Aula 8 P1 Flashcards
Introdução à Tireoide: Anatomia, Histologia e Fisiologia
Excelente! Vamos fazer uma análise completa, aprofundada e didática deste slide de introdução à Patologia da Tireoide, com base nos principais livros de Patologia (Robbins & Cotran, Rubin, entre outros). Abaixo está a explicação detalhada de 100% das informações apresentadas.
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Introdução à Tireoide: Anatomia, Histologia e Fisiologia
- “Dois lóbulos conectados pelo istmo”
• Anatomia macroscópica:
A glândula tireoide está localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo da cartilagem tireoidea (conhecida como pomo de Adão). Ela apresenta dois lóbulos laterais (direito e esquerdo) conectados por uma estrutura fina chamada istmo, que atravessa anteriormente a traqueia.
• Ocasionalmente, pode haver um lobo piramidal, vestígio do ducto tireoglosso. - “Lóbulos compostos por folículos revestidos por epitélio cuboide a colunar e repletos de tireoglobulina”
• Histologia básica:
• A unidade funcional da tireoide é o folículo tireoidiano, uma estrutura esférica revestida por epitélio simples cuboide ou colunar, dependendo do estado funcional da glândula.
• No interior dos folículos há um material coloidal viscoso rico em tireoglobulina, uma glicoproteína grande produzida pelas células foliculares.
• Quando a tireoide está mais ativa, o epitélio tende a ser colunar e a reabsorção de colóide é aumentada. Quando está inativa, o epitélio se torna aplainado (pavimentoso simples). - “Células foliculares convertem a tireoglobulina em tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3)”
• A síntese hormonal ocorre em várias etapas:- Captação de iodo pela célula folicular via simporte Na+/I- (estimulada por TSH).
- Oxidação do iodo e sua ligação à tireoglobulina (organificação).
- Formação de monoiodotirosina (MIT) e diiodotirosina (DIT), que se acoplam formando T3 (MIT + DIT) e T4 (DIT + DIT).
- A tireoglobulina iodada é internalizada e hidrolisada em lisossomos, liberando T3 e T4 na circulação.
• T3 é mais potente, mas T4 é produzido em maior quantidade e convertido em T3 nos tecidos periféricos por desiodases.
- “Hormônio da tireoide – efeitos celulares: estimulação de carboidratos, catabolismo de lipídeos e estimulação da síntese proteica. AUMENTO DA TAXA METABÓLICA!”
• Ações fisiológicas dos hormônios tireoidianos (T3 e T4):
• Metabolismo basal: Aumentam a taxa metabólica basal (BMR), gerando mais calor (efeito calorigênico).
• Sistema cardiovascular: Aumentam débito cardíaco e frequência cardíaca (via maior sensibilidade às catecolaminas).
• Metabolismo de carboidratos: Estimulam gliconeogênese, glicogenólise e absorção intestinal de glicose.
• Lipídeos: Aumentam a lipólise, diminuem os níveis séricos de colesterol e triglicerídeos.
• Proteínas: Em doses fisiológicas, estimulam síntese proteica; em excesso, aumentam catabolismo proteico (perda muscular).
• Sistema nervoso central: Essencial para o desenvolvimento neurológico fetal e infantil.
• Crescimento e desenvolvimento: Atuam em sinergia com GH.
• Todos esses efeitos resultam em um grande aumento da atividade metabólica corporal, justificando o uso de letras maiúsculas no slide. - “Células parafoliculares (células C): produzem calcitonina”
• Células parafoliculares (ou células C):
• Localizadas entre os folículos ou no interior do epitélio folicular, são de origem neuroendócrina (derivadas da crista neural).
• Produzem calcitonina, hormônio que reduz os níveis de cálcio sérico ao inibir a atividade osteoclástica.
• Apesar de sua função na regulação do cálcio, a calcitonina é menos importante fisiologicamente no humano adulto.
• As células C são as células de origem do carcinoma medular da tireoide, uma neoplasia maligna bem específica.
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Figura inferior esquerda: Eixo Hipotálamo-Hipófise-Tireoide
Essa imagem mostra o eixo hipotálamo-hipófise-tireoide (HHT):
1. TRH (tireotropina liberadora) é liberado pelo hipotálamo.
2. Estimula a hipófise anterior a liberar TSH (hormônio estimulante da tireoide).
3. TSH se liga ao seu receptor na célula folicular tireoidiana, ativando a via da proteína Gs/cAMP, que promove:
• Captura de iodo
• Síntese e secreção de T3 e T4
• Crescimento da glândula (efeito trófico)
4. T3 e T4 fazem feedback negativo no hipotálamo (reduz TRH) e na hipófise (reduz TSH).
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Imagem central direita: Macroscopia da Tireoide
• Essa imagem mostra uma tireoide saudável ou levemente aumentada, com coloração acastanhada e aspecto lobulado. Alterações nesse padrão podem ser vistas em bócios, tireoidites ou tumores.
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Imagem inferior direita: Histologia normal da tireoide
• Mostra um tecido com folículos bem organizados e epitélio cúbico, indicando um estado funcional normal ou levemente ativo.
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Se quiser, já posso seguir explicando o próximo slide de “Hipertireoidismo”. Pode mandar!
Hipertireoidismo – Explicação Completa
Perfeito! Vamos agora fazer uma análise profunda, completa e extremamente didática dos slides sobre hipertireoidismo, com base nos livros Robbins & Cotran – Patologia, Rubin – Patologia e literatura médica complementar atual.
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Hipertireoidismo – Explicação Completa
DEFINIÇÕES ESSENCIAIS
Hipertireoidismo x Tirotoxicose
• Tirotoxicose: Síndrome clínica causada por excesso de hormônios tireoidianos circulantes (T3 e T4). Pode ocorrer por diferentes causas (não necessariamente por hipertireoidismo).
• Hipertireoidismo: Forma mais comum de tirotoxicose; ocorre quando há hiperfunção da glândula tireoide, com produção aumentada e sustentada de T3 e T4.
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Etiologia do Hipertireoidismo (Slide 6/112)
Causas Primárias (intrínsecas à tireoide)
1. Doença de Graves (85% dos casos):
• Doença autoimune em que autoanticorpos (TSI) ativam de forma contínua o receptor de TSH.
• Resulta em hiperplasia difusa da glândula e superprodução de T3 e T4.
• Caracteriza-se por bócio difuso, sinais oculares e, às vezes, dermopatia (mixedema pré-tibial).
2. Bócio multinodular tóxico:
• Presença de múltiplos nódulos autonomamente funcionantes.
• Resulta da hiperplasia clonal de células com mutações ativadoras do receptor de TSH.
3. Adenoma tóxico (adenoma de Plummer):
• Tumor benigno funcionante, produz T3/T4 independentemente de TSH.
• Pode evoluir de nódulo solitário.
Causas Secundárias (extrínsecas à tireoide)
• Ex: Adenoma hipofisário secretor de TSH – muito raro, mas promove hiperestimulação da tireoide.
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Manifestações Clínicas – Estado Hipermetabólico (Slides 6, 7, 9)
A. Manifestações Sistêmicas Gerais (Slide 6)
1. Aumento do metabolismo:
• Pele fina, quente, ruborizada (vasodilatação periférica).
• Intolerância ao calor, sudorese excessiva.
• Perda de peso com aumento do apetite.
2. Sistema cardiovascular:
• Taquicardia (frequente e precoce), palpitações, cardiomegalia, arritmias (inclusive fibrilação atrial em idosos).
• Em casos graves, pode ocorrer insuficiência cardíaca de alto débito.
3. Sistema nervoso simpático (hiperatividade adrenérgica):
• Tremores finos, ansiedade, insônia, labilidade emocional, hiperatividade, dificuldade de concentração.
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B. Outras Manifestações Clínicas (Slide 7)
4. Miopatia tireoideana:
• Fraqueza muscular proximal, sem aumento de enzimas musculares.
• Paciente relata dificuldade para subir escadas, levantar-se da cadeira.
5. Sistema gastrointestinal:
• Hipermotilidade intestinal: diarreia frequente, má absorção, dor abdominal leve.
6. Olhos (orbitopatia de Graves):
• Olhar fixo, arregalado, retratação palpebral.
• Proptose (exoftalmia): somente na Doença de Graves por infiltração imunomediada da musculatura orbitária (mostrado na imagem do slide 9).
• Patogênese: infiltração por linfócitos T, aumento de matriz extracelular e adipócitos orbitários.
7. Sistema esquelético:
• Aumento da reabsorção óssea, levando à osteoporose e risco aumentado de fraturas.
• Pode haver aumento de cálcio urinário e perda óssea acelerada.
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C. Situações Especiais (Slide 9)
8. Tempestade tireoidiana (crise tireotóxica):
• Emergência médica: início súbito de hiperatividade extrema da glândula.
• Triggers: infecções, cirurgia, trauma em pacientes não tratados.
• Quadro: hipertermia, taquiarritmias graves, agitação, vômitos, coma.
• Alta mortalidade se não tratada prontamente.
9. Hipertireoidismo apático:
• Observado em idosos.
• Pode simular depressão: perda de peso, fraqueza, depressão, disfunção cardíaca.
• Muitas vezes sem sinais clássicos como hiperatividade ou tremor.
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Diagnóstico Laboratorial (Slide 9)
• TSH sérico:
• Diminuído, mesmo nas fases iniciais.
• TSH é o teste mais sensível para detectar disfunção tireoidiana.
• T4 livre (T4L):
• Aumentado na maioria dos casos.
• T3 livre também pode estar aumentado, mas T4 livre é mais confiável.
• T3 tóxico: em alguns casos, T3 está aumentado com T4 normal – típico de fases iniciais da Doença de Graves.
• Exames complementares:
• Cintilografia da tireoide com iodo radioativo (I¹²³): ajuda a distinguir causas.
• Autoanticorpos anti-receptor de TSH (TRAb): positivos na Doença de Graves.
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Resumo Visual – Imagem Clínica (Slide 9)
A foto mostra um paciente com exoftalmia bilateral e retratação palpebral:
• Tipicamente associada à Doença de Graves.
• A musculatura extrínseca ocular está infiltrada por células inflamatórias.
• Esse quadro pode persistir ou até progredir independentemente do tratamento do hipertireoidismo.
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Se quiser, posso continuar com o próximo slide. Quer que eu siga?
HIPOTIREOIDISMO – EXPLICAÇÃO COMPLETA
Perfeito! Agora vamos analisar em profundidade os slides sobre hipotireoidismo, seguindo a mesma abordagem: didática, completa, aprofundada e baseada nos principais livros de patologia, especialmente o Robbins & Cotran – Patologia: Bases Patológicas das Doenças.
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HIPOTIREOIDISMO – EXPLICAÇÃO COMPLETA
Definição Geral (Slide 13/112)
• O hipotireoidismo é um estado clínico resultante da deficiência de hormônios tireoidianos (T3 e T4).
• Essa deficiência pode surgir de um desarranjo estrutural ou funcional, afetando a síntese, secreção ou ação dos hormônios tireoidianos.
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Classificação Etiológica
- Hipotireoidismo primário:
• A causa está na própria glândula tireoide, que não consegue produzir quantidades adequadas de T3 e T4.
• TSH elevado, como resposta compensatória da hipófise.
• Causas:
• Tireoidite de Hashimoto (mais comum em áreas com iodo suficiente)
• Deficiência de iodo (em áreas endêmicas)
• Iatrogênico (cirurgia, radioiodoterapia, medicações) - Hipotireoidismo secundário (central):
• A falha está na hipófise (baixa produção de TSH) ou no hipotálamo (baixa liberação de TRH).
• Níveis baixos de TSH e, consequentemente, baixos níveis de T3 e T4.
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Epidemiologia
• Prevalência relativamente alta:
• Cerca de 0,3% da população tem hipotireoidismo clínico.
• Hipotireoidismo subclínico (TSH elevado, T4 normal): cerca de 4% da população.
• Incidência aumenta com a idade, especialmente em mulheres idosas.
• 10x mais frequente em mulheres do que em homens — influências autoimunes e hormonais.
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Formas Específicas de Hipotireoidismo (Slides 14 a 16)
- CONGÊNITO (Slide 14)
Causas:
• Deficiência endêmica de iodo na dieta:
• Ainda prevalente em algumas regiões (Himalaia, partes da China e África).
• Sem iodo, a tireoide não consegue sintetizar T3/T4.
• Erros inatos do metabolismo:
• Ex: defeitos em enzimas da organificação do iodo (síntese hormonal).
• Doenças genéticas raras.
• Agenesia ou hipoplasia tireoidiana:
• Ausência ou desenvolvimento incompleto da glândula.
• Forma mais grave de hipotireoidismo congênito.
Consequência clínica principal:
• Cretinismo (explicado a seguir).
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- AUTOIMUNE (Slide 15)
• Causa mais comum de hipotireoidismo em áreas com ingestão adequada de iodo.
Tireoidite de Hashimoto:
• Doença autoimune crônica, caracterizada pela destruição progressiva da tireoide por linfócitos T.
• Presença de anticorpos antitireoglobulina e anti-TPO (peroxidase tireoidiana).
• Inicialmente, pode haver leve hipertireoidismo (fase de liberação hormonal), evoluindo para hipotireoidismo.
• Fator de risco para linfoma de células B da tireoide.
Síndrome Poliendócrina Autoimune (SPA):
• Hipotireoidismo pode fazer parte de síndromes autoimunes com múltiplas glândulas afetadas (ex: Addison, DM tipo 1).
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- IATROGÊNICO (Slide 16)
• Ablativo:
• Cirurgia tireoidiana (ex: tireoidectomia total ou subtotal).
• Radioiodoterapia (I¹³¹), comum no tratamento de doença de Graves e câncer de tireoide.
• Radiação externa:
• Irradiação da região cervical pode danificar a tireoide (ex: tratamento de linfoma).
• Medicações:
• Lítio, amiodarona, inibidores da tirosina quinase e interferon-alfa são exemplos de fármacos que podem induzir hipotireoidismo.
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CRETINISMO (Slides 16 e 17)
Definição
• Forma grave de hipotireoidismo congênito, que se manifesta no início da infância.
• O nome vem de “cristão” (pessoas com deficiência mental, consideradas puras e inocentes na Idade Média).
Etiologia
• Comum em regiões com deficiência grave de iodo (Himalaia, partes da China e África).
• Também pode decorrer de defeitos genéticos ou agenesia tireoidiana.
Consequências clínicas
• Afeta profundamente o desenvolvimento do sistema esquelético e sistema nervoso central:
• Retardo mental severo
• Baixa estatura
• Face grosseira e inchada
• Língua protrusa (macroglossia)
• Hérnia umbilical
• As imagens dos slides ilustram essas características com clareza: uma criança com face mixematosa, tronco curto, membros curtos e atraso de desenvolvimento.
Importância da triagem neonatal
• O teste do pezinho (triagem neonatal) detecta hipotireoidismo congênito precocemente.
• Tratamento precoce com levotiroxina evita sequelas irreversíveis.
Excelente, vamos agora para a explicação completa dos slides sobre Mixedema, que representam o hipotireoidismo em crianças mais velhas e adultos, com base principalmente no Robbins & Cotran – Patologia e complementado por fontes clínicas confiáveis.
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Mixedema – Hipotireoidismo no Adolescente e Adulto (Slides 18 de 112)
Definição
• Mixedema é o termo clínico utilizado para designar o hipotireoidismo sintomático em crianças maiores, adolescentes e adultos.
• É distinto do cretinismo, que é a forma congênita e precoce da deficiência de hormônio tireoidiano.
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Manifestações clínicas – Explicação detalhada
- LENTIDÃO DAS ATIVIDADES FÍSICA E MENTAL
• Redução global da atividade metabólica.
• Sinais e sintomas:
• Letargia, fadiga crônica, apatia.
• Diminuição da capacidade de concentração e lentificação do pensamento.
• Podem se confundir com quadros de depressão maior. - Perfil metabólico e cardiovascular
• Ganho de peso, intolerância ao frio (devido à menor termogênese).
• Redução do débito cardíaco:
• Pode gerar bradicardia, hipotensão, e intolerância a esforço físico.
• Perfil aterogênico:
• Hipotireoidismo leva ao aumento de colesterol total e LDL pela redução na expressão dos receptores hepáticos de LDL.
• Aumenta risco de aterosclerose e doença cardiovascular. - Apatia e alterações comportamentais
• O paciente geralmente está sem energia, desmotivado, com humor deprimido.
• Esses achados são clássicos em pacientes com hipotireoidismo não diagnosticado.
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- Mixedema propriamente dito: edema mucinoso característico
Mecanismo
• Ocorre acúmulo de substâncias da matriz extracelular (MEC), especialmente:
• Glicosaminoglicanos (como ácido hialurônico e condroitina).
• Essa substância atrai água e se acumula em:
• Pele, tecido subcutâneo e órgãos internos (vísceras).
Características clínicas típicas:
• Edema duro (não depressível), diferentemente do edema por insuficiência cardíaca.
• Aumento da língua (macroglossia).
• Rugosidade e espessamento da pele.
• Rosto arredondado e inexpressivo, com pálpebras inchadas.
• Engrossamento da voz (pela infiltração da laringe).
• Pode ocorrer surdez, obstipação crônica, menorragia e infertilidade.
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Diagnóstico Laboratorial (Slide 18)
- TSH aumentado:
• Na maioria dos casos (hipotireoidismo primário), há uma resposta compensatória da hipófise, elevando o TSH.
• O TSH é o marcador mais sensível para rastreamento e diagnóstico de disfunção tireoidiana. - T4 livre sérico reduzido:
• Embora não mencionado no slide, é essencial na prática clínica.
• Confirmatório após TSH alterado.
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Resumo Clínico Importante – Comparando as Formas de Hipotireoidismo
Forma Idade de início Principais achados
Cretinismo Neonatal / infância precoce Retardo mental, baixa estatura, macroglossia, hérnia umbilical
Mixedema Crianças mais velhas, adolescentes e adultos Apatia, lentidão, intolerância ao frio, edema duro (não depressível), dislipidemia
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Se quiser, posso continuar com os próximos tópicos da aula, como tireoidite de Hashimoto, bócio, neoplasias, ou qualquer outro tema dos slides seguintes. Deseja que eu siga?
TIREOIDITE DE HASHIMOTO – AULA COMPLETA
Perfeito! Vamos agora para a explicação completa, aprofundada e didática da Tireoidite de Hashimoto, com base no Robbins & Cotran – Patologia, Rubin, e literatura complementar atualizada. A tireoidite de Hashimoto é um dos principais temas da patologia tireoidiana e aparece com frequência em provas e na prática clínica.
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TIREOIDITE DE HASHIMOTO – AULA COMPLETA
DEFINIÇÃO E HISTÓRICO (Slide 24/112)
• É a tireoidite autoimune crônica mais comum.
• Também chamada de tireoidite linfocítica crônica.
• Foi descrita pela primeira vez por Hakaru Hashimoto, em 1912, como “struma lymphomatosa”.
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PATOGÊNESE – MECANISMOS IMUNOLÓGICOS (Slides 24 e 25/112)
- Natureza autoimune
• Ocorre perda da autotolerância imunológica aos antígenos da tireoide.
• Essa perda leva à ativação de mecanismos imunológicos que destroem progressivamente a glândula. - Mecanismos imunes envolvidos (explicados na ilustração do slide 25):
• Citotoxicidade mediada por células T CD8+:
• Reconhecem antígenos tireoidianos e induzem apoptose das células foliculares.
• Células T CD4+ do tipo Th1:
• Produzem IFN-γ, que ativa macrófagos, promovendo lesão indireta.
• Anticorpos antitireoidianos (produzidos por plasmócitos):
• Anti-tireoglobulina (anti-Tg)
• Anti-peroxidase tireoidiana (anti-TPO)
• Esses anticorpos também promovem citotoxicidade mediada por células NK (citotoxicidade dependente de anticorpo). - Fatores genéticos
• Forte associação com polimorfismos nos genes CTLA4 e PTPN22, envolvidos na regulação da resposta imune.
• Pode ocorrer em famílias ou com outras doenças autoimunes (como DM tipo 1 e lúpus).
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EPIDEMIOLOGIA (Slide 25/112)
• Faixa etária comum: 45 a 65 anos.
• Mulheres são 10 a 20 vezes mais afetadas do que homens.
• Pode ocorrer em crianças, embora mais raro.
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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (Slide 27/112)
• Aumento indolor e difuso da tireoide (bócio não doloroso).
• Desenvolvimento gradual e progressivo de hipotireoidismo:
• Inicialmente, a função pode ser normal (ou até levemente aumentada), mas há deterioração com o tempo.
• Pode haver hipotireoidismo transitório, seguido de recuperação parcial ou permanente.
• Associação com outras doenças autoimunes, como:
• Endócrinas: DM tipo 1, Doença de Addison.
• Não endócrinas: Lúpus eritematoso sistêmico (LES), síndrome de Sjögren.
Complicação importante:
• Aumento do risco de linfoma B da zona marginal extranodal (linfoma MALT) na glândula tireoide.
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MACROSCOPIA (Slide 27/112)
• Tireóide difusamente aumentada, pálida, firme e nodular.
• Cápsula geralmente está intacta.
• Pode haver confusão macroscópica com neoplasia devido ao aspecto nodular.
A comparação das imagens mostra tireoides normais (vermelhas, moles e homogêneas) versus glândulas alteradas pela Hashimoto (mais opacas, firmes e nodulares).
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HISTOLOGIA (Slide 30/112)
- Infiltrado inflamatório mononuclear intenso:
• Rico em linfócitos T e B.
• Presença de centros germinativos é comum (semelhante ao tecido linfoide secundário). - Destruição dos folículos tireoidianos:
• Os folículos ficam atróficos, com colóide escasso ou ausente. - Células de Hürthle (ou células oxifílicas):
• Metaplasia das células foliculares como resposta ao dano crônico.
• Possuem citoplasma granular, abundante e eosinofílico (rica em mitocôndrias).
• São uma característica histológica marcante da doença. - Fibrose intersticial:
• Pode ocorrer nas formas mais avançadas, mas sem destruição da cápsula, o que diferencia da tireoidite de Riedel (forma esclerosante).
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RESUMO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Parâmetro Hashimoto
Natureza Autoimune
Hormônio TSH Aumentado
T4 livre Diminuído
Anticorpos Anti-TPO, Anti-Tg
Progressão Lenta, crônica
Risco Linfoma, outras autoimunes
Sexo Mulheres (10–20:1)
Idade 45–65 anos
Sinal clínico Bócio indolor e difuso
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Se quiser, posso continuar agora com a Tireoidite Granulomatosa (de Quervain), que aparece logo no slide seguinte, ou com qualquer outro segmento da aula. Deseja que eu prossiga?
TIREOIDITE GRANULOMATOSA (DE QUERVAIN)
Perfeito! Vamos agora para a explicação completa, aprofundada e didática sobre a Tireoidite Granulomatosa, também conhecida como Tireoidite de Quervain, com base no Robbins & Cotran – Patologia, Rubin – Patologia, e literatura médica atual.
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TIREOIDITE GRANULOMATOSA (DE QUERVAIN)
DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA (Slide 33/112)
• Também chamada de:
• Tireoidite subaguda granulomatosa
• Tireoidite de Quervain
• É a causa mais comum de dor tireoidiana.
• Predomina em:
• Mulheres (4:1)
• Idade: entre 40 e 50 anos
• Menos comum que a tireoidite de Hashimoto.
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ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA (Slides 33 e 34/112)
Associação com infecção viral:
• Acometimento geralmente precedido por infecção de vias aéreas superiores.
• Vírus implicados:
• Coxsackievirus
• Caxumba
• Sarampo
• Adenovírus
Mecanismo imunológico provável:
• Mecanismo sugerido: reação inflamatória pós-viral.
• Inflamação destrói temporariamente os folículos tireoidianos, liberando T3 e T4 em excesso (tirotoxicose transitória).
Importante:
• Ao contrário da tireoidite de Hashimoto, não é um processo autoimune crônico autoperpetuado.
• É autolimitado! (ou seja, o organismo se recupera espontaneamente na maioria dos casos).
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CLÍNICA E CURSO TEMPORAL (Slides 34 e 35/112)
- Sintomas:
• Dor cervical anterior:
• Pode irradiar para mandíbula, orelhas, ou parte posterior do pescoço.
• Sensibilidade à palpação tireoidiana (diferencial em relação à Hashimoto, que é indolor).
• Febre, mal-estar, fadiga. - Sinais tireoidianos transitórios:
• Fase inicial: tireotoxicose leve a moderada (devido à liberação hormonal dos folículos danificados).
• Evolui para:
• Eutireoidismo
• Algumas vezes, hipotireoidismo transitório
• A função da tireoide costuma se normalizar em 6–8 semanas, mas pode levar até 6 meses. - Alterações morfológicas:
• Aumento da glândula:
• Pode ser uni ou bilateral
• Transiente, firme, e doloroso
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HISTOLOGIA (Slide 36/112)
Padrão histológico clássico:
• Inflamação granulomatosa com células gigantes multinucleadas:
• Essas células englobam material coloidal extravasado.
• Linfócitos e neutrófilos presentes nos estágios iniciais.
• Evolui para formação de granulomas organizados.
• Lesão folicular evidente (perda da arquitetura normal).
A imagem histológica do slide mostra folículos destruídos, colóide extravasado, macrófagos e células gigantes fagocitando o material — padrão típico da tireoidite granulomatosa.
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RESUMO DIFERENCIAL: HASHIMOTO vs QUERVAIN
Característica Hashimoto Quervain
Tipo de processo Autoimune crônico Inflamatório pós-viral agudo
Dor Não Sim (dolorosa)
Curso Permanente Autolimitado
Sexo Mulheres (10–20:1) Mulheres (4:1)
Células características Células de Hürthle, linfócitos Células gigantes, granulomas
Estado funcional Hipotireoidismo crônico Tirotoxicose transitória → normalização
Risco de linfoma Aumentado Não associado
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Se desejar, posso continuar com os próximos tipos de tireoidite (como Tireoidite de Riedel) ou passar para bócios, nódulos tireoidianos ou tumores malignos da tireoide. Deseja que eu continue?
DOENÇA DE GRAVES – AULA COMPLETA
Ótimo! Vamos agora para a explicação completa, aprofundada e didática da Doença de Graves, com base nos principais livros de Patologia, especialmente o Robbins & Cotran – Patologia: Bases Patológicas das Doenças.
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DOENÇA DE GRAVES – AULA COMPLETA
INTRODUÇÃO HISTÓRICA (Slide 39/112)
• Descrita por Robert James Graves em 1835.
• Frases históricas:
• “Palpitações contínuas, violentas e longas.”
• “Afecção recém-observada da tireoide em mulheres.”
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DEFINIÇÃO
• A doença de Graves é uma doença autoimune caracterizada por:
• Hiperatividade difusa da glândula tireoide (hipertireoidismo).
• Aumento difuso da tireoide (bócio)
• Efeitos extra-tireoidianos: exoftalmia (orbitopatia de Graves) e dermopatia (mixedema pré-tibial).
• É a causa mais comum de hipertireoidismo endógeno.
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TRÍADE CLÁSSICA (Slide 40/112)
- Hipertireoidismo com aumento difuso da glândula:
• Estímulo excessivo dos receptores de TSH pelos autoanticorpos (TSI) → produção exagerada de T3 e T4. - Oftalmopatia (Exoftalmia, Proptose):
• Inflamação e acúmulo de matriz extracelular nos músculos extraoculares e tecido retroorbitário.
• Não está relacionada diretamente aos níveis hormonais.
• Pode persistir ou piorar mesmo após tratamento do hipertireoidismo. - Dermopatia (Mixedema pré-tibial):
• Menos comum (~5% dos pacientes).
• Espessamento da pele, geralmente na região anterior da perna.
• Deposição de glicosaminoglicanos e infiltração inflamatória.
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EPIDEMIOLOGIA
• Pico de incidência: 20–40 anos.
• Predomínio feminino: cerca de 10:1.
• Mais comum em indivíduos com história pessoal ou familiar de outras doenças autoimunes.
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PATOGÊNESE (Slide 41/112)
- Autoanticorpos (produzidos por linfócitos B):
• TSI (Thyroid-Stimulating Immunoglobulin):
• Autoanticorpo contra o receptor de TSH.
• Mima a ação do TSH, ativando a via do AMPc e estimulando crescimento celular e produção de T3 e T4.
• Também há anticorpos anti-TPO e anti-Tg em muitos pacientes. - Fatores genéticos:
• Genes CTLA4 e PTPN22:
• Regulam a resposta imune e estão envolvidos em várias doenças autoimunes.
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E LABORATORIAIS (Slide 42/112)
• Aumento da tireoide: simétrico e difuso.
• Superatividade simpática:
• Tremor, taquicardia, ansiedade, hiperreflexia.
• Exoftalmia: pode ocorrer e progredir independentemente do controle hormonal.
• Laboratório:
• T3 e T4 elevados
• TSH suprimido (por feedback negativo)
• TRAb positivo em mais de 95% dos casos
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MORFOLOGIA MACROSCÓPICA (Slide 43/112)
• Aumento simétrico da glândula.
• Cor: vermelha viva.
• Consistência: macia ou carnosa, semelhante a músculo esquelético (diferente da firmeza da Hashimoto).
• Pode haver leve nodularidade, mas geralmente é difusa e homogênea.
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MORFOLOGIA MICROSCÓPICA (Slide 45/112)
- Células foliculares:
• Altas, colunares, hiperplásicas e hipertróficas.
• Formam papilas sem eixo fibrovascular (diferente do carcinoma papilífero).
• Aspecto de “superpopulação” folicular. - Colóide:
• Claro, pálido e com margens recortadas, em “mordidas”.
• Representa reabsorção ativa de colóide (por pinocitose apical). - Infiltrado linfóide:
• Frequentemente presente, com centros germinativos.
• Reflete a autoimunidade subjacente.
A imagem histológica do slide mostra exatamente essas alterações: folículos com células colunares hiperplásicas, colóide com margens irregulares e infiltrado linfocítico exuberante.
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RESUMO COMPARATIVO: DOENÇA DE GRAVES X HASHIMOTO
Característica Graves Hashimoto
Hormônios T3/T4 aumentados, TSH baixo T3/T4 baixos, TSH alto
Anticorpos TRAb (TSI), anti-TPO Anti-TPO, anti-Tg
Aspecto da glândula Vermelha, macia, carnosa Pálida, firme, nodular
Microscopia Células altas, papilas sem eixo, colóide claro Células de Hürthle, folículos atróficos
Clínica Tirotoxicose, proptose, bócio Hipotireoidismo progressivo
Risco de linfoma Não Sim (linfoma B MALT)
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Se desejar, posso continuar com os nódulos tireoidianos, adenomas foliculares, carcinoma papilífero ou o que vier na sequência da aula. Quer que eu siga?
bócio difuso e multinodular
Claro! Aqui está novamente a explicação completa, didática e aprofundada sobre bócio difuso e multinodular, com base no Robbins & Cotran – Patologia e fontes clínicas atualizadas.
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BÓCIO: CONCEITO GERAL
• Bócio é definido como qualquer aumento da glândula tireoide, independentemente da função hormonal (pode ser eutireoideo, hipertireoideo ou hipotireoideo).
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BÓCIO DIFUSO NÃO TÓXICO (Slides 48 a 51)
- Definição e Fisiopatologia
• Aumento generalizado e homogêneo da tireoide, sem nódulos visíveis ou palpáveis.
• Em geral, função tireoidiana preservada (eutireoidismo).
• Ocorre por redução da síntese de hormônios tireoidianos (geralmente por deficiência de iodo), o que leva ao aumento compensatório de TSH.
• O TSH estimula hipertrofia e hiperplasia das células foliculares, provocando o aumento da glândula. - Tipos
• Endêmico:
• Afeta populações com baixa ingestão de iodo (>10% da população).
• Mais comum em regiões montanhosas ou rurais.
• Esporádico:
• Mais frequente em mulheres jovens e durante a puberdade.
• Causas:
• Substâncias bociogênicas (ex: repolho, couve, lítio, etc.).
• Defeitos enzimáticos hereditários.
• Idiopático (sem causa identificável).
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- Morfologia (Slide 51)
Duas fases:
• Fase hiperplásica:
• Aumento da glândula, epitélio folicular alto (semelhante à Doença de Graves).
• Fase de involução colóide:
• Ocorre com o aumento do iodo ou redução da demanda hormonal.
• Epitélio involuído (achatado/cuboide), e os folículos se enchem de colóide → formando o bócio colóide.
A imagem mostra folículos distendidos por colóide e epitélio achatado: típico da fase colóide.
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BÓCIO MULTINODULAR (Slides 52 a 57)
- Definição
• Evolução natural do bócio difuso, devido a episódios repetidos de hiperplasia e involução.
• Resulta em aumento da tireoide com múltiplos nódulos de tamanhos variados. - Fisiopatologia
• Estímulo crônico por TSH leva a crescimento desordenado.
• Algumas células adquirem mutações ativadoras → crescimento autônomo (sem dependência de TSH).
• Pode evoluir para bócio multinodular tóxico.
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- Morfologia Macroscópica
• Tireoide aumentada, assimétrica, multinodular.
• Nódulos com:
• Colóide abundante
• Áreas de hemorragia, fibrose, calcificações, e cistos.
• Pode pesar até 2 kg (normal: 10–25 g).
• Pode se estender ao mediastino: bócio mergulhante/intratorácico.
As imagens mostram glândulas com nódulos grandes, áreas císticas e hemorrágicas.
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- Histologia (Slide 57)
• Nódulos com colóide variável.
• Folículos de tamanhos e formas irregulares.
• Sem cápsulas bem definidas entre os nódulos (diferente de adenomas foliculares).
As lâminas mostram essa desorganização típica, com áreas com muito colóide e outras com pouco.
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CLÍNICA (Slide 54)
Efeito de massa:
• Compressão de estruturas cervicais:
• Disfagia, dispneia, rouquidão, compressão vascular.
Função hormonal:
• A maioria é eutireoidea ou apresenta hipertireoidismo subclínico.
• 10% evoluem para hipertireoidismo clínico: bócio multinodular tóxico (Síndrome de Plummer).
Risco de neoplasia:
• Presente em <5% dos casos.
• Quando ocorre, geralmente é carcinoma folicular ou papilífero dentro de um nódulo.
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RESUMO COMPARATIVO
Característica Bócio Difuso Não Tóxico Bócio Multinodular
Forma Difusa e homogênea Assimétrica e nodular
Causa comum Deficiência de iodo Evolução do bócio difuso
Estado funcional Eutireoideo Eutireoideo ou tóxico
Risco de câncer Muito raro <5%
Efeito compressivo Raro Comum em casos volumosos
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Se quiser, posso seguir com os adenomas foliculares, carcinoma papilífero da tireoide e demais neoplasias tireoidianas que vêm na sequência da aula. Deseja que eu continue?
NEOPLASIAS DA TIREOIDE
Perfeito! Vamos continuar de onde paramos. Abaixo segue a explicação detalhada, completa e didática sobre os conteúdos dos slides que você enviou, cobrindo tudo até os carcinomas da tireoide:
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NEOPLASIAS DA TIREOIDE
Introdução: Tumorações e Neoplasias
• Prevalência: Nódulos solitários ocorrem em 1% a 10% da população.
• Natureza não neoplásica: A maioria dos nódulos tireoidianos são lesões benignas e não neoplásicas.
• Razão benignos:malignos: Cerca de 10:1.
• Sobrevida: Mais de 90% de sobrevida aos 20 anos, pois mesmo os carcinomas são frequentemente indolentes.
Fatores de Risco para Malignidade:
• Nódulo solitário (maior risco que múltiplos).
• Nódulo em paciente jovem ou homem (maior chance de neoplasia).
• História de radiação em cabeça e pescoço.
• Nódulos quentes (funcionantes) são geralmente benignos.
• Nódulos frios (não captam iodo): maior risco de malignidade.
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ADENOMAS FOLICULARES
Características gerais
• Neoplasias benignas derivadas do epitélio folicular.
• Geralmente solitárias, discretas e encapsuladas.
• Não costumam ser precursoras de carcinoma, mas compartilham mutações genéticas.
Genética
• Menos de 20% têm mutações em genes como:
• RAS, PIK3CA
• Gene de fusão PAX8-PPARG.
Clínica
• Massa indolor unilateral, descoberta ao acaso.
• Quando volumosas, causam efeito de massa.
• Nódulos frios na cintilografia.
Diagnóstico
• Feito por punção aspirativa ou cirurgia com biópsia excisional.
Morfologia
• Lesão esférica, capsulada e bem delimitada (difere do bócio).
• Cápsula geralmente fina.
• Folículos uniformes com coloide, mitoses raras.
• Pode haver metaplasia para células de Hürthle.
• Alterações distróficas em grandes tumores: hemorragia, necrose, calcificação.
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CARCINOMAS DA TIREOIDE
Incidência e tipos
• Raros, mas os mais comuns entre os cânceres endócrinos.
• Derivação:
• 85% papilíferos (células foliculares)
• 5–15% foliculares
• 5% medulares (células C)
• <5% anaplásicos (altamente agressivos)
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GENÉTICA DOS CARCINOMAS
Papilífero
• RET/PTC (20–40%) e BRAF (prognóstico ruim).
• Exposição à radiação é fator de risco importante.
Folicular
• Mutação ativadora de RAS, PI3K/AKT.
• Perda de PTEN (supressor tumoral).
• Translocação PAX8-PPARG (também nos adenomas).
Anaplásico
• Inativação de P53, ativação da beta-catenina.
• Pode surgir de papilífero ou folicular.
Medular
• Mutação germinativa no RET.
• Relacionado à síndrome MEN 2 (Neoplasia Endócrina Múltipla tipo 2).
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CARCINOMA PAPILÍFERO
Epidemiologia
• Mais comum entre 25–50 anos.
• Associado à exposição à radiação ionizante.
• Excelente prognóstico.
Clínica
• Nódulos assintomáticos ou massa linfonodal.
• Em doença avançada: rouquidão, disfagia, tosse.
• Disseminação linfática é mais comum.
• Metástases hematogênicas raras (ex: pulmão).
Macroscopia
• Tumor bem delimitado, às vezes com cápsula, fibrose, cistos e calcificações.
Microscopia
• Papilas com eixo fibrovascular.
• Alterações nucleares características:
• Núcleo claro (tipo “órfã Annie”)
• Pseudofendas nucleares
• Pseudoinclusões
• Corpos psamomatosos (calcificações concêntricas).
Variantes
• Folicular: núcleo papilífero com arquitetura folicular (pode ser confundido).
• Células altas/colunares: mais agressivos.
• Microcarcinomas: <1cm, bom prognóstico.
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CARCINOMA FOLICULAR
Epidemiologia
• Mais comum em mulheres.
• Idade: 40–60 anos.
• Mais frequente em áreas com deficiência de iodo.
Clínica
• Nódulo indolor, de crescimento lento.
• Nódulos frios na cintilografia.
• Disseminação hematogênica (ossos, pulmões, fígado).
Morfologia
• Nódulo único e bem delimitado, mas pode ser invasivo.
• Com ou sem cápsula.
• Presença de células de Hürthle.
• Diagnóstico definitivo: invasão da cápsula (diferença de adenoma).
• Calcificações e hemorragias são comuns nos maiores.
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Claro! Aqui está a explicação aprofundada, didática e completa dos três últimos slides enviados, abordando os carcinomas anaplásico e medular da tireoide com base nos principais livros de patologia (como o Robbins & Cotran e Rosai).
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Carcinoma Anaplásico da Tireoide
Características Gerais:
• Indiferenciado: é um dos tumores mais agressivos do corpo humano. As células perdem completamente as características do epitélio tireoidiano.
• Extrema agressividade: tem mortalidade próxima de 100%, com sobrevida média de poucos meses após o diagnóstico.
• Idade média: afeta predominantemente pacientes idosos, com média de idade de 65 anos.
• Crescimento rápido: forma massas volumosas, geralmente com invasão local (traqueia, esôfago, vasos).
• Metástases frequentes: especialmente pulmonares, já no momento da apresentação.
• Sintomas compressivos: como disfagia, disfonia e dispneia, são comuns devido ao efeito de massa.
Morfologia microscópica:
• Células altamente anaplásicas, com morfologia variável:
• Células gigantes pleomórficas: com múltiplos núcleos ou núcleos grandes e irregulares.
• Células fusiformes: lembrando sarcomas.
• Padrões mistos também são frequentes.
• Altíssima atividade mitótica.
• Necrose tumoral extensa e invasão de estruturas adjacentes são comuns.
Importante: geralmente se desenvolve a partir de carcinomas bem diferenciados, como o papilífero ou folicular, após aquisição de mutações adicionais (ex: p53, beta-catenina).
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Carcinoma Medular da Tireoide
Origem:
• Neoplasia neuroendócrina originada das células C parafoliculares, que produzem calcitonina.
• Não se origina das células foliculares, por isso não capta iodo.
Epidemiologia:
• 70% são esporádicos, geralmente entre os 40 e 50 anos.
• 30% são familiares, associados a síndromes genéticas:
• MEN 2A e MEN 2B
• Doença familiar isolada
• Associados a mutações germinativas do gene RET.
• Podem ocorrer em crianças ou jovens.
Manifestações clínicas:
• Massa cervical anterior com sintomas compressivos: disfagia, rouquidão.
• Pode haver síndromes paraneoplásicas por produção hormonal ectópica (ex: ACTH, VIP).
• CEA (antígeno carcinoembrionário) também pode ser produzido e usado como marcador tumoral.
Morfologia:
• Macroscopicamente: lesões firmes, infiltrativas, com áreas de necrose e hemorragia.
• Microscopia óptica:
• Células poliédricas, em ninhos, trabéculas ou folículos rudimentares.
• Depósitos de amiloide no estroma, derivados da calcitonina — evidenciados por corante vermelho Congo.
• Microscopia eletrônica: grânulos eletrodensos no citoplasma (calcitonina).
• Em casos familiares, pode haver hiperplasia de células C no restante da glândula.
Características especiais:
• Bilateralidade e multicentricidade são comuns nos casos familiares.
• Pode invadir além da cápsula e causar metástases precoces.
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Se quiser, posso montar uma tabela comparativa entre os principais carcinomas da tireoide para facilitar a revisão! Deseja isso?