Caso 3 Flashcards
definição de choque?
estado fisiológico caracterizado por perfusão inadequada dos tecidos para atender as necessidades metabólicas e a oxigenação tecidual
” perfusão periférica e de órgãos alvo inadequada “
=> todos os tipos de choque podem resultar na função debilitada dos órgãos vitais, como cérebro (redução do nível de consciência) e os rins (baixo débito urinário com filtração ineficaz)
qual a relação do choque com o DC? e em relação a PA?
em crianças a maior parte dos choques se caracteriza por baixo débito cardíaco, MAS em certos tipos de choque, como por exemplo, causado por *sepse ou *anafilaxia, o débito cardíaco pode ser alto
a definição de choque não requer a presença de hipotensão pode apresentar PA sistólica normal, aumentada ou reduzida
o choque pode ser resultante de: 4
- Volume sanguíneo ou capacidade de transporte de oxigênio inadequados: choque hipovolêmico, inclusive choque hemorrágico
- Distribuição imprópria do volume e fluxo sanguíneos: choque distributivo
- Contratilidade cardíaca debilitada: choque cardiogênico
- Fluxo sanguíneo obstruído: choque obstrutivo
cite condições que contribuem para o choque e pq
Condições como: febre, infecção, desconforto respiratório e dor podem contribuir para o choque → elevam a demanda dos tecidos de O2 e nutrientes
seja pelo suprimento inadequado, por maior demanda ou uma combinação das duas coisas → a transferência de O2 e nutrientes para os tecidos torna-se inadequada em relação às necessidades metabólicas
a perfusão tecidual deficiente pode levar à hipoxia tecidual, ao metabolismo anaeróbico, ao acúmulo de ácido lático e CO2, a danos celulares irreversíveis e, em última instância, a danos aos órgãos
assim, a morte pode decorrer rapidamente de x, ou mais lentamente de y
x= colapso cardiovascular
y= falência múltipla de órgãos
Meta do tratamento do choque: explique pq
melhorar a perfusão sistêmica e a transferência de O2 → ajuda a evitar lesão nos órgãos alvo e deter a progressão para insuficiência cardiopulmonar e PCR
a principal função do sistema cardiopulmonar é transferir O2 aos tecidos corporais e eliminar as consequências metabólicas do metabolismo celular (principalmente o CO2)
quando a transferência de O2 é inadequada para atender às demandas dos tecidos-> o que acontece e qual consequência disso?
células usam o metabolismo anaeróbio para produzir energia → geração de ácido lático
o metabolismo anaeróbio só consegue manter a função celular limitadamente
a menos que a transferência de O2 seja restaurada poderá ocorrer disfunção ou falência de órgãos
Saturação de O2 venoso central e débito cardíaco: em crianças saudáveis, com demanda metabólica normal, o sangue arterial contém mais O2 do que necessitam os tecidos então se a demanda aumentar e/ou a transferência de O2 diminuir, os tecidos extrairão um percentual maior de 02 transferido e isso produz uma menor saturação de O2 no sangue venoso que retorna ao coração → Por isso a ScvO2 pode ser usada para avaliar o equilíbrio entre a x e a y-> → se as necessidades metabólicas e o teor de O2 permanecerem inalterados, uma diminuição na ScvO2 indicará uma queda no w e portanto uma queda no O2 transferido para os tecidos e uma maior extração de O2 terá ocorrido em decorrência da transferência reduzida
x= transferência de O2
y= demanda
w= débito cardíaco
a transferência de O2 adequada para os tecidos depende de: 3
- Teor de O2 suficiente no sangue
- Fluxo sanguíneo adequado para os tecidos: débito cardíaco
- Distribuição apropriada do fluxo sanguíneo para os tecidos
o teor de O2 no sangue é determinado principalmente pela: 2
uma pequena quantidade de oxigênio é dissolvida no x
1 concentração de hemoglobina
2 percentual de hemoglobina saturada com O2 (saturação de oxigênio arterial ou SaO2)
uma pequena quantidade de oxigênio é dissolvida no X= PLASMA
a hipoxemia tecidual está presente quando:
uma região do corpo ou órgão é privado do suprimento adequado de O2
a baixa saturação de O2 (hipoxemia) sozinha não resulta necessariamente em uma hipóxia tecidual
a administração de oxigênio nos tecidos é produto de: 2
teor de O2 arterial e o volume de sangue bombeado por minuto (DC)
a transferência de O2 pode estar normal, apesar da hipoxemia, se o DC x (↑/ ↓) junto com a y (↑/ ↓) do teor de O2
quando há hipoxemia crônica a concentração de hemoglobina z (↑/ ↓) → isso aumenta a capacidade de transporte de O2 no sangue e ajuda a preservar o teor de O2 arterial em concentrações quase normais apesar do fato de a saturação de O2 da hemoglobina estar baixa
se o DC diminuir ou a hipoxemia piorar esses mecanismos compensatórios talvez não sejam suficientes para manter a transferência de O2 tecidual
x= aumentar
y= diminuição
z= aumenta (policitemia)
quando choque desenvolve, mecanismo compensatórios tentam manter a transferência de O2 para os órgãos vitais-> são: 4
- Taquicardia
- Aumento na resistência vascular sistêmica RVS (vasoconstrição)
- Aumento na força de contração cardíaca (contratilidade)
- Aumento do tônus do músculo liso venoso
mecanismos compensatórios
A primeira ação para manter o DC é aumentar a x → a y pode aumentar o DC até certo limite
x= FC
y= taquicardia
mecanismos compensatórios
Quando a transferência de O2 é comprometida o fluxo sanguíneo é direcionado de órgãos não vitais e tecidos (ex: músculos esqueleticos, intestinos e rins) para órgãos vitais (cérebro, coração) → ocorre por um: (resultado de que ?3)
aumento na RVS → resulta da redução da 1perfusão periférica (preenchimento capilar retardado, extremidades frias, pulsos periféricos mais difíceis de palpar) e redução da perfusão pro 2intestino e 3rins (diminuição do volume urinário)
Outro mecanismo para preservar a fração de ejeção ventricular e do DC é o x com esvaziamento mais completo dos ventrículos → a fração de ejeção ventricular também pode ser sustentada por um y que melhora o retorno venoso para o coração e a pré carga
x= aumento na força das contrações cardíacas
y= aumento no tônus do músculo liso venoso
PA é determinada pelo DC e pela RVS. Se ⬇ DC a PA pode se manter pelo x → esse mecanismo pode ser tão eficaz que a PA pode permanecer normal inicialmente ou até mesmo ligeiramente elevada
x= aumento da RVS (resistência vascular sistêmica)
o que é pressão de pulso?
diferença entre a PA sistólica e diastólica
a pressão de pulso, a diferença entre a PA sistólica e diastólica, com frequência é reduzida porque um aumento na RVS x (↑/ ↓) a pressão diastólica
eleva
por outro lado, se a RVS estiver baixa (como na sepse) a PA diastólica diminuirá e a pressão de pulso se alargará
se o x estiver inadequado a perfusão no tecido será comprometida até mesmo se a PA estiver normal
sinais de perfusão deficiente do tecido, inclusive acidose lática e disfunção no órgão alvo, estarão presentes mesmo que a PA esteja normal
x= DC
a transferência de O2 para o miocárdio se torna inadequada causando disfunção miocárdica, redução da fração de ejeção ventricular e hipotensão → pode levar rapidamente ao: 3
colapso cardiovascular, PCR e lesões irreversíveis nos órgãos alvo
a gravidade do choque frequentemente se caracteriza por seu efeito sobre a x. quais tipos? 2
x= PA sistólica
compensado
hipotensivo (descompensado)
caracterize choque compensado
compensado: se os mecanismos compensatórios puderem preservar a PA sistólica dentro da faixa normal ( acima do 5 percentil da PA sistólica para a idade)
caracterize choque hipotensivo
Hipotensivo: quando os mecanismos compensatórios falham e a PA sistólica declina (antigamente chamado de descompensado)
LEMBRAR!! o choque pode ocorrer mesmo que a PA esteja normal
o choque X pode ser facilmente identificado medindo a PA
já o Y é de diagnóstico mais difícil»_space; pode variar de leve a intenso → suas manifestações são afetadas pelo tipo choque e pelas respostas compensatórias da criança
X= hipotensivo (descompensado)
Y=compensado
PA é usada para determinar a gravidade do choque, mas, crianças com choque compensado ou hipotensivo (Decompensado) correm alto risco de deterioração.
qual situação tem prognostico pior?
a criança com baixo DC (choque hipovolêmico) mas PA normal devido a vasoconstrição intensa, pode ter mais comprometimento de órgãos alvo do que a criança com DC normal ou elevado (choque séptico) e baixa PA sistólica
ou seja, entendi que choque compensando (PA normal) é pior que choque hipotensivo/ descompensado (PA baixa)
como funciona em relação a aferição da PA?
os dispositivos automáticos de medição da PA são precisos apenas quando há perfusão distal adequada
se não for possível palpar pulsos distais e as extremidades estiverem frias e com perfusão deficiente, as leituras automaticas da PA poderão não ser confiáveis
se não for possível medir a PA → usar a avaliação clínica da perfusão tecidual para orientar o tratamento
quando a transferência de O2 é limitada, mecanismos compensatórios são indícios da presença de choque e variam de acordo com o tipo de choque: ver tabela-> mecanismos compensatorios cardiovasculares são
1 frequencia cardiaca elevada
2 aumento de RVS
3 aumento da resistencia vascular renal e esplâncnica (redistribuição do fluxo sanguíneo para longe dessas áreas)
4 autorregulação cerebral
qual choque? quais os achados clínicos?
se refere a um estado clínico no qual existem sinais clínicos de perfusão inadequada dos tecidos mas a PA do paciente se encontra no intervalo normal
o corpo consegue manter a PA apesar da transferência debilitada de O2 e nutrientes para os órgãos vitais
choque compensado
achados clínicos estão: taquicardia, atraso no preenchimento capilar e diminuição do débito urinário
PA sistólica na identificação do choque
criança com sinais de perfusão inadequada, mas PA sistólica normal:
choque com compensação da PA
PA é usada por convenção e consenso para determinar a presença ou ausência de hipotensão com choque
qual choque? quais sinais clínicos?
pode decorrer de várias causas
se caracteriza por evidências de perfusão debilitada que progride rapidamente para PCR se não corrigida
choque hipotensivo/ descompensado
sinais incluem: aparência clínica anormal e evidências de perfusão bastante debilitada (ausência de pulsos distais e fraqueza de pulsos distais, extremidades frias, pele marmoreada ou alteração do nível de consciência)
o choque representa um ´´continuum´´ de gravidade e a presença de sinais e sintomas de choque deve suscitar ação imediata em vez de esperar a medida exata da PA para confirmar hipotensão
a x é um achado tardio na maioria dos tipos de choques e pode sinalizar uma PCR iminente-> x pode ocorrer precocemente no choque séptico porque os mediadores de sepse produzem y e diminuem a w» em tal situação, A criança pode inicialmente aparentar extremidades mornas (tépidas), preenchimento capilar veloz e pulsos periféricos íntegros, apesar da hipotensão
x= hipotensão
y= vasodilatação w= RVS
HIPOTENSÃO NO CHOQUE SÉPTICO: ++ ou – e oq significa?
RVS pode ser aumentada ou diminuída no choque séptico, quando for aumentada, a hipotensão será um sinal precoce, e não tardio, de choque.
quais os 4 tipos de choque?
hipovolêmico
cardiogênico
distributivo
obstrutivo
quais exemplos de etiologia do choque hipovolemico
gastroenterite, queimaduras, hemorragias, ingestão insuficiente de líquidos, aumento da perda de fluídos corporais
diurese osmotica
quais exemplos de etiologia do choque cardiogênico
cardiopatia congênita
miocardite
cardiomiopatia
arritimia
quais exemplos de etiologia do choque distributivo
sepse, anafilaxia, lesão na medula espinal
quais exemplos de etiologia do choque obstrutivo
pneumotorax por tensao
tamponamento cardíaco
embolia pulmonar
coartação
o que é o choque hipovolêmico e o que pode causar (2)
Estado clínico de redução do volume intravascular
Tipo mais comum de choque em pacientes pediátricos
Pode ser causado por perda de fluido → extravascular (ex.: diarreia ou desidratação) ou intravascular (ex.: hemorragia) ⇒ e causa diminuição da pré-carga e do débito cardíaco
Motivos da perda de volume que pode levar ao choque hipovolêmico: 7
diarreia,
vômito,
hemorragia (interna e externa),
ingestão insuficiente de líquidos
, diurese osmótica (ex.: CAD),
perdas para terceiro espaço (evasão de líquido para os tecidos) e
grandes queimaduras
Choque hipovolêmico é resultado de absoluta deficiência de volume sanguíneo intravascular, mas na real→ normalmente representa depleção de volume de fluidos tanto intravascular e extravascular
por isso como deve ser feita a reposição dos fluídos?
Por isso, ressuscitação com fluidos adequada freq exige administração de bolus de fluido que excedem o volume do déficit intravascular estimado
CHOQUE HIPOVOLEMICO
qual alteração frequentemente que aparece como compensação para preservar o equilíbrio ácido-base
taquipneia
CHOQUE HIPOVOLEMICO
qual alteração que compensa parcialmente a acidose metabólica (lática) que acompanha o choque
alcalose respiratória resultante da hiperventilação
FISIOLOGIA DO CHOQUE HIPOVOLEMICO
o que caracteriza? quais principais mecanismos compensatórios (3)
caracterizado por pré-carga reduzida→ levando a redução da fração de ejeção ventricular e a baixo DC
Principais mecanismos compensatórios são 3: taquicardia, maior RVS e maior contratilidade cardíaca
Choque hipovolêmico
pré carga: X
contratilidade: Y
pós-carga: Z
(aumentada ou reduzida)
X: reduzida
Y: inicialmente normal ou reduzida
Z: aumentada
Porque apesar dos choques séptico, anafilático e outros choques distributivos não serem classificados como hipovolemicos eles tem hipovolemia relativa? 3
eles têm hipovolemia relativa decorrente da vasodilatação arterial e venosa, maior permeabilidade capilar e perda de plasma para interstício
quais achados consistentes com choque hipovolêmico no ABCDE
(Airway (1), Breathing(1), Circulation(9) negrito sinal especifico, Disability(1), Exposure(1))
A: geralmente aberto/patente, exceto quando há debilitação
B: taquipneia sem esforço aumentado (taquipneia silenciosa)
C: taquicardia
PA sistólica adequada, pressão de pulso estreita ou hipotensão sistólica com pressão de pulso estreita
Pulsos periféricos fracos ou ausentes
Pulsos centrais normais ou fracos
Preenchimento capilar retardado
Pele fria a gélida, pálida, moteada,diaforética
extremidades distais escuras/pálidas
alterações no nível de consciencia
oliguria
D: redução do nível de consciencia a medida em que o choque progride
E: extremidades frequentemente mais frias que o tronco
Qual sinal específico avaliado na circulação indica choque hipovolêmico?
PA sistólica adequada, pressão de pulso estreita ou hipotensão sisólica com pressão de pulso estreita: Choque hipovolêmico
o que é o choque distributivo? inclui quais 3 tipos de choque?
Estado clínico caracterizado por redução da RVS que causa distribuição inadequada do volume sanguíneo e do fluxo sanguíneo
Choque séptico, anafilático e neurogênico (ex.: lesão na coluna)
CHOQUE DISTRIBUTIVO
o que ocorre no choque neurogênico?
Choque neurogênico há perda de tônus simpático que leva à vasodilatação e à falta de mecanismos compensatórios (taquicardia e vasoconstrição periférica)
CHOQUE DISTRIBUTIVO
o que caracteriza o choque séptico?
é caracterizado por redução ou aumento da RVS que resulta na má distribuição do fluxo sanguíneo→ vasodilatação e venodilatação causam estagnação do sangue no sistema venoso e hipovolemia relativa
CHOQUE DISTRIBUTIVO
choque séptico também causa maior X, logo, há perda do plasma no espaço vascular→ isso aumenta gravidade da hipovolemia
contratilidade miocárdica pode Y no choque séptico
X: permeabilidade capilar
Y: diminuir
CHOQUE DISTRIBUTIVO
o que ocorre no choque anafilático?
venodilatação, dilatação arterial e maior permeabilidade capilar combinadas com vasodilatação pulmonar→ reduzem DC→ baixo DC é causado por hipovolemia relativa e aumento da pós-carga no VD
CHOQUE DISTRIBUTIVO
qual fisiologia no choque neurogênico?
Choque neurogênico caracteriza por perda generalizada de tônus vascular ++ freq após lesão superior da coluna cervical→ perda de tônus leva a vasodilatação e hipotensão intensas
normalmente: SN simpático aumenta FC em resposta à hipotensão→ crianças com choque neurogênico podem ser incapazes de aumentar FC em resposta à hipotensão→ por isso DC e fluxo sanguíneo para tecidos diminui muito +++
FISIOPATOLOGIA DO CHOQUE DISTRIBUTIVO
Como pode estar o DC? e a disfunção miocárdica? o que ajuda a manter o DC? 2
DC pode estar aumentado, normal ou reduzido
pode haver disfunção miocárdica, mas fração de ejeção ventricular pode estar adequada→ principalmente se acontecer ressuscitação agresiva com fluidos e redução da RVS
⇒ taquicardia e aumento no volume ventricular diastólico final (decorrente da ressuscitação com volume) ajudam a manter o débito cardíaco