Caso 5 Flashcards
o que é a atresia
refere-se a obstrução completa, ausência de abertura normal ou descontinuidade de uma estrutura tubular, associada ao estreitamento ou oclusão do seu lúmen, podendo coexistir com um defeito ou descontinuidade no respectivo mesentério
As X são as principais causas de obstruções intestinais congênitas no período neonatal. Quanto à localização, são mais comuns no duodeno. Estima-se que ocorram em 1:2.500 nascidos vivos e, embora a maioria nasça a termo, a concomitância com baixo peso é comum.
atresias
O que é a atresia esofágica? o que caracteriza uma atresia esofágica?
é uma malformação congênita relativamente comum que acomete cerca de 1 em cada 2.500 a 4.000 recém-nascidos.
Ela é caracterizada por falha na formação do esôfago, quase sempre com descontinuidade do órgão, associada ou não a conexões com a traqueia
AE
O X é o principal fator de impacto no resultado de sobrevida. Sem o manejo adequado desde os primeiros minutos de vida, os neonatos com AE estão sob maior risco de pneumonia aspirativa e sepse, causas importantes de complicações graves, incluindo o óbito nestes pacientes
diagnóstico precoce da AE
Quais medidas que interferem diretamente na morbidade e mortalidade por AE? 6
estabelecimento de sucção da saliva,
medidas antirrefluxo,
assistência ventilatória adequada
, assistência nutricional,
antibioticoterapia e
acesso à equipe multidisciplinar,
FISIOPATOLOGIA AE- EMBRIOLOGIA
Do endoderma primitivo emerge o intestino primitivo anterior, e durante a 4ª semana de vida embrionária, há o brotamento do divertículo respiratório, do qual é observada a separação do tubo laringotraqueal, que divide o esôfago da traqueia.
São 3 as teorias mais aceitas para tentar explicar a falha da formação do esôfago e da traqueia que resultam na atresia de esôfago e seus diferentes tipos de relação com a traqueia:
- Primeira teoria: seria a da falha do crescimento do broto traqueal no sentido caudal;
- Segunda teoria: sugere uma falha na formação do septo traqueoesofágico mesenquimal no plano coronal do intestino primitivo
- Terceira teoria: a possibilidade de que o tubo esofágico já formado e separado da traqueia teria um segmento descontinuado, talvez por insuficiência vascular focal, e ocorreria um rearranjo local com diferentes ligações com a traqueia.
a classificação morflógica da AE inclui 5 tipos: VER IMAGEM
QUAL mais presente?
MINHA DESCRIÇÃO
A: sem conexão com a traqueia e descontinuidade do esfôfago
B: conexão superior com a traqueia e descontinuidade do esôfago
C: conexão inferior com a traqueia e descontinuidade do esôfago -> MAIS PRESENTE
D: conexão superior e inferior com a traqueia e descontinuidade do esôfago
E: conexão com a traqueia superiormente e continuidade do esofôgo normal
FISIOPATOLOGIA AE
Dada a origem genética em muitos casos, há uma sequência de malformações associadas representada pela sigla VACTERL:
qual combinação mais comum?
Vertebrais, Anomalia anorretal, Cardíacas, (fístula Traqueoesofágica), atresia Esofágica, Renais e em membros (Limbs)
Esta sequência se expressa com a associação de no mínimo 2 anomalias além da AE.
A combinação mais comum é a AE com as malformações cardíacas, com índices de 35 a 53%
Uma vez confirmado o diagnóstico de AE, a associação VACTERL deve ser investigada, idealmente antes da realização do tratamento cirúrgico.
FISIOPATOLOGIA AE
Outra associação de malformações com AE conhecida e descrita é a CHARGE, de elevada morbimortalidade, na qual são observadas 2 ou mais das seguintes anomalias:
Coloboma ocular; cardiopatia (Heart), sobretudo tetralogia de Fallot; Atresia de coanas; Retardo mental e físico; hipogonadismo (Gonads), defeitos auditivos (Ear), além da atresia do Esôfago
Como pode ser feito o diagnóstico pré natal da AE
NO GERAL 4
Ainda é um desafio mas pode ser por meio de:
1. US: mas é limitado e os índices de de suspeita diagnóstica pelo método variam entre 24 e 32%. -> Os sinais ultrassonográficos sugestivos não são nem sensíveis, nem específicos
2. RM fetal e a análise do líquido amniótico:
3. Polidrâmio:
4. A avaliação de enzimas digestivas no líquido amniótico:
DIAGNÓSTICO PRÉ NATAL AE
explique cada um dos métodos que podem ser feitos para o diagnóstico
1. US:
2. RM fetal e a análise do líquido amniótico:
3. Polidrâmio:
5. A avaliação de enzimas digestivas no líquido amniótico:
Ainda é um desafio mas pode ser por meio de:
1. US: mas é limitado e os índices de de suspeita diagnóstica pelo método variam entre 24 e 32%. -> Os sinais ultrassonográficos sugestivos não são nem sensíveis, nem específicos
2. RM fetal e a análise do líquido amniótico: O uso de RM fetal surge como uma opção mais recente para avaliação diagnóstica pré-natal de AE e deve ser indicado nas gestantes com polidrâmnio, Todos os achados ultrassonográficos fetais podem ser avaliados por este exame, com melhor definição de imagem e menos fatores de confusão diagnóstica. → difícil por alto custo e indisponibilidade do aparelho, além da complexidade de sua realização
3. Polidrâmio: é considerado um indicativo de obstrução do trato digestivo alto, está presente em aproximadamente 10% de todas as gestações e na maioria dos casos é de causa desconhecida (idiopático) → não é surpreendente que o polidrâmnio, no contexto do diagnóstico pré-natal de AE, esteja associado com alta taxa de falso-positivo, em até 2/3 dos casos.
4. Sinais ultrossonográficos: estômago pequeno ou ausente, presença de bolsa esofágica proximal dilatada e distensão da hipofaringe. A associação de mais de dois destes sinais ecográficos descritos tende a aumentar o índice diagnóstico de AE.
5. A avaliação de enzimas digestivas no líquido amniótico: é feita basicamente pelo cálculo do índice de gamaglutamiltranspeptidase (GGTP) presente no líquido. Na presença de obstruções do trato digestivo alto, a GGTP do líquido amniótico não é deglutida e começa a se acumular nele, mostrando índices acima do normal (50 U/L), porém não é específica da AE
DIAGNÓSTICO PÓS NATAL AE
Como pode ser feito nos casos de suspeita com exceção do tipo E (2)
o diagnóstico pós-natal pode se confirmar por meio de duas simples etapas: a tentativa de passagem de sonda orogástrica e o exame radiográfico com avaliação do coto esofágico em fundo cego.
DIAGNÓSTICO PÓS NATAL AE
qual atitude mandatória em bebês com suspeita de atresia de esôfago no período pré-natal?
Apesar de conduta amplamente discutida em neonatologia, é recomendável que, após o nascimento, na sala de parto, em todos os bebês, procedam-se a sondagens das narinas e coanas, para se descartar atresia de coanas, assim como a passagem de sonda para o estômago, avaliando a permeabilidade esofágica, e aspirar o conteúdo gástrico
DIAGNÓSTICO PÓS NATAL AE- passagem de sonda
o que fazer quando não consegue passar? qual procedimento após passagem? e qual outra opção além da passagem da sonda?
Caso não se consiga passar a sonda esofágica para o estômago ou ela fique enrolada na orofaringe, a sonda já deve permanecer para aspirar continuamente a saliva e um exame radiográfico deve ser realizado com urgência
São obtidas imagens radiográficas de pescoço, tórax e abdome, após a passagem de sonda radiopaca posicionada no esôfago ou sonda fechada contendo contraste iodado hidrossolúvel em sua luz.
outra opção é a injeção de 0,5 mL de contraste na sonda para desenhar o fundo cego esofágico e posterior realização das radiografias → No entanto, deve-se ter o cuidado de aspirar este contraste logo em seguida, evitando sua aspiração para a árvore respiratória
DIAGNÓSTICO PÓS NATAL AE- passagem de sonda
como se caracterizam os tipos de A a D?
VER FOTO DA RADIOGRAFIA
caracte-rizam-se pelo fundo cego do esôfago proximal contendo a sonda dobrada ou o contraste retido
DIAGNÓSTICO PÓS NATAL AE
O que caracteriza a presença de ar no abdome? e quando não há ar?
A presença de ar no abdome indica presença de fístula traqueoesofágica distal (tipos B, C, D), que pode permitir a cirurgia precocemente, para anastomose esofágica
Quando não há ar no abdome, trata-se do tipo A, sem fístula, ocorrendo um espaço maior entre os cotos, impossi-bilitando a anastomose imediata e requerendo tratamento por etapas, condição chamada de cotos distantes ou long gap.
DIAGNÓSTICO PÓS NATAL AE
Como é baseado o diagnóstico no tipo E?
No tipo E (fístula em H sem atresia), o diagnóstico é baseado no quadro clínico de tosse crônica e pneumonias aspirativas, sendo confirmado com exame radiográfico com contraste iodado hidrossolúvel ou broncoscopia
Em virtude do diagnóstico diferencial com refluxo e fenda laríngea, entre outros, o diagnóstico geralmente é tardio, mas deve ser considerado em vigência desse quadro clínico
AE
com a melhora da assistência neonatal, os principais fatores importantes de prognóstico dos recém nascidos com AE são: 2
as malformações congênitas associadas, principalmente cardíacas, e o baixo peso extremo (< 1.500 g)
Além disso, a capacidade de prevenção de sepse, o treinamento de equipe e acesso a produtos hospitalares para cuidados pré e pós-operatórios adequados, bem como de instalações para a melhor assistência anestésico-cirúrgica destes pacientes, são fundamentais para os melhores resultados em curto e longo prazos do tratamento desta condição
TRATAMENTO CLÍNICO PRÉ OPERATÓRIO AE
QUAL CONDUTA INICIAL? 2
A conduta inicial para manejo do bebê com AE, ainda na sala de parto, deve ser a aspiração contínua da saliva, para prevenir aspiração salivar para vias aéreas, e manter o tronco da criança em posição semissentada, elevada 30 a 45°
TRATAMENTO CLÍNICO PRÉ OPERATÓRIO AE
Qual melhor método para aspiração salivar? como pode ser feita em locais sem condições de promover aspiração contínua?
O melhor método de aspiração salivar constante é pelo sistema de vácuo conectado à sonda tipo Replogle, que consiste em uma sonda de aspiração mais fina (6F ou 8F) dentro de uma outra mais calibrosa (10F ou 12F), multifenestrada e protetora, para facilitar a aspiração da saliva sem sugar a mucosa esofágica pelo vácuo
Em locais sem condições de se promover aspiração contínua, pode-se aspirar a cada 2 a 5 minutos com uma pera de borracha ou seringa na sonda, manter a criança em decúbito lateral ou ventral, de modo intermitente.
TRATAMENTO CLÍNICO PRÉ OPERATÓRIO AE
qual momento da correção cirúrgica? o que deve ser avaliado antes? (4)
O momento da correção cirúrgica da atresia de esôfago deve ser o mais precoce possível, antes de ocorrerem agravos pulmonares. Contudo, idealmente, antes do tratamento cirúrgico, devem ser avaliadas as outras possíveis anomalias associadas: com:
1.exame físico perineal e anorretal cuidadoso para avaliação de anomalias anorretais;
2. ecocardiografia para avaliar malformações cardíacas e posição do arco aórtico;
3.ultrassonografia abdominal total pós-natal, com especial atenção para avaliação de rins e vias urinárias;
4. radiografia dos membros superiores e inferiores, em busca de defeitos ósseos.
Essas avaliações adicionais, além de auxiliarem na adequação do tratamento destas alterações, permitem enquadrar o paciente em associações de VACTERL ou CHARGE, já referidas anteriormente. Nos casos de associações ou suspeita de anormalidades genéticas, a avaliação do cariótipo deve ser realizada, para avaliação diagnóstica e orientação genética familiar
TRATAMENTO CIRÚRGICO AE
Qual principal objetivo e quais duas principais abordagens? qual intenção (3)
O objetivo principal da equipe cirúrgica é preservar o esôfago original, que apresenta melhor prognóstico quando comparado com substitutos (estômago ou intestino).
As abordagens cirúrgicas dos recém-nascidos com AE podem ser por toracotomia posterolateral ou posterior, ou por via videotoracoscópica, uma forma de cirurgia minimamente invasiva.
Esta é utilizada a depender da disponibilidade de material e da experiência da equipe cirúrgica. Em ambos os acessos, a intenção é a ligadura da fístula traqueoesofágica quando presente, a liberação do coto esofágico cranial e do coto caudal e a realização da anastomose esofágica.
TRATAMENTO CIRÚRGICO AE
o que pode ser feito nos casos de AE com cotos distantes
Nos casos de AE com cotos distantes (long gap), a conduta é mais complexa e apresenta maiores índices de morbimortalidade → mais no tipo A → a anastomose primária esofágica pode não ser possível em primeira abordagem cirúrgica, então o tratamento cirúrgico pode ser postergado, após o alongamento do coto proximal → pode ocorrer um alongamento natural o esôfago proximal tende a crescer espontaneamente nas primeiras 4 a 8 semanas de vida, auxiliadas com buginagem
Nos casos de não crescimento, indicam-se os alongamentos cirúrgicos, por trações contínuas, incisões relaxadoras no coto ou esofagostomias seriadas.
TRATAMENTO CIRÚRGICO AE
A X atualmente é uma raridade para AE, somente indicada após insucesso dos alongamentos ou severas complicações cirúrgicas
substituição esofágica