Aula 4: Infecções Cardíacas Flashcards

1
Q

O que é endocardite infecciosa e quais são os fatores de risco associados a essa condição?

A

Endocardite infecciosa é uma infecção do endocárdio, a camada interna do coração, geralmente causada por bactérias. Os fatores de risco incluem uso de drogas intravenosas, próteses valvares, cardiopatias congênitas ou adquiridas, histórico de endocardite prévia, entre outros. Por exemplo, um paciente que fez uso de drogas intravenosas sem a devida esterilização do equipamento pode desenvolver endocardite.

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2
Q

Quais são as fases da fisiopatologia da endocardite infecciosa?

A

A fisiopatologia da endocardite infecciosa envolve várias fases. Inicialmente, ocorre a bacteremia, onde os microrganismos estão presentes no sangue. Em seguida, há a adesão desses microrganismos ao endotélio anormal ou danificado das válvulas cardíacas. Isso é seguido pela colonização, onde os microrganismos se proliferam formando uma vegetação junto com inflamação. Por exemplo, bactérias como Staphylococcus aureus podem aderir e se multiplicar nas válvulas cardíacas, levando à formação de vegetações.

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3
Q

Como é o quadro clínico da endocardite infecciosa no estágio subagudo?

A

No estágio subagudo da endocardite infecciosa, os sintomas podem se desenvolver ao longo de semanas a meses. Os pacientes podem apresentar sintomas vagos como febre baixa, sudorese noturna, fadiga, mal-estar e perda de peso. Um exemplo seria um paciente com histórico de problemas cardíacos que gradualmente desenvolve febre e fadiga sem uma causa aparente.

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4
Q

Quais são os sinais clínicos comuns da endocardite infecciosa aguda?

A

Na endocardite infecciosa aguda, os sintomas se desenvolvem rapidamente em questão de dias. Os pacientes podem apresentar febre alta, sopro cardíaco, toxemia com calafrios, artralgias e evidências de comprometimento de outros órgãos devido à disseminação da infecção. Por exemplo, um paciente que teve uma infecção dental não tratada pode desenvolver rapidamente febre alta, sudorese e sopro cardíaco.

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5
Q

Como é feito o diagnóstico de endocardite infecciosa?

A

O diagnóstico de endocardite infecciosa é baseado na suspeita clínica e em uma série de exames. Isso inclui hemoculturas para identificar o microrganismo causador da infecção, exames de imagem como ecocardiograma para detectar vegetações e avaliar a função cardíaca, além de critérios como os critérios de Duke modificados. Por exemplo, um paciente com febre persistente e sopro cardíaco pode ser submetido a hemoculturas e ecocardiograma para confirmar o diagnóstico.

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6
Q

Quais são os principais agentes causadores de endocardite infecciosa?

A

Os principais agentes causadores de endocardite infecciosa incluem Staphylococcus aureus, estreptococos, Enterococcus faecalis e outros microrganismos como os do grupo HACEK. Por exemplo, Staphylococcus aureus é uma das principais bactérias responsáveis por casos de endocardite infecciosa, especialmente em pacientes com válvulas cardíacas anormais.

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7
Q

Quais são as complicações possíveis da endocardite infecciosa?

A

As complicações da endocardite infecciosa podem ser locais e sistêmicas. Localmente, podem ocorrer abscessos cardíacos, anormalidades no sistema de condução do coração, insuficiência valvar que leva à insuficiência cardíaca e até mesmo aneurismas micóticos. A nível sistêmico, a infecção pode se disseminar através de embolização, levando a infartos pulmonares, pneumonias, infecções em outros órgãos como rins, baço, sistema nervoso central, pele e região renal. Além disso, podem ocorrer fenômenos imunomediados, como glomerulonefrite difusa.

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8
Q

Qual é o tratamento para a endocardite infecciosa?

A

O tratamento da endocardite infecciosa geralmente envolve o uso de antibióticos intravenosos de longa duração, adaptados ao microrganismo identificado e seu perfil de susceptibilidade. Em casos graves, pode ser necessário o debridamento cirúrgico ou reparo valvar. Além disso, é importante avaliar e tratar possíveis fontes de bacteremia, como cateteres internos ou dispositivos médicos. A anticoagulação pode ser suspensa em pacientes com complicações como embolia cerebral.

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9
Q

Como é feita a profilaxia da endocardite infecciosa?

A

A profilaxia da endocardite infecciosa varia conforme os protocolos regionais, mas geralmente envolve a administração de antibióticos para pacientes de alto risco antes de procedimentos invasivos, como dentários, respiratórios, geniturinários ou gastrointestinais, que possam causar bacteremia. A dose única de antibióticos é administrada imediatamente antes do procedimento.

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10
Q

O que é miocardite e quais são as suas possíveis causas?

A

Miocardite é a inflamação do músculo cardíaco, geralmente causada por agentes infecciosos como vírus, bactérias, protozoários ou fungos. Também pode ser desencadeada por reações autoimunes, toxinas, medicamentos cardiotóxicos ou alergias. Por exemplo, um paciente que contrai um vírus como o Coxsackie pode desenvolver miocardite.

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11
Q

Quais são os sinais clínicos comuns da miocardite infecciosa?

A

Os sinais clínicos da miocardite infecciosa dependem da gravidade da lesão e da etiologia. Podem incluir febre, mialgias, sinais de insuficiência cardíaca como dispneia e edema, palpitações, arritmias e, em casos graves, morte súbita. Por exemplo, um paciente com miocardite por Coxsackie pode apresentar febre, dor torácica e sinais de insuficiência cardíaca.

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12
Q

Como é feito o diagnóstico de miocardite?

A

O diagnóstico de miocardite envolve a análise dos sintomas clínicos, exames de imagem como eletrocardiograma (ECG), enzimas cardíacas (troponinas), exames de imagem cardíaca como ecocardiograma e, em casos específicos, biópsia endomiocárdica para confirmar a presença de inflamação no músculo cardíaco. Por exemplo, um paciente com suspeita de miocardite pode realizar um ecocardiograma para avaliar a função cardíaca e detectar possíveis alterações.

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13
Q

Quais são os principais sinais clínicos de endocardite infecciosa no exame físico?

A

No exame físico, alguns sinais clássicos de endocardite infecciosa incluem hemorragias subungueais, manchas de Roth (hemorragias retinianas), hemorragia conjuntival, esplenomegalia ou baqueteamento digital, nódulos de Osler (nódulos subcutâneos eritematosos dolorosos) e lesões de Janeway (pápulas eritematosas não dolorosas). Por exemplo, a presença de nódulos de Osler pode ser um indicativo específico de endocardite infecciosa.

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14
Q

Como é feito o diagnóstico diferencial entre endocardite infecciosa e miocardite?

A

O diagnóstico diferencial entre endocardite infecciosa e miocardite é realizado com base nos sintomas clínicos, nos exames laboratoriais e nos exames de imagem. Enquanto a endocardite infecciosa geralmente apresenta sinais como febre, sopro cardíaco e outros sinais clínicos específicos, a miocardite pode se manifestar com sintomas de insuficiência cardíaca, arritmias e alterações nos exames cardíacos como o ECG e a ecocardiografia. A biópsia endomiocárdica também pode ser realizada para diferenciar entre as duas condições.

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15
Q

Quais são as medidas de suporte importantes no tratamento das infecções cardíacas?

A

As medidas de suporte no tratamento das infecções cardíacas incluem o controle da insuficiência cardíaca com o uso de medicamentos como diuréticos e vasodilatadores, o tratamento das arritmias com antiarrítmicos, a monitorização clínica e laboratorial regular para avaliar a resposta ao tratamento e possíveis complicações, além do suporte psicológico e nutricional adequado. Por exemplo, um paciente com endocardite infecciosa e insuficiência cardíaca pode necessitar de monitorização rigorosa da pressão arterial, da função renal e dos eletrólitos.

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16
Q

Quais são os sinais de sobrecarga cardíaca que podem estar presentes nas infecções cardíacas?

A

Os sinais de sobrecarga cardíaca nas infecções cardíacas podem incluir estertores pulmonares devido à congestão pulmonar, jugulares ingurgitadas, edema periférico, terceira bulha cardíaca, sopros cardíacos devido a alterações nas válvulas cardíacas, e cardiomegalia detectada em exames de imagem como radiografias de tórax. Por exemplo, um paciente com endocardite infecciosa avançada pode apresentar edema de membros inferiores, estertores pulmonares e um sopro cardíaco audível ao exame físico.

17
Q

Qual é o papel dos exames laboratoriais no diagnóstico das infecções cardíacas?

A

Os exames laboratoriais desempenham um papel crucial no diagnóstico das infecções cardíacas. Hemoculturas são essenciais para identificar o microrganismo causador da infecção. Além disso, exames como hemograma completo, provas de atividade inflamatória (como PCR e VHS), dosagem de troponinas e enzimas cardíacas são úteis para avaliar a gravidade da infecção, presença de inflamação e possível comprometimento cardíaco. Por exemplo, um aumento nos níveis de troponinas pode indicar lesão cardíaca em casos de miocardite ou infarto relacionado à endocardite.

18
Q

Como a ecocardiografia é utilizada no diagnóstico das infecções cardíacas?

A

A ecocardiografia desempenha um papel fundamental no diagnóstico das infecções cardíacas. Ela pode detectar vegetações nas válvulas cardíacas, avaliar a função cardíaca, identificar complicações como abscessos cardíacos e anormalidades estruturais, e guiar procedimentos como drenagem de líquido pericárdico. A ecocardiografia pode ser transtorácica (via externa) ou transesofágica (via interna), sendo esta última mais sensível para identificar pequenas vegetações e complicações. Por exemplo, uma ecocardiografia transesofágica pode revelar a presença de vegetações valvares em um paciente com suspeita de endocardite.

19
Q

Quais são as estratégias de tratamento específicas para pacientes com endocardite infecciosa e miocardite?

A

O tratamento para endocardite infecciosa geralmente envolve o uso de antibióticos intravenosos de amplo espectro, seguidos pela terapia direcionada ao microrganismo identificado após resultados de culturas. Em casos graves com complicações como abscessos cardíacos, pode ser necessária intervenção cirúrgica para drenagem e reparo valvar. Já para miocardite, o tratamento é direcionado para controlar a inflamação e os sintomas, incluindo repouso, medicamentos anti-inflamatórios, diuréticos e suporte para insuficiência cardíaca, dependendo da gravidade. Por exemplo, um paciente com endocardite infecciosa por Staphylococcus aureus pode ser tratado com antibióticos como a vancomicina, enquanto um paciente com miocardite viral pode receber anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e monitoramento da função cardíaca.

20
Q

Quais são os critérios utilizados para diferenciar endocardite infecciosa definida, possível e descartada?

A

Os critérios de Duke são amplamente utilizados para diferenciar endocardite infecciosa definida, possível e descartada. Endocardite definida requer a presença de dois critérios patológicos maiores, ou um critério patológico maior e dois critérios menores, ou um critério patológico maior e três critérios menores, ou um critério patológico maior e cinco critérios menores.
Já a endocardite possível é sugerida por três critérios menores. Endocardite descartada é estabelecida quando há outro diagnóstico firme, ausência de recorrência após antibioticoterapia curta, ausência de identificações macroscópicas durante cirurgia ou autópsia, ou quando o paciente não se enquadra nos critérios de doença definida ou possível.
Por exemplo, um paciente com hemoculturas positivas para Staphylococcus aureus, presença de vegetações em ecocardiografia e febre prolongada pode ser diagnosticado com endocardite infecciosa definida de acordo com os critérios de Duke.

21
Q

Qual é o papel dos exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) e PET-CT, no diagnóstico e tratamento das infecções cardíacas?

A

Os exames de imagem como tomografia computadorizada (TC) e PET-CT desempenham um papel importante no diagnóstico e tratamento das infecções cardíacas. A TC pode ser utilizada para avaliar a presença de abscessos cardíacos, identificar complicações como a disseminação da infecção para a aorta ou outros órgãos, e guiar procedimentos cirúrgicos. Já o PET-CT é útil para identificar áreas de inflamação ativa, auxiliando na detecção de focos infecciosos e na avaliação da resposta ao tratamento. Por exemplo, em um paciente com endocardite infecciosa suspeita de complicações como abscesso cardíaco, a TC pode ser usada para confirmar a presença do abscesso e orientar o planejamento cirúrgico.

22
Q

Quais são os principais cuidados odontológicos recomendados para pacientes com história de endocardite infecciosa?

A

são recomendados cuidados odontológicos específicos para prevenir a ocorrência de bacteremia causada por manipulação dental. Isso inclui a utilização de antibióticos profiláticos antes de procedimentos dentários invasivos que possam gerar sangramento gengival, como extrações dentárias ou raspagens periodontais. A escolha do antibiótico profilático e a dosagem devem ser baseadas nas diretrizes atualizadas de cada país ou instituição. Por exemplo, um paciente com próteses valvares cardíacas pode receber antibioticoterapia antes de um tratamento dentário para prevenir a bacteremia e potenciais complicações.

23
Q

Quais são as implicações das infecções cardíacas durante a gravidez?

A

As infecções cardíacas durante a gravidez podem ter implicações importantes tanto para a mãe quanto para o feto. Mulheres com histórico de endocardite infecciosa ou outras condições cardíacas devem ser monitoradas de perto durante a gravidez devido ao risco aumentado de complicações como insuficiência cardíaca, arritmias e embolia. Além disso, a terapia medicamentosa para infecções cardíacas pode precisar ser ajustada para garantir a segurança da mãe e do bebê. Uma avaliação multidisciplinar envolvendo obstetras, cardiologistas e infectologistas é essencial para o manejo adequado dessas situações.

24
Q

Quais são as medidas de prevenção primária recomendadas para evitar infecções cardíacas?

A

As medidas de prevenção primária para evitar infecções cardíacas incluem a promoção de hábitos saudáveis de vida, como uma dieta equilibrada, atividade física regular, não fumar e evitar o consumo excessivo de álcool. Além disso, é importante manter a saúde bucal através de cuidados odontológicos adequados e seguindo as recomendações de profilaxia antibiótica antes de procedimentos dentários invasivos para pacientes de alto risco. A vacinação contra doenças infecciosas, como a vacina contra o vírus da gripe e a vacina pneumocócica, também pode ser recomendada em certos casos para reduzir o risco de infecções que possam afetar o coração.

25
Q

Quais são os aspectos psicossociais a serem considerados no cuidado de pacientes com infecções cardíacas?

A

No cuidado de pacientes com infecções cardíacas, é importante considerar os aspectos psicossociais para garantir uma abordagem holística e integral. Isso inclui o suporte emocional para lidar com o estresse e a ansiedade relacionados ao diagnóstico e tratamento da infecção cardíaca, orientações sobre mudanças no estilo de vida e adesão ao tratamento medicamentoso, educação sobre sinais de alerta e complicações, e a importância do acompanhamento médico regular. O envolvimento da família e o acesso a recursos de apoio psicológico e social também são fundamentais para promover o bem-estar global do paciente.