Aula 24 -Livro V e VII Flashcards
Aristóteles diz de todas as técnicas de educação nos regimes políticos, a que é mais importante é aquilo que ele chama educação cívica.
Portanto, nós temos sempre este problema em Aristóteles, que é associação da matéria à forma política, sempre este problema, nós quanto vamos à matéria, à forma, há uma tensão, uma desatuação, e isso põe em causa a estabilidade do regime. Portanto, educação tem de ser sempre também esta a ação de conformação da matéria e a forma.
O que é a forma e o que é a matéria?
Forma política –» É o regime.
Matéria–» A população, é quantidade de população; e depois também tem haver questão do território.
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Educação tem de ser uma conformação política da população aos fins, às finalidades dos regimes.
Se nós temos uma diversidade de regimes, já sabemos que vamos para os nossos clássicos Democracia e a Oligarquia, então significa que há uma educação democrática e há uma educação oligarca.
Quando Aristóteles fala da educação cívica, ele está a falar nesta globalidade educações políticas. Ou seja, cada regime político tem um determinado espírito, é esta ideia que os regimes incorporam um conjunto de bens humanos que se destacam acima dos outros bens humanos, e eles são utilizados num certo tipo de vida humana.
Ex: A educação democrática, é uma educação para a conformação às finalidades do regime democrático.
Não é educar para nós a obedecermos e considerar verdadeiro tudo aquilo que os governantes democráticos dizem, nem tudo aquilo que os governantes oligárquicos dizem.—» Isso seria condicionamento do nosso pensamento, não é isso que está em causa, a cada regime educar e preparar a população, no caso de democracia viver democraticamente, no caso da oligarquia viver oligarquicamente.
O quê que acontece se os regimes educar as suas populações numa educação cívica?
Então, se um dos regimes não prepara as suas populações para as qualidades desse mesmo regime, então está a cometer uma contradição entre a população (a matéria) e o regime (aqui é a forma). —-» Aristóteles diz, aqui a educação cívica é o fator mais decisivo para perduração daquilo dos regimes.
Como é que é a educação cívica?
A educação cívica vai variar de regime para regime.
O regime democrático, mas e se no valor da igualdade, o da oligarquia baseia-se no valor da desigualdade, portanto, uma educação democrática será a da conformidade da condição ao valor da igualdade, na educação oligarca será uma educação da população, aceitar os mais ricos devem mandar, e os meus pobres devem obedecer.
3 objetivos do governo tirânico:
1-A tirania visa amesquinhar a alma dos seus súbitos, da sua população.
Megalopsuchia é quem vai governar honra sobre todas as outras virtudes, então o que é a magnanimidade?———————»Megalopsuchia= alma grande. Em magnanimidade= Magnaanimias= Uma alma grande (latim).
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É uma virtude da grandeza da alma, o que é que ela acrescenta às virtudes que nós já conhecemos, justiça, Phronesis, da coragem, da temperança?—» Ela é todas essas virtudes, numa versão extraordinária.
Megalopsuchia, tem a consciência plena da sua superioridade, da sua grandeza; portanto a sua superioridade sobre os outros. E essa consciência, é de tal ordem que:
1. Ele sabe que é merecedor de todas as honras.
- Todas as honras do mundo não são suficientes para reconhecer aquela grandeza, portanto, ele não exige a desilusão.
A magnanimidade, é o maior elogio a tese aristocrática de Platão e Aristóteles, que pressupõe desigualdades muito difundidas entre os seus humanos. Portanto, quem está no topo desta e hierarquia de humanos é Magnaanimias, acima de todos os outros.
Então o que é que a tirania faz? —» A tirania quer é produzir este objetivo, que haja micropsuchia na sua população. O quê é micropsuchia?—-»É o contrário de Magalopsuchia, é ter a alma pequena. O que é que significa ter uma alma pequena? —-» Para governar, nós temos de ser capazes de cultivar e praticar as virtudes.
Uma das razões, porque nós temos de diminuir a alma dos nossos súditos, é para eles sentirem-se vulneráveis no exercício do poder, portanto, não surgirem se contra o nosso poder tirânico.
2- Disseminar desconfiança entre eles.
Para impedir que eles se aproximem. Se eles se aproximarem, dá-se o caso deles juntarem-se para agir em comum. Quando eles se juntam eles sentam-se mais fortes e, portanto, sentem-se menos vulneráveis perante o tirano.
3- É uma consequência dos outros dois, a ideia é impedir ou por desconfiança uns aos outros nós nos possamos juntar e temos poder para agir. —-» É isso que as tiranias têm de fazer implodir, e é isso que os horroriza, autónomas da decisão humana.
A filosofia política clássica, partem de duas perguntas que são perguntas fundamentais
1-Qual é o melhor regime político? Esta é a pergunta que orienta a ciência política de Platão e Aristóteles.
Essa pergunta não pode ser respondida, sem nós respondemos brevemente, a é uma outra pergunta fundamental:
2-Qual é melhor vida para os humanos, para os homens e para as mulheres?
Só quando nós respondemos a esta pergunta é que podemos responder a primeira, porque o melhor regime político têm as mais nobres das finalidades políticas.
As finalidades políticas, nós temos que saber qual é o modo mais nobre de viver. E qual é que é?
O modo de existência superior é a vida contemplativa, a vida do filósofo.
Para Aristóteles, é uma coincidência neste aspeto, que é um aspeto decisivo, porque a partir de agora, nós já sabemos qual é a finalidade da vida humana.
Nós temos que adequar para responder à pergunta de qual é que é o melhor regime político?—-» É proporcional às condições para que viva a vida melhor, a vida perfeita, mas a vida é perfeita tem que ter este elemento contemplativo.
Existe um modo de vida superior aos outros, então isso significa que existe uma hierarquia de modos de existência, as vidas humanas não
são todas iguais.
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A primeira é a vida contemplativa, é a segunda, mas inferior a primeira é a vida política.
não há dúvida nenhuma que há vidas ainda, mas inferiores à vida política, por exemplo: a vida dedicada aos prazeres do corpo, a vida dedicada a ganhar dinheiro.
As formas vidas superiores têm prioridade, sobre as formas de existência inferiores. —» Isto é o contrário da ética democrática de igualdade não só sobre todos os humanos, mas também de todas as formas escolhidas por esses humanos.
O quê que nós precisamos?
Precisamos de uma matéria que esteja bem adequada, precisamos de conhecer a finalidade da vida humana para percebermos o que é que é o melhor regime político.
Se nós conseguimos reunir determinadas condições, determinadas circunstâncias então, um bom governo, neste caso o melhor de todos os governos, o pior de todos os governantes conseguirá produzir o efeito que nós queremos que é, proporcionar a vida boa aos se os cidadãos.
A vida boa requer determinados recursos e requer um determinado equipamento.
Portanto, para nós vivemos a vida humana, para praticar determinadas virtudes das excelências humanas, nós precisamos de possuir determinados bens humanos.
Que tipo de recursos, que tipo de equipamentos? —-» Há uns que são interiores à pessoa, do corpo e alma de pessoa; e há outros que são externos à pessoa.
Quais são os equipamentos?
Externos à pessoa:
A riqueza. Nós precisamos de ter mais financeiros para não ter de ir trabalhar.
Interiores à pessoa:
- Corpo:
Nós precisamos de saúde no corpo: É uma evidência se nós estivermos a viver uma doença terminal, a nossa existência pode ser caracterizado por muitas maneiras, na medida de compaixão e na medida de amor por todos.
- Alma:
Nem todos nós temos as disposições para praticar as virtudes.—» Nesse aspeto também há um reconhecimento em Aristóteles de desigualdade entre as pessoas.
A forma política que é o regime, reveste uma matéria, e a matéria tem que estar adequada minimamente ao regime. Portanto, as exigências que nós fazemos sobre a matéria são tanto maiores quanto mais perfeitos pela forma política.
Na aristocracia, precisamos de uma matéria que reúna essas condições.
Então a matéria tem 2 aspetos, que nós já vimos:
* Por um lado, a população, quantidade e qualidade
* E por outro, o território, sobretudo a sua extensão
Para fundarmos o melhor regime político, que tipo de matéria nós temos de ter?
A cidade é isolada pode ser feliz.
Porque o contrário de uma cidade que está isolada, será aquela que tem vizinhos, que tem outros Estados perto das suas fronteiras. Se tem outros Estados nas suas fronteiras, que o problema político é imediatamente levantado—-» O problema da sua defesa.
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Então vejam, se nós queremos uma cidade que promova a vida boa para os seus cidadãos, então provavelmente, ela estar isolada do resto do mundo, é a melhor das condições, porque ao menos não vai ter de sacrificar as finalidades instituições militares à prática da guerra.
Isto cria um problema:
Será que conseguimos obter os recursos económicos, a alimentares desde logo se não tivermos vizinhos a quem importar as coisas.
Se a população for demasiado escassa, nós não conseguimos produzir economicamente os bens que precisamos, e estamos numa posição radical de dependência. Agora, é sobre isso, lembrem-se que a comunidade humana da polis é autossuficiente, naquilo que é necessário para as necessidades da vida boa.
Portanto, uma cidade demasiado pequena também não consegue formar as condições para uma vida boa.
Portanto, ela não pode ser demasiado pequena em termos populacionais.
Uma população demasiado grande, não pode ser governada politicamente. Quando a população muito grande não há alternativa senão governar tiranicamente.
Portanto, nós vamos querer uma comunidade política, que seja pequena mas não excessivamente pequena, sabemos porque é que ela não pode ser grande.