AFECÇÕES MOTORAS DO ESÔFAGO Flashcards
Quais os grupos de divisão dos distúrbios de motilidade esofágicos?
Primários e secundários.
Qual a classificação distúrbios primários de motilidade do esôfago?
Esôfago hipercontrátil (esôfago em quebra noses e EEI hipertensivos);
Esôfago hipocontrátil;
Motilidade descoordenada;
Acalásia.
Quais os distúrbios hipercontráteis do esôfago?
Esôfago em quebra-nozes;
EEI hipertensivo.
Quais os tipos de distúrbios hipocontráteis do esôfago?
Motilidade esofágica ineficaz;
EEI hipotônico.
Qual estrutura deficiente está envolvida diretamente no desenvolvimento da acalásia?
EEI.
O que é a acalásia?
Afecção na qual há distúrbio de motilidade esofágica, com incoordenação peristáltica (aperistalse) e falha de relaxamento do EEI.
O que é o megaesôfago?
Alteração anatômica secundária a acalásia (nem sempre está presente).
Qual a principal causa da acalásia/megaesôfago em países latinos?
Doença de Chagas (endêmica no Brasil).
O que é a acalásia idiopática?
Doença inflamatória de causa desconhecida, caracterizada por aperistalse e falha do relaxamento do EEI, com disfagia e pode evoluir com desnutrição.
(Não está relacionada à doença de chagas).
Quais as etiologias possíveis da acalásia idiopática?
Vírus neurotrópico ou exposição à toxinas.
Como ocorre a acalásia idiopática?
Destruição dos plexos submucosos de Auerbach e Meissner. Alterações de peristalse.
Qual a sequência de eventos que ocorre no esôfago na acalásia?
Aperistalse e dificuldade de relaxamento do EEI leve. Hipertrofia das fibras musculares do esôfago e dilatação. Mais destruição e resposta inflamatória, ocorrendo aperistalse geral com megaesôfago.
Qual a fisiopatologia da acalásia?
Degeneração inflamatória dos neurônios produtores de oxido nítrico;
Neurônios colinérgicos poupados;
Diminuição dos plexos do esôfago;
Estase esofágica com hipertonia;
Hipertrofia e espessamento da parede esofágica;
Megaesôfago: piora da estase alimentar com adelgaçamento e perda da tonicidade muscular.
Qual o principal sintoma da acalásia?
Disfagia.
Qual o quadro clínico da acalásia?
Disfagia (principal);
Eructação – 85%;
Reflexo esôfago-salivar;
Regurgitação – 76 a 95%;
Pneumonia aspirativa;
Dor torácica e pirose – 40 a 60%;
Perda de peso;
Uso de “manobras” para facilitar deglutição.
Diagnósticos diferenciais da acalásia.
Esclerodermia;
Estenose cáustica;
Estenose por refluxo;
Divertículos esofágicos;
Neoplasia.
Como ocorre o megaesôfago chagásico?
Destruição dos plexos ganglionares mioentéricos por liberação de substâncias neurotóxicas ou
ação autoimune.
Como se faz o diagnóstico da doença de chagas?
É necessário positividade em pelo menos 2 testes:
Fixação de complemento – Machado Guerreiro;
ELISA;
hemaglutinação indireta;
imunofluorescência indireta.
Quais exames de imagem podem ser feitos para auxiliar o diagnóstico de acalásia/megaesôfago?
Raio X do tórax (pouca função);
EED;
EDA;
ELETROMANOMETRIA ESOFÁGICA.
Quais os achados radiológicos do megaesôfago no EED?
Estase de contraste por mau esvaziamento do conteúdo esofágico para o estômago
Dilatação do esôfago;
Afilamento gradual do esôfago distal (sinal do bico de pássaro ou cauda de rato);
Ondas terciárias;
Ausência de bolha gástrica.
Como é feita classificação de rezende e moreira do megaesôfago?
Grau I – até 4 cm (normal) + retenção de contraste;
Grau II – 4 a 7 cm;
Grau III – 7 a 10 cm;
Grau IV – maior que 10 cm.
Qual é a classificação mais utilizada no megaesôfago?
Classificaçãode Pinotti:
Qual a função da EDA?
Identificar se existem lesões associadas como:
Esofagite;
Câncer;
Leucoplasia (lesões pré malignas).
Além disso, permite realização de biópsia.
Qual o exame padrão-ouro para diagnóstico de acalásia?
Manometria esofágica.
Quais são os achados comuns da manometria esofágica na acalásia?
Ausência de peristaltismo do corpo esofágico; Relaxamento ausente (acalásia) ou incompleto do EEI; Tônus pressórico basal do EEI elevado (\> 45 mmHg) ou normal; Pressão intraesofágica maior que a intragástrica.
Quais as principais complicações do megaesôfago e acalásia?
Desnutrição;
Pneumonia aspirativa;
Esofagite, acantose e leucoplasia;
CEC;
Afecções associadas: cardiopatia, megaesôfago, megaduodeno, acalásia de piloro…
Como é feito o tratamento clínico da acalásia?
Atuação na musculatura lisa e esfincteriana (anticolinérgicos, nitratos, BBC, antagonistas B-adrenérgicos…)
Tratamento endoscópico;
Toxina botulínica;
Cirurgia.
Para quais pacientes é feito o tratamento endoscópico da acalásia?
Megaesôfago graus I e II, incipiente, cirurgia prévia realizada, gestantes, pacientes sem condições cirúrgicas.
Quais as cirurgias existentes para o tratamento da acalásia?
Cirurgia de Heller-Pinotti;
Cardioplastia;
Esofagectomia (reconstrução com estômago, utilizando via mediastinal posterior).
Quais os tipos de cirurgia para o tratamento do megaesôfago?
Procedimento conservador (forma não avançada); Esofagectomia (forma avançada).
Qual o objetivo do tratamento cirúrgico na forma não avançada da acalásia?
Eliminação da acalásia;
Controle do refluxo secundário;
Permitir que o peristaltismo residual funcione.
Qual a cirurgia mais utilizada no tratamento da forma não avançada da acalásia e como é feita?
Cirurgia de Heller-Pinotti. Faz-se uma ressecção de fita muscular (destruição do esfíncter) em 3 cm abaixo e 6 cm acima da TEG.
Posteriormente coloca-se uma válvula parcial antirrefluxo.
Qual a complicação mais comum da cardiomiotomia com fundoplicatura (cirurgia de Heller-Pinotti?
Perfuração esofágica ou gástrica.
O que é a síndrome de Boerhaave?
Ruptura espontânea do esôfago devido ao aumento de pressão intraesofágica combinada com
pressão intratorácica negativa.
Qual a principal causa da síndrome de Hoerhaave?
Esforço intenso de vômito.
Como é feito o diagnóstico da síndrome de Hoerhaave?
Evidência de pneumomediastino/pneumoperitônio;
Raio-x com contraste hidrossulúvel evidenciando um vasamento do contraste.
TC: evidência de derrame pleural com líquido no mediastino e bolhas de ar.
Como é feito o tratamento da síndrome de Boerhaave?
Inicialmente:
Jejum;
ATB;
Drenagem se necessário.
Em caso de falha no tratamento clínico, incica-se a cirurgia:
Reparo da laceração e drenagem;
Esofagectomia em casos extremos.
O que é o espasmo esofagiano difuso (espásmo esofágico distal)?
Desordem de motilidade relativamente rara;
Envolvimento de músculo liso;
Dor torácica e disfagia;
Qual a característica na manometria do espásmo esofágico distal?
Contrações aperistálticas em mais de 20%;
Ondas de pressão em picos;
Contrações espontâneas e relaxamento incompleto do EEI;
O que é o esôfago em “quebra nozes” e quais suas características?
Dor torácica não explicada – 12% esôfago em quebra-nozes;
Associado a DRGE;
Contrações peristálticas de alta amplitude nos 10 cm distais do esôfago;
Pressão média distal >220 mmHg.
Tratamento do espasmo esofagiano difuso e esôfago em quebra-noses?
O que á a acalásia vigorosa?
Ausência do relaxamento do EEI, mas presença de peristalse (diferentemente da acalásia);
Presença de atividade espástica ocasionalmente.
Qual doença autoimune do tecido conjuntivo pode provocar acalásia e quais seus principais sintomas?
Esclerose sistêmica. Podendo provocar pirose (70%) e Disfagia (45%).