Choque Flashcards
O que define o choque?
Uma condição clínica em que há perfusão e oxigenação inadequada dos órgãos-alvo como o cérebro, coração, rim e víscera abdominal. Logo no início, pode ser ser reversível, mas o choque contínuo resulta em um metabolismo anaeróbio, em insuficiência sistemica dos órgãos e morte.
Cite as 3 principais categorias do choque. Como elas podem ser diferenciadas usando medidas de pressão venosa central(PVC) e débito cardíaco(DC)?
Os tipos são choque hipovolêmico, cardiogênico e vasodilatador(séptico, anafilático, neurogênico). No choque hipovolêmico tanto a PVC quanto o DC estão diminuidos por causa da redução do retorno venoso. O cardiogênico é tipificado por um aumento no PVC, mas o DC diminui devido a uma falha na bomba. No choque vasodilatador, a PVC normalmente diminui por causa da vasodilatação profunda e do acúmulo de sangue nos leitos esplâncnicos e inicialmente o DC pode estar até aumentado. Porém com o avanço do choque ele tende a diminuir também.
Quais são algumas causas comuns do choque hipovolêmico?
A causa mais comum é a hemorragia intensa, que acontece, geralmente, no trauma, no intraoperatório ou sangramento gastroinstestinal maciço.
Quais são alguns achados clínicos comuns no choque hipovolêmico?
Com a contínua diminuição do DC há uma taquicardia por reflexo barorreceptor e um aumento da resistência vascular sistêmica. A gluconeogênese é estimulada, assim como a reabsorção de sódio nos rins. Além de hipotenso, o paciente pode aparecer frio, úmido e pálido com diminuição do débito urinário.
Qual é o tratamento do choque hipovolêmico?
Acesso venoso adequado com terapia agressivo com fluído isotônico para restaurar o volume instravascular. O acesso periférico deve ser idelamente com calibre grosso, como o 16G. Os cateteres centrais devem ser usados em pacientes onde os cateteres periféricos não podem ser obtidos. A ressucitação por fluidos pode ser guiada por sinais vitais ou por medidas de laboratório. Vasopressores e hemocomponentes podem ser administrados conforme necessidade. Em caso de perda aguda de sangue, a administração empírica de hemocomponentes pode ser prudente. No caso da transfusão maciça( definida como a necessidade de 10unidades de hemácias em 24hrs ou 4 em 1 horas), plasma fresco congelado e plaquetas devem ser administrados na proporção de 1:1:1.
Quais são as causas do choque cardiogênico?
Infarto do miocárdio. Ou causas incluem cardiomiopatia grave, miocardite, arritmia, endocardite, ruptura valvar ou rompimento ou ruptura de alguma parte do coração.
Quais são os achados clinicos comuns do choque cardiogênico?
Inicialmente a taquicardia compensatória ajuda a manter o DC, mas isso leva a aumento do consumo de O2 pelo miocárdio e não pode ser sustentado. Se o VD for o local inicial de falha, a maior pré-carga sera observada por uma PVC maior, detectada clinicamente como turgidez jugular, edema periférico e congestão hepática. Se o VE falhar, a pré-carga crescente será captada por uma maior pressão capilar pulmonar em cunha, levando a edema pulmonar e sons respiratórios no exame físico. Em ambos os casos o DC é baixo e a PA reduzida. A pele também será fria e pálida.
Qual o tratamento do choque cardiogênico?
O objetivo é melhorar o DC, as pressões de enchimento, diminuir a pós-carga e reduzir a demanda de oxigênio do miocárdio. A ressucitação deve ser guiada através de monitores venosos centrais, pressão arterial invasiva e ecocardio. A dobutamina é, em geral, administrada, para fornecer suporte inotrópico, já que melhora o fluxo e a perfusão de órgãos vitais. A dobutamina reduz a resistência vascular sistêmica e pode ser administrada sozinha quando a hipotensão está ausente, ou associada a vbasopressor se hoouver hipotensão. A noradrenalina é, em geral, o vasopressor de escolha, já que possui melhores resultados e menos arritmias do que a dopamina. No caso do choque acompanhado de hipertensão, os vasodilatadores como o nitroprussiato e a nitroclicerina podem ajudar no fluxo ao reduzir a pós-carga e pré-carga. Diuréticos devem ser feitos com cuidado. Se houver IAM, a revascularização precoce( antes de 90min) ou terapia fibrinolítica( se não houver contraindicação) reduzem mortalidade. Em casos graves refratários a tratamento, o balão intraórtico de contrapulsação, o suporte de vida extracorpóreo ou dispositivo de assitência ventricular podem ser indicados.
Que agente antiarritmico é preferencial para tratar a taquiarritmia em um paciente com choque cardiogênico?
Em um paciente hemodinamicamente estável, amiodarona é o agente de preferência. Ela tem menos efeitos inotrópicos negativos do que o beta-bloqueador ou os bloqueadores dos canais de cálcio. No entanto, se os sinais vitais do paciente estiverem instáveis, a cardioversão elétrica deve ser realizada imediatamente.
Quais são algumas das causas do choque vasodilatador?
Sepse. Outras causas incluem a anafilaxia e o choque neurogênico que ocorre após lesão medular alta. O choque vasodilatador também é o caminho final comum para os estagios tardios do choque cardiogênico e hipovolêmico.
Quais são alguns achados clínicos no choque vasodilatador?
Hipotensão, devido a vasodilatação arterial sistêmica. Aumento compensatório da frequência cardíaca e para aumentar o DC, assim, inicialmente, o paciente pode parecer aquecido e vasodilatado. Com a piora hemodiâmica, ocorre hipoperfusão tecidual, com metabolismo anaer[obico e acidose lática. E o paciente se tornará cada vez mais frio e úmido.
Qual o tratamento para o choque vasodilatador?
Ressucitação com volume adequado em conjunto com possível uso de vasopressores. A noradrenalina é o vasopressor do choque séptico, e, em casos extremos, a adrenalina e a vasopressina podem ser adicionados. A vasopressina não é recomendada como único agente inicial. No choque anafilático a adrenalina é o vasopressor de escolha, ela também ajuda a alviar o broncoespasmo que pode acompanhar a anafilaxia grave. Tratamentos secundários( antihistaminicos) não devem adiar a administração de adrenalina. No choque neurogênico, o tratamento é direcionado para prevenir lesões secundárias a medula espinhal através da manutenção de pressão de perfusão adequadas na medula. Inicialmente, isso pode ser por meio da ressuscitação de volume com fluido intravascular, mas pode requerer vasopressores com atividade alfa e beta-adrenérgica.
A análise da forma de onda arterial, a medição de PVC, ou a medição da pressão de oclusão de arteria pulmonar(POAP) são as medidas mais precisas para prever a responsividade a fluido em um paciente hipotenso?
A análise da forma de onda arterial, mais precisamente a variação da pressão de pulso(VPP), é um preditor mais preciso da responsividade do fluido intravascular em pacientes gravemente doentes do que as medições da PVC ou da POAP.
Descreva 3 indicações do uso de USG no leito na UTI
O USG a beira do leito frequentemente é usado para o posicionamento de cateteres invasivos, esse uso está associado a menos tenativas falhas, a menos complicação e a tempos de procedimentos mais curtos. O ecocardiograma fornece informação clinica sobre a hemodinâmica do paciente, O USG pulmonar pode ajudar a avaliar o pneumotórax, o edema pulmonar, a pneumonia e o derrame pleural.
Como a responsividade ao fluido pode ser avaliada usando o ecocardiograma?
Pode ser usada em pacientes sendo mecanicamente ventilados. O tamanho da veia cava inferior pode ser um indicador do estado de volume. Os pacientes devem ser ventilados com um volume de pelo menos 8ml/kg e estarem em ritmo sinusal.