minutos após resgate
Postura motora anormal ou pupilas fixas
Coma persistente
Cadeia de sobrevivência do afogamento (evitar mortalidade por afogamento):
Prevenção
Reconheça o afogado e peça para ligarem 193
Forneça flutuação e evite a submersão
Remova da água se for seguro a você
Suporte de vida e hospital, se necessário
Algoritmo de ressucistação no afogamento
Posição australiana de resgate do afogado da água: manter a cabeça acima do nível do resto do corpo e já com manobra para abertura das vias aéreas como a Chin Lift. Visa evitar broncoaspiração.
Posição lateral de segurança: se paciente apresentar respiração espontânea, deve-se colocá-lo em decúbito lateral direito para evitar que paciente broncoaspire um possível vômito que venha a ter
Tratamento
Reanimação: remoção da água, ventilação (boca-boca) ainda dentro da água quando vítima inconsciente, quando há 2 socorristas ou 1 bem treinado com equipamento adequado.
Em terra: RCP por períodos prolongados, principalmente em crianças
Transporte ao hospital com 2-100%
Submersão é diferente de imersão. Na submersão, paciente está com a cabeça para fora da água e na imersão, para dentro
Queimadura tipos e agentes
Tipos: térmica, química, elétrica
Principais agentes causais:
Líquidos superaquecidos: água quente, alimentos
Substâncias inflamáveis: álcool, gasolina, gás de cozinha
Corrente elétrica
Substâncias químicas: ácido muriático, soda cáustica
Agentes biológicos: água viva, caravela
Fogos de artifício
Classificação de acordo com a profundidade que penetra na pele:
Primeiro grau:
Pele avermelhada com edema e dor discreta
Só a epiderme (camada superficial) é atingida
Descamam e a pele se regenera em 4 a 6 dias
Segundo grau:
Bolhas sobre a pele avermelhada, manchada ou de coloração variável, edema, dor de moderada para forte intensidade e umidade (exsudação = liberação de líquidos)
Além da epiderme, a derme (camada intermediária) é atingida
Reepitelização de 1 a 3 semanas
Terceiro grau:
São queimaduras graves, que penetram todas as camadas da pele, incluindo músculos e vasos sanguíneos. A pele fica esbranquiçada ou de coloração avermelhada viva ou acastanhada ou carbonizada. A textura se assemelha a couro
Ausência de dor por causa da destruição dos nervos, se houver é porque a queimadura não é homogênea. Além da epiderme e da derme, o tecido subcutâneo também é atingido
Não reepiteliza
Gravidade
Idade da vítima (mais grave em crianças e idosos)
Superfície de área queimada (regra dos 9 / regra de Wallace)
Profundidade
Conduta
Controle da via aérea:
Risco de obstrução: queimaduras podem causar grande edema
Sinais inicialmente sutis (avaliar IOT precoce)
Lesão inalatória = IOT (indicação formal)
O controle da via aérea é imprescindível devido ao risco de obstrução
A queimadura da VA é uma lesão inalatória que pode desencadear grande edema e insuficiência respiratória rapidamente progressiva
A conduta imediata é a IOT
A suspeita de queimadura da via aérea, a identificação de inalação, é dada pela presença de queimaduras faciais ou cervicais, chamuscamento de cílios e vibrissas nasais, depósitos de carbono na boca e/ou no nariz e expectoração carbonácea, rouquidão, confusão mental e/ou confinamento, explosão com queimaduras na cabeça, carboxihemoglobina maior que 10%
Interromper o processo de queimadura:
Queimaduras térmicas:
Resfriar rapidamente o local da queimadura através de água corrente fria, não devendo o jato ser forte; imergir numa banheira, pia, bacia com água fria; aplicar compressa fria e úmida, usando toalha, guardanapo ou roupa limpa
Remover anéis, cintos, sapatos e roupas antes que o corpo inche
Deixar o membro elevado
Caso cuidadosamente as partes que não estiverem grudadas
Oferecer líquidos para beber
Não alimentar
Analgésicos
Queimaduras químicas:
Enxaguar a pele por pelo menos 20 minutos em água corrente
Remover a roupa contaminada e evitar que o produto químico se espalhe por outras áreas
Se os olhos forem afetados, enxague em água corrente até que chegue ajuda médica. Remover lentes de contato imediatamente
Observar a respiração da vítima
Queimaduras elétricas:
Não tocar na vítima até a corrente ter sido desligada
Todas as lesões elétricas são consideradas graves e necessitam de atendimento médico
Obter acesso venoso e hidratação:
Acesso venoso:
Todo paciente com mais de 20% da superfície corpórea queimada necessita de hidratação
Soluções cristalóides (RL)
De preferência, acesso em veias periféricas com agulhas de grosso calibre
Hidratação:
Volume segue a fórmula de Parkland: 2 a 4 mL X peso corporal (Kg) X % de área queimada
No geral, usamos os 4 mL na fórmula. Fazemos 2 mL para pacientes idosos ou com insuficiência cardíaca
Administrar metade do volume nas primeiras 8h e a outra metade nas 16h seguintes até completar as 24h
Ajustar volume até atingir certo débito urinário
Crianças: 1 mL/Kg/h
Adultos: 0,5 mL/Kg/h
Com exceção da queimaduras por acidente de energia elétrica (devem ser de 2-3x maior)
Choque elétrico causas e gravidade
passagem de corrente elétrica através do corpo, utilizando-o como condutor
Esta passagem de corrente pode causar apenas um susto, no entanto,
Causas:
Natural (raio)
Fulminação (letal)
Fulguração (não letal)
Acidental (eletricidade)
Eletrocussão (letal)
Eletroplessão (não letal)
Gravidade:
Características da corrente elétrica:
Tipo de corrente: contínua ou alternada, sendo dentre estas a alternada mais perigosa
Intensidade da corrente: que está circulando no corpo no momento do choque. Quanto maior a corrente, maior a lesão
Tempo de exposição: apenas alguns milissegundos são suficientes para causar danos ou até mesmo a morte
Resistência do corpo humano: as partes do corpo humano que oferecem maior resistência à passagem da corrente elétrica são os ossos e a camada superficial da pele. A menor resistência do corpo se localiza na epiderme e nos músculos, bem como nervos e vasos sanguíneos. A umidade e a salinidade também interferem na resistência à passagem da corrente elétrica
Trajeto da corrente: quanto ao trajeto da corrente elétrica dentro do corpo, o pior tipo é aquele que se origina quando uma corrente elétrica entra pela mão e sai pela outra. Neste caso, atravessando o tórax, tem grande chance de afetar o coração e a respiração. Se o circuito elétrico for composto pelo dedo polegar e o dedo indicador de uma mão, ou uma mão e um pé, o risco é menor
Efeitos fisiológicos do choque no corpo humano
Tetanização: contrações musculares involuntárias
Fibrilação ventricular
PCR
Queimaduras
Os danos do choque elétrico refletem o caminho pelo qual ele percorreu dentro do corpo humano