CA DE CÓLON E RETO Flashcards
Qual a epidemiologia do CA colorretal?
Maior incidência em países industrializados e urbanos;
2° em mortalidade (só perde para o de pulmão);
Incidência similar entre os sexos;
Pico de acometimento entre 50-80 anos;
Qual a região mais comum do surgimento de ca colorretal?
Reto, seguido por sigmoide.
Quais os fatores de risco para o ca colorretal?
Idade: incidência maior em idosos. População aumentando expectativa de vida;
Sexo: Incidência similar, porém parece haver aumento recente entre os homens;
Etnia: Nos EUA, maior incidência em negros;
Fatores de risco genéticos:
História familiar: Observar também associação com fatores ambientais;
Polipose Adenomatosa Familiar;
Câncer Colorretal Hereditário Não-polipose;
(HNPCC ou Síndrome de Lynch).
Fatores ambientais:
Gordura animal → estímulo de ácidos biliares;
Carne vermelha → nitrosaminas;
Tabagismo e etilismo;
Obesidade.
Outros fatores:
Presença de pólipos adenomatosos;
DII principalmente RCUI;
Irradiação de tumores ginecológicos;
Ressecção colorretal por neoplasia prévia.
Quais são os fatores protetores para o ca colorretal?
Fibras vegetais;
Selênio, Cálcio, vitamina C, vitamina E, betacaroteno;
AAS e AINEs.
Qual o principal fator de risco para o ca colorretal?
Presença de pólipos adenomatosos.
Quais as características da polipose adenomatosa familiar?
Mutação do gene APC (supressor tumoral);
100% de adenocarcinoma até os 55 anos;
Manifestações extracolônicas (adenoma de duodeno);
Tratamento com Proctocolectomia total;
Qual o fator de risco genético mais comum no ca colorretal?
Câncer colorretal hereditário não-polipóide (HNPCC ou Síndrome de Lynch);
O HNPCC está mais relacionado com tumores em que região do cólon?
Cólon direito.
Qual as características do HNPCC?
Presença de instabilidade de microssatélites;
Mutações em genes de proteínas de reparo: MLH1 e MSH2.
Quais os critérios de Amsteram I para diagnóstico clínico de HNPCC?
Pelo menos 3 membros da mesma família com CCR;
Um dos membros deve ser parente em 1º grau dos outros dois;
Acometimento de pelo menos duas gerações sucessivas;
Um dos membros deve ter menos de 50 anos na data do diagnóstico de CCR;
Deve ser excluído o diagnóstico de FAP;
Confirmação anatomopatológica de CCR.
Quais os critérios de Amsterdam II para diagnóstico clínico de HNPCC?
Critérios de Amsterdam I + tumores de endométrio, intestino delgado, ureter ou
pelve renal, além de CCR.
V ou F? Adenoma viloso é um tipo de tumor benigno geralmente visto no cólon ou reto.
Verdadeiro.
Geralmente é tratado por retirada com colonoscopia ou cirurgia se for muito grande. Apresenta potencial de transformar-se em um câncer se não tratado.
O que é o Lynch 1?
Câncer de cólon em jovem.
O que é o Lynch 2?
Câncer colorretal e extracolônico:
- Mama, útero, endométrio, ovário
- Intestino delgado, estômago, via biliar
- Trato urinário, cérebro.
Qual o tipo de ca colorretal mais comum?
Câncer esporádico.
Qual a epidemiologia do câncer esporádico?
É o mais comum (70-80%);
Pacientes sem história familiar;
Acima de 50 anos;
Com fatores de riscos.
Qual o tipo histológico de ca colorretal mais comum e de onde se originam?
Adenocarcinoma. Origina-se de adenomas preexistentes.
Quais as formas de disseminação do Ca colorretal?
Direta, linfática e venosa.
Como é feito o rastreamento na população em geral do ca colorretal?
Pesquisa de sangue nas fezes. Se positivo, realizar colonoscopia.
Qual a população de risco moderado para ca colorretal?
Acima de 50 anos - fazer rastreamento populacional.
Qual a população de alto risco para ca colorretal?
Familiares com CA antes dos 45 anos;
Adenomas múltiplos em colonoscopia;
Doença inflamatória intestinal crônica.
Qual a população com muito alto risco para ca colorretal?
Pertencentes a famílias com história de câncer com transmissão hereditária (PAF
e poliposes).
Como é feito o rastreamento do ca colorretal na população com risco moderado?
Colonoscopia a cada 10 anos.
Como é feito o rastreamento do ca colorretal na população com risco médio?
Colonoscopia a cada 3 anos.
Como é feito o rastreamento do ca colorretal na população com alto risco?
Colonoscopia anual.
Como fazer o diagnóstico de ca colorretal?
Anamnese + Exame físico bem detalhados.
Exames de imagem:
Retossigmoidoscopia;
Colonoscopia (mais usado);
Enema opaco;
TC (mais importante para estadiamento);
RNM pelve (mais importante para estadiamento).
Quais os sinais e sintomas de ca em cólon direito?
Dor leve no quadrante inferior direito;
Anemia, palidez, cansaço, astenia, tontura (sangramento oculto);
Massa palpável;
Perda de peso;
Raramente obstruem (fezes mais líquidas e calibre maior).
Quais os sinais e sintomas de ca em cólon esquerdo?
Redução do calibre das fezes;
Alternância de diarreia e constipação;
Sangue e muco nas fezes;
Pode obstruir.
Quais os sinais e sintomas de ca no reto?
Sangue vivo nas fezes;
Tenesmo;
Fezes “em fita”;
Obstrução intestinal.
Qual o principal marcador tumoral do ca colorretal?
CEA.
Qual a importância do CEA no ca colorretal?
Valor prognóstico.
Dosado no pré-operatório → linha de base para seguimento.
NÃO TEM VALOR DIAGNÓSTICO!
Como é feito o estadiamento do ca colorretal?
Pode ser feito pelo estadiamento de DUKES (mais antigo) e atualmente é feito pelo TNM.
Como é o estadiamento de DUKES do ca colorretal?
Como é feito o estadiamento T no ca colorretal?
T1: invade mucosa e/ou submucosa;
T2: invade muscular própria;
T3: invade subserosa e/ou tecidos pericólicos;
T4: invasão de peritônio ou órgãos adjacentes:
T4a: peritônio visceral;
T4b: invasão de órgãos e estruturas adjacentes.
Como é feito o estadiamento N no ca colorretal?
Nx: não pode ser avaliado;
N0: ausência de linfonodos;
N1: 1 a 3 linfonodos pericólicos:
N1a: 1 linfonodo +;
N1b: 2-3 linfonodos +;
N1c: depósitos tumorais em subserosa ou mesentério.
N2: 4 ou mais linfonodos pericólicos:
N2a: 4-6 linfonodos +;
N2b: 7 ou mais linfonodos +.
Como é feito o estadiamento M no ca colorretal?
Mx: não pode ser avaliado;
M0: ausência de metástase;
M1: presença de metástase:
M1a: para 1 órgão, sem acometimento peritoneal;
M1b: 2 ou mais locais, sem acometimento peritoneal;
M1c: acometimento de superfície peritoneal.
Com quais exames pode-se realizar o estadiamento no pré-operatório de cancer colorretal?
Colonoscopia (sincrônicos);
Raio X de tórax/TC de tórax;
USG de abdome/TC de abdome;
CEA.
Como fazer o estadiamento da invasão local no Ca colorretal?
USG endorretal ou RNM de pelve:
Avaliar a extensão da invasão da lesão;
Linfonodos acometidos.
Como é feito o estadiamento no intraoperatório de ca colorretal?
Inventário detalhado da cavidade abdominal;
Biópsia de lesões suspeitas;
Citologia oncótica, se ascite;
Ultrassom intraoperatório.
Como é feito o estadiamento no pós operatório de ca colorretal?
Exame anatomopatológico:
Agressividade tumoral (diferenciação);
Invasão perineural e angiolinfática;
Grau de invasão;
Budding;
Linfonodos.
Classificação TNM;
Classificação DUKES/ASTLER-COLLER.
Quais características do ca colorretal definem um pior prognóstico?
<40 anos;
Localização no reto;
Produção de mucina;
Obstrução;
Perfuração;
Hemotransfusão;
Invasão vascular e perineural;
Presença e número de linfonodos positivos.
Qual órgão é o principal foco de metástase do ca colorretal?
Fígado.
Qual a conduta se houver metástase hepática ressecável?
Hepatectomia para metástase sobrevida 5 anos até 50%;
Carcinomatose peritoneal pior prognóstico.
Quem deve fazer o rastreamento para ca colorretal?
Idade maior que 50 anos (independente de sintomas ou história familiar);
História pessoal ou familiar:
• pólipos benignos;
• câncer no intestino;
• câncer em outros órgãos (ovário, endométrio e mama);
• PAF/HNPCC;
• retocolite ulcerativa/doença de Crohn;
• radioterapia prévia.
Obs: se o paciente apresenta fatores de risco, deve começar o estadiamento aos 40 anos ou 10 anos antes do surgimento do câncer no parente.
Como é feito o rastreamento para ca colorretal?
Exame físico anualmente;
Pesquisa de sangue oculto nas fezes anualmente;
Retossigmoidoscopia flexível a cada 5 anos;
Colonoscopia a cada 10 anos;
Obs: para os grupos de risco, priorizar colonoscopia.
Qual o tratamento para o carcinoma colorretal in situ?
Polipectomia.
Qual o tratamento quando o adenocarcinoma colorretal ultrapassa a lâmina própria?
Ressecção cirúrgica.
Como é feito o tratamento cirúrgico com intenção curativa?
Resseção cirúrgica do tumor primário e linfonodos regionais;
Margem distal livre: 1,5 a 2,0 cm;
Margem proximal: pelo menos 5 cm;
Resseção de no mínimo 15 linfonodos.
Como é feito a ligadura dos vasos na cirurgia de ressecção do ca colorretal?
Ligadura na origem do principal tronco vascular.
O que é a cirurgia de Hartmann?
Colostomia terminal e o fechamento do coto distal do intestino grosso, geralmente o reto.
Geralmente feita em pacientes submetidos a ressecções colônicas em caráter de urgência, principalmente quando há elevado risco de fístula da anastomose, dificuldade técnica, instabilidade hemodinâmica ou peritonite fecal.
Quando deve-se realizar a excisão total de mesorreto?
Em tumores de reto médio e baixo.
Qual a conduta em um paciente com lesão em reto médio ou baixo classificado como T2?
Retossigmoidectomia com excisão toral do mesorreto.
Quando fazer a ressecção local no tumor de reto? (Ressecção apenas da lesão)
T1 (tendo feito USG endoanal ou RNM);
Bem diferenciado;
<3 cm;
<40% circunferência acometida.
O que fazer nos pacientes com tumor de reto antes da cirurgia (T3)?
NEOADJUVÂNCIA: Radio e quimio pré-operatórias.
Indicada em tumores abaixo da reflexão peritoneal (tocáveis - médio e baixo), e a partir de T3N0.
Qual o tratamento dos pacientes com tumor de reto tocável? (reto baixo e médio)
Radioterapia + Quimioterapia seguido por retossigmoidectomia.
Qual a conduta em pacientes com tumor de reto baixo acometendo o aparelho esfincteriano ou em indivíduos com incontinência?
Radioterapia + Quimioterapia neoadjuvante seguida reestadiamento após 8 semanas de amputação abdominoperineal do reto (operação de Miles).
Quando fazer a adjuvancia (quimioterapia) pós-operatória no ca de reto e quando iniciar?
Se linfonodos + (estágio III);
Linfonodo negativo estádio II:
੦ se pouco diferenciados;
੦ localmente avançados;
੦ invasão angiolinfática e perineural.
Início de 4 a 6 semanas após a cirurgia.
Quando indicar tratamento paliativo para o paciente com ca colorretal?
Metástases irressecáveis;
Invasão de estruturas vitais;
Carcinomatose.
Qual o objetivo da excisão total do mesorreto no tratamento do adenocarcinoma de reto?
Reduzir recidiva tumoral local.
O que pode ser feito no tratamento paliativo?
Ressecções com anastomoses;
Ressecção + estoma;
Colostomia;
Ileostomia;
Derivações internas.
Como fazer o seguimento do paciente após o tratamento de ca colorretal?
De 3/3 meses por 2 anos:
੦ avaliação clínica, CEA
De 6/6 meses de 2 a 5 anos:
੦ avaliação clínica, CEA
Anualmente após 5 anos:
੦ avaliação clínica, CEA
Até 5 anos - fazer 1x ao ano:
੦ TC tórax, abdome e pelve.
Colonoscopia:
੦ 1 ano após a cirurgia;
੦ a cada 3 a 5 anos após.
Resumo da abordagem.
Carcinoma in situ somente a polipectomia;
Invasão ultrapassando a mucosa → colectomia com linfadenectomia;
Tumor em Reto tocável: quimio e radioterapia neoadjuvante;
Seguimento com CEA, avaliação de pulmão, fígado e
colonoscopia