Aids - infecções oportunistas Flashcards

1
Q

Qual a principal causa de meningite ou meningoencefalite fúngica no mundo?

A

Meningite criptocócica

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Q

Qual é a manifestação mais frequente e grave da criptococose em PVHA?

A

Meningite

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3
Q

Quais as diferenças entre as manifestações clínicas da criptococose em imunocompetentes e imunossuprimidos?

A

Imunocompetentes tendem a apresentar formas pulmonares localizadas, caracteristicamente, um ou mais nódulos circunscritos.

Imunossuprimidos tendem a apresentar infiltrados intersticiais ou alveolares, usualmente difusos e acompanhados de meningite ou meningoencafelite criptocócica

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4
Q

Como se caracteriza a meningite da criptococose?

A

Meningite subaguda com febre, cefaleia, mal-estar geral, náuseas e/ou vômitos e rebaixamento do nível de consciência

Impacto sistêmico é frequente, podendo haver envolvimento pulmonar (consolidação lobar, infiltrados nodulares ou intersticiais) e cutâneo (pápulas umbilicadas semelhantes às lesões de molusco contagioso)

Na HIC, pode haver vômitos, diplopia, confusão mental, coma e papiledema

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5
Q

Quais fatores estão relacionados com pior prognóstico na meningite ou meningoencefalite criptocócica?

A
  • Contagem de leucócitos menor que 20 células/mm3 no LCR
  • Rebaixamento do nível de consciência
  • HIC não controlada
  • Presença de crise convulsiva
  • Carga fúngica liquórica elevada
  • Neuroimagens mostrando extensão da meningite ao parênquima cerebral
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6
Q

Como é feito o diagnóstico da meningite criptocócica?

A

Considerar quando CD4 abaixo de 100 cels/mm3

  • Punção lombar: sempre indicada, se ausência de contraindicações
  • Teste imunocromatográfico de fluxo lateral de antígeno criptocócico (LF-CrAg): teste sorológico de preferência
  • Coloração com tinta da China
  • Cultura de liquor
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7
Q

Qual o tratamento de escolha para meningite criptocócica?

A

Indução: anfotericina B lipossomal IV + flucitosina VO (pelo menos 2 semanas)

Consolidação: fluconazol VO ou IV (pelo menos 8 semanas)

Manutenção: fluconazol VO (6 a 12 meses e deve ser mantida até a contagem de CD4 estar acima de 200)

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8
Q

Como é feito o manejo da HIC secundário a meningite ou meningoencefalite criptocócica?

A

Se pressão de abertura liquórica superior a 25 cmH2O e presença de sinais de HIC, realizar punção lombar e retirar 20 a 30 mL de liquor

A punção lombar de alívio deve ser repetida diariamente até a estabilização da pressão intracraniana

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9
Q

Há contraindicação para o inicio da TARV em pacientes com meningite/meningoencefalite criptocócica?

A

Sim, pelo risco de Siri. A TARV deve ser iniciada entre 4 a 6 semanas após o início do tratamento antifúngico

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10
Q

Qual a causa mais comum de lesões expansivas cerebrais em PVHA?

A

Toxoplasmose cerebral

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11
Q

Como se dá o acometimento cerebral na toxoplasmose?

A

Geralmente pela reativação do cisto latente do protozoário, principalmente em pacientes com CD4 <200

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12
Q

Quais as manifestações clínicas da neurotoxoplasmose?

A

Curso geralmente subagudo; cefaleia, sinais focais (hemiparesia, disfasia e outras alterações motoras), febre, convulsões e alteração do estado mental

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13
Q

Quem deve ser tratado empiricamente para neurotoxoplasmose?

A

Todas as PVHA com sinais clínicos compatíveis e exames de imagem sugestivos de toxo cerebral

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14
Q

Quais as características das lesões da neurotoxo na TC?

A

Uma ou mais lesões, hipodensas, COM realce anelar ou nodular após a injeção do contraste, associadas a edema perilesional

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15
Q

Quais exames podem ser solicitados na suspeita de neurotoxoplasmose?

A
  • TC (exame preferencial, por sua grande disponibilidade)
  • RNM (mais sensível que a TC para identificar lesões pequenas ou localizadas em fossa posterior)
  • PCR no LCR (sensibilidade moderada e especificidade elevada)
  • Sorologia IgG (reagente em mais de 90 a 95% dos casos de toxo cerebral)
  • Anatomopatológico (único confirmatório)
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16
Q

Quais as opções de tratamento da neurotoxoplasmose?

A

Escolha: sulfadiazina VO + pirimetamina VO + ácido folínico VO (6 semanas)

Opção: Bactrim terapêutico (25 mg/kg de sulfa) 2x dia, VO ou IV (6 semanas)

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17
Q

Qual a causa mais comum de doença pulmonar oportunista em PVHA com cd4 < 200?

A

Pneumocistose

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18
Q

Quais as manifestações clínicas da pneumocistose?

A

Quadro insidioso, febre, tosse seca, dispneia progressiva, fadiga, desconforto torácico e perda de peso.

EF: taquipneia, taquicardia e ausculta pulmonar normal ou com estertores finos

19
Q

Como a pneumocistose pode aparecer nos exames de imagem?

A

Não há características clínicas ou imagem radiológica específica de PCP, sendo seu diagnóstico geralmente presuntivo, baseado em dados clínicos, laboratoriais e de imagem compatíveis

RX tórax: infiltrado intersticial peri-hilar e simétrico; radiografia normal em um quarto dos casos

TC tórax: atenuação em vidro fosco

20
Q

Como é feito o diagnóstico definitivo de pneumocistose?

A

Identificação do agente por meio das colorações de azul de toluidina, Grocott, Giemsa ou técnica de imunoflorescência a partir de espécimes respiratórios. A pesquisa do agente em amostras de escarro é pouco sensível para PCP

21
Q

Quais são os achados sugestivos de pneumocistose?

A
  • CD4 <200, ou sinais clínicos de imunodepressão grave, como candidíase oral
  • Dispneia progressiva aos esforços
  • Febre, taquipneia, taquicardia
  • RX de tórax normal ou infiltrado pulmonar difuso peri-hilar, simétrico
  • Desidrogenase lática sérica elevada
  • Hipoxemia em repouso ou após esforço
  • Ausência de uso ou utilização irregular de profilaxia para PCP
22
Q

Qual o tratamento para pneumocistose?

A

Bactrim (SMX 75 a 100 mg + TMP 15 a 20 mg/kg/dia) IV ou VO, a cada seis ou oito horas, por 21 dias

Intolerância a sulfa: clindamicina 300mg VO 6/6h + primaquina 15 a 30mg VO 1x/dia por 21 dias

23
Q

Qual a indicação de corticoide na pneumocistose e qual a droga de escolha?

A

Quando PaO2 < 70mmHg em AA, ou diferença alvéolo-capilar > 35mmHg

Prednisona 40mg VO, 2x/dia por cinco dias, reduzida à metade a cada cinco dias, até completar 21 dias

24
Q

Como é feita a profilaxia secundária para pneumocistose?

A

Após o tratamento, com Bactrim VO 800+160mg 3x/semana até alcançar CD4 > 200 por pelo menos três meses

25
Q

A qual família pertence o vírus CMV?

A

Família dos herpes vírus

26
Q

Quais são os principais sítios de infecção por CMV?

A

Retina e aparelho digestivo (pulmões, fígado, vias biliares e SNC também podem ser acometidos)

27
Q

Qual a utilidade da sorologia para o diagnóstico de infecção por CMV?

A

IgG negativo indica pouca probabilidade de ser o CMV o causador da doença investigada

28
Q

Qual o tratamento para CMV?

A

Ganciclovir é a droga de escolha

29
Q

Como se manifesta a candidíase orofaríngea?

A

Placas removíveis esbranquiçadas. Pode se apresentar também como queilite angular ou pápulas eritematosas na mucosa

30
Q

Como se manifesta a candidíase esofágica?

A

Dor retroesternal difusa, disfagia e/ou odinofagia, normalmente sem febre. Candidíase oral está presente na grande maioria dos casos e, geralmente, os pacientes apresentam CD4 ainda mais baixos (CD4 inferior a 100)

31
Q

Como é o tratamento para candidíase orofaríngea?

A

Formas leves ou moderadas: fluconazol 100mg/dia por 7 a 14 dias

Opção: nistatina (apresenta recidiva com mais frequência, portanto, deve ser usada nas formas mais leves)

32
Q

Como é o tratamento para candidíase esofágica?

A

Escolha: fluconazol 200 a 400mg/dia VO ou 400mg/dia IV nos casos de disfagia importante, por 7 a 14 dias

Alternativas: anidulafungina ou anfotericina

33
Q

Como ocorre a infecção por Histoplasma capsulatum?

A

A infecção se dá por inalação de propágulos (micronídios) do microrganismo presentes no solo, principalmente quando enriquecido com fezes de aves e morcegos

34
Q

Qual a forma clínica mais comum da histoplamose em PVHA?

A

Histoplasmose disseminada progressiva

35
Q

Quais as manifestações clínicas da histoplasmose disseminada progressiva?

A

Inespecíficos: febre alta, adinamia, anorexia e perda de peso, tosse, diarreia e vômito. Pneumonia ocorre com frequência

EF: palidez, emagrecimento, hepatomegalia e/ou esplenomegalia e lesões cutaneomucosas (provavelmente por consequência da disseminação fúngica para esses órgãos)

36
Q

Qual o achado radiológico mais característico da histoplasmose?

A

Infiltrado retículo-nodular difuso

37
Q

Qual a causa da disfunção do fígado e da medula óssea na histoplasmose?

A

O tropismo do fungo pelas células do sistema fagocítico mononuclear

38
Q

Como é feito o diagnóstico de histoplasmose?

A

Diagnóstico clínico-laboratorial, sendo confirmado pela evidência do fungo em cultura de espécime clínico

39
Q

Qual o tratamento para histoplasmose?

A
  • Histoplasmose pulmonar aguda: itraconazol (leve a moderada) ou complexo lipídio de anfotericina B (moderada a grave)
  • Histoplasmose pulmonar crônica: itraconazol por 12 a 24 meses
  • Histoplasmose disseminada: itraconazol (moderada), complexo lipídico de anfotericina B (grave) ou anfotericina B lipossomal (grave com comprometimento do SNC)
  • Aula Susana: anfotericina B (14 dias) - Itraconazol
40
Q

O que define um caso de histoplasmose como grave:

A
  • Insuficiência respiratória ou circulatória
  • Acometimento do SNC
  • Insuficiência renal
  • Alteração da coagulação
  • Status de desempenho da OMS maior ou igual a 2 (pessoa fica confinada a uma cama ou cadeira por mais da metade das horas de vigília)
41
Q

Quais as doenças definidoras de aids mais comuns?

A

Candidíase esofágica, câncer de colo de útero, sarcoma de Kaposi, PCM disseminada ou extrapulmonar, criptococose extrapulmonar, criptosporidiose, CMV (exceto fígado, baço ou linfonodos), herpes simples (úlceras crônicas, bronquite, pneumonite ou esofagite), histoplasmose disseminada, isosporíase, linfoma de Burkitt, neurotoxoplasmose

42
Q

Qual o valor mínimo do CD4 para que seja feita vacinação contra pneumococo?

A

CD4 >200

43
Q

Quais são as neoplasias definidoras de aids?

A

Sarcoma de Kaposi, linfoma não-Hodgkin e carcinoma de colo uterino invasivo

44
Q

Quais as manifestações clínicas da colite por CMV?

A

Dor abdominal, diarreia, perda ponderal e anorexia