Aula 2: Semiologia Neurologica : Pupilas Flashcards
Qual é o objetivo da avaliação das pupilas durante o exame neurológico?
O objetivo é avaliar o reflexo fotomotor direto e consensual das pupilas.
Como é definido o reflexo fotomotor direto?
O reflexo fotomotor direto é a contração da pupila que está sendo estimulada pelo reflexo luminoso.
E o reflexo consensual das pupilas?
O reflexo consensual das pupilas é a contração da pupila contralateral à que está sendo diretamente estimulada pela luz.
Quais estruturas estão envolvidas no trajeto do parassimpático craniano?
O parassimpático craniano tem origem no núcleo de Edinger-Westphall, que recebe fibras nervosas do segmento óptico e segue ventralmente ao mesencéfalo até o nervo oculomotor.
Como é formado o simpatia craniano responsável pela dilatação das pupilas?
O sistema simpático craniano é formado por três neurônios, com origem no diencefálo e que desce dorso-lateralmente no tronco cerebral.
Quais são os possíveis achados no exame pupilar que indicam lesão do parassimpático craniano?
Os achados que indicam lesão do parassimpático craniano incluem midríase ipsilateral em resposta à luz, ausência do reflexo fotomotor direto ipsilateral e do reflexo consensual contralateral.
Como podemos interpretar a ausência do reflexo fotomotor direto e consensual em um lado?
A ausência do reflexo fotomotor direto e consensual pode indicar uma lesão do parassimpático no lado oposto ou uma lesão de via aferente, como no nervo óptico.
Por que o exame das pupilas é importante na definição da topografia da lesão intracraniana?
O exame das pupilas pode indicar a localização da lesão intracraniana, pois diferentes padrões de resposta pupilar sugerem diferentes áreas de comprometimento no sistema nervoso central.
Qual é o trajeto do sistema simpático craniano responsável pela dilatação das pupilas?
O sistema simpático craniano tem origem no diencefálo e desce dorso-lateralmente no tronco cerebral, passando pela medula cervical até o nível da 1ª e 2ª vértebras torácicas, onde está localizado o núcleo do simpático craniano: núcleo cilioespinal de Budge.
Como é formado o segundo neurônio do sistema simpático craniano?
O segundo neurônio surge do núcleo cilioespinal de Budge e ascende pela cadeia simpática cervical até chegar no gânglio estrelado (ou gânglio cervical superior), onde faz sinapse com as fibras do terceiro neurônio.
E o terceiro neurônio, onde se localiza?
O terceiro neurônio enrodilha-se na artéria carótida e entra na caixa craniana pelo forame carotídeo. Lá dentro, suas fibras seguem junto com o nervo oftálmico para a cavidade orbitária, entrando pela fissura orbital superior e finalmente alcançam a musculatura irido-dilatadora.
O que indica uma pupila mioítica em um paciente?
Uma pupila mioítica pode indicar uma lesão em um dos três neurônios do sistema simpático craniano.
Quais são os sintomas da Síndrome de Claude-Bernard-Horner?
A Síndrome de Claude-Bernard-Horner causa anidrose de hemiface, ptose palpebral e pupila mioítica ipsilaterais.
Como se apresenta uma pupila de Holmes-Adie clinicamente?
Clinicamente, uma pupila de Holmes-Adie apresenta-se dilatada (80%), pouco reagente à luz, mas com boa resposta para perto (near-light dissociation).
Qual é o teste usado para confirmar a pupila de Holmes-Adie?
O teste de Pilocarpina 0,1% é usado para confirmar a pupila de Holmes-Adie. Se ao colocar essa substância na pupila dilatada houver miose, confirma-se o diagnóstico.
O que caracteriza a pupila de Argyll-Robertson?
A pupila de Argyll-Robertson é pequena e apresenta bordas irregulares. A resposta à convergência é melhor do que a resposta à luz. É associada à sífilis terciária (neurosífilis).
O que significa uma pupila amaurotica?
Uma pupila amaurotica é causada por lesão do nervo óptico. Isso resulta na ausência de reflexo fotomotor direto e consensual no olho afetado, enquanto ambos os reflexos estão presentes no olho saudável.
O que é a pupila de Hutchinson e quais são suas etiologias?
A pupila de Hutchinson é midriática devido a uma lesão do parassimpático ipsilateral, geralmente associada a uma paralisia ipsilateral do oculomotor por lesão compressiva. Etiologias incluem hematoma epidural e subdural, tumores de fossa média e edema cerebral.
Explique o que é a pupila paradoxal de Marcus Gunn e como ela é identificada.
A pupila paradoxal de Marcus Gunn resulta de uma lesão parcial do nervo óptico (lesão aferente). Para identificá-la, é realizado o teste da luz dançante, no qual, ao jogar luz no olho esquerdo novamente após uma primeira estimulação, a pupila dilata em vez de contrair
Quais são os principais padrões pupilares encontrados na avaliação clínica?
Os principais padrões pupilares incluem pupilas puntiformes, pupila de Holmes-Adie, pupila de Argyll-Robertson, pupila amaurotica, pupila de Hutchinson e pupila paradoxal de Marcus Gunn.
O que caracteriza a pupila de Holmes-Adie e como é realizada a confirmação diagnóstica?
A pupila de Holmes-Adie é dilatada, pouco reagente à luz, mas reage bem ao esforço de convergência. A confirmação diagnóstica é feita pelo teste de Pilocarpina 0,1%, no qual a aplicação dessa substância na pupila dilatada causa miose.
Explique a síndrome de Claude-Bernard-Horner e suas causas mais comuns.
A síndrome de Claude-Bernard-Horner é caracterizada por anidrose de hemiface, ptose palpebral e pupila miótica ipsilaterais. Pode ser causada por lesões no tronco, no ápice do pulmão, traumas cervicais e lesões carotídeas.
Quais são as características da pupila puntiforme e quais situações podem causá-la?
A pupila puntiforme é pequena e sugere uma lesão na ponte devido ao envolvimento simpático bilateral. Pode ser encontrada em intoxicação por organofosforados ou opioides.
Qual é o teste usado para identificar a pupila paradoxal de Marcus Gunn e como ele é realizado?
O teste usado é o da “luz dançante”. Após uma estimulação inicial do olho, ao jogar luz novamente no mesmo olho, a pupila deveria contrair. Se a pupila dilatar em vez de contrair, indica uma pupila paradoxal de Marcus Gunn.