Apostila - Português Flashcards
1º) Examinador: Sr(a) candidata, a gramática tradicional divide-se em quantas partes?
Excelência, a divisão da gramática ainda não é um assunto pacificado entre os autores e aceita, por isso, mais de uma abordagem. É indiscutível, porém, a identificação de 4 partes essenciais que não podem se ausentar jamais:
1 - Fonética (som);
2 - Morfologia (palavra);
3- Sintaxe (funcionamento) e
4 - Semântica (significado).
2º) Examinador: Sra candidata, como se classifica a sílaba tônica nas palavras? Exemplifique cada uma das classificações.
Excelência, a sílaba tônica permite 3 posições: quando a tônica ocorre na última sílaba, temos uma oxítona, como na palavra sofá; quando a tônica ocorre na penúltima sílaba, temos uma paroxítona, como na palavra revólver; quando a tônica ocorre na antepenúltima sílaba, temos uma proparoxítona, como na palavra médico.
3º) Examinador: Sra candidata, a palavra “item” é acentuada? Se for, qual a regra que justifica a acentuação?
Excelência, a palavra “item” não recebe acentuação, pois não se acentua palavras paroxítonas terminadas em “em”, tal como “ontem” e “nuvem”.
ATENÇÃO:
Há acentuação nas paroxítonas terminadas em EN (hífen, pólen, abdômen, hímen), porém, não há nas paroxítonas terminadas em EM (item, jovem, nuvem, ontem) ou ENS (itens, jovens, nuvens, hifens, himens, polens, abdomens). Parece estranho, mas a regra produz isto: hífen com acento, mas hifens sem acento.
4º) Examinador: Sra candidata, a formação “reparti-lo” recebe acentuação? Se sim, qual a regra?
Excelência, a formação “reparti-lo” não recebe acentuação, pois não há regra em nosso idioma que permita acentuá-la, nem a regra das oxítonas, nem a regra do I e do U formando hiato.
5º) Examinador: Sra candidata, qual a diferença entre os prefixos “ante” e “anti”? Exemplifique
Excelência, o prefixo “ante” significa anterior, como ocorre em “anteontem; antevéspera; antebraço”, já o prefixo “anti” significa contrário, como ocorre em “antiético; antiesportivo; anti-horário”.
Palavras que apresentam som parecido são classificadas como parônimas.
6º) Examinador: Sra candidata, qual o significado da expressão “ao encontro de”?
Excelência, a expressão “ao encontro de” significa “em favor de; no sentido de”, como se observa em “ele me pagou na data combinada e isso veio ao encontro das minhas expectativas”.
7º) Examinador: Sr(a). candidato(a), a flexão verbal “estudava” está conjugado em que tempo e modo? O verbo “estabelecer” recebe qual forma neste mesmo tempo e modo?
➢ Resposta: Excelência, A forma verbal “estudava” está conjugada no pretérito imperfeito do indicativo. O verbo “estabelecer”, nesse mesmo tempo e
modo, traz a seguinte forma: “estabelecia”.
*Dica de ouro: Cuidado no pretérito imperfeito do indicativo, pois os verbos
terminados em –AR formam estudava, amava, cantava, mas os verbos terminados em –ER e –IR formam aprendia, estabelecia, abolia, partia. Apesar de ser o mesmo tempo e modo, as desinências são distintas.
8º) Examinador: Sr(a). candidato(a), na frase “Todos já sabiam ………. ele tinha agido daquela forma”, qual seria a grafia correta em relação ao uso dos porquês?
➢ Resposta: Excelência, na frase “Todos já sabiam por que ele tinha agido daquela forma”, a grafia correta é separada e sem acento.
*Dica de ouro: É muito importante memorizar os sinônimos dos porquês, pois
é dessa forma que teremos uma verificação segura. Observe:
1- porque = pois / conjunção explicativa ou causal;
2- porquê = substantivo, geralmente acompanhado de determinante (artigos e
pronomes) e equivale a “motivo” (Não se sabia o porquê da briga/ o motivo da
briga);
3- por que = pelo qual (e variações) / pronome relativo;
4- por que = por qual razão / pronome interrogativo;
5- por quê = por qual razão, em fim de frase.
9º) Examinador: Sr(a). candidato(a), conjugue o verbo “mediar” na terceira
pessoa do singular do presente do indicativo.
➢ Resposta: Excelência, a flexão verbal é “ele medeia”.
*Dica de ouro: Há cinco verbos que formam uma exceção: mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar. A letra inicial desses verbos cria esta forma mnemônica: MARIO (Mediar, Ansiar, Remediar, Incendiar, Odiar). Para
simplificar, conjugue-os da mesma forma que o verbo odiar (que é de uso mais
comum e em geral não temos dúvidas). Assim, se o verbo odiar ficar eu odeio,
ele odeia, os outros verbos o seguem fielmente: eu medeio, ele medeia; eu
remedeio, ele remedeia… Isso também vale para o verbo derivado intermediar
(eu intermedeio, ele intermedeia).
10º) Examinador: Sr(a). candidato(a), o que são formas arrizotônicas?
➢ Resposta: Excelência, as formas arrizotônicas nas conjugações verbais
ocorrem quando a flexão verbal traz a vogal tônica fora do radical.
*Dica de ouro: Formas rizotônicas: a vogal tônica está dentro do radical;
formas arrizotônicas: a vogal tônica está fora do radical.
Exemplos: cant am = forma rizotônica, pois a tônica está no radical “cant-“; cant
avam = forma arrizotônica, pois a tônica está fora do radical “cant-“
11º) Examinador: Sr(a). candidato(a), conjugue o verbo entreter na terceira
pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo.
Resposta: Excelência, a flexão verbal é “ele entreteve”.
*Dica de ouro: Muito importante observar que o verbo entreter é derivado de
ter e, em razão disso, deve-se observar a transmissão da forma verbal: tive =>
entretive, teve => entreteve, tiveram => entretiveram, quando tiver => quando
entretiver, se tivesse => se entretivesse. O verbo ter tem outros derivados e o
raciocínio é o mesmo: abster, ater, conter, deter, entreter, manter, obter, reter…
12º) Examinador: Sr(a). candidato(a), conjugue o verbo precaver na primeira
pessoa do singular do presente do indicativo.
➢ Resposta: Excelência, a flexão não é possível, pois temos nesse caso
um verbo defectivo, ou seja, há algumas pessoas em que a conjugação falha,
deixa de ser usada.
*Dica de ouro: O verbo precaver tem formas defectivas, ou seja, formas que
não podem ser conjugadas. Isso ocorre principalmente no presente do indicativo e presente do subjuntivo.
Conclua que não há no Português formas como “precavenho”, “precavejo”,
que, apesar de uso frequente, na norma culta estão erradas. Nas lacunas,
usam-se formas sinônimas, como o verbo prevenir.
13º) Examinador: Sr(a). candidato(a), conjugue o verbo reaver na primeira
pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo.
➢ Resposta: Excelência, a flexão é “eu reouve”.
*Dica de ouro: O verbo reaver (re + haver) segue a conjugação do verbo haver, porém com um detalhe: só se conjuga reaver quando na conjugação de haver permanecer a letra v. Por isso, no presente do indicativo, por exemplo, só há duas pessoas que possuem a conjugação do verbo reaver (nós e vós). Já no presente do subjuntivo não haverá conjugação.
ATENÇÃO: a forma “eu reavi” é uma conjugação muito usada, porém incorreta; o certo é “eu reouve”.
14º) Examinador: Sr(a). candidato(a), na frase “Tal fato implicará pena”, as
normas gramaticais de regência foram respeitadas? .
➢ Resposta: Excelência, na frase não há falha de regência. O verbo implicar, com o sentido de gerar, acarretar, produzir, é transitivo direto e, portanto, não exige preposição.
15º) Examinador: Sr(a). candidato(a), na frase “O juiz julgou culpada a ré”,
qual a função sintática do termo “culpada”?
➢ Resposta: Excelência, a função sintática do termo “culpada” é predicativo do objeto.
*Dica de ouro: O predicativo do objeto é um termo que qualifica o núcleo do objeto direto (ou mais raramente o objeto indireto). Vejamos:
Ex: o juiz o julgou inocente. Chamei os alunos de sábios. Nomearam este homem
presidente.
Para entender melhor a função de predicativo do objeto, deve-se observar que
a regência do verbo contém a necessidade desse qualificador, ou seja, o
sentido exige não apenas o complemento verbal, mas também um qualificador
para este. Por isso, eleger não é apenas eleger alguém; aguarda-se o cargo e
este termo será o predicativo do objeto. Isso é uma característica própria do
verbo eleger: O povo elegeu José vereador.
Confira alguns verbos com tais características
- julgar: Eles o julgaram inocente.
- condenar: Eles o condenaram culpado.
- considerar: Consideramos os alunos mais preparados agora.
- nomear: A prefeitura os nomeou representantes oficiais.
- chamar (sentido de nomear): A gramática chama tal termo de irregular.
- tornar: Ele tornou a atividade mais prazerosa.
- supor: Ele supôs encerrada a corrida.
A voz passiva é uma boa forma de testar se o termo em análise é efetivamente
predicativo do objeto. Na transformação do objeto direto em sujeito da passiva,
o predicativo do objeto continua no predicado, porém agora como predicativo
do sujeito.
- Voz ativa: Ele considerou a prova difícil. (predicativo do objeto)
- Voz passiva: A prova foi considerada por ele difícil. (predicativo do sujeito).
16º) Examinador: Sr(a). candidato(a), o que é um predicado nominal? Cite dois exemplos.
➢ Resposta: Excelência, predicado nominal é aquele em que o núcleo do predicado se compõe de predicativo do sujeito ou predicativo do objeto.
São exemplos: Ele está feliz. Ele é trabalhador.
*Dica de ouro: Observe como se dá a distinção entre os predicados:
a) predicado verbal – seu núcleo é um verbo intransitivo ou um transitivo:
Ela nasceu bem. Eu sempre lhe dizia isso.
b) predicado nominal – seu núcleo é um predicativo (do sujeito ou do objeto):
Ela estava doente.
c) predicado verbo-nominal – traz um núcleo verbal (verbo intransitivo ou um
transitivo) e um núcleo nominal (predicativo do sujeito ou do objeto):
Aquele homem já nasceu rico. Consideramos correta a resposta. O juiz julgou-a culpada.
Como se nota, quando formamos uma frase com predicativo do objeto, teremos
um verbo transitivo, o que sempre acarreta uma soma de núcleos e a classificação predicado verbo-nominal.
17º) Examinador: Sr(a). candidato(a), qual o gênero dos seguintes substantivos: alface, dó, champanha e cal.
A alface;
O dó;
O champanha;
A cal.
ATENÇÃO:
- são masculinos: o alvará / o aneurisma / o apêndice / o axioma / o champanha / o clarinete / o dó / o eclipse / o eczema / o edema / o estigma / o estratagema / o formicida / o gengibre / o grama (peso) / o guaraná / o hematoma / o herpes / o matiz / o pernoite / o proclama / o púbis / o sósia.
- são femininos: a aguardente / a alcunha / a alface / a apendicite / a cal / a comichão / a couve / a derme / a entorse / a faringe / a gênese / a libido / a mascote / a matinê / a omoplata / a pane / a sentinela.
Há algumas palavras que aceitam ambos os gêneros: o diabetes ou a diabetes
/ o hélice ou a hélice / o íris ou a íris / o laringe ou a laringe / o personagem ou
a personagem / o tapa ou a tapa / o usucapião ou a usucapião.
18º) Examinador: Sr(a). candidato(a), defina e exemplifique o que é substantivo sobrecomum e substantivo epiceno.
➢ Resposta: Excelência, em ambas as classificações temos substantivos
uniformes, ou seja, de apenas uma forma, mas com usos diferentes.
O substantivo sobrecomum é aquele em que a palavra tem um único gênero, mas
serve tanto para o masculino, quanto para o feminino, como em o cônjuge, a criança, o gênio, o ídolo, a pessoa, a testemunha, a vítima.
Já o substantivo epiceno é usado para animais, uma única forma que designa tanto o masculino, quanto o feminino; para ajudar na distinção, convencionou-se usar
as palavras macho e fêmea: andorinha (macho ou fêmea), baleia (macho ou
fêmea), cobra (macho ou fêmea).
Em síntese, nos substantivos uniformes, temos:
- comum de dois gêneros (ou comum-de-dois): uma única forma, mas aceita
distinção de gênero por meio de determinantes ou adjetivos (o / a estudante);
- sobrecomum: uma única forma e um único gênero que servem ao masculino
e ao feminino (a criança);
- epiceno: usado apenas para animais e faz-se uso das palavras macho e
fêmea para marcar distinção (o jacaré macho / o jacaré fêmea).
19º) Examinador: Sr(a). candidato(a), na frase “Conforme constatou-se, o acidente poderia ser evitado”, a colocação pronominal está correta? Por quê?
➢ Resposta: Excelência, na frase há falha de colocação pronominal, pois a conjunção subordinativa “conforme” é palavra atrativa e isso gera a obrigatoriedade da próclise.
*Dica de ouro: Entre as regras de colocação pronominal, a que envolve as palavras atrativas é a mais exigente pela lista que produz. As palavras e expressões atrativas são as seguintes:
- palavras com sentido negativo: não, nunca, jamais, ninguém, nada, nem…
- advérbios (sem vírgula): aqui, ali, só, também, além, longe, hoje, já…
- pronomes indefinidos: tudo, alguém, ninguém…
- pronomes ou advérbios interrogativos: O quê…?, Quem…?, Por que…?, Quando…?, Onde…?, Como…?, Quanto…?
- pronomes relativos: que, o qual, quem, cujo, onde…
- conjunções subordinativas: uma vez que, embora, contanto que, conforme,
depois que, para que, à proporção que…
- em + gerúndio: em se tratando, em se analisando…
- orações optativas (são as que exprimem desejo): Deus nos abençoe!, Raios o
partam!
20º) Examinador: Sr(a). candidato(a), na frase “Eles foram ao cinema, sentaram lá no fundo e assistiram o filme”, a construção com o verbo assistir está correta? Qual o sentido do verbo assistir?
➢ Resposta: Excelência, a frase apresenta falha. O correto é “assistiram
ao filme”, pois, com o sentido de “ver, ser o espectador de algo”, o verbo
assistir é transitivo indireto, exigindo a preposição “a”.
*Dica de ouro: O verbo assistir tem quatro sentidos distintos e possui construções também diferentes para cada um dos sentidos:
1. Assistir com o sentido de ver, ser o espectador de algo, transitivo indireto:
“Assistimos ao teatro”.
“Eles assistiram à novela”
- Assistir com o sentido de ajudar, auxiliar, prestar assistência, transitivo direto:
“No local, o policial assistiu o acidentado”. - Assistir com o sentido de caber, pertencer, ser de direito, gozar de um direito, transitivo indireto:
“Este direito assiste aos filhos menores”. - Assistir com o sentido de morar, habitar, permanecer, intransitivo (aparece
com adjunto adverbial de lugar):
“De 2010 a 2015, assistiu em São Paulo”. - Assistir com o sentido de ajudar, auxiliar, assistir também pode ser usado como VTI:
“Assistir ao doente”. Trata-se de uso arcaico, mas com presença nas provas.
21º) Examinador: Sr(a). candidato(a), passe para o plural os seguintes substantivos: guarda-florestal e guarda-pó.
➢ Resposta: Excelência, são estes os plurais: guardas-florestais (variando
as duas palavras) e guarda-pós (variando apenas a última).
*Dica de ouro: Nos substantivos compostos formados com a palavra guarda, há um detalhe que faz toda a diferença:
- Quando guarda for um substantivo (portanto variável), haverá um adjetivo à
sua frente:
o guarda-noturno (adjetivo) = os guardas-noturnos
o guarda-florestal (adjetivo) = os guardas-florestais - Quando guarda for um verbo (portanto invariável), haverá um substantivo à
sua frente:
o guarda-roupa (substantivo) = os guarda-roupas
o guarda-chuva (substantivo) = os guarda-chuvas
22º) Examinador: Sr(a). candidato(a), qual o plural da construção “camisa rosa”? Justifique.
➢ Resposta: Excelência, nesse caso, o plural assim se forma: camisas rosa.
A justificativa para tal construção é o empréstimo de um substantivo para
designar a cor, fato que torna tal substantivo invariável.
*Dica de ouro: Para os adjetivos que indicam cores, devemos ter particular
atenção quando os substantivos são usados para criar a referência da cor.
Perceba que são construções em que há a expressão “cor de…” de forma
explícita ou implícita: paredes cinza (ou seja, paredes cor de cinza), blusas
violeta, sapatos vinho… A regra nessa formação em que há “cor de” (de forma
implícita ou explícita) é que não há variação, não há concordância. Isso
também vale para raios ultravioleta.
23º) Examinador: Sr(a). candidato(a), qual o numeral ordinal de 88?
➢ Resposta: Excelência, o numeral ordinal é octogésimo oitavo.
*Dica de ouro: Vale a pena ler e reler os numerais ordinais menos usuais. A
frequência no olhar ajudará na manutenção.
40: quadragésimo 300: tricentésimo
50: quinquagésimo 400: quadringentésimo
60: sexagésimo 500: quingentésimo
70: septuagésimo 600: seiscentésimo
80: octogésimo 700: septingentésimo
90: nonagésimo 800: octingentésimo
100: centésimo 900: nongentésimo
200: ducentésimo 1.000: milésimo
24º) Examinador: Sr(a). candidato(a), na frase “Ele fará o trabalho a todo
custo”, como se classifica a palavra “a”?
➢ Resposta: Excelência, na expressão “a todo custo”, a palavra “a” é uma preposição.
*Dica de ouro: Nos estudos da crase, há um conjunto em que se deve dominar sem atraso: é a área proibida. Trata-se de formações em que o artigo não é usado, o que nos leva à conclusão de que o “a” em análise é apenas preposição “a”. Observe a área proibida:
a) palavra masculina: a bordo, a respeito de, a critério de, a olho nu, a pé;
b) infinitivo: a partir de, a contar de, a começar por, ficou a discutir;
c) expressões com palavras repetidas: face a face, cara a cara, folha a folha;
d) pronome pessoal: falei a ela, disse a nós, mandaram a mim e a ti;
e) demonstrativos essa(s) e esta(s): falei a essa mulher, refiro-me a esta
pessoa;
f) pronomes de tratamento (iniciados por Vossa ou Sua): requer-se a Vossa
Senhoria, falei a Vossa Excelência, o respeito a Sua Santidade;
g) “a” no singular mais palavra no plural: a piscadelas, a marretadas, a
pauladas, refiro-me a civilizações antigas, falei a várias pessoas;
h) pronomes indefinidos: enviei a cada pessoa, enviei a toda pessoa, falei a
qualquer pessoa, referi-me a alguém;
i) você, quem e cujo: falei a você, sei a quem você se refere, conheço a pessoa
a cujo trabalho você se refere;
i) artigo indefinido uma: referi-me a uma ideia antiga.
Em todos esses exemplos, o “a” é apenas preposição “a”.
25º) Examinador: Sr(a). candidato(a), na frase “Eles voltaram a Curitiba”, deve-se usar o acento grave? Justifique.
➢ Resposta: Excelência, na frase “Eles voltaram a Curitiba” não se deve usar o acento grave, pois não há crase na construção. No trecho, há apenas a
preposição “a” exigida pelo verbo voltar e “Curitiba” não se usa com artigo.
*Dica de ouro: Uma forma simples de verificação de crase com o nome próprio de lugar é a seguinte:
- Fui À => Voltei DA, crase há!!
Fui à Holanda (Voltei da Holanda). Fui à Bahia (Voltei da Bahia). - Fui A => Voltei DE, crase para quê??
Fui a Portugal (Voltei de Portugal). Fui a Brasília (Voltei de Brasília).
26º) Examinador: Sr(a). candidato(a), na frase “Eles virão aqui somente daqui
a três horas”, deve-se usar o acento grave? Justifique
➢ Resposta: Excelência, na frase o acento grave é proibido, pois só há a preposição “a” na construção.
*Dica de ouro: No termo “três horas”, deve-se perceber que não há o uso do
artigo “as”; só se usa a preposição “a”. Veja a grande diferença que há entre as
duas frases a seguir:
- “Eles virão aqui somente às três horas” => designa o horário
- “Eles virão aqui somente daqui a três horas” => designa uma quantidade de
horas (180 minutos).
27º) Examinador: Sr(a). candidato(a), na frase “Aquele ato foi contra a vida de
todos os presentes”, deve-se usar o acento grave em “contra a vida”? Justifique.
➢ Resposta: Excelência, trata-se de uma construção em que o acento
grave não deve ser usado. A palavra “contra” não exige preposição “a”. No
trecho “contra a vida”, só se usa o artigo.
*Dica de ouro: As palavras ante, perante, mediante e contra já são classificadas como preposição, o que impede o uso da preposição “a”. Por isso, não há razão para pensar em crase com elas.
28º) Examinador: Sr(a). candidato(a), na frase “Referi-me a mesma pessoa”,
deve-se usar o acento grave?
➢ Resposta: Excelência, sim, na formação “Referi-me à mesma pessoa”, o acento grave é obrigatório.
*Dica de ouro: Uma forma simples de verificação de crase é a troca por um
sinônimo masculino, em que a formação masculina AO corresponde à formação feminina À: Referi-me à mesma pessoa = Referi-me ao mesmo indivíduo.
29º) Examinador: Sr(a). candidato(a), na frase “Analisaremos a sua ideia”, o
acento grave é facultativo?
➢ Resposta: Excelência, o acento grave na frase “Analisaremos a sua ideia” é proibido, pois o verbo “analisar” é transitivo direto, não exige a preposição “a”.
*Dica de ouro: Essa questão tenta induzir a erro ao entregar ao candidato apenas uma parte do acento grave facultativo. Dessa forma, quando o tema é crase, antes de desenvolver qualquer raciocínio, deve-se ter certeza da exigência da preposição “a”.
O tema acento grave facultativo é tradicional em nossas gramáticas. Observe
as possibilidades:
- antes do pronome possessivo feminino singular (pois o uso do artigo é
facultativo): Referi-me à/a sua ideia. Eles foram fiéis à/a nossa proposta.
- após a preposição até (pois a preposição “a” é facultativa): “Dirigiram-se até
a/à praia. Foram até às/as aulas”.
30º) Examinador: Sr(a). candidato(a), qual o coletivo de porcos e de mapas?
Girândola é o coletivo para qual termo?
➢ Resposta: Excelência, o substantivo coletivo de porcos é vara e o de
mapas é atlas. Já o substantivo coletivo girândola tem como referência os
fogos de artifício.
31º) Examinador: Sr(a). candidato(a), o que é uma palavra homônima homógrafa? Exemplifique.
➢ Resposta: Excelência, palavras homônimas são aquelas que trazem
igualdade. Quando são homônimas homógrafas, isso significa que a igualdade
está na escrita, como em eu gosto (verbo) e o gosto da fruta (substantivo).
*Dica de ouro: As palavras homônimas assim se classificam:
- homônimas homógrafas: a igualdade está só na escrita, como em eu começo (verbo) e o começo (substantivo);
- homônimas homófonas: a igualdade está só no som, como em cessão, sessão e cessão;
- homônimas perfeitas: a igualdade está na escrita e no som, como em eu trabalho (verbo) e o trabalho (substantivo).
32º) Examinador: Sr(a). candidato(a), qual o superlativo erudito da palavra magro?
➢ Resposta: Excelência, O superlativo erudito de magro é macérrimo.
*Dica de ouro: A palavra magro também aceita a formação magríssimo e magérrimo (palavra dicionarizada e abonada).
Há alguns superlativos que são emprestados do latim e, por isso, chamados de eruditos.
Observe algumas formações importantes:
acre: acérrimo / agudo: acutíssimo / amargo: amaríssimo / amável:
amabilíssimo / amigo: amicíssimo / bom: boníssimo / célebre: celebérrimo /
cruel: crudelíssimo / doce: dulcíssimo / feroz: ferocíssimo / fiel: fidelíssimo /
geral: generalíssimo / jovem: juvenilíssimo / livre: libérrimo / magnífico:
magnificentíssimo / magro: macérrimo / miserável: miserabilíssimo / negro:
nigérrimo / nobre: nobilíssimo / notável: notabilíssimo / pessoal: personalíssimo / pobre: paupérrimo / pródigo: prodigalíssimo / provável: probabilíssimo / sábio: sapientíssimo / sagrado: sacratíssimo / visível: visibilíssimo / voraz: voracíssimo
33º) Examinador: Sr(a). candidato(a),as palavras até e fé são acentuadas pela
mesma regra?
➢ Resposta: Excelência, não, são regras distintas.
A palavra “até” segue a regra das oxítonas (acentuam-se as terminadas em A, AS, E, ES, O, OS, EM e ENS) e “fé” segue a regra das monossílabas tônicas (acentuam-se as
terminadas em A, AS, E, ES, O, OS).
Perceba que uma palavra, para ser
oxítona, precisa ter mais de uma sílaba e a última ser a tônica.
Em “a-té”, apesar de ser uma palavra pequena, há mais de uma sílaba e a última é a tônica.
34º) Examinador: Sr(a). candidato(a), na frase “Conseguimos acertar o
exercício”, qual o tipo de sujeito?
➢ Resposta: Excelência, trata-se do sujeito oculto.
*Dica de ouro: Observe uma descrição dos tipos de sujeito:
- sujeito determinado simples – traz apenas um núcleo do sujeito. Os meninos
chegaram cedo.
- sujeito determinado composto – traz mais de um núcleo do sujeito. Os
meninos e os professores chegaram cedo.
- sujeito oculto – pelo contexto ou pela desinência verbal, infere-se o sujeito.
Acertei a questão. Estudaste o livro?
- sujeito indeterminado – verbo na terceira pessoa do plural (sem a
possibilidade de haver sujeito oculto). Roubaram a loja.
- sujeito indeterminado – usando o pronome se (índice de indeterminação do
sujeito) e os seguintes verbos na 3ª pessoa do singular
. verbo transitivo indireto: Trata-se de oportunas ideias.
. verbo intransitivo: Aqui se nasce e se morre.
. verbo de ligação: Aqui se está feliz.
- sujeito inexistente – forma-se com os verbos impessoais: Choverá ainda esta
semana. Haverá novas reformas econômicas.
35º) Examinador: Sr(a). candidato(a), na frase “Intelectuais e jornalistas ligados às classes dominantes tentaram mistificar o candidato”, a inserção de uma vírgula após a palavra “dominantes” infringe regra gramatical?
➢ Resposta: Excelência, sim, a inserção da vírgula gera falha, pois ela separaria sujeito e verbo, o que é gramaticalmente proibido.
36º) Examinador: Sr(a). candidato(a), como se classifica a palavra “cujo”? Exemplifique seu uso.
➢ Resposta: Excelência, A palavra “cujo” é classificada como pronome relativo.
Um exemplo de seu uso é o seguinte: “Li todos os livros cujos autores são brasileiros”.
*Dica de ouro: O pronome relativo cujo (e variações) é um pronome relativo
muito especial. Ele sempre estabelece uma relação de posse entre dois substantivos (artista cuja obra / pensamento cujo autor / pessoa cuja cidade).
Há frases em que, a depender da sintaxe, poderá vir preposicionado:
Li o livro a cujo autor todos querem bem.
É uma pequena cidade por cuja população alguns de nós lutarão.
37º) Examinador: Sr(a). candidato(a), na frase “Ele se atrasou graças à chuva”, o termo “graças à chuva” tem qual função sintática? Qual seu sentido?
➢ Resposta: Excelência, O termo “graças à chuva” tem a função de adjunto adverbial e o sentido é de causa.
38º) Examinador: Sr(a). candidato(a), na frase “Os livros são essenciais aquilo
que denominamos processo simbólico”, deve haver acento grave em “aquilo”?
Justifique.
➢ Resposta: Excelência, o acento grave em “Os livros são essenciais àquilo que denominamos processo simbólico” é obrigatório. Isso se deve ao uso da preposição “a” exigida pelo adjetivo “essenciais” (essenciais A algo), somada ao “a” inicial em “aquilo”: “essenciais A algo + Aquilo” = “essenciais àquilo”.
39º) Examinador: Sr(a). candidato(a), cite três conjunções causais.
➢ Resposta: Excelência, são conjunções causais: porque, porquanto e dado que.
*Dica de ouro: Sempre é válido conservar o grupo das conjunções na memória: porque, porquanto, como (= porque), já que, uma vez que, visto que, dado que, tendo em vista que, na medida em que.
40º) Examinador: Sr(a). candidato(a), corrija a frase: “Vem aqui, pois preciso falar consigo”.
➢ Resposta: Excelência, a frase correta é “Vem aqui, pois preciso falar contigo”.
*Dica de ouro: O pronome “consigo” só deve ser usado como pronome reflexivo da terceira pessoa:
Ele trouxe consigo a sacola.
Assim, em frases como a da questão, em que não se aplica o reflexivo, podemos usar “falar contigo” ou “falar com você” a depender da forma de tratamento direcionado ao interlocutor.
E aí entra uma informação relevantíssima: na frase, há uma ordem (“vem”), que
é a forma verbal do imperativo para o “tu”. É em razão disso que corretamente
se usou “falar contigo” a fim de manter a uniformidade de tratamento.
41º) Examinador: Sr(a). candidato(a), na frase “Visitei o bairro onde ele trabalha”, há correção? Explique o uso da palavra “onde”. A palavra “onde” pode ser substituída? Demonstre.
➢ Resposta: Excelência, a frase está correta. A palavra “onde”, nessa frase, funciona como pronome relativo, retoma uma ideia de lugar e na oração por ele introduzida há a exigência da preposição “em” (que trabalha, trabalha EM algum lugar). A palavra “onde” pode ser substituída por outros pronomes relativos:
“Visitei o bairro em que ele trabalha”
“Visitei o bairro no qual ele trabalha”
42º) Examinador: Sr(a). candidato(a), crie uma frase em que haja a voz recíproca.
➢ Resposta: Excelência, a frase é “Os jogadores, após o gol, abraçaram-se”.
*Dica de ouro: A voz reflexiva é aquela em que o sujeito pratica em si mesmo:
Eu me feri.
O funcionário se cortou.
As crianças lavaram a si mesmas.
Já na voz recíproca, temos o sentido de que um sujeito pratica a ação no outro, ou
seja, existe a necessidade de ser sempre plural e de haver ações mútuas:
Os jogadores, após o gol, abraçaram-se (= Os jogadores abraçaram um ao outro).
As pessoas se cumprimentaram (= As pessoas cumprimentaram um ao outro).
43º) Examinador: Sr(a). candidato(a), Na frase “Sentimos saudades”, caso se
troque o termo “saudades” por um pronome, qual será o resultado da
alteração?
➢ Resposta: Excelência, a frase é “Sentimo-las”.
*Dica de ouro: Na frase “Sentimos saudades”, temos um VTD e um OD. Ao
transformar o objeto direto em pronome pessoal, a forma correspondente é
“as”. O segundo passo está relacionado à colocação, o que nos leva ao uso da
ênclise como única forma correta, pois, por estar no início do período, não cabe
a próclise.
Por fim, na formação “Sentimos + as” há a necessidade de adaptação: corta-se o –s do verbo e acrescenta-se o “l” ao pronome “as”:
“Sentimo-las”.
44º) Examinador: Sr(a). candidato(a), conjugue o verbo “provir” na terceira
pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo.
➢ Resposta: Excelência, a forma é “eles provieram”.
*Dica de ouro: Sempre é importante notar a relação entre primitivo e derivado:
eu vim => eu provim
tu vieste => tu provieste
ele veio => ele proveio
nós viemos => nós proviemos
vós viestes => vós proviestes
eles vieram => eles provieram
45º) Examinador: Sr(a). candidato(a), na frase “Gastou-se uma enorme fortuna”, o termo “uma enorme fortuna” exerce a função de sujeito?
➢ Resposta: Excelência, sim, “uma enorme fortuna” é o sujeito da construção, que se encontra na voz passiva sintética. Trata-se, portanto, de um sujeito paciente.
46º) Examinador: Sr(a). candidato(a), as palavras dólar, canal e catequese
criam verbos com a formação em Z ou S (-IZAR ou -ISAR)?
➢ Resposta: Excelência, as três palavras formam verbos terminados em –
IZAR com Z: dolarizar, canalizar, catequizar.
*Dica de ouro: Só grafe –ISAR com S quando, na palavra primitiva, houver is
+ vogal. Observe:
análise - analisar
aviso – avisar
camisa – descamisar
catálise – catalisar
friso – frisar
improviso – improvisar
liso – alisar
paralisia – paralisar
pesquisa – pesquisar
Se, na palavra primitiva, não houver a formação is + vogal, grafe com z:
ameno – amenizar
baliza – balizar
batismo – batizar
canal – canalizar
catequese – catequizar
cicatriz – cicatrizar
deslize – deslizar
dólar – dolarizar
fanatismo – fanatizar
fértil – fertilizar
íons – ionizar
profeta – profetizar
símbolo – simbolizar
7º) Examinador: Sr(a). candidato(a), em “Há dois anos atrás”, há um vício de linguagem. Identifique-o e corrija a frase.
➢ Resposta: Excelência, o vício de linguagem é pleonasmo vicioso, pois o
verbo haver, por si só, já se refere ao tempo passado, dispensando a palavra
“atrás”. A correção vem pela exclusão de uma das palavras. Então, podemos
usar “Há dois anos” ou “Dois anos atrás”.
48º) Examinador: Sr(a). candidato(a), qual a função sintática do termo “por todos” na seguinte frase:
“A falha foi notada por todos”?
➢ Resposta: Excelência, a função sintática do termo “por todos” é agente da passiva.
*Dica de ouro: Perceba que o agente da passiva é o sujeito da voz ativa.
Assim, observe a transformação:
Voz passiva: A falha foi notada por todos
Voz ativa: Todos notaram a falha.
Essa noção ajuda a classificar o agente da passiva.