ATENÇÃO PRIMARIA DE SAÚDE Flashcards

1
Q

O que é a ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE – APS?

A

A atenção primária em saúde não começou no Brasil, ela tem uma historicidade imensa, que faz com que o estudante se encante a cada passo de avanço. A atenção primária em saúde mobiliza comunidades e pessoas a entenderem que o cuidado pode ocorrer com baixa densidade tecnológica, desde que haja ações de promoção e prevenção, desde que a equipe de referência esteja envolvida, e que haja responsabilidade sanitária e população definida.
A atenção primária, como nível de atenção, é de grande importância para a constituição da rede, pois tem um papel de centro de comunicação, ordenando a rede e coordenando o cuidado. Tudo isso ocorre pela localização estratégica onde suas ações são implementadas – no território, perto da vida, do dia a dia das pessoas (que são impactadas pelo território, e este, por sua vez, impactando quem ali vive). É preciso olhar para a vida das pessoas, no local onde vivem. Diferentemente de outros pontos de atenção (nos quais o indivíduo vêm
sob referenciamento ou sob situação de urgência/emergência), a pessoa vem caminhando até a atenção primária, dizendo o exame que gostaria de ser solicitado ou a prescrição que gostaria de ser feita.
Na atenção primária, não se lida com pessoas no leito, mas pessoas que estão no seu “nicho”, e é necessário fazer parcerias, para melhorar o processo de vida desse indivíduo dentro do território. Não existe atenção primária sem o envolvimento trabalhador-usuário gestor; da mesma forma, não existe atenção primária sem criação de vínculo, ou sem que os profissionais se façam queridos e aceitos para lidar com o processo de cuidado. Isso requer um olhar muito atento para a vida da pessoa no seu território.
No Brasil, a atenção primária é organizada por uma política (PNAB), mas já existia muito antes da primeira PNAB publicada no Brasil.

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1
Q

Por que Atenção e não Assistência?

A

Para Figueiredo e Demarzo (2015), em uma visão ampliada do processo saúde-adoecimento (PSa), as práticas de saúde devem ir além da assistência à saúde de indivíduos, ocupando-se também da atenção à saúde.
Assistência: seria então entendida como um conjunto de procedimentos clínico-cirúrgicos dirigidos a indivíduos, estejam eles doentes ou não.
Obs.: a assistência está mais ligada ao modelo biomédico (que foca no procedimento e na doença) – assistir alguém significa prestar cuidados mais direcionados à clínica.
Atenção: seria um conjunto de atividades intra e extra-setor saúde (intersetorialidade) que, incluindo também a assistência individual, não se esgota nela, atingindo grupos populacionais com o objetivo de manter a condição de saúde, requerendo ações concomitantes sobre todos os determinantes do PSa.
Obs. 1: é necessário que a atenção primária lide com espaços que extrapolam o setor saúde. A isso chamamos intersetorialidade.
Obs. 2: a atenção significa estar atento, desde às ações de promoção até às ações de cuidados paliativos. Estar atento, desde ao indivíduo que reside no território, ao indivíduo que trabalha no território de atuação.

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2
Q

Qual a História da Atenção Primária à Saúde (APS)?

A

Conforme Figueiredo e Demarzo (2015), a história da (re)organização de serviços e sistemas de saúde orientados pelos princípios da Atenção Primária à Saúde (APS) é marcada por uma trajetória de sucessivas reconstruções até se consolidar como uma política de reforma, uma alternativa diante da permanente crise (financeira e de resultados) dos sistemas de saúde contemporâneos.
Obs. 1: a reconstrução se dá até hoje, tanto que a Política da Atenção Básica já foi modificada diversas vezes. Isso porque precisava-e, e ainda precisa, de alternativas para enfrentar a crise financeira – ofertar atenção primária é mais barato e tem maior resultado. Sobre a crise de resultados, é necessário pontuar que prevenir aquilo que pode gerar o sintoma é muito mais importante do que lidar com os sintomas, depois de manifestado.
Obs. 2: a atenção primária é validada como um ponto da Rede que consegue resolver a maior parte dos problemas mais comuns. Justamente por isso, ocupa a base da rede, como centro de comunicação, que coordena o cuidado e ordena a rede.
De acordo com Mendes (2019), a moderna concepção de APS surgiu no Reino Unido, em 1920, no Relatório Dawson que preconizou a organização do sistema de atenção à saúde em diversos níveis:
* Os serviços domiciliares.
* Os centros de saúde primários.
* Os centros de saúde secundários.
* Os serviços suplementares.
* Os hospitais de ensino.
Portanto, a Atenção Primária é histórica e já vem sendo considerada como forma de rearmonizar modelos.
Ainda segundo Mendes (2019), esse clássico documento descreveu:
“as funções de cada nível de atenção e as relações que deveriam existir entre eles e
representa o texto inaugural da regionalização dos sistemas de atenção à saúde organizados com base na saúde da população, tendo influenciado a organização desses sistemas em vários países do mundo. Além disso, esse documento constitui a proposta seminal das RAS coordenadas pela APS.”
Pode-se dizer, portanto, que a Atenção Primária, considerada atualmente, e o papel que desempenha dentro da rede, sofreram influência do Relatório Dawson de 1920.
Sobre o relatório Dawson, Figuereido e Demarzo (2015) escrevem que:
“O Relatório Dawson tornou-se um marco na história da organização dos sistemas de saúde. Ele propõe a implantação de um sistema integrado de medicina preventiva e curativa por meio de ações primárias, secundárias e terciárias.
O Relatório Dawson está na base do sistema de saúde britânico e inspirou a organização de sistemas de saúde em vários outros países.
Figuereido e Demarzo (2015) trazem, ainda, que a discussão conceitual no campo da Atenção Primária, como percebe-se hoje, está intimamente relacionada à história da Conferência Internacional de Alma-Ata.”
Obs.: a Conferência Internacional de Alma-Ata aconteceu em 1978, no Cazaquistão, sendo a primeira conferência a discutir, de forma internacional, os cuidados primários em saúde.
ATENÇÃO
Pode-se dizer que, mesmo que o Relatório Dawson tenha influenciado o que hoje concebe-se por Atenção Primária, a Conferência Internacional de Alma-Ata, de 1978, teve um impacto muito maior, justamente por conta do cenário político-econômico que já vivia-se à época, do movimento sanitário, e em razão de a Atenção Primária ser considerada um cuidado para e pela população (participação da comunidade).

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3
Q

Atenção Primária à Saúde (APS) e a Conferência de Alma-Ata

A

De acordo com Starfield (2002), em 1977, em sua trigésima reunião anual, a Assembleia Mundial de Saúde decidiu unanimemente que a principal meta social dos governos participantes deveria ser a obtenção por parte de todos os cidadãos do mundo de um nível de saúde no ano 2000 que lhes permitiria levar vida social e economicamente produtiva. Hoje conhecida como “saúde para Todos no Ano 2000”.
Ainda de acordo com a autora, os princípios dessa meta social foram enunciados em uma conferência realizada em Alma-Ata e trataram do tópico da Atenção Primária à Saúde.
Segundo Figueiredo e Demarzo (2015), durante a Conferência que culminou com a
Declaração de Alma-Ata, organizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1978, na antiga União Soviética, a saúde foi reconhecida como direito fundamental das pessoas e comunidades, sendo enfatizado o acesso universal aos serviços de saúde e a intersetorialidade das ações, e ficando evidenciada a APS como estratégia básica para a consecução desses objetivos.
Obs.: nossa Constituição Federal de 1988 deixa claro que a saúde, no Brasil, é um direito fundamental.
De acordo com Mendes (2019), a Conferência de Alma-Ata definiu a APS como “cuidados essenciais baseados em métodos de trabalho e tecnologias de natureza prática, cientificamente críveis e socialmente aceitáveis, universalmente acessíveis na comunidade aos indivíduos e às famílias, com a sua total participação e a um custo suportável para as comunidades e para os países, à medida que se desenvolvem num espírito de autonomia e autodeterminação.”
ATENÇÃO
Pesquisar sobre o livro de Barbara Starfield, que é muito relevante para entender a discussão e o contexto da atenção primária no cenário mundial. É importante também pesquisar sobre o Relatório da Conferência de Alma-Ata e o Relatório de Dawson.
Ainda segundo Mendes (2019), dessa definição emergiram, naquele momento, elementos essenciais da APS:
A educação em saúde;
A provisão de medicamentos essenciais;
O saneamento básico;
O tratamento apropriado das doenças e danos mais comuns;
A prevenção de endemias;
O programa materno-infantil, incluindo imunização e planejamento familiar;
A promoção de alimentação saudável e de micronutrientes;
A valorização das práticas complementares. Principalmente, aponta para a saúde como expressão de direito humano

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4
Q

C ou E: a Conferência de Alma-Ata foi a primeira conferência internacional sobre o
tema cuidados primários em saúde. Há marcos que antecedem a Alma-Ata, mas esta foi a primeira conferência internacional a tratar desse assunto. O resultado dessa conferência teve grande impacto na organização da atenção primária no Brasil (principalmente no momento em que acontecia um movimento sanitário muito forte, por parte de estudiosos, universitários e congressistas, que tentavam mudar a forma como a saúde era ofertada).
A atenção primária sempre foi o primeiro ponto a ser escolhido, porque está mais próxima da comunidade – entendimento estabelecido na Conferência de Alma-Ata, que aconteceu em 1978, no Cazaquistão.

A

CERTO!

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5
Q

Quais os elementos essenciais da APS?

A

Ainda segundo Mendes (2019), dessa definição emergiram, naquele momento, elementos essenciais da APS:
A educação em saúde;
O saneamento básico;
A prevenção de endemias;
O programa materno-infantil, incluindo imunização e planejamento familiar;
A provisão de medicamentos essenciais;
O tratamento apropriado das doenças e danos mais comuns;
A promoção de alimentação saudável e de micronutrientes;
A valorização das práticas complementares. Principalmente, aponta para a saúde como expressão de direito humano.
Obs.: nota-se como, mesmo sendo de 1978, os conceitos trazidos pela Conferência de Alma-Ata são o que se vê atualmente em prática. Exemplos: não se faz atenção primária sem educação em saúde; não é possível aceitar atenção primária sem atuação na imunização e planejamento familiar. Até mesmo as práticas integrativas e complementares são apontadas na Conferência. Logo, é um dos marcos mais importantes para o que há de filosofia da atenção primária no Brasil.

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5
Q

O que é a Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil?

A

De acordo com Mendes (2011), a APS tem uma história singular no Brasil que pode ser registrada por ciclos de desenvolvimento:
O PRIMEIRO CICLO surgiu em 1924, com os Centros de Saúde criados na USP. Provavelmente, esses centros sofreram alguma influência do pensamento dawsoniano do Reino Unido.
O SEGUNDO CICLO deu-se no início dos anos 40, com a criação do serviço especial de saúde pública (SESP), hoje fundação nacional de saúde.
Obs.: a Fundação SESP foi trazida para o Brasil como uma troca entre os governos brasileiro e norte-americano, em troca do látex da borracha – os norte-americanos precisavam da borracha como matéria-prima e, em contraponto, deram o know-how de como era organizado o sistema, nos moldes da Fundação Rockfeller norte-americana.

ATENÇÃO

A Fundação Rockfeller teve grande êxito em ofertar serviços de saúde àquela época, nos EUA. No Brasil, esse modelo tinha um formato militar (com método e organização): visitadores sanitários, busca ativa, com padronização. Considera-se um dos pontos de avanços no acesso a um sistema que, no Brasil, não existia para quem não trabalhava.
Com a vinda da Fundação SESP para o Brasil, colocaram-se em prática, principalmente, ações de higienização, pré-natal, e ações contra tuberculose e hanseníase, ou seja, atendimentos relacionados aos principais problemas da época. Com isso, reduziu-se a taxa de mortalidade infantil e doenças imunopreviníveis. Naquele momento (década de 40, quando a assistência à saúde era disponibilizada, apenas para quem trabalhava, através dos Institutos de Aposentadorias e Pensões), passou-se a ter mais um ponto de acesso para a população que precisava de atenção – pode-se dizer que muito do que a saúde da família é hoje, é em
razão da Fundação SESP.
Enquanto os sanitaristas (profissionais de nível superior) desempenhavam ações relacionadas ao atendimento à população, os agentes de endemias interiorizavam a saúde no Brasil, controlando endemias como a Doença de Chagas, leishmaniose, esquistossomose, malária etc.
O TERCEIRO CICLO, instituído a partir da metade dos anos 60, desenvolveu-se nas
secretarias estaduais de saúde, focalizava suas ações na prevenção das doenças, mas incorporando a atenção médica num modelo dirigido especialmente para o grupo materno-infantil e para as doenças infecciosas como tuberculose e hanseníase.
Obs.: o cenário político daquela época não permitia algo que abrangesse a população como um todo. Até o ano de 1966, havia os Institutos de Aposentadorias e Pensões e, a partir de 1966, surgiu o INPS. Os grande focos que tinham visibilidade epidemiológica e os piores indicadores no Brasil conseguiam ser desenvolvidos pelos Estados, focando na promoção e prevenção de doenças.
O QUARTO CICLO é contemporâneo da emergência, na cena internacional, da proposta de APS que seria referendada pela Conferência de Alma Ata em 1978.
O QUINTO CICLO deu-se no início dos anos 80, concomitantemente a uma grave crise da previdência social que levou à instituição das ações integradas de saúde (AIS) que levaram, para dentro das unidades de APS do sistema de saúde pública, parte da cultura de atenção médica do INAMPS.
Obs.: o marco inicial da atenção primária no Brasil aconteceu entre 1983 e 1984, por conta da criação do Plano CONASP, que surgiu para tentar melhorar a crise na previdência.
A instituição do SUS levou a um SEXTO CICLO, que se concretizou por meio da municipalização das unidades de APS dos estados que passaram à gestão dos municípios, o que gerou uma enorme expansão dos cuidados primários.
Obs. 1: o movimento SUS e da atenção primária ocorre perfeitamente, em conjunto. Não pode-se deixar de relacionar o nascimento do SUS e a melhoria da oferta em quantidade e qualidade para a atenção primária.
Obs. 2: nosso olhar será mais focado para a década de 1990, quando o Programa de Agentes Comunitários de Saúde foi implantado e, também, em 1994, quando o Programa de Saúde da Família foi implantado.
A implantação do PSF significou o SÉTIMO CICLO, que se denomina ciclo da atenção
básica à saúde e que vige atualmente. Aconteceu entre 1990 e 1994.
O OITAVO CICLO da atenção primária à saúde se caracteriza pelo desafio da consolidação definitiva da estratégia de saúde da família (ESF).
Obs.: a partir do oitavo ciclo, entendeu-se que não adiantava, apenas, dar nomenclatura ou saber qual é o ponto de atenção com maior capacidade de dar bons resultados. Era necessário entender o processo como estratégia (que veio para modificar o modelo de atenção à saúde), e não mais como programa.

ATENÇÃO
No Brasil, atenção básica e atenção primária são termos equivalentes.
De acordo com Mendes (2019), consolidar a ESF significará construí-la, verdadeiramente, a partir das evidências produzidas internacionalmente e no Brasil, como a política da APS no SUS, fundada no seu papel de estratégia de organização do sistema público de saúde brasileiro e como centro de comunicação das RASs.

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6
Q

O que é a Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil: Segundo Ciclo?

A

O SEGUNDO CICLO deu-se no início dos anos 40, com a criação do serviço especial de saúde pública (SESP), hoje fundação nacional de saúde.
Obs.: a Fundação SESP foi trazida para o Brasil como uma troca entre os governos brasileiro e norte-americano, em troca do látex da borracha – os norte-americanos precisavam da borracha como matéria-prima e, em contraponto, deram o know-how de como era organizado o sistema, nos moldes da Fundação Rockfeller norte-americana.

ATENÇÃO

A Fundação Rockfeller teve grande êxito em ofertar serviços de saúde àquela época, nos EUA. No Brasil, esse modelo tinha um formato militar (com método e organização): visitadores sanitários, busca ativa, com padronização. Considera-se um dos pontos de avanços no acesso a um sistema que, no Brasil, não existia para quem não trabalhava.
Com a vinda da Fundação SESP para o Brasil, colocaram-se em prática, principalmente, ações de higienização, pré-natal, e ações contra tuberculose e hanseníase, ou seja, atendimentos relacionados aos principais problemas da época. Com isso, reduziu-se a taxa de mortalidade infantil e doenças imunopreviníveis. Naquele momento (década de 40, quando a assistência à saúde era disponibilizada, apenas para quem trabalhava, através dos Institutos de Aposentadorias e Pensões), passou-se a ter mais um ponto de acesso para a população que precisava de atenção – pode-se dizer que muito do que a saúde da família é hoje, é em
razão da Fundação SESP.
Enquanto os sanitaristas (profissionais de nível superior) desempenhavam ações relacionadas ao atendimento à população, os agentes de endemias interiorizavam a saúde no Brasil, controlando endemias como a Doença de Chagas, leishmaniose, esquistossomose, malária etc.

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6
Q

O que é a Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil: Primeiro Ciclo?

A

O PRIMEIRO CICLO surgiu em 1924, com os Centros de Saúde criados na USP. Provavelmente, esses centros sofreram alguma influência do pensamento dawsoniano do Reino Unido.

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7
Q

O que é a Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil: Terceiro Ciclo?

A

O TERCEIRO CICLO, instituído a partir da metade dos anos 60, desenvolveu-se nas
secretarias estaduais de saúde, focalizava suas ações na prevenção das doenças, mas incorporando a atenção médica num modelo dirigido especialmente para o grupo materno-infantil e para as doenças infecciosas como tuberculose e hanseníase.
Obs.: o cenário político daquela época não permitia algo que abrangesse a população como um todo. Até o ano de 1966, havia os Institutos de Aposentadorias e Pensões e, a partir de 1966, surgiu o INPS. Os grande focos que tinham visibilidade epidemiológica e os piores indicadores no Brasil conseguiam ser desenvolvidos pelos Estados, focando na promoção e prevenção de doenças

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8
Q

O que é a Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil: Quarto Ciclo?

A

O QUARTO CICLO é contemporâneo da emergência, na cena internacional, da proposta de APS que seria referendada pela Conferência de Alma Ata em 1978

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9
Q

O que é a Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil: Oitavo Ciclo?

A

O OITAVO CICLO da atenção primária à saúde se caracteriza pelo desafio da consolidação definitiva da estratégia de saúde da família (ESF).
Obs.: a partir do oitavo ciclo, entendeu-se que não adiantava, apenas, dar nomenclatura ou saber qual é o ponto de atenção com maior capacidade de dar bons resultados. Era necessário entender o processo como estratégia (que veio para modificar o modelo de atenção à saúde), e não mais como programa.

ATENÇÃO
No Brasil, atenção básica e atenção primária são termos equivalentes.
De acordo com Mendes (2019), consolidar a ESF significará construí-la, verdadeiramente, a partir das evidências produzidas internacionalmente e no Brasil, como a política da APS no SUS, fundada no seu papel de estratégia de organização do sistema público de saúde brasileiro e como centro de comunicação das RASs.

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9
Q

O que é a Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil: Quinto Ciclo?

A

O QUINTO CICLO deu-se no início dos anos 80, concomitantemente a uma grave crise da previdência social que levou à instituição das ações integradas de saúde (AIS) que levaram, para dentro das unidades de APS do sistema de saúde pública, parte da cultura de atenção médica do INAMPS.
Obs.: o marco inicial da atenção primária no Brasil aconteceu entre 1983 e 1984, por conta da criação do Plano CONASP, que surgiu para tentar melhorar a crise na previdência.

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10
Q

O que é a Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil: Sexto Ciclo?

A

A instituição do SUS levou a um SEXTO CICLO, que se concretizou por meio da municipalização das unidades de APS dos estados que passaram à gestão dos municípios, o que gerou uma enorme expansão dos cuidados primários.
Obs. 1: o movimento SUS e da atenção primária ocorre perfeitamente, em conjunto. Não pode-se deixar de relacionar o nascimento do SUS e a melhoria da oferta em quantidade e qualidade para a atenção primária.
Obs. 2: nosso olhar será mais focado para a década de 1990, quando o Programa de Agentes Comunitários de Saúde foi implantado e, também, em 1994, quando o Programa de Saúde da Família foi implantado

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11
Q

O que é a Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil: Sétimo Ciclo?

A

A implantação do PSF significou o SÉTIMO CICLO, que se denomina ciclo da atenção
básica à saúde e que vige atualmente. Aconteceu entre 1990 e 1994.

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12
Q

Qual a Trajetória da eSF?

A

Cabe aqui um parênteses, para uma breve linha histórica sobre a nossa Estratégia de Saúde da Família.
ATENÇÃO
Apesar da equivalência dos termos atenção primária e atenção básica, é preferível falar em atenção primária, pois é o primeiro nível de atenção. Atenção básica denota ideia de “pouco”, “básico”. No entanto, para o concurso, lembrar-se de que são termos equivalentes.
Obs.: a UBS (unidade básica de saúde) é aquela que não tem saúde da família, enquanto as USF (unidade de saúde da família) é aquela que possui, pelo menos, uma equipe de saúde da família.

  • 1994: Portaria 692 - Cria o Programa de Saúde da Família.
  • 1996: NOB-SUS - Fortalece o PSF, operacionalizou a descentralização de recursos e a municipalização da saúde, criou o PAB fixo e Variável;
  • 1997: Portaria n. 1.886 - Passa a ser oficialmente uma ESTRATÉGIA
    de mudança de modelo de atenção.
  • 1998: Portaria 3.925 - Estabelece o primeiro conceito de Atenção
    Básica e a Estratégia Saúde da Família seria considerada como “estratégia prioritária da saúde”.
  • 2006: Portaria 648 - Incorpora os princípios e Diretrizes do SUS e do Pacto pela Saúde à Atenção Básica e ratifica a Saúde da Família como prioritária.
  • 2011: Portaria 2.488 - Ratifica a Estratégia de Saúde da Família
    como prioritária para consolidação e expansão da Atenção Básica. Traz a composição mínima de equipe que atualmente se configura como Saúde da Família
  • 2017: Portaria 2.436 - e suas atualizações Ratifica a Estratégia de Saúde da Família
    como prioritária para consolidação e expansão da Atenção Básica e traz alguns retrocessos.

Obs. 1: a Portaria n. 648 foi muito importante, justamente porque traz os princípios do SUS para o primeiro nível de atenção. Trazer a filosofia do SUS para uma Portaria é muito relevante, pois é necessário alinhar o que se coloca em prática com o que está nos termos dos textos legais.
Obs. 2: na Portaria n. 2.488, havia a previsão de número mínimo e máximo de agentes comunitários de saúde.
Obs. 3: a Portaria n. 2.436 e suas atualizações já estão presentes na Portaria de Consolidação n. 2/2017 (todas as políticas de saúde foram revogadas com a Consolidação e o seu texto foi recepcionado pela Portaria de Consolidação 2/2017).

Retrocessos presentes na Portaria 2.436 de 2017 e suas posteriores alterações
será visto no próximo bloco os retrocessos.
ATENÇÃO
Principalmente, em questões de residência, o examinador pode exigir conhecimentos sobre esses retrocessos.

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13
Q

Quais são as RETROCESSOS PRESENTES NA PORTARIA 2.436 DE 2017 E SUAS
POSTERIORES ALTERAÇÕES?

A

Para Medina et. al. (2020), as tentativas de desmantelamento da ESF, desde 2017, com redução de agentes comunitários de saúde, flexibilização de carga horária de profissionais, abolição da prioridade para a ESF, fragilizando o enfoque comunitário, entre outros, representam constrangimentos importantes para uma atuação adequada da APS no SUS.
Some-se a tudo isso a extinção dos Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção
Básica (NASF-AB) (nota técnica n. 03 de 2020), perda de profissionais com a finalização do Programa Mais Médicos, desincentivos a abordagem territorial com o novo modelo de financiamento da atenção básica (programa Previne Brasil) com base em número de cadastrados.
Obs.: O Programa Previne Brasil muda o financiamento da atenção básica e apresenta como forma de recurso não mais a lógica de se ter uma qualidade de trabalho, mas sim uma lógica de quantitativo de cadastros, procedimentos e indicadores (Portaria n. 2.979/2019).
Ainda é possível concurso para NASF no município? Sim, se o gestor municipal mantiver o NASF-AB e tiver o recurso para manter o programa, ele pode fazer isso. A nota técnica apenas deixa claro que não haverá mais incentivo do governo federal para as equipes existentes e não haverá possibilidade de instituição de novas equipes (desde janeiro de 2020).

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14
Q

Qual a Importância da ESF?

A

A Saúde da Família é uma das principais estratégias, propostas pelo Ministério da Saúde do Brasil, para reorientar o modelo assistencial do Sistema Único de Saúde, a partir da atenção básica (BRASIL, 1997).
Obs.: ESF: Estratégia Saúde da Família; eSF: equipe de Saúde da Família.

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14
Q

Quais são as Considerações Importantes sobre a Saúde da Família?

A

A proximidade da equipe de saúde com o usuário permite que se conheça a pessoa, a família e a vizinhança. Isso garante uma maior adesão do usuário aos tratamentos e às intervenções propostas pela equipe de saúde.
Obs.: É importante fazer o planejamento de acordo com o contexto. É preciso conhecer a rede social na qual o indivíduo está inserido. Para esse conhecimento, há alguns instrumentos: genograma, que mostra a relação das pessoas da família; ecomapa, que é uma forma de identificar a posição do usuário com a coletividade. Ao conhecer o indivíduo, é possível tratá-lo de acordo com a necessidade.
O resultado é mais problemas de saúde resolvidos na Atenção Básica, sem a necessidade de intervenção de média e alta complexidade em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) ou hospital.
Obs.: Conhecer os problemas mais comuns e saber como lidar com eles, por meio de protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, contribui para que a maior parte dos problemas seja resolvida Quando o problema deixa de ser comum, a atenção básica continua acompanhando o usuário, pois ela coordenada o cuidado dentro da rede. Por mais que o usuário precise ir para a oncologia, por exemplo, ele ainda voltará para sua casa, que fica no território onde a atenção básica atua.
Caso seja identificado um problema que não seja comum, ele será referenciado para outro ponto da rede, que tem o grau de densidade tecnológica suficiente para resolver o problema, mas a atenção básica não largará o paciente.
A atenção básica resolve os problemas mais comuns.
* Estratégia prioritária da AB;
* Segue os princípios e diretrizes da AB;
Obs.: São os mesmos princípios doutrinários do SUS.
* Trabalha com população adscrita por equipe de 2.000 a 3.500 pessoas;
* A estratégia saúde da família incorpora os princípios do sistema único de saúde (SUS) (brasil, 2000) e se estrutura a partir da unidade saúde da família (USF)

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15
Q

Quais as Interpretações da APS na Prática Social?

A

Conforme Mendes (2019), há três interpretações principais da APS:
APS como atenção primária seletiva:
* APS como o nível primário do sistema de atenção à saúde e a APS como estratégia de organização do sistema de atenção à saúde.
* A interpretação da APS como atenção primária seletiva entende-a como um programa específico destinado a populações e regiões pobres a quem se oferece, exclusivamente, um conjunto de tecnologias simples e de baixo custo, provido por pessoal de baixa qualificação profissional e sem a possibilidade de referência a níveis de atenção de maior densidade tecnológica.
APS como o nível primário do sistema de atenção à saúde:
* Conceitua-a como o modo de organizar e fazer funcionar a porta de entrada do sistema, enfatizando a função resolutiva desses serviços sobre os problemas mais frequentes de saúde, para o que a orienta a fim de minimizar os custos econômicos e a satisfazer às demandas da população, restritas, porém, às ações de atenção de primeiro nível.
Obs.: A atenção primária continua sendo a porta de entrada, mas há outras. A atenção primária é a porta preferencial, pois ela atua no território onde a comunidade vive.

15
Q

APS como estratégia de organização do sistema de atenção à saúde:

A

Obs.: Hoje, essa é interpretação mais correta, mas é importante conhecer os outros apresentados.
* Compreende-a como uma forma singular de apropriar, recombinar e reordenar todos os recursos do sistema para satisfazer às necessidades, às demandas e às representações da população, o que implica a articulação da APS como parte e como coordenadora de uma RAS. Por isso, há quem sugira que a APS deve “ocupar o banco do motorista” para dirigir o sistema de atenção à saúde. Obs.: Essa forma de mostrar a rede é chamado de poliarquia, em que há graus de diferentes densidades tecnológicas, mas a atenção primária coordena o cuidado e ordena o
fluxo da rende, além de ser o centro de comunicação.

16
Q

Quais Os Atributos e as Funções da APS nas Redes de Atenção à Saúde (RAS)?

A
  • De acordo com Brasil (2015), operacionalmente, uma conceituação de APS implica o exercício de sete atributos e de três papéis/funções, e só haverá uma APS de qualidade quando esses sete atributos estiverem sendo operacionalizados, em sua totalidade.
    Os Atributos e as Funções da APS nas Redes de Atenção à Saúde (RAS)
    Os atributos e as funções da Atenção Primária à Saúde:
  • Atributos
    – Primeiro contato
    – Longitudinalidade
    Obs.: Na atenção primária, há a característica de atender uma mulher no planejamento familiar, orientá-la, ouvi-la e atendê-la no ciclo gravídico e puerpério, atender à criança até que ela vire adolescente. Isso é longitudinalidade.
    – Integralidade
    – Coordenação
    – Focalização na família
    – Orientação comunitária
    – Competência cultural
  • Funções
    – Resolubilidade
    – Comunicação
    – Responsabilização
17
Q

Quais os Atributos da Atenção Primária, conforme starfield (2002)?

A
  • O primeiro contato: Implica a acessibilidade e o uso de serviços para cada novo problema ou novo episódio de um problema para os quais se procura atenção à saúde.
  • A longitudinalidade: Constitui a existência do aporte regular de cuidados pela equipe de saúde e seu uso consistente ao longo do tempo, num ambiente de relação mútua de confiança e humanizada entre equipe de saúde, indivíduos e famílias.
  • A integralidade: Significa a prestação, pela equipe de saúde, de um conjunto de serviços que atendam às necessidades da população adstrita nos campos da promoção, da prevenção, da cura, do cuidado, da reabilitação e dos cuidados paliativos, a responsabilização pela oferta de serviços em outros pontos de atenção à saúde e o reconhecimento adequado dos problemas biológicos, psicológicos e sociais que causam as doenças.
  • A coordenação: Conota a capacidade de garantir a continuidade da atenção, através da equipe de saúde, com o reconhecimento dos problemas que requerem seguimento constante e se articula com a função de centro de comunicação das RAS.
  • A focalização na família: Impõe considerar a família como o sujeito da atenção, o que exige uma interação da equipe de saúde com esta unidade social e o conhecimento integral de seus problemas de saúde e das formas singulares de abordagem familiar.
  • A orientação comunitária: Significa o reconhecimento das necessidades das famílias em função do contexto físico, econômico e social em que vivem, o que exige uma análise situacional das necessidades de saúde das famílias numa perspectiva populacional e a sua integração em programas intersetoriais de enfrentamento dos determinantes sociais da saúde proximais e intermediários.
  • A competência cultural: Convoca uma relação horizontal entre a equipe de saúde e a população que respeite as singularidades culturais e as preferências das pessoas e das famílias.
    Para Mendes (2019), uma APS como estratégia só existirá se ela cumprir suas três funções essenciais: a resolubilidade, a comunicação e a responsabilização.
  • A função da resolubilidade: Inerente ao nível de cuidados primários, significa que ela deve ser resolutiva, capacitada, portanto, cognitiva e tecnologicamente, para atender a mais de 90% dos problemas de sua população.
  • A função da comunicação: Expressa o exercício, pela APS, de centro de comunicação das RAS, o que significa ter condições de ordenar os fluxos e contrafluxos das pessoas, dos produtos e das informações entre os diferentes componentes das redes.
18
Q

uma APS como estratégia só existirá se ela cumprir suas três funções essenciais:___________, _____________, __________________.

A

uma APS como estratégia só existirá se ela cumprir suas três funções essenciais: a resolubilidade, a comunicação e a responsabilização.

19
Q

O que é a A função de resolubilidade da APS?

A

A função de resolubilidade: Inerente ao nível de cuidados primários, significa que ela deve ser resolutiva, capacitada, portanto, cognitiva e tecnologicamente, para atender a mais de 90% dos problemas de sua população.
Obs.: Existe divergência entre os autores. Alguns colocam 80, outros 85%.

20
Q

O que é a A função de responsabilização da APS?

A

A função de responsabilização: Implica o conhecimento e o relacionamento íntimo, nos microterritórios sanitários, da população adstrita, o exercício da gestão de base populacional e a responsabilização econômica e sanitária em relação a essa população.
Obs.: Microterritório sanitário é um espaço onde a equipe de saúde da família atua (eSF).
Uma equipe atende em um território chamado área de atuação, que é considerado
um microterritório. Essa equipe terá responsabilidade por esse microterritório, que
é chamado de área. Um agente comunitário de saúde atua em outro microterritório, que é a microárea.

20
Q

Quais são os Modelos de Atenção Primária no Brasil?

A

No Brasil, não obstante o discurso oficial da APS como estratégia de organização do SUS, convivem diferentes modelos de estruturação dos cuidados primários (MENDES, 2019).
Mesmo sob os nomes genéricos de PSF ou de ESF convivem variados modelos de cuidados primários.
Modelo tradicional: Médicos e enfermeiros generalistas sem formação específica
em saúde da família atendem a uma população com ênfase em consultas médicas e de enfermagem. Obs.: O modelo tradicional está muito ligado à lógica do ambulatório, em que não há uma visão de equipe, mas sim de cada um fazendo seu papel de forma isolada.
Modelo semachko: Oriundo da experiência russa bolchevique de organização de cuidados primários providos por uma tríade de médicos especialistas: clínico, gineco-obstetra e pediatra.
Obs.: No Brasil, pode ser usado o termo atenção primária estendida, com ampliação de cuidado.
Modelo de medicina de família e comunidade strictu sensu: Calcado em modelos
europeus e canadense, em que a centralidade do cuidado se faz por meio de consultas médicas propiciadas por médicos generalistas ou por especialistas em medicina de família e comunidade.
Modelo do PSF: Em que se ofertam serviços de médicos e enfermeiros generalistas, de técnicos e/ou auxiliares de enfermagem, de alguns outros profissionais de nível superior sob a forma de núcleos de apoio à saúde da família (NASF) e de agentes comunitários de saúde.
Obs.: O termo correto é Estratégia de Saúde da família.
Modelos mistos: Que articulam alguns desses diferentes modelos em uma única unidade de APS.
Para Mendes (2019), há um sentimento difuso em relação ao fracasso do modelo de PSF e um movimento no sentido de substituição através de propostas complementares.
Ainda de acordo com o autor, é preciso ter claro que as propostas de substituição do PSF pelos modelos tradicionais de APS não estão sustentadas por evidências científicas. O que parece moderno é, na realidade, uma volta ao passado que, certamente, aprofundará a crise contemporânea do SUS, prejudicando a sua política mais consequente que é da saúde da família.
Segundo Mendes, pesquisas realizadas no SUS demonstraram que o PSF, ainda que
apresentando deficiências quantitativas e qualitativas, tem se mostrado efetivo, eficiente e equitativo e superior às formas tradicionais de prestação de cuidados primários.

20
Q

O que é a A função de comunicação da APS?

A

A função de comunicação: Expressa o exercício, pela APS, de centro de comunicação das RAS, o que significa ter condições de ordenar os fluxos e contrafluxos das pessoas, dos produtos e das informações entre os diferentes componentes das redes.

20
Q

O que é Um Novo Ciclo da APS no SUS: O Ciclo da Estratégia da Saúde da Família

A

PSF não fracassou, mas o ciclo da atenção básica à saúde, no qual ele nasceu e cresceu, esgotou-se.
Para Mendes (2019), a saída não está em retroceder, mas em avançar, radicalizando o PSF para transformá-lo, de fato, numa Estratégia de Saúde da Família (ESF), indo além da mudança semântica já realizada. Ou seja, é hora da superação do ciclo da atenção básica à saúde, instaurando-se um oitavo ciclo de evolução da APS no SUS, o ciclo da atenção primária à saúde.
De acordo com Mendes (2019), a proposta de um ciclo que se denomine de atenção primária à saúde em vez de atenção básica vai além de uma opção semântica porque propõe uma nova forma de estruturar a APS como uma estratégia de organização do SUS.
Em 2017, através da publicação da nova Portaria da Atenção Básica, os termos Atenção Básica e Atenção Primária foram considerados equivalentes. Mendes, no entanto, guarda posicionamento distinto.
Para Mendes, a expressão atenção primária à saúde refere-se, na sua origem, à atenção que se dá no primeiro contato das pessoas usuárias com o sistema de atenção à saúde, o atributo mais fundamental da APS. A palavra básica não significa esse atributo essencialíssimo da APS. Além disso, aproximaria a denominação brasileira do que é regra em todo o mundo.
Ainda de acordo com Mendes (2019), esse novo ciclo aproximará a APS do SUS da concepção de uma estratégia de reordenamento do sistema de atenção à saúde, superando, definitivamente, as interpretações mais estritas da atenção primária seletiva e de um primeiro nível de atenção (a porta de entrada).
O novo ciclo da atenção primária à saúde se caracterizará, além da significação semântica, pela consolidação definitiva, no plano paradigmático, da ESF, indo além do PSF.
Isso representará uma saída para frente e não uma substituição ou flexibilização do PSF que traz, consigo, os perigos do retrocesso.
Consolidar a ESF significará construí-la, verdadeiramente, a partir das evidências produzidas internacionalmente e no Brasil, como a política da APS no SUS, fundada no seu papel de estratégia de organização do sistema público de saúde brasileiro e como centro de comunicação das RAS (MENDES, 2019).
Obs.: Vale lembrar que o oitavo ciclo é uma tentativa de consolidar a estratégia de saúde da família.
O oitavo ciclo da atenção primária à saúde se caracteriza pelo desafio da consolidação definitiva da estratégia de saúde da família (ESF): De acordo com Mendes (2019), consolidar a ESF significará construí-la, verdadeiramente, a partir das evidências produzidas internacionalmente e no Brasil, como a política da APS no SUS, fundada no seu papel de estratégia de organização do sistema público de saúde brasileiro como centro de comunicação das RASs

21
Q

Quais Os problemas que se apresentam na APS?

A

As pessoas buscam a atenção na APS por diversos motivos:
* Uma solicitação burocrática
* Um anseio
* O medo de uma doença
* Uma informação técnica
* A necessidade de discutir situações logadas a questões não biomédicas
* Além de sinais e sintomas de doenças estabelecidas

Obs.: percebe-se que são diversas demandas.
Para Mendes (2019), a visão restrita da demanda na APS, ainda prevalecente, leva a
problemas sérios na prestação de serviços de qualidade como, por exemplo, o manejo das condições de saúde como se todas elas pudessem ser, sempre, catalogáveis na Classificação internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (CID).
Obs.: na atenção primária, não se pode agrupar situações, pois cada pessoa é um ser ímpar. Às vezes, aparecem demandas que não são da saúde física, mas de toda uma relação. Por isso, existe a proposta de uma outra classificação, que é a Classificação Internacional da Atenção Primária – CIAP. Essa classificação já é usada, inclusive, em prontuários eletrônicos.
Na APS, é preferível trabalhar com a Classificação Internacional da Atenção Primária – CIAP.

22
Q

O que é CIAP?

A

O que é CIAP? O sistema de Classificação Internacional de Atenção Primária é uma
ferramenta adequada à Atenção Básica (AB) que permite classificar questões relacionadas às PESSOAS, e não às doenças. Permite classificar não só os problemas diagnosticados pelos profissionais de saúde, mas os motivos da consulta e as respostas propostas pela equipe seguindo a sistematização SOAP, de Lawrence Weed (Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano). Pode ser utilizado por todos os profissionais de saúde.
Obs.: o subjetivo é aquilo que o indivíduo leva, a verbalização. Exemplo: dor de cabeça.
O objetivo é quando se transforma o que foi levado pelo indivíduo em uma situação
após um exame, até o momento em que se se conflita com a teoria. A avaliação é
aquilo que se faz com o indivíduo. O plano é a proposta terapêutica de acordo com o que levou o indivíduo à consulta.
Não substitui o CID. É uma classificação específica da atenção primáriaAtualmente, o CIAP encontra-se em sua segunda edição.
Retomando a discussão sobre os principais problemas apresentados na APS, Mendes afirma que:
* Estudos demonstraram que somente 50% da demanda da APS é passível de
diagnóstico.
Obs.: os problemas que as pessoas levam estão mais relacionados ao modo de vida do que com a questão clínica. Por isso, sugere-se a utilização do CID e a complementação do CIAP.
* Sendo assim, na APS, é preferível trabalhar-se com problemas de saúde ou com
condições de saúde do que com diagnósticos de doenças.
* Entende-se problema de saúde como o que requer ou pode requerer uma ação da equipe de saúde que motivará um plano de cuidados.

23
Q

Quais são as Demandas na APS?

A

Obs.: em relação à barreira financeira, deve-se lembrar que é preciso sempre levar em consideração a cultura do espaço em que se está inserido. É preciso ofertar a atenção primária a toda a população, mas é preciso começar, primeiramente, por aqueles que mais precisam. Nesse ponto, surgem as barreiras geográficas e barreiras organizacionais.
Transformam-se em demandas efetivas que levam, na APS, ao acolhimento e à elaboração de listas de problemas e/ou de diagnósticos (BRASIL, 2015).
A lista de problemas ou diagnóstico estrutura diferentes perfis de demandas que podem ser agrupados em:
* Demanda por condições agudas;
* Demanda por condições crônicas agudizadas;
* Demanda por condições gerais e inespecíficas;
* Demanda por condições não agudizadas;
Obs.: é aquele paciente que recebe o diagnóstico na própria atenção primária.
* Demanda por enfermidades;
* Demanda por pessoas hiperutilizadoras.
Obs.: é a pessoa que vai muito à unidade de saúde.
* Demandas administrativas;
* Demanda por atenção preventiva.
Obs.: exemplos: rastreamento do câncer de colo de útero e mama; teste rápido; ações de saúde bucal.
* Demanda por atenção domiciliar;
* Demanda por autocuidado apoiado.
Obs.: autocuidado apoiado está muito ligado às doenças e às condições crônicas que estão estáveis. Por isso, o cuidado é necessário.
A estrutura da demanda na APS é ampla e diversificada. Contudo, na prática social,
opera-se com uma estrutura de demanda limitada que desconhece essa diversidade. Em geral, trabalha-se com uma estrutura restrita de demanda:
* Demanda espontânea: Que cobre as condições agudas e as agudizações das condições crônicas.
* Demanda programada: Que se limita às condições crônicas não agudizadas; demandas administrativas; demandas por atenção preventiva; e demandas por visitas domiciliares.
Obs.: a lógica de um cuidado na atenção primária cada vez melhor é diminuir a demanda espontânea e aumentar a demanda organizada. A lógica é trabalhar na lógica de linhas de cuidado, em que se acompanha os ciclos vitais, garantindo consultas porque é preciso acompanhar como está sendo o ciclo de vida.
De acordo com Mendes (2019), a construção social da APS implica uma coerência
entre a estrutura da demanda e da oferta. Assim, parte-se do estabelecimento da estrutura da demanda e busca-se adequar as respostas sociais a cada tipo de demanda específica por meio de uma estrutura de oferta singular. Ou seja, há de se harmonizar a estrutura de demanda com a estrutura de oferta.

24
Q

Quais são os Perfis de Oferta?

A
  1. Atenção aos eventos agudos
    * Que agrupa a demanda por condições agudas, por condições crônicas agudizadas e por condições gerais e inespecíficas.
  2. Atenção às condições crônicas não agudizadas, às enfermidades e às pessoas
    hiperutilizadoras
    * Que agrupa a demanda por condições crônicas não agudizadas (estabilizadas ou não), a demanda por enfermidades e a demanda por pessoas hiperutilizadoras.
  3. Atenção às demandas administrativas;
  4. A atenção preventiva;
  5. A atenção domiciliar; e
  6. A atenção à demanda por autocuidado apoiado.
    A construção social da APS faz-se pelo desenvolvimento e pela implantação das estruturas e dos processos que permitem dar respostas satisfatórias às diferentes demandas, o que equivale a implementar soluções estruturais e processuais nos seis perfis de oferta (MENDES, 2019).
25
Q

O que é O Processo da Construção Social da APS: A Metáfora da Casa?

A

Para Mendes (2019), o processo da construção social da APS que se propõe pode ser mais bem entendido utilizando a metáfora da construção de uma casa.
Obs.: fala-se em construção social porque não se pode separar a atenção primária do contexto social. É preciso conhecer o território, a vida e como as pessoas lidam com a saúde no dia a dia.
Obs.: imagine que se esteja começando a implantação de estruturas de atenção primária no município. O item 1 é a base, o alicerce.
1. Os macroprocessos básicos: são aqueles que vão dar suporte ao atendimento das diversas demandas da população.
Obs.: quando se atua na atenção primária, lida-se com as demandas da população, que, depois, são transformadas em necessidades.
* A territorialização.
Obs.: quando se define o território cartográfico e qual o perfil da população que nele reside, fica mais fácil identificar qual a necessidade da população.
* O cadastramento das famílias.
Obs.: o cadastramento é feito pelo Sistema de Informação de Atenção Básica (SISAB). É cadastrada uma ficha domiciliar e, nesse domicílio, há uma ficha para cada indivíduo.
Na ficha domiciliar, entende-se toda a estrutura do domicílio, traçando um perfil sanitário. A ficha individual apresenta, para cada pessoa que reside no domicílio, toda a lógica, incluindo informações como comorbidades, plano de saúde, religião etc.
* A classificação de risco familiar.
Obs.: o SISAB tem um espaço específico para colocar o grau de risco e vulnerabilidade (alto, intermediário, baixo).
* O diagnóstico local.
Obs.: o diagnóstico local é construído com os dados do SISAB e dados de outros sistemas de informação, como sistema de mortalidade, nascimento, Sinan, sistema ambulatorial, além do IBGE
* Agenda de atendimentos.
Obs.: é construída a partir do diagnóstico.
* A estratificação de risco populacional e identificação das subpopulações alvo por fator de risco ou condições de saúde, de acordo com a sua complexidade.
Obs.: exemplos de subpopulações alvo: diabéticos, hipertensos, pessoas portadoras de hanseníase, tuberculose, pacientes com deficiência física, pessoas que usam álcool ou outras drogas.
* A programação e monitoramento e a contratualização;
* A organização da carteira de serviços da unidade.
Obs.: a carteira deve ficar exposta, mostrando quais os serviços são oferecidos. Ela é construída a partir do perfil da comunidade.

26
Q

Quais são Os Microprocessos Básicos da APS?

A

São aqueles que garantem condições para a prestação de serviços de qualidade, especialmente no aspecto da segurança das pessoas usuárias.
* Recepção;
* Acolhimento e preparo;
* Vacinação;
* Curativo;
* Farmácia;
* Coleta de exames;
* Procedimentos terapêuticos;
* Higienização das mãos;
* Higienização e esterilização de equipamentos e ambientes;
* Gerenciamento de resíduos;
Obs.: o acolhimento pode não ser um espaço físico. O preparo pode ser associado à triagem.
Voltando à metáfora da casa, o número 2 é representado pelos macroprocessos de atenção aos eventos agudos.

26
Q

O que são Os Macroprocessos da Atenção aos Eventos Agudos da APS?

A

Na metáfora da casa, esse momento corresponde à construção de uma das partes da casa. Os eventos agudos são o somatório das condições agudas, das agudizações das condições crônicas e das condições gerais e inespecíficas que se manifestam, em geral, de forma aguda. Apesar de se apresentarem em três formas de demandas diferentes, o padrão da resposta social é único e informado por um modelo de atenção aos eventos agudos considerado na Figura 3, Capítulo 1.
A organização dos macroprocessos da atenção aos eventos agudos implica implantar os processos de acolhimento e de classificação de risco. Ou seja, organizar, sob a égide da atenção centrada na pessoa, um acolhimento eficaz e humanizado. Há resistências à utilização de sistemas de classificação de riscos na APS.
Contudo, na teoria de redes, aplicada às RAS, é central a utilização de uma linguagem comum por todos os nós das redes. Na atenção aos eventos agudos, essa linguagem comum é um sistema de classificação de risco que deve ser o mesmo em todos os pontos de atenção das RAS. A organização dos macroprocessos da atenção aos eventos agudos significa, também, capacitar as equipes de APS para o atendimento às urgências menores e o primeiro
atendimento às urgências maiores.
Obs.: o próximo item da metáfora da casa é “Macroprocessos de Atenção às Condições Crônicas não agudizadas, Enfermidades e Pessoas Hiperutilizadoras”.

26
Q

O que são os Macroprocessos de Atenção às Condições Crônicas não agudizadas, Enfermidades e Pessoas Hiperutilizadoras?

A

As condições crônicas não agudizadas (estabilizadas ou não), as pessoas hiperutilizadoras e as enfermidades exigem respostas sociais articuladas de forma inovadora e que se expressam num conjunto variado de tecnologias de intervenção.
Obs.: esse tópico remete à questão da longitudinalidade e à dos vínculos criados. Na atenção primária, há a equipe de referência.

27
Q

O que são os Macroprocessos da Atenção Preventiva?

A

O foco desses macroprocessos é na prevenção dos fatores de risco proximais e dos fatores de risco individuais biopsicológicos.
Obs.: exemplos: são fatores ligados aos hábitos de vida. Lidar com atenção primária é lidar com promoção e prevenção. Na lógica da prevenção, é preciso levar em consideração todo risco relacionado aos determinantes proximais (hábitos de vida) e lembrar também das características individuais (carga genética, por exemplo).

28
Q

Quais são os Macroprocessos das Demandas Administrativas?

A

A demanda administrativa é aquela que tem caráter não clínico como atestados médicos, renovação de receitas e análise de resultados de exames.
Obs.: esse tópico não tem a ver com uma conduta clínica

28
Q

Quais são os Macroprocessos da Atenção Domiciliar?

A

A atenção domiciliar ou cuidado domiciliar é uma categoria ampla que se baseia na interação dos profissionais de saúde com a pessoa, sua família e com o cuidador, quando está presente, e se constitui num conjunto de atividades realizadas no domicílio de forma programada e continuada segundo a necessidade das pessoas e famílias atendidas.
Obs.: é uma atividade sine qua non, ou seja, inerente à atenção primária. Lembre-se da metáfora: esse tópico está representado na porta

28
Q

O são os Macroprocessos do Autocuidado Apoiado?

A

O autocuidado apoiado sustenta-se no princípio de que as pessoas portadoras de condições crônicas conhecem tanto quanto, ou mais, de sua condição e de suas necessidades de atenção, que os profissionais de saúde.
Obs.: é preciso orientar o indivíduo para que ele possa se cuidar. É preciso atuar com a educação em saúde.

29
Q

A PNAB na APS?

A

As ações e serviços da Atenção Básica deverão seguir padrões essenciais e ampliados:
Padrões Essenciais – ações e procedimentos básicos relacionados a condições básicas/essenciais de acesso e qualidade na Atenção Básica.
Padrões Ampliados – ações e procedimentos considerados estratégicos para se avançar e alcançar padrões elevados de acesso e qualidade na Atenção Básica, considerando especificidades locais, indicadores e parâmetros estabelecidos nas Regiões de Saúde.

29
Q

O que são os Macroprocessos Cuidados Paliativos?

A

Para se desenvolverem adequadamente os cuidados paliativos respondendo às necessidades das pessoas portadoras de condições muito complexas e suas famílias, é imprescindível que a APS esteja em rede com outros pontos de atenção à saúde e que ocorra um trabalho multiprofissional interdisciplinar.
Obs.: é preciso trabalhar na lógica de redes.

30
Q

(UPENET/IAUPE/FCM-UPE/2010) Leia as assertivas abaixo sobre a história da Atenção Primária à Saúde no Brasil e no mundo e marque a CORRETA.
a. A Declaração de Alma-Ata afirma a responsabilidade dos governos sobre a saúde
dos seus povos, sem priorizar os que têm mais necessidades.
b. A Atenção Primária à Saúde Seletiva, utilizada no Brasil no início da reorganização do sistema de saúde, surgiu como uma estratégia para o controle das principais doenças em países pobres.
c. O documento “Renovação da atenção primária em Saúde nas Américas” (OPAS/
OMS 2005) defende uma organização de saúde, baseada na cura e unisetorialidade.
d. A primeira proposta governamental formal de organização de um primeiro nível de atenção está definida no Relatório Dawson que difunde um modelo de saúde limitado a serviços preventivos.
e. Na década de 60, difundiu-se, no Brasil, um modelo de organização do sistema de saúde baseado na construção dos Centros de Saúde, definidos como uma instituição equipada para serviços curativos e preventivos.

A

Letra: B

a) Prioriza aqueles que têm mais necessidade.
b) Hoje já não se trabalha mais o padrão seletivo. A lógica da atenção primária é universal e não seletiva. É um serviço que tem baixa densidade tecnológica para a população e para a maior parte dos problemas da população.
c) A saúde de atenção primária envolve outros setores.
d) O Relatório de Dawson amplia.
e) A data está incorreta.

31
Q

(Mestrado Em Saúde da Família 2018) A pesquisadora Barbara Starfield (2002). pesquisou as diferenças na orientação da atenção primária nos sistemas de saúde de 12 nações industrializadas ocidentais e concluiu que países com uma orientação mais forte para atenção primária possuem maior probabilidade de ter melhores níveis de saúde e custos mais baixos. Para essa comparação formulou atributos que qualificam as unidades de saúde em relação à força de sua associação à atenção primária, EXCETO:
a. organização por programas de saúde e tecnologias médicas.
b. continuidade e coordenação do cuidado.
c. primeiro contato no sistema de saúde.
d. orientação familiar e comunitária.

A

Letra: A

c) Hoje existem outras formas de contato, mas a atenção primária ainda é considerada o primeiro contato preferencial.

31
Q

(Residência/Multi/UFPR/2018) Sobre a Atenção Primária à Saúde (APS), assinale a alternativa correta.
a. Deve ser a porta de entrada obrigatória ou preferencial do sistema de saúde.
b. É o primeiro nível do sistema de saúde porque lida com os casos mais simples.
c. A função de filtro do sistema (gatekeeper) diminui os custos, mas não melhora os
indicadores de saúde.
d. A proporção de médicos generalistas e especialistas em um sistema de saúde não tem relação com a morbimortalidade.
e. Deve centrar-se na promoção de saúde e não nas doenças.

A

Letra: A

b) Lida com os casos mais comuns (maior prevalência ou mais incidência). Exemplo: diabetes, hipertensão, parasitoses, dermatite simples, hanseníase, tuberculose.
c) Se filtra através da atenção primária, justamente essa caraterística de ordenadora do sistema, é porque é possível identificar o que é mais comum e cuidar na atenção primária com baixa densidade tecnológica, que exige menos recurso. Se não filtrasse e tudo fosse para os outros níveis que têm uma maior densidade tecnológica, consequentemente haveria mais custos.
d) Para dar conta de problemas não tão comuns e para situações de agudização, é preciso dos especialistas generalistas. A proporção impacta nos indicadores, exemplo: há na atenção primária generalistas que terão que ter o suporte de matricialmente dos especialistas do nível secundário. A proporção impacta nos indicadores porque, por exemplo, é preciso para dar continuidade no tratamento do diabético, do hipertenso de profissionais que orientam como matriciamento. É preciso de especialistas para lidar com problemas nos domicílios, muitas situações que não são possíveis de resolver na atenção primária são enviadas para o nível secundário ou terciário.
e) A atenção primária se centra na promoção na saúde, mas foca nas doenças também.
Isso não exclui um ou outro, é sempre um somando um com o outro. Ações de promoção, proteção e recuperação é o olhar biopsicossocial, da clínica ampliada, do todo. A clínica ampliada é o cuidado centrado na pessoa, envolve outras situações que extrapolam o lado bio, que é a doença

32
Q

(INSTITUTO AOCP/EBSERH/2015) São atributos relacionados à Atenção Primária em
Saúde no Brasil, EXCETO
a. primeiro contato.
b. descentralização de serviços especializados.
c. longitudinalidade do cuidado.
d. orientação para comunidade.
e. foco na família

A

Letra: B

b) A atenção primária opera os serviços básicos de saúde.

33
Q

C ou E: (CESPE / CEBRASPE/HUB/2010) Julgue o item seguinte acerca do sistema de saúde no Brasil. A atenção primária, entendida na atualidade, como forma de organização dos serviços de saúde, atende às necessidades da população realizando serviços preventivos, curativos, reabilitadores e de promoção da saúde.

A

CERTO!

Obs.: ler a PNAB atual e atenção primária.
Inclui ainda o cuidado paliativo, redução de danos.
Obs.: ler sobre o conceito de atenção primária descritos na política vigente