CASO 9 Flashcards
o que é a síndrome nefrótica? se caracteriza por ( 4)
é um conjunto de manifestações clínicas que resulta do aumento de permeabilidade da barreira de ultrafiltração glomerular (BUFG) renal às proteínas
É caracterizada por: proteinúria, hipoalbuminemia, edema e hiperlipidemia.
SINDROME NEFRÓTICA
Essencialmente o diagnóstico é feito pela
presença de proteinúria maciça (proteinúria de 24 horas ≥ 50 mg/kg/dia ou ≥ 40 mg/m2/h ou relação urinária de proteína/creatinina (U P/C) em amostra isolada > 2 mg/mg) e hipoalbuminemia (≤ 2,5 g/dL)
SINDROME NEFRÓTICA
SN pode ser manifestação clínica de doenças sistêmicas ou infecciosas ou do uso de drogas, sendo nesse caso considerada SN secundária
. No entanto, na faixa etária pediátrica, 80-90% dos casos de SN X com etiopatogenia ainda desconhecida
são primários ou idiopáticos (SNI)
SINDROME NEFRÓTICA
Nas últimas décadas foram descobertas mutações em genes que codificam proteínas importantes no funcionamento da BUFG e que quando presentes também causam quadro clínico de SN. Desde então, parte das SNI passou a ter etiopatogenia conhecida e a ser classificada como
SN de causa hereditária ou monogênica.
SÍNDROME NEFRÓTICA
EPIDEMIOLOGIA
A SNI pode afetar crianças de qualquer faixa etária, sendo mais comum nas crianças de idade pré-escolar (2 e 7 anos de idade), e os meninos parecem ser mais afetados (2-3 vezes mais que meninas). A prevalência aproximada é de 16/100.000 e incidência de 2-7 novos casos/100.000 crianças.
SÍNDROME NEFRÓTICA - Etiologia e algumas condições associadas à síndrome nefrótica
Cite causas primárias - etiopatogenia
Lesão histológica mínima (LHM); glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF); glomerulonefrite proliferativa mesangial; glomerulonefrite membranoproliferativa (tipos I, II e III); glomerulopatia membranosa; glomerulonefrite crescêntica; esclerose mesangial difusa
SÍNDROME NEFRÓTICA - Etiologia e algumas condições associadas à síndrome nefrótica
Cite causas hereditárias
Mutações genéticas – NPHS1, NPHS2, WT1, entre outros (> 60 genes conhecidos)
SÍNDROME NEFRÓTICA - Etiologia e algumas condições associadas à síndrome nefrótica
Cite causas pós infecciosa e agentes parasitários
Lues, malária, tuberculose, varicela, hepatite B e C, HIV, endocardite infecciosa, Epstein-Barr vírus, citomegalovírus, toxoplasmose, Streptococcus beta-hemolítico do grupo A, esquistossomose, nefrite do shunt etc.
SÍNDROME NEFRÓTICA - Etiologia e algumas condições associadas à síndrome nefrótica
Cite causas colagenoses e vasculites
Lúpus eritematoso sistêmico, púrpura de Henoch-Schöenlein, artrite reumatoide, poliarterite nodosa, poliarterite granulomatosa (Wegener)
SÍNDROME NEFRÓTICA - Etiologia e algumas condições associadas à síndrome nefrótica
Cite causas neoplasicas
Linfoma de Hodgkin, linfoma não Hodgkin, leucemias, tumor de Wilms, carcinoma de cólon, carcinoma broncogênico
SÍNDROME NEFRÓTICA - Etiologia e algumas condições associadas à síndrome nefrótica
Cite causas medicamentosas
Anti-inflamatórios não hormonais, ampicilina, ouro, lítio, mercúrio, heroína, pamidronato, trimetadiona, mesalamine, interferon, penicilamina
SÍNDROME NEFRÓTICA - Etiologia e algumas condições associadas à síndrome nefrótica
Cite causas relacionadas a processos alérgicos
Pólen, fungos, leite de vaca, picada de abelhas, pelos de gato etc.
SÍNDROME NEFRÓTICA - Etiologia e algumas condições associadas à síndrome nefrótica
Cite causas relacionadas a outras condições
Nefropatia por IgA (Berger), síndrome de Alport, cicatriz pielonefrítica, diabetes mellitus, miastenia gravis, anemia falciforme, doença inflamatória intestinal crônica, febre familiar do Mediterrâneo, feocromocitoma
SÍNDROME NEFRÓTICA
De modo geral, as SNI são classificadas de acordo com a resposta do paciente ao tratamento com corticoesteroide (CE).
PODEM SER de maneira geral:
síndrome nefrótica corticossensível (SNCS)
SNCS recidivante-infrequentes, recidivante-frequentes e córtico-dependentes.
corticorresistentes (SNCR)
SÍNDROME NEFRÓTICA
De modo geral, as SNI são classificadas de acordo com a resposta do paciente ao tratamento com corticoesteroide (CE).
O QUE SIGNIFICA SER PORTADOR DE síndrome nefrótica corticossensível (SNCS)?
Remissão completa após ≥ 4 semanas de uso de prednisona ou prednisolona na dose padronizada (2 mg/kg/d ou 60/mg/m2/dia; máx. 60 mg/d)
SÍNDROME NEFRÓTICA
De modo geral, as SNI são classificadas de acordo com a resposta do paciente ao tratamento com corticoesteroide (CE).
O QUE SIGNIFICA SER PORTADOR DE SNCS recidivante-infrequentes, recidivante-frequentes e córtico-dependentes.?
Recidivante infrequente: Uma recidiva dentro de 6 meses da resposta inicial ou 1-3 recidivas no período de 12 meses
Recidivante frequente: Duas ou mais recidivas no período de 6 meses da resposta inicial ou ≥ 4 recidivas no período de 12 meses
Córtico-dependente.: Duas recidivas consecutivas durante a corticoterapia ou nos primeiros 14 dias da suspensão do corticoide
SÍNDROME NEFRÓTICA
De modo geral, as SNI são classificadas de acordo com a resposta do paciente ao tratamento com corticoesteroide (CE).
O QUE SIGNIFICA SER PORTADOR DE corticorresistentes (SNCR) ?
não apresentam resposta ao tratamento com CE
Ausência de remissão após 4-8 semanas de uso de prednisona ou prednisolona na dose padronizada
SÍNDROME NEFRÓTICA
A maioria das crianças com SN não tem indicação de biópsia renal (BR), já que 93% das crianças que apresentam boa resposta ao CE apresentam lesão histológica mínima (LHM) como diagnóstico histológico e um bom prognóstico.
No entanto, caso seja realizada a BR, a SNI também pode ser classificada, de acordo com o padrão histológico, em 2 grupos principais:
SNI com lesão histológica mínima (LHM) e SNI com glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF).
LHM e GESF podem aparecer no mesmo paciente quando mais de uma biópsia for realizada em tempos diferentes de evolução da doença.
SÍNDROME NEFRÓTICA
O que é a SNI com lesão histológica mínima (LHM)?
é a forma mais comum de SNI em crianças, e nesse caso a análise do tecido renal por microscopia óptica é normal e apenas na microscopia eletrônica aparecem fusões de podócitos
MO normal e fusão dos processos podocitários na ME
SÍNDROME NEFRÓTICA
O que é a SNI com glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF)?
se identifica parte dos glomérulos com esclerose segmentar.
MO com esclerose glomerular focal em parte dos glomérulos
SÍNDROME NEFRÓTICA
A maioria das crianças com SN não tem indicação de biópsia renal (BR), já que 93% das crianças que apresentam boa resposta ao CE apresentam lesão histológica mínima (LHM) como diagnóstico histológico e um bom prognóstico.
No entanto, caso seja realizada a BR, a SNI também pode ser classificada, de acordo com o padrão histológico, em 2 grupos principais:
qual importância dessas classificações? porque?
A importância dessas classificações é sua associação com o prognóstico da doença. Nos casos de SNCR e/ou GESF há maior probabilidade de evolução da doença para falência crônica dos rins e necessidade de terapia renal substitutiva (diálise ou transplante)
SÍNDROME NEFRÓTICA
classificação quanto a idade de início temos 3:
SN congênita: Antes dos 3 meses de vida
SN infantil: Entre 3 meses e 1 ano de vida
SN na infância: Após o primeiro ano de vida
SÍNDROME NEFRÓTICA
classificação quanto a evolução:
Remissão completa, Remissão parcial, Ausência de remissão e Recidiva/recaída
Remissão completa: U P/C < 0,2* ou proteína < + (fita reagente urinária) por 3 dias consecutivos
Remissão parcial: Redução da proteinúria em 50% ou mais do valor basal e U P/C entre 0,2-2
Ausência de remissão: Falência em reduzir a proteinúria em 50% do basal ou proteinúria persistente com U P/C > 2
Recidiva/recaída: U P/C > 2 ou proteína +++ (fita reagente urinária) por 3 dias consecutivos, com ou sem edema, após a remissão completa ou parcial
U P/C: relação proteína/creatinina em amostras isoladas de urina; BUFG: barreira de filtração; glomerular; ME: microscopia eletrônica; MO: microscopia ótica; SN: síndrome nefrítica.
SÍNDROME NEFRÓTICA
A grande maioria dos casos de SN apresenta mecanismos etiofisiopatogênicos relacionados com: 4
fatores genéticos, disfunção podocitária (podocidopatia), disfunção imunológica ou a presença de fatores circulantes
SÍNDROME NEFRÓTICA
FISIOPATOLOGIA
A filtração glomerular proporciona, seletivamente, a eliminação de água e escórias e a retenção de proteínas, células sanguíneas e outros elementos da circulação.
A excreção de grandes quantidades de proteína através da BUFG seria decorrente de agravos diversos sobre seus componentes, determinando aumento da permeabilidade às proteínas plasmáticas. Concorre para esse fato a perda de cargas elétricas negativas da membrana basal glomerular (MBG), mutações e alterações de proteínas do podócito ou outras estruturas da BUFG, disfunção podocitária (podocidopatia), desorganização ou disfunção dos componentes da fenda diafragmática, presença de autoanticorpos, fatores circulantes e diversas anormalidades imunológicas.
Atualmente, o foco das pesquisas realça o papel da fenda diafragmática e sua relação com a integridade estrutural e funcional do podócito.
SÍNDROME NEFRÓTICA
FISIOPATOLOGIA- EM PACIENTES COM LHM
2 teorias
1 teoria com ´´dois golpes´´
Vários autores defendem a existência de um fator circulante provavelmente secretado pelos linfócitos T dos pacientes com LHM, o qual desencadearia proteinúria maciça e fusão dos processos podais. Na LHM, o papel do CD80 estabelece-se como possível biomarcador de diagnóstico e atividade da doença. Pacientes portadores de LHM em recidiva denotam aumento significativo do CD80 urinário quando comparados com controles ou com portadores de LHM em remissão ou com portadores de outras glomerulopatias.
Alguns autores consideram que a LHM seja um distúrbio de “dois golpes”. “O primeiro golpe” reside na indução podocitária de CD80, por exemplo, por meio de fatores circulantes como citoquinas (IL-13), alérgenos, produtos microbianos, os quais induziriam a expressão podocitária de CD80. Esse fato, associado à disfunção dos mecanismos contrarregulatórios que normalmente inibiriam a expressão do CD80, como as células T regulatórias (Treg) e seus produtos (IL-10, CTLA4, TGF-beta), determinaria uma limitação na autoregulação do podócito (“segundo golpe”), perpetuando a proteinúria e a injúria glomerular observada na LHM.
SÍNDROME NEFRÓTICA
FISIOPATOLOGIA- EM PACIENTES COM GESF
Outros estudos sugerem que os níveis séricos do receptor ativador de plasminogênio tipo urokinase na sua forma solúvel (suPAR) estão significativamente elevados em pacientes com GESF, quando comparados com pacientes portadores de outras glomerulopatias. Acredita-se que o suPAR promova ativação das betaintegrinas induzindo processos intracelulares que culminam em modificações no citoesqueleto e consequente proteinúria. Dados experimentais e de observação clínica sugerem a existência de outros fatores circulantes (p. ex., hemopexina; citocina cardiotropina-like 1 (CLC-1); esfingomielina fosfodiesterase ácida 3b (SMPDL3b) e angiopoietina 4).
SÍNDROME NEFRÓTICA
FISIOPATOLOGIA
As evidências sugerem que os pacientes com SN, particularmente por X, apresentam uma disfunção imunológica com a presença de fatores circulantes durante a recidiva da doença com alteração da permeabilidade da BUFG,.
X: LHM
SÍNDROME NEFRÓTICA
FISIOPATOLOGIA- EM PACIENTES COM LHM
Classicamente, observa-se a participação de citoquinas na patogênese da LHM e do provável papel das células T helper (TH tipo 2) com associação de atopia e alergia, aumento de IgE, indução de c-maf etc. Evidências sugerem que tanto os linfócitos como os podócitos estão envolvidos na patogênese da LHM e que esta provavelmente resulte da interação entre fatores humorais e uma disfunção podocitária. Alguns relatos realçam o papel dos linfócitos T ativados na fisiopatogênese da LHM com estímulo direto sobre os podócitos por meio de gatilhos, tais como infecções virais ou bacterianas, alérgenos, citoquinas, os quais promovem aumento da expressão de CD80 (coestimulador de células T) e desorganização do citoesqueleto do podócito e proteinúria.
SÍNDROME NEFRÓTICA
FISIOPATOLOGIA-
PODÓCITOS, ANGIOTENSINA II
Os podócitos expressam em sua membrana os receptores de angiotensina, II e tal expressão está aumentada nos quadros de proteinúria. A angiotensina II parece interferir na reorganização do citoesqueleto podocitário e sua inibição, por meio do uso de drogas que atuam no sistema renina-angiotensina-aldosterona (captopril, enalapril, losartan), constitui uma estratégica terapêutica atual no manejo da SN.
Várias outras drogas com propriedades imunomodulatoras e imunorregulatórias, independentemente de outros mecanismos primários de atuação, parecem também agir diretamente no podócito, estabilizando seu citoesqueleto, a fenda diafragmática, reduzindo a proteinúria. Esse fato pode abrir perspectivas de melhor compreensão dos diversos mecanismos fisiopatogênicos envolvidos e novos horizontes terapêuticos.
SÍNDROME NEFRÓTICA
FISIOPATOLOGIA- HIPERLIDEMIA 4
A hiperlipidemia é consequência do aumento da síntese hepática de colesterol, triglicerídeos e lipoproteínas; redução no catabolismo das lipoproteínas devido ao aumento da atividade das lipases lipoproteicas; perda urinária de HDL e redução da atividade do receptor de LDL.
SÍNDROMES NEFRÓTICAS - ASPECTOS GENÉTICOS
De modo geral, 20-30% das crianças portadoras de SNCR apresentam mutação em um gene codificador de proteínas importantes na BUFG.
A SN X é mais frequente nos casos em que o início da doença é mais precoce, quando há malformações associadas ou consanguinidade na família. Mais de 60 genes já foram identificados como causadores de SN, sendo mais frequentes na infância os genes (3)
X: monogênica
NPHS1, NPHS2 e WT1.
SÍNDROMES NEFRÓTICAS - ASPECTOS GENÉTICOS
Pra quem é indicada a pesquisa de mutação genética? e como pode ser realizada
é indicada para portadores de SNCR assim que esse diagnóstico seja feito, e pode ser realizada por meio da análise de exoma, painéis genéticos (sequenciamento de nova geração), ou mesmo pesquisa individualizada de determinado gene por teste de Sanger.
SÍNDROMES NEFRÓTICAS - ASPECTOS GENÉTICOS
o que em geral acontece com crianças portadoras de SN monogênica
Crianças portadoras de SN monogênica em geral não respondem ao tratamento com CE ou imunossupressores, evoluem para falência crônica dos rins e não apresentam recidiva da doença após um transplante renal. O diagnóstico precoce evita que essas crianças sejam expostas ao uso prolongado de imunossupressores, e, nesse caso, as famílias devem ser direcionadas para um aconselhamento genético e preparo para o transplante renal individualizado.
SÍNDROME NEFRÓTICA
Qual principal manifestação? no LHM como fica?
A principal manifestação clínica da SN, embora sua presença não seja essencial para o diagnóstico, é o edema, que em LHM geralmente é intenso, mole, frio, depressível, sujeito à ação da gravidade, em geral insidioso, podendo evoluir para anasarca
SÍNDROME NEFRÓTICA
Existem duas grandes teorias implicadas no mecanismo de formação do edema na SN.
QUAIS?
A primeira, conhecida como teoria do “hipofluxo”, considera que a proteinúria maciça e subsequente hipoalbuminemia promovam uma diminuição da pressão oncótica plasmática. Esse fato, por sua vez, acarreta a passagem de fluido do espaço intravascular para o interstício (edema), desencadeando hipovolemia, hipoperfusão renal, ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) e retenção renal secundária de sódio.
A segunda teoria, do “hiperfluxo”, propõe como fator inicial na formação do edema a retenção primária intrarrenal de sódio e água. A resistência ao peptídeo natriurético atrial (ANP) associada à ativação dos canais epiteliais de sódio (ENaC) por proteases (como a plasmina) nos ductos coletores promove retenção hídrica e salina, que contribui para a formação do edema. Devido aos mecanismos múltiplos e variáveis na geração do edema e perfil de apresentação heterogêneo, uma teoria unificada, condicionando aspectos celulares e moleculares das duas teorias clássicas, pode estar implicado, aguardando novos estudos.
SÍNDROME NEFRÓTICA
Qual quadro clínico?
a criança não tratada ou que não responde bem evolui como ( 4)
como ta a pressão em casos de LHM e GESF?
quais consequências dos disturbios hidroeletroliticos? 3
quais alterações relacionadas a uremia ( 4)
qual complicação se manifesta nas grandes descompensações e em situações de hipovolemia ou associadas à peritonite primária ou celulites de parede abdominal?
edema
Espuma na urina é relatada em crianças maiores com parte do quadro clínico. A criança não tratada ou que não responde bem à terapia apresenta-se adinâmica, evoluindo com ascite, derrame pleural, edema dos genitais e hepatomegalia.
Taquipneia pode estar presente devido à compressão torácica pela ascite ou derrame pleural.
A pele é seca e friável com tendência à formação de estrias.
A pressão arterial na LHM geralmente é normal, mas em alguns casos ocorre hipertensão transitória. No caso de GESF, a hipertensão arterial pode estar presente, sendo necessário o uso de anti-hipertensivos.
A presença de distúrbios eletrolíticos (hipocalcemia, hipocalemia, hiponatremia etc.) pode se manifestar por alterações clínicas como cãibras, parestesias, síndrome convulsiva etc.
Na GESF e nas outras glomerulopatias que não a LHM, manifestações clínicas, como náuseas, vômitos, cefaleia e alteração do sensório, podem estar relacionadas com a uremia.
A dor abdominal também se manifesta nas grandes descompensações e em situações de hipovolemia ou associadas à peritonite primária ou celulites de parede abdominal, algumas vezes podendo confundir-se com apendicite aguda.
A atopia é frequente, com prevalência de processos alérgicos das vias aéreas ou de pele.
É possível observar sinais de descalcificação óssea relacionada às alterações do metabolismo de vitamina D, cálcio e fósforo, particularmente naqueles casos de longa duração e/ou resistência à terapia imunossupressora e/ou uso de CE prolongado.
SÍNDROME NEFRÓTICA
Essas crianças são propensas à aquisição de processos infecciosos por vários motivos: 16
baixa produção e perda urinária de IgG com redução de imunoglobulinas séricas (IgG), desnutrição, edema, hipoalbuminemia, perda urinária e redução dos fatores B e D da via alternada do sistema complemento, hipogamaglobulinemia, anticorpogênese inadequada, imunidade celular mediada inadequada, disfunção dos linfócitos T, redução da resposta aos estímulos mitogênicos, imunidade humoral anormal, redução da transferrina; hipozincemia, uso das medicações imunossupressoras, déficit de opsonização (predisposição às bactérias encapsuladas), entre outros fatores.
SÍNDROME NEFRÓTICA
EXAMES LABORATORIAIS
quais alterações identificadas de maneira geral (6)
- Sedimento urinário: a)proteinúria
b) LHM 25% tem hematúria geralmente microscópica
c) cilindrúria relacionada às perdas proteicas
d) lipidúria. - Proteiúria: acima de 50 mg/kg/dia ou 40 mg/m²/h ou > 2 mg/mg em amostra isolada de urina (U P/C) ou > 3+ na fita reagente.
- Eletroforese de proteínas plasmáticas:
a) hipoalbuminemia (≤ 2,5 g/dL) e aumento da fração alfa-2
b) IgG, especialmente IgG1 e IgG2, apresenta-se muito baixa na LHM, bem como a IgA.
c) IgM encontra-se elevada.
d) IgE pode estar aumentada, e observa-se hipogamablobulinemia na SNI.
(A presença de hipergamaglobulinemia pode ser indicativa de patologia secundária subjacente). - Lípides: colesterol total, triglicérides e lipoproteínas acham-se elevados.
- Complemento: apresenta-se normal na LHM e na GESF; a constatação de hipocomplementenemia é indicação formal para BR
- Ureia e creatinina: podem estar elevadas na instalação do edema ou em situações de hipovolemia. O aumento permanente pode aparecer na GESF, na nefrotoxicidade ou devido à evolução e progressão da doença.
Devem ser pesquisadas causas secundárias com solicitação de reações sorológicas para HIV, hepatite A, B e C, toxoplasmose, citomegalovírus, lues e mononucleose. Conforme a história e a epidemiologia, avaliações específicas devem ser realizadas (p. ex., esquistossomose, malária etc.).
SÍNDROME NEFRÓTICA
EXAMES LABORATORIAIS
o que observa-se no sedimento urinário? 5
além de proteinúria, em 25% dos pacientes com LHM há hematúria, geralmente microscópica. Observa-se cilindrúria relacionada às perdas proteicas e lipidúria.
SÍNDROME NEFRÓTICA
EXAMES LABORATORIAIS
o que observa-se na proteinúria? valores?
quais métodos alternativos? 2
acima de 50 mg/kg/dia ou 40 mg/m²/h ou > 2 mg/mg em amostra isolada de urina (U P/C) ou > 3+ na fita reagente.
O teste com ácido sulfossalicílico a 10% e as fitas reagentes (dipstick) são métodos alternativos e úteis principalmente no acompanhamento ambulatorial.
SÍNDROME NEFRÓTICA
EXAMES LABORATORIAIS
o que se observa na eletroforese de proteínas plasmáticas? ( albumina e valor, fração alfa-2 globulina, IgG1, IgG2, IgA, Ig,M,IgE, gamaglobulina)
são observados hipoalbuminemia (≤ 2,5 g/dL) e aumento da fração alfa-2.
IgG, especialmente IgG1 e IgG2, apresenta-se muito baixa na LHM, bem como a IgA.
IgM encontra-se elevada.
IgE pode estar aumentada, e observa-se hipogamablobulinemia na SNI.
A presença de hipergamaglobulinemia pode ser indicativa de patologia secundária subjacente.
SÍNDROME NEFRÓTICA
EXAMES LABORATORIAIS
o que se observa em relação aos lipídeos?
os níveis séricos do colesterol total, triglicérides e lipoproteínas acham-se elevados.
SÍNDROME NEFRÓTICA
EXAMES LABORATORIAIS
o que se observa em relação ao sistema complemento?
a constatação de hipocomplementenemia é indicação formal para?
apresenta-se normal na LHM e na GESF; a constatação de hipocomplementenemia é indicação formal para BR, podendo estar presente, por exemplo, no lúpus eritematoso, na glomerulonefrite membranoproliferativa, na glomerulonefrite crescêntica e na nefrite do shunt.
SÍNDROME NEFRÓTICA
EXAMES LABORATORIAIS
o que se observa em relação a ureia e creatinina?
podem estar elevadas na instalação do edema ou em situações de hipovolemia. O aumento permanente pode aparecer na GESF, na nefrotoxicidade ou devido à evolução e progressão da doença.
SÍNDROME NEFRÓTICA
Atualmente, as crianças entre 1-10 anos com sintomatologia exuberante e complemento sérico normal devem ser consideradas e tratadas como portadoras de X
LHM.
SÍNDROME NEFRÓTICA
Quais indicações de biópsia renal na síndrome nefrótica idiopática? 8
1.Crianças com idade < 1 ano ou > 10 anos (alguns autores recomendam > 16 anos).
2.Hematúria macroscópica ou hematúria microscópica persistente.
3.Hipertensão severa.
4.Disfunção renal.
5.Hipocomplementenemia.
6.Sintomas extrarrenais (p. ex., exantema, púrpura).
7.Síndrome nefrótica corticorresistente.
8.Avaliação de potencial nefrotoxicidade dos inibidores de calcineurina.
A BR fica indicada para casos em que o quadro clínico e laboratorial seja diferente do quadro clássico esperado de SNI ou quando não haja resposta ao tratamento com CE, No entanto, a tendência atual é que o teste genético suprima a necessidade de biópsia em alguns casos.
SÍNDROME NEFRÓTICA- TRATAMENTO INESPECÍFICO
Durante as fases de edema ou quando houver hipertensão, recomenda-se qual dieta?
se tiver evidências de hipovolemia o que pode se realizar?
Durante as fases de edema ou quando houver hipertensão, recomenda-se dieta hipossódica ou assódica.
Importante avaliar a presença de evidências de hipovolemia como taquicardia, pulsos fracos, extremidades frias, hipotensão e outros fatores adicionais como hemoconcentração, elevação desproporcional da ureia e baixa fração de excreção de sódio (< 0,2-0,5%).
Nessa situação, pode-se realizar infusão de solução salina 10-20 mL/kg por 20-30 minutos e repetir se necessário, principalmente em situações de perdas hidrossalinas comprovadas, por exemplo, em situações de gastroenterite e desidratação. A infusão de albumina 20% (0,5-1 g/kg) é útil para aqueles pacientes que não respondem à expansão inicial.
SÍNDROME NEFRÓTICA- TRATAMENTO INESPECÍFICO
recomenda-se o uso de diuréticos? porque?
quando é indicado?
Os diuréticos devem ser evitados, de forma geral, pelo risco de piora da função renal, pois muitos nefróticos apresentam redução do volume sanguíneo efetivo. Na ausência de hipovolemia e na presença de edema grave, sintomático ou refratário, os diuréticos estão indicados. Esses cenários são observados quando há mais de 15% de aumento de peso, associado com anasarca, edema escrotal ou de vulva, derrame pleural significativo ou sinais clínicos de sobrecarga hídrica (p. ex., insuficiência cardíaca).