Aula 18- Livro III Flashcards
A primeira questão do regime que se faz, é que qual a extensão de quem é cidadão.
O que é ser cidadão?
Do ponto de vista da ciência política nós temos de passar para o segundo elemento de análise, que é uma definição essencial do que é ser cidadão:
Ser cidadão é participar nas magistraturas do governo e nas magistraturas judiciais. Na atividade da governação e na atividade judicial.
Quais são as duas noções das instituições políticas?
1) Deliberativa,
Governar significa delibar e aí estão incluídos algumas estruturas que nós já conhecemos, as magistraturas de ação limitada que envolvem a manutenção da limpeza das ruas; a gestão de pessoas da cidade, a magistratura dos estrategoi e juntamos a isso também à assembleia onde saíam as leis, onde as pessoas tinham a palavra livremente para dispersar para os seus pares.
2) A função judicial,
De julgar, o funcionamento dos tribunais, nós sabemos que na democracia ateniense, os tribunais funcionavam de maneira muito particular, eram os mesmos cidadãos que seriam jurados e juízes.
Qual é o melhor regime para Aristóteles, no primeiro plano de análise?
A Realeza (uma pessoa) ou a Aristocracia (poucos, mas excelentes).
O que significa que o melhor regime, a esmagadora maioria da população é excluída da participação das magistraturas de deliberação ou judiciais.
Problema:
Aristóteles considera que há virtudes, portanto excelências da alma, que só podem ser praticadas na ação política, e a ação política implica participação.
Então o melhor regime político para Aristóteles vai excluir para a grande maioria da população de viverem a vida boa, da vida excelente
A definição de cidadão difere de regime para regime, mas existe uma concessão que é universal que abrange todos os regime políticos: É definição essencial cidadão é aquela de participar na ação política, significa participar nas magistraturas deliberativas e judiciais.
As diferentes definições de cidadão vai alerta um outro aspeto, a politeia.
A Polis precisa de um número de cidadãos suficientes para ser a comunidade perfeita.
O que é uma comunidade perfeita?
Significa a comunidade completa.—–»A comunidade completa significa a comunidade autossuficiente.—-» E a comunidade autossuficiente significa autossuficiência em tudo aquilo que é necessário para que cada um tenha a possibilidade de viver a vida perfeita.
A vida perfeita e a vida boa, a vida excelente, e que nós sabemos que consiste na vida da prática das excelências humanas ponto as excelências humanas intelectuais, morais e físicas.
As diferentes definições de cidadão, vai alertar um outro aspeto que é a politeia, porquê?
Nós temos a Polis e temos a politeia, a politeia é a forma que a Polis como comunidade está sempre revestida.
As politeias podem mudar, mas a Polis fica a mesma.
Problema:
A politeia tem de ser vista como uma forma de que a Polis se reveste.
Aristóteles que diz: A cidade muda quando muda o regime.
Completa a frase:
Apesar de todas as diferenças de politeia para politeia, apesar de todas as diferenças nas definições de cidadania, há uma coisa que é comum a todas, a __________.
Segurança da comunidade.
Nota:
Aristóteles está a dizer que a segurança da comunidade é um bem humano, não quer dizer que é um bem humano mais nobre————» Não é. Mas é o bem humano primordial por onde começa até a existência das cidades.
Cada regime político tem propósitos a realizar diferentes um dos outros. Nós precisamos de um padrão exterior ao regime, para julgar o regime.
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Nós precisamos da Phusis, daquilo que é por natureza, que corresponde ao critério natural para perceber as imperfeições, as insuficiências, da distância daquilo que é por Nomos, e a politeia é por Nomos.
Nós precisamos de saber qual é a pessoa boa e qual é que é o cidadão bom. Como?
Na pessoa tem de ser do ponto de vista da Phusis, e chegamos à virtude natural, a pessoa boa é aquela que possui a virtude moral natural, a pessoa boa tem bondade, pelo julgamento à luz da Phusis.
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Ponto universal
Para o cidadão estamos a tentar ver o que é bom para o regime, através do Nomos.
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Ponto racial
O melhor regime será aquele em que, a virtude do ser humano enquanto universal e a virtude do ser humano enquanto político, é coincidente. Isso significa também quem em todos os outros regimes ela não é coincidente. Agora os regimes não são todos iguais, portanto há regimes mais injustos e menos injustos.
Essa distância será menor quando estamos a falar de regimes menos injustos, e maior quando estamos a falar de regimes mais injustos
O quê que é um governante prudente?
É o Phronimos.
É aquele que possui a prudência, a Phonesis, (encontramos esta palavra em República de Platão que podemos traduzir por sabedoria).
Phronimos é aquele que sabe melhor do que ninguém escolher nas circunstâncias do aqui do agora.
Aqui em Aristóteles, Phonesis é uma sabedoria prática de ordem prática, ou seja, É distinta da sabedoria virada para outros domínios que os da existência humana.
Phronesis é uma capacidade de discernimento que nas circunstâncias que são dadas, não nas ideais, nós sabemos escolher bem, aqui e agora, com os recursos que temos para os propósitos que queremos realizar, no concreto.
A Phonesis tem 3 características típicas do pensamento aristotélico. Quais é que são?
a) Theoria
Significa teoria, mas em termos de atividade humana, significa atividade de contemplar, de conhecer, de estudar.
b) Praxis
significa que é uma sabedoria prática, mas a prática significa agora, agir, agir no sentido de Aristóteles, agir por contraponto a uma outra atividade que nós tendemos a dizer que é prática, que é atividade da Poiesise.
É sobretudo agir politicamente.
c) Poiesise
É a atividade produtiva, a atividade dos artesãos
Lembrem-se que nós somos um Zoon Politikon, a Polis é uma comunidade pontual, Aristóteles diz que uma coisa é analisar a natureza da polis quando olhámos para a sua analogia, sua génese, o seu nascimento, outra coisa é analisar a natureza quando nós vimos o seu Telos, o seu fim.
O quê que isso significa ?
Nós temos uma inclinação para a sociedade, e juntamos em comunidade para salvaguardar interesses comuns. Na medida que eu faço parte desse comum e se salvaguardar o interesse comum, isso também inverte se para mim mesmo.
Portanto nós somos seres comunitários, porque somos capazes de exprimir e articular um interesse comum aos outros
(Vai ser importante para a classificação dos regimes)
Completa o quadro:
O que é justo é este resultado aqui, um governante governar no interesse comum, o interesse de toda a comunidade, portanto no interesse dos governados também.
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Interesse comum–»Bom propósito de governação—»Regimes Retos
A)Um só: ___
B)Poucos: ___
C)Muitos: ___
Interesse do governante–»Mau propósito de governação–»Regimes degenerados/desviados
A)Um só: ____
B)Poucos: ____
C)Muitos:____
Interesse comum–»Bom propósito de governação—»Regimes Retos
A)Um só: Realeza (Basileia)
B)Poucos: Aristocracia (Aristoi)
C)Muitos: Politeia—»Ele está a utilizar a mesma palavra para descrever um regime em particular que utiliza para descrever um regime quanto tal.—-»Grande enigma
Interesse do governante–»Mau propósito de governação–»Regimes degenerados/desviados
A)Um só: Tirania
B)Poucos: Oligarquia
C)Muitos: Democracia
Na ciência política de Aristóteles tem 3 bases de análise para saber o melhor regime político.
Quais é que são?
1º-Serve para caracterizar o melhor regime político em absoluto, mesmo que ele não seja realizável, nós apercebemos das condições que vivemos e vamos pensar num regime que seja realmente justo.
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Nós temos uma matéria adequada à forma.—»O tipo de cidadãos que têm que gerar uma Aristocracia ou uma Realeza, portanto produzir pessoas excelentes. Se isso está presente, então nós pensamos qual é o menor regime político
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Realeza e Aristocracia
2º-É aquele que nós queremos saber qual é o melhor regime com grande probabilidade de realização, nós estamos a basear nas circunstâncias que são mais frequentes.
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Com as circunstâncias que eu não posso mudar; então eu vou pensar qual é o melhor regime tendo em conta estas circunstâncias que nos são dadas.
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Politeia
3º- Nós temos regimes que são inquestionavelmente injustos, e nós tentamos melhorá-los para eles serem menos injustos.
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A sua finalidade é estender a preservação do regime, a sobrevivência do regime, num maior tempo possível.
Se é uma ciência política do mau, apesar de nós tentarmos reformarmos por dentro, não na finalidade de converter num regime justo (já que isso não é possível, porque a matéria não permite), mas tonar menos injusto, menos autodestrutivo.
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Democracia e Oligarquia (vamos tornar este regime menos maus através da supremacia da lei e de misturas nos regimes)