Aula 14- Livro II Flashcards
Porquê que a ciência política de Platão se funda num exercício que é estudar uma cidade que não existe?
A ciência política tem como objetivo estudar a política das cidades, dos estados, dos territórios dos povos que existem, e não o contrário. No entanto a ciência política nasce na nossa cultura exatamente desse exercício, de estudar uma cidade que não existe.
O quê que o melhor regime proporciona?
É aquele que proporciona os meios humanos mais importantes, neste caso aprendemos com Platão um regime perfeitamente justo, mas não existe na realidade concreta um regime que seja justo.
Não existe na realidade concreta um regime que seja justo. Então como é que estudamos um regime perfeitamente justo?
Criamos um
Mas porquê que nós precisamos, como Aristóteles percebe que precisa, de constituir uma cidade que não existe?
Para depois conseguir comparar com as cidades atuais. Razões:
1) Precisamos de um padrão
2)Aristóteles vai aprender com Platão que têm de crítica em todos as aspetos.
O quê que a ciência política tem de ter?
1-Temos de conhecer a experiência que completa política do nosso tempo
2-Mas essa análise nunca fica completa se nós não conhecermos as propostas, mesmo que elas não existem.
O que significa: A Polis é uma comunidade.
Significa que as partes que pertencem à Polis tem de partilhar algo em comum, se não, não é uma comunidade.
Nota:
As partes que pertencem à Polis são os cidadãos.
Aristóteles gosta de pensar em dois polos opostos, em que um extremo vicioso (mau) neste caso é partilhamos nada, e o outro partilhamos tudo.—–» Aristóteles vem a ensinar-nos a pensar que, o ponto justo entre estes dois males é entre os dois.
Qual é um, exemplo, de algo que os cidadãos para formar uma comunidade tem de partilhar?
O bem humano é o território
O quê que Aristóteles diz como crítica da teoria da propriedade privada de Platão?
Platão diz:
A propriedade privada é uma fonte de separação das pessoal, então acabamos com a propriedade privada para elas deixarem de terem essa fonte de divisão.
Aristóteles diz:
Se nós unimos demasiado a cidade, ela vai explodir, vai deixar de ser uma cidade, vai deixar de ser Polis.
Aristóteles diz que há a Polis, e há a casa (o lar, o agregado familiar). Ele está a dizer, se querem uma comunidade humana radicalmente unida, então concentrem-se no Oikos tem menos pessoas, uma família é mais uniforme e mais unida. Aristóteles está a dizer que Platão está a deslizar a realidade da polis para assimilar a realidade do Oikos, a polis tem uma natureza própria que não se confunde com a família.
Sócrates defende que a pólis tem um espaço com uma identidade própria que não pode ser reduzida à categoria de uma família do ponto grande. Aristóteles vai dizer o contrário, é na Polis, é na participação política que se pode revelar as grandes virtudes humanas.
O Platão faz deslizar a Polis para um Oikos grande, nós já sabemos o suficiente de Platão para perceber que a crítica de Platão é mais profunda, a crítica é à analogia do homem e cidade.
Aristóteles diz que há uma meditação sobre a questão moral e uma meditação sobre a questão política, elas estão ligadas mas são diferentes.
Porquê?
Questão moral:
A moral/ética é um ramo da Política de Aristóteles que significa que a política é mais abrangente do que a moral, mas o que ele está a dizer como crítica a Platão é que ele faz resumir/subsair a política do que a vertente toda da moral.
E isso leva terminar com a República de Platão com aquelas propostas totalmente disparatadas é porque Platão parte de imoral de justiça que, é na verdade a justiça da alma, e acha que ela é equivalente à justiça que se tem de aplicar na política, que é o mesmo padrão de justiça para a qual pessoal e para a política das cidades.
Questão política:
Há uma diferença de natureza entre a Polis da vertente política e humana então, nós temos de admitir que tem de haver uma matização do plano da justiça.
Então existe uma justiça moral, mas a política exige requisitos próprios porque tem natureza própria para nós pensarmos no plano da justiça em termo político.
Quais são os únicos dois caminhos para aperfeiçoamento da alma?
A Educação e a Razão.
A ideia é tornar a cidade una, porque isso é o melhor para a cidade. Sócrates e Platão dizem que podem fazer isso, com a retiração de direitos, a propriedade privada e a família.
Aristóteles vai dizer que esta errado, porquê?
1)É impossível, porque nós não conseguimos remover a possibilidade da posse.
2)Vai resultar no princípio do efeito contrário que pretendíamos. O efeito que queríamos era todos a falar numa só voz (mesma opinião—–» Concordia), mas o que vai acontecer é conflitos entre as pessoas, o que leva essas pessoas a separarem-se uma das outras.—–»Discórdia
O que é a tragédia dos comuns?
Se nada for meu, eu não tratarei nada como meu. Eu cuido mais em algo meu, então eu não vou dedicar a minha energia, atenção, tempo, sacrifício para cuidar daquilo que não é meu. Se tudo é partilhado, então toda a gente vai pensar da mesma maneira, logo ninguém vai cuidar daquilo que é de todos. ———-» Degradação daquele bem humano.
Aristóteles está a dizer, que nós demitimos de cuidar de algo, tornamos desleixados, tornamos negligentes, tornamos indiferentes, é um tipo de alma inferior. Nós estamos aqui a falar de uma questão da alma, nós tornamos mais pobres espiritualmente. ——–» A propriedade privada tem este efeito.
Aristóteles está a dizer que a amizade é o maior dos bens da cidade, aqui está a concordar com Platão.
Portanto não existe cidade justa sem filia, o quê que isto significa?
Ou seja, sem que os cidadãos tenham laços de afeto uns para com os outros.
Sócrates acha que os cidadãos só terão laços de afetos com os outros, se nós removermos os afetos coloridos (família) porque são fontes de imparcialidade.
Aristóteles diz que isso é um erro, não porque a família não seja importante, ela é o bem fundamental. A família é lugar de formação de classes de afeto. Se não houver família nós vamos ser incapazes de formar classes diferentes, ou seja incapazes de filia