Caso 2 Flashcards

1
Q

defina diarreia aguda

A

a mudança do hábito
intestinal caracterizada pela ocorrência de eliminação de três ou mais evacuações menos consistentes ou líquidas” por dia, com duração de até 14 dias´´

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Alguns autores consideram como diarreia aguda prolongada aquela que apresenta duração entre X dias, podendo indicar a necessidade de investigações

A

7 e 14

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Após 14 dias a diarreia passa a ser chamada de

A

persistente
a qual pode ser classificada em leve, moderada
e grave, exigindo cuidado especial e monitoramento dos pacientes.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

qual definição de diarreia crônica

A

A diarreia com duração superior a 30 dias, é denominada crônica

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

quais sintomas podem ser associados a diarreia aguda

A

Pode ocorrer simultaneamente náusea,
vômitos, febre e dor abdominal, e em alguns casos a presença de muco e sangue (disenteria),
podendo ocasionar desidratação leve, moderada ou grave

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

qual a fisiopatologia da diarreia aguda
4 mecanismos

A

mecanismo osmótico, secretor, inflamatório e de alteração da motilidade. Em algumas situações, há sobreposição ou evolução sequencial desses mecanismos, podendo a diarreia apresentar mais de uma forma clínica.
Os sintomas sistêmicos são tão mais intensos quanto maior for o potencial invasivo do patógeno. Em algumas situações, os micro-organismos podem atingir a circulação sistêmica, afetando órgãos à distância, como articulações, fígado, baço e sistema nervoso central.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

quais as principais complicações da diarreia aguda (2)

A

Desidratação e desnutrição são as principais complicações da diarreia aguda.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

O que é a diarreia osmótica?

A

é causada por nutrientes não absorvidos no lúmen intestinal e decorrente dos seguintes mecanismos: dano intestinal (infecções entéricas), redução da superfície absortiva (doença celíaca), redução de enzima digestiva (déficit de lactase), aumento da velocidade do trânsito intestinal e sobrecarga osmolar

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

o que é a diarreia secretória?
a secreção eletrogênica é estimulada pelo o que? e resulta em que?

A

O componente secretor caracteriza-se pelo fluxo ativo de eletrólitos e água em direção ao lúmen intestinal, resultantes da inibição de absorção neutra de NaCl nos vilos dos enterócitos e de aumento da secreção de cloreto nas células das criptas.

A secreção eletrogênica é estimulada basicamente pelas enterotoxinas produzidas por bactérias patogênicas, citocinas inflamatórias e substâncias endógenas endócrinas que resultam em aumento da concentração de AMP cíclico, GMP cíclico e/ou cálcio citosólico

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

quais fatores de risco associada a diarreia aguda?

A

desnutrição, oferta inadequada de saneamento e água potável, falha nas medidas
educacionais para a saúde devem ser considerados

Episódios repetidos podem ocasionar atraso no crescimento/desenvolvimento e déficit
nutricional

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

quais medidas para o combate da diarreia aguda

A

é prioritário ter-se ampla cobertura vacinal contra o rotavírus, implementação de medidas educativas para a comunidade,
como lavagem de mãos com sabão e higiene dos
alimentos e do domicílio, disponibilização de saneamento básico, oferta de água potável, educação familiar e oferta do soro de reidratação oral
(SRO), além do estímulo à amamentação por um
período mais prolongado. Há a necessidade de
pesquisas que abordem o microbioma e o metaboloma e a associação com a diarreia aguda,
e de novas abordagens terapêuticas

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

porque o lactente pode evacuar mais e aparentar ter diarreia?

A

O lactente em aleitamento materno exclusivo
pode evacuar mais vezes ao dia, em geral, após
as mamadas, devido ao reflexo gastrocólico. As
fezes são semilíquidas e às vezes apresentam
muco em pequena quantidade. Nesses, o ganho
de peso é adequado e não possuem outros sinais
clínicos, reforçando sua benignidade. Portanto,
em aleitamento materno exclusivo, esse padrão
de evacuação não é considerado diarreia.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

o que é a diarreia de fome?

A

A “diarreia de fome” deve ser considerada
em determinadas populações, ocorrendo eliminação de fezes amolecidas, esverdeadas, de
pequeno volume, resultando de descamação
celular e muco intestinal em pacientes desnutridos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Globalmente, o X é a principal causa
de diarreia aguda, sendo o agente mais frequente de diarreia grave em crianças menores de cinco anos de idade.

A

rotavírus

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Qual esquema vacinal para o rotavírus

A

duas doses
2 e 4 meses

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Os X são menos prevalentes.
Apesar de poder ocorrer em adultos e crianças,
os lactentes são os mais acometidos. A transmissão é pessoa a pessoa e geralmente provocam casos de diarreia aguda leve e autolimitadas

A

astrovírus

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Os X são os principais agentes de
surtos epidêmicos de gastroenterites virais
transmitidos por água ou alimentos, ocorrendo
em todas as faixas etárias. Também podem ser
encontrados em quadros esporádicos; e 30%
das infecções são assintomáticas.

A

norovírus

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Os X causam com mais frequência
infecção do aparelho respiratório, mas, dependendo do sorotipo podem determinar quadros
de diarreia aguda.

A

adenovírus

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Durante a COVID-19, doença que se manifesta após infecção pelo novo coronavírus, pode
ocorrer a infecção e replicação viral nos enterócitos, levando a danos diretos no epitélio intestinal e consequente diarreia
PORQUE?

A

Os efeitos citopáticos diretos do SARS-CoV-2, disbiose intestinal
e resposta imune aberrante desencadeados pelo
vírus resultam em aumento da permeabilidade
intestinal, o que pode exacerbar os sintomas
existentes

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Sobre o agente infeccioso Escherichia coli
enterohemorrágica
(EHEC)
1.qual caracteristica
2.quadro clínico e 3.mecanismo de produção de diarreia

A
  1. Gado é o principal
    reservatório
  2. Enterocolite, sangue sem
    leucócitos nas fezes, colite
    hemorrágica, SHU*
  3. Lesão vilositária
    Toxina shiga 1 e 2, sendo
    a última mais tóxica
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

Sobre o agente infeccioso
Escherichia coli
enteroagregativa
(EagEC)
qual caracteristica, quadro clínico e mecanismo de produção de diarreia

A
  1. Crianças e adultos
  2. Diarreia líquida
    Persistente
    Portador assintomático
  3. Ainda não
    completamente definido
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

Sobre o agente infeccioso
Campylobacter spp.
qual caracteristica, quadro clínico e mecanismo de produção de diarreia

A
  1. Lactente, aves domésticas
    fonte de contaminação
  2. Líquida ou disenteria.
    Dor abdominal, náuseas,
    vômitos, cefaleia e dores
    musculares
  3. Invasão da mucosa,
    penetração em lâmina
    própria
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

Sobre o agente infeccioso
Shigella spp
qual caracteristica, quadro clínico e mecanismo de produção de diarreia

A
  1. S. sonei mais frequente,
    sem gravidade; S. flexineri
    endêmico em país
    em desenvolvimento;
    S. dysentaerae tipo 1 toxina
    shiga. Diarreia do viajante
  2. Secretora, enterocolite,
    SHU, febre alta, dor
    abdominal intensa
  3. Acomete intestino
    delgado e grosso.
    Toxina shiga + invasão
    celular
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

Sobre o agente infeccioso
Salmonella spp
qual caracteristica, quadro clínico e mecanismo de produção de diarreia

A
  1. Mais de 2000 sorotipos,
    lactentes idosos e
    imunocomprometidos
    Animais são reservatórios
  2. Diarreia, náuseas, vômitos,
    dor abdominal, febre
    moderada
  3. Invasão de mucosa,
    Infecção sistêmica
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

Sobre o agente infeccioso
Yersinia
enterocolitica
qual caracteristica, quadro clínico e mecanismo de produção de diarreia

A
  1. País de clima frio Suínos
    são reservatórios, ingestão
    de água e alimentos
    contaminado ou de forma
    direta por transfusão de
    sangue. Pode sobreviver
    em alimentos congelados
    acentuado tropismo pelo
    sistema linfático. Íleo terminal
    e tecido linfoide – alvos
  2. Enterocolite, linfadenite
    mesentérica e inflamação
    do íleo. Pode mimetizar
    apendicite aguda. Pode
    também causar bacteremia
    com focos de metástases
    Febre, diarreia, dor
    abdominal. Pode ter
    leucócitos e mais
    raramente sangue
  3. Invasão de mucosa
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Q

Sobre o agente infeccioso
Aeromonas
qual caracteristica, quadro clínico e mecanismo de produção de diarreia

A
  1. Aquática. Ingestão de água e
    alimentos contaminados.
  2. Diarreia secretora
  3. Enterotoxina, citotoxina,
    hemolisinas e proteases
26
Q

Sobre o agente infeccioso
Plesiomonas
qual caracteristica, quadro clínico e mecanismo de produção de diarreia

A
  1. Águas não tratadas usadas
    para beber, lavar alimentos
    consumidos crus e para
    recreação
  2. Diarreia líquida, febre,
    calafrios, náusea e vômitos.
    Casos graves – disenteria
  3. Enterotoxina termolábil,
    aumenta a secreção do
    tubo digestório
27
Q

Sobre o agente infeccioso
Vibrio cholerae
qual caracteristica, quadro clínico e mecanismo de produção de diarreia

A
  1. Início abrupto
  2. Vômitos e diarreia
    líquida semelhante a
    água de arroz. Levando a
    desidratação e até choque
    hipovolêmico
  3. Enterotoxina termolábil,
    aumento da secreção do
    sistema digestório
28
Q

Sobre o agente infeccioso
Clostridium difficille
qual caracteristica, quadro clínico e mecanismo de produção de diarreia

A
  1. e Uso prévio de antibiótico,
    diarreia nosocomial
  2. Diarreia líquida ou
    disenteria
  3. Diarreia secretora, Colite
    pseudomembranosa
29
Q

quais recomendações acerca dos exames laboratoriais?

A

Os exames laboratoriais não são indicados
nos quadros leves, mas podem ser úteis nos
casos moderados de difícil abordagem ou nos
quadros graves

Devem preferencialmente ser
colhidos após o paciente receber volume de
expansão, pois ao contrário, a hemoconcentração presente na desidratação pode levar à
interpretação errônea dos resultados

O leucograma pode mostrar leucocitose com desvio à
esquerda. Pode ser necessária a solicitação dos
seguintes exames: ionograma; gasometria; pesquisa de leucócitos, sangue, parasitos e substâncias redutoras nas fezes

O diagnóstico das causas etiológicas pode
ser realizado por exames parasitológicos de fezes, coprocultura e pesquisa de vírus

Em casos de surto, os profissionais de saúde
são orientados a solicitar à equipe de vigilância epidemiológica do município para coleta de
amostras

A solicitação de exames laboratoriais não é necessária como rotina para o tratamento da diarreia aguda, habitualmente autolimitada, ficando reservada para os casos de evolução atípica, grave ou arrastada, presença de sangue nas fezes, lactentes menores de 4 meses e os pacientes imunodeprimidos

30
Q

quais as manifestações clínicas e decisão do tipo de tratamento segundo a presença ou
gravidade de desidratação
SEGUIR: OBSERVE (5)
EXPLORE (3)
DECIDA
TRATE
o que vê em cada?

A

Observe: estado geral
olhos
sede
lágrimas
boca/língua

explore:
Sinal da prega abdominal
Pulso
Perda de peso

31
Q

quais as manifestações clínicas e decisão do tipo de tratamento segundo a presença ou
gravidade de desidratação
SEGUIR: OBSERVE (5)
EXPLORE (3)
DECIDA
TRATE

COMO É A MANIFESTAÇÃO NO PLANO A?

A

OBSERVE
estado geral: ativo, alerta
olhos: sem alteração
sede: sem sede
lágrimas: presentes
boca/língua: úmida
EXPLORE
Sinal da prega abdominal: Desaparece imediatamente
Pulso: cheio
Perda de peso: sem perda

Decida: SEM SINAIS DE HIDRATAÇÃO

TRATE: PLANO A

32
Q

quais as manifestações clínicas e decisão do tipo de tratamento segundo a presença ou
gravidade de desidratação
SEGUIR: OBSERVE (5)
EXPLORE (3)
DECIDA
TRATE

COMO É A MANIFESTAÇÃO NO PLANO B?

A

OBSERVE
estado geral: irritado, intraquilo
olhos: fundos
sede: sedento, bebe rápido e avidamente
lágrimas: ausentes
boca/língua: seca ou levemente seca

EXPLORE
Sinal da prega abdominal: Desaparece lentamente
Pulso: cheio
Perda de peso: até 10%

Decida: Se apresentar dois ou mais sinais: COM DESIDRATAÇÃO

TRATE: PLANO B

33
Q

quais as manifestações clínicas e decisão do tipo de tratamento segundo a presença ou
gravidade de desidratação
SEGUIR: OBSERVE (5)
EXPLORE (3)
DECIDA
TRATE

COMO É A MANIFESTAÇÃO NO PLANO C?

A

OBSERVE
estado geral: comatoso, hipotônico, letárgico ou incosciente
olhos: fundos
sede: não é capaz de beber
lágrimas: ausentes
boca/língua: muito seca

EXPLORE
Sinal da prega abdominal: Desaparece muito lentamente
Pulso: fraco ou ausente
Perda de peso: acima de 10%

Decida: Se apresentar dois ou mais
sinais sendo ao menos um
destacado com asterisco (*):
DESIDRATAÇÃO GRAVE

TRATE: PLANO C

34
Q

Como é feito o diagnóstico da diarreia aguda?

A

eminentemente clínico, com história detalhada avaliando duração da diarreia, característica das fezes, número de evacuações por dia e sintomas associados (vômitos, febre, apetite, sede), história epidemiológica e patológica pregressa e medicamentos em uso.

exame físico deverá ser completo, incluindo avaliação nutricional, já que a desnutrição é fator de risco para quadros mais graves e evolução para diarreia persistente. Deve-se lembrar também que a diarreia, principalmente no lactente, pode acompanhar quadros de pneumonia, otite média, infecção do trato urinário, meningite e septicemia bacteriana.

35
Q

Qual apresentação clínica da APLV e sua característica de evacuação

A

ocorrem, com frequência, no primeiro ano de vida, especialmente nos primeiros 6 meses

O leite, primeiro alimento introduzido na dieta do lactente, é o principal alimento responsável pelas AA nos primeiros 2 anos de vida. As caseínas e a beta-lactoglobulina são as proteínas mais envolvidas nesse processo. Suas diferenças estruturais refletem-se na história natural da doença: indivíduos com maior sensibilidade às caseínas apresentam persistência mais prolongada da alergia em relação àqueles mais sensíveis às proteínas do soro (beta-lactoglobulina, alfa-lactoalbumina, albumina sérica bovina, lactoferrina).

A presença de muco e sangue provém das afecções do colo, podendo ser decorrentes de processos infecciosos, parasitários, alérgicos ou inflamatórios.
DIARREIA CRÔNICA

36
Q

Qual apresentação clínica da doença celíaca e sua característica de evacuação

A

As manifestações clínicas da DC são decorrentes do somatório de inflamação na mucosa intestinal, carência nutricional secundária à má absorção e resposta autoimune.
A apresentação clínica mais evidente, conhecida como forma atípica, ou não clássica, ocorre em qualquer idade e se apresenta com um ou poucos sinais e/ou sintomas, que podem ser intestinais (Quadro 1),

  • Diarreia crônica ou intermitente
  • Dor abdominal crônica
  • Distensão abdominal
  • Constipação intestinal crônica refratária ao tratamento

DIARREIA CRONICA: São comuns perdas proteicas na doença celíaca

Fezes oleosas, claras, volumosas e de odor pútrido

37
Q

Qual apresentação clínica da intolerância a lactose e sua característica de evacuação
Qual tipo da diarreia?

A

DIARREIA CRÔNICA

A má absorção de carboidrato mais comum é a intolerância à lactose decorrente da redução da atividade lactásica nas microvilosidades do epitélio intestinal

A redução enzimática inicia-se, na maioria das vezes, a partir da faixa etária escolar, porém 20% dos casos são descritos em pré-escolares. O gene responsável pela hipolactasia se encontra no cromossomo 2(2q 21-22), e as mutações são identificadas como C/T-13910 e G/A-22018.

A intolerância à lactose pode ser adquirida, relacionada às lesões da mucosa do intestino delgado secundárias às gastroenterites aguda e persistente, que determinam lesões ultraestruturais do epitélio intestinal, com redução significativa da concentração de lactase.

A lactose não completamente hidrolisada é fermentada pelas bactérias colônicas, resultando na produção de ácidos orgânicos, butirato e gases voláteis. As fezes são ácidas e provocam assaduras de difícil controle em lactentes.

Há, ainda, raros casos em que se constata diarreia osmolar por déficit da enzima sacarase-isomaltase, após a ingestão de sucos açucarados.

Fezes líquidas, volumosas e de odor ácido são frequentes nas diarreias osmolares, por má absorção de carboidratos.

38
Q

No que consiste o plano A?
onde é realizado? 5 pontos
O que se administra nessa fase?

A

Consiste em cinco etapas direcionadas ao paciente hidratado para realizar no domicílio:

  • Aumento da ingestão de água e outros líquidos incluindo SRO, principalmente após cada
    episódio de diarreia, pois dessa forma evita-se
    a desidratação; não utilizar refrigerantes e de
    preferência não adoçar chás ou sucos;
  • Manutenção da alimentação habitual; continuidade do aleitamento materno
  • Retorno do paciente ao serviço, caso não melhore em dois dias ou apresente piora da diarreia,
    vômitos repetidos, muita sede, recusa de alimentos, sangue nas fezes ou diminuição da diurese;
  • Orientação sistemática do paciente/responsável/acompanhante para reconhecer os sinais
    de desidratação; preparar adequadamente e
    administrar a SRO e praticar ações de higiene
    pessoal e domiciliar (lavagem adequada das
    mãos, tratamento da água e higienização dos
    alimentos);
  • Administração de zinco uma vez ao dia, durante 10 a 14 dias (até os 6 meses de idade
    10mg/dia e em maiores de 6 meses até os
    5 anos de idade 20mg/dia)
39
Q

PLANO A
Segundo a OMS é importante orientar que se
houver aparecimento dos sinais de alerta apresentados no quadro 4 o paciente deve ser reavaliado na unidade de saúde

QUAIS SINAIS DE ALERTA? 7

A

Não melhora em dois dias
Aumento da frequência e/ou do volume da diarreia
Vômitos repetidos
Sangue nas fezes
Diminuição da diurese
Sede excessiva
Recusa de alimentos

39
Q

PLANO A
Volume de soro de reidratação oral
(SRO) a ser oferecido de acordo com a faixa etária

menores de 1 ano
1 a 10
acima de 10 anos

A

menores de 1 ano: 50 a 100 ml
1 a 10: 100 a 200ml
acima de 10 anos: o volume tolerada

40
Q

PLANO B
No que consiste? onde é realizado?
3 pontos

A

Consiste em três etapas direcionadas ao paciente com desidratação, porém sem gravidade,
com capacidade de ingerir líquidos, que deve ser
tratado com SRO na Unidade de Saúde, onde permanecerá até a reidratação completa.

  • Ingestão de solução de SRO, inicialmente em
    pequenos volumes e aumento da oferta e da
    frequência aos poucos. A quantidade a ser ingerida dependerá da sede do paciente, mas
    deve ser administrada continuamente até que
    desapareçam os sinais da desidratação;
  • Reavaliação do paciente constantemente, pois
    o Plano B termina quando desaparecem os
    sinais de desidratação, a partir de quando se
    deve adotar ou retornar ao Plano A;
  • Orientação do paciente/responsável/acompanhante para reconhecer os sinais de desidratação; preparar adequadamente e administrar
    a solução de SRO e praticar ações de higiene
    pessoal e domiciliar (lavagem adequada das
    mãos, tratamento da água e higienização dos
    alimentos).
41
Q

PLANO B
Caso após seis horas de tratamento, não
houver melhora da desidratação o que fazer?

A

encaminhar
ao hospital de referência para internação

na prática considera-se prudente encaminhar se
não ocorrer melhora após três a quatro horas.

42
Q

PLANO B
Se o paciente desidratado, durante o tratamento com o PLANO B, apresentar vômitos persistentes, deve-se administrar uma dose de antiemético X . Existe alerta
ANVISA para não usar em Y.
Avaliar cautelosamente uso em Z.

A

X: ondansetrona
Y: gestantes
Z: lactentes

43
Q

PLANO B
Dose de ondansetrona de acordo com idade e peso
-6 meses a 2 anos
- Maiores de 2 anos a 10 anos (até 30kg)
- acima de 10 anos ( mais de 30kg e adultos)

A

-6 meses a 2 anos: 2mg
- Maiores de 2 anos a 10 anos (até 30kg): 4mg
- acima de 10 anos ( mais de 30kg e adultos) : 8mg

44
Q

PLANO B
quantos ml/kg de SRO e horas estima-se que sejam necessários

A

50 a 100ml/kg em quatro a seis horas

45
Q

PLANO B
qual recomendação sobre aleitamento, alimentação, e hidratação venosa

A

O aleitamento materno pode ser mantido,
se for tolerado. A alimentação habitual deve ser
reiniciada após a fase de reidratação.1 Pacientes que evoluem com piora ou não resposta ou
ainda apresentam doenças graves associadas,
principalmente com alteração do sensório, devem receber hidratação venosa de imediato
É importante avaliar a necessidade de adequações nutricionais para os pacientes desnutridos
moderados e graves.

46
Q

PLANO B
Se existir dúvida quanto
à classificação do paciente entre PLANO B ou
PLANO C, deve-se

A

considerar o pior cenário, estando indicado o PLANO C

47
Q

PLANO B
o que fazer se o paciente continuar desidratado com pouca tolerância à reidratação oral

A

a sonda
nasogástrica (gastróclise) pode ser utilizada.
Se o paciente evoluir para desidratação grave,
deve-se seguir para o Plano C

48
Q

PLANO C
quando está indicado?
como o diagnóstico é realizado? diagnóstico é realizado pela presença de
pelo menos dois dos seguintes sinais, sendo ao
menos um destacado com asterisco:

A

Está indicado nos quadros de desidratação grave, com perda de peso maior que 10%.
O diagnóstico é realizado pela presença de
pelo menos dois dos seguintes sinais, sendo ao
menos um destacado com asterisco: sinais de
coma, hipotonia, letargia* ou inconsciência*;
olhos fundos; incapacidade de ingerir líquidos;
lágrimas ausentes; boca muito seca; sinal da

prega abdominal desaparece muito lentamente (mais que dois segundos); pulsos periféricos
fracos ou ausentes*.

49
Q

PLANO C
O Plano C consiste em duas fases de reidratação endovenosa destinada ao paciente com
desidratação grave. Nessa situação o paciente
deverá ser transferido o mais rapidamente possível. Os primeiros cuidados na unidade de saúde são importantíssimos e já devem ser efetuados à medida que o paciente seja encaminhado ao serviço hospitalar de saúde
QUAIS ETAPAS? 5

A
  • Realizar reidratação endovenosa no serviço
    saúde (fases rápida e de manutenção);
  • O paciente deve ser reavaliado após duas horas, se persistirem os sinais de choque, repetir
  • a prescrição; caso contrário, iniciar balanço hídrico com as mesmas soluções preconizadas;
  • Administrar por via oral a solução de SRO em
    doses pequenas e frequentes, tão logo o paciente aceite. Isso acelera a sua recuperação e reduz drasticamente o risco de complicações;
  • Suspender a hidratação endovenosa quando o
    paciente estiver hidratado, com boa tolerância
    à solução de SRO e sem vômitos.
50
Q

PLANO C
volume a ser administrado nos pacientes do plano C na fase de expansão de acordo com a faixa etária
- menores de 1 ano
- acima de 1 ano
-recem nascidos e menores de cinco anos com cardiopatia grave

A
  • menores de 1 ano: primeira etapa 30ml/kg em 1h e segunda etapa 70ml/kg em 5h
  • acima de 1 ano: 30ml/kg em 30 min e 70 ml/kg em 2,5h
    -recem nascidos e menores de cinco anos com cardiopatia grave: 10ml/kg e avaliar parametros clinicos para adequar velocidade de infusão
51
Q

PLANO C
Após a desidratação ser corrigida, a fase de manutenção pode ser orientada
solução / volume (até 10kg, 10 a 20kg, acima de 20kg)
ver tabela pra entender

A

Soro glicosado a 5% + SF0,9 proporção 4:1 (manutenção)
VOLUME :
até 10kg: 100ml/kg
10 a 20kg: 1000ml + 50ml/kg de peso que exceder 10kg
acima de 20kg: 1500ml + 20 ml/kg de peso que exceder 20kg (max 2000ml)

+

soro glicosado a 5% + SF0,9 na proporção de 1:1
volume: iniciar com 50ml/kg/dia reavaliar esta quantidade de acordo com as perdas do paciente

KCL a 10%
volume: 2ml para cada 100ml de solução da fase de manutenção

52
Q

PLANO C
A reidratação por X com SRO deve ser
iniciada quando o paciente for capaz de ingerir
líquidos, geralmente Y após o
início da reidratação endovenosa, concomitantemente ao soro venoso

A

X: via oral
Y: duas a três horas

53
Q

PLANO C
quando deve ser interrompida a reidratação por via endovenosa?

A

A reidratação por via endovenosa deve ser interrompida quando o paciente for capaz de ingerir o SRO em quantidade suficiente para se manter hidratado

54
Q

PLANO C
O volume e consistência das fezes deve ser avaliado e o paciente observado por pelo menos X, com reavaliações quanto ao estado de hidratação

A

seis horas

55
Q

PLANO C
quais recomendações acerca de alimentação e aleitamento? o que fazer se o paciente estiver com a temperatura de 39 graus ou mais

A

A alimentação e o aleitamento podem ser reintroduzidos quando houver melhora da desidratação com o paciente hemodinamicamente
estável

Se o paciente estiver com a temperatura de
39°C ou mais, além do quadro diarreico, investigar e tratar outras possíveis causas, por exemplo,pneumonia, otite, amigdalite, faringite, infecção urinária.

56
Q

PLANO C (na real em relacao a diarreia persistente)
quando encaminhar para unidade hospitalar ou especialista?

A

Se a diarreia persistir por mais de 14 dias e a criança for menor de seis meses
de idade ou apresentar sinais de desidratação
(hidratar primeiro), é necessário encaminhar para
uma unidade hospitalar ou para um especialista
(pediatra ou gastroenterologista pediátrico).

57
Q

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
qual recomendação para
antipireticos
antiemeticos
antibioticos

A

Antipiréticos: estão indicados nos casos de
febre e dor (dipirona ou paracetamol)
Antiemético: Apenas deve ser usado se o paciente apresentar vômitos persistentes.
Antibióticos: Devem ser usados somente
para casos de diarreia com sangue (disenteria)
e comprometimento do estado geral ou em caso
de cólera grave. Em outras condições, os antibióticos são ineficazes, causam resistência antimicrobiana e, portanto, não devem ser prescritos

58
Q

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO - antibioticoterapia
quais medicamentos indicados para
até 10 anos/30kg (2)
> 10 anos/ > 30kg (3)

A

até 10 anos/ 30kg: azitromicina(oral) e cefrioxona (IM)
> 10 anos/> 30kg: ciprofloxacino, ceftrioxona e cefotaxima

59
Q

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
qual recomendação para antiparasitários:

A

Devem ser usados somente para: amebíase, quando o tratamento de disenteria por Shigella sp fracassar, ou em casos
em que se identificam nas fezes trofozoítos de
Entamoeba histolytica englobando hemácias:
metronidazol 50mg/kg/dia 3x/dia por 10 dias.
Giardíase, quando a diarreia durar 14 dias ou
mais, se forem identificados cistos ou trofozoítos
nas fezes ou no aspirado intestinal: metronidazol
15 mg/kg/dia 3x/dia por cinco dias.

60
Q

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
quais vitaminas e minerais recomendados (2)

A

Zinco está indicado para crianças menores
de cinco anos de idade, como foi descrito no
PLANO A

Vitamina A reduz mortalidade e internações
em populações com alto risco de deficiência, por
exemplo desnutridos. A dose é variável de acordo com o quadro nutricional do paciente, mas
em geral é de 50.000 UI em lactentes menores
de seis meses de idade; 100.000 UI em lactentes de seis a 12 meses; 200.000 U em crianças
maiores.

61
Q

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
Qual recomendação acerca de antissecretor

A

é considerada
como uma possibilidade de tratamento coadjuvante pela Sociedade Europeia de Gastroenterologia Pediátrica Hepatologia e Nutrição
(ESPGHAN) e pela diretriz Iberoamericana no
tratamento da diarreia aguda MAS O MS
não menciona antissecretórios no seu plano de
tratamento.

62
Q

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
qual recomendações acerca de probioticos?

A

Três cepas e uma
mistura de duas cepas foram recomendadas no
tratamento da diarreia aguda de acordo com a
ESPGHAN 2022 e 2023:
Saccharomyces boulardii cepa específica
CNCM I-745: na dose de 250–750mg/dia, por
5 a 7 dias,
Lacticaseibacillus rhamnosus GG ATCC53103:
na dose de ≥1010 unidades formadoras de
colônia (UFC) /dia, por 5 a 7 dias;
Limosilactobacillus reuteri DSM 17938: doses diárias 1×108 a 4×108 UFC, por 5 a 7 dias;
L. rhamnosus 19070-2 & L. reuteri DSM
12246: dose de 106 UFC de cada cepa duas vezes
ao dia por 5 dias.

As cepas testadas reduzem, em média, um
dia da duração de diarreia.