3. PÍLULA ANTICONCEPCIONAL DE EMERGÊNCIA Flashcards
O método mais antigo é o conhecido como método de Yuzpe que foi utilizado pela primeira vez em 1974. Esse método é feito da seguinte maneira:(pilula anticoncepcional de emergência).
Ingestão de duas doses de 100mcg de etinilestradiol e 500mcg de levonorgestrel em duas tomadas, com intervalo de 12 horas, sendo a primeira tomada a mais próxima possível da atividade sexual desprotegida e, preferencialmente, no máximo, após 72 horas deste.
A taxa média de gestação com este método é de 1,8%, porém, se o tratamento for iniciado nas primeiras doze horas após o coito, a taxa é reduzida para 1,2%. Este método pode ser realizado com contraceptivos orais comuns, desde que a doses acimas para progestínicos e estrogênicos sejam alcançadas.
Mas, o método mais usado na atualidade é a PAE com Levonorgestrel isolado. Neste caso, usa-se o levonorgestrel na dose de 1,5mg única ou fracionada em duas tomadas, com intervalo de 12 horas. Uma dose única de levonorgestrel é tão eficaz quanto à dose fracionada e mostra-se mais conveniente à paciente, sem aumentar os efeitos adversos.
O mecanismo de ação depende de que fase do ciclo menstrual ocorreu a relação desprotegida, na fase folicular ou na fase lútea: (PAE)
- Na 1ª fase do ciclo, antes do pico do LH, a PAE altera o crescimento folicular, impedindo ou retardando a ovulação por muitos dias. A ovulação é impedida ou adiada em 85% dos casos; não havendo contato dos gametas feminino e masculino.
- Na 2ª fase do ciclo menstrual, após ocorrida a ovulação, a PAE atua por meio destes mecanismos para impedir a fecundação: alteração do transporte dos espermatozoides e do óvulo pela Trompas de Falópio, modificando o muco cervical tornando-o hostil à espermomigração e interferindo na capacitação espermática.
O mecanismo de ação da PAE é induzir a descamação do endométrio?
É importante fazer uma parada neste momento e refletir sobre uma questão muito falada hoje: o potencial abortivo da pílula do dia seguinte. Não há qualquer evidência científica de que a PAE exerça efeitos após a fecundação dos gametas. O mecanismo de ação da PAE não é induzir a descamação do endométrio como muitos pensam. Na verdade, caso tenha ocorrido a fecundação e implantação do ovo no endométrio, a gestação seguirá normalmente. O uso das pílulas, associado à menstruação, é um indício que não houve nidação.
principais indicações da PAE:(3)
- Prevenir gestação inoportuna ou indesejada após relação sexual desprotegida;
- Falha conhecida ou presumida pelo uso inadequado do contraceptivo de uso regular;
- Casos de violência sexual.
A PAE não deve ser usada de forma alguma de maneira planejada ou previamente programada para substituir um contraceptivo de uso regular.
Quais são os efeitos adversos da PAE e qual a única contraindicação absoluta do uso da PAE?
O principal efeito colateral da PAE são náuseas e vômitos, mais comuns com o uso de levonorgestrel isolado do que com o método de Yuzpe. Estes efeitos podem ser minimizados com a prescrição de um antiemético uma hora antes da tomada do PAE.
Outros efeitos colaterais podem ser relatados, como vertigem, cefaleia e mastalgia. Porém, há remissão espontânea nas primeiras 24 horas após a tomada do contraceptivo.
A única contraindicação absoluta para uso de PAE é a gravidez confirmada. Porém, ainda que a mulher gestante venha a usar o CE, não há registro de efeitos teratogênicos sobre o feto.
Qual o mecanismo de ação dos adesivos transdérmicos?
Os adesivos possuem uma superfície de 20cm², que contém 750mg de etinilestradiol (EE) e 6mg de norelgestromina (NGMN). Ocorre liberação diária de 20mg EE e 150mg de NGMN, sendo o último convertido em levonorgestrel através de metabolismo hepático.
MECANISMO DE AÇÃO: é igual ao de todos os anticoncepcionais hormonais combinados: inibição das gonadotrofinas e, consequentemente, da ovulação.
- O progestagênio inibe predominantemente a secreção de LH, bloqueando o pico necessário para a ovulação.
- Já o estrogênio age predominantemente sobre o FSH, impedindo o desenvolvimento folicular e a emergência do folículo dominante.
Quais são as vantagens e os riscos atribuídos a utilização de adesivos transdérmicos?
Possui eficácia, contraindicações e perfil de efeitos adversos semelhantes aos anticoncepcionais orais combinados. A principal vantagem é a comodidade de uso. Outras potenciais vantagens em relação à via oral seriam a ausência do metabolismo de primeira passagem hepática, níveis plasmáticos mais estáveis (sem picos e quedas) e facilidade de uso para pacientes com dificuldades de deglutição.
Provavelmente, os mesmos benefícios atribuídos aos anticoncepcionais orais combinados, como, por exemplo, a redução da anemia ferropriva, a redução de risco de câncer de ovário e de endométrio, também estejam presentes nesta formulação.
Como o uso da via transdérmica evita a absorção intestinal e o metabolismo de primeira passagem hepática, _supõe-se que este contraceptivo não interfira de forma significativa na eficácia de outros medicamento_s (por exemplo, anticonvulsivantes e antibióticos), nem tenha a sua eficácia comprometida pelo uso simultâneo de outras drogas.
O principal risco atribuído a uso desses adesivos é o mesmo atribuído aos orais, que é o tromboembolismo e a embolia pulmonar e, da mesma forma que estes, o risco é também considerado baixo, com eventos relativamente raros. Mulheres com predisposição são mais preocupantes e os cuidados devem ser maiores.
Os DIUs podem ser classificados em três grupos principais:
Os DIUs podem ser classificados em três grupos principais: não medicados, medicados ou de cobre e hormonais.
Quais os mecanismo de ação do DIU de cobre?
Os DIUs de cobre são altamente eficazes em prevenir a gravidez. Os números no nome do dispositivo referem-se à área de superfície em mm2 do cobre exposto na superfície endometrial. Os principais são: multiload 375 (MLCu375), multiload 250 (MLCu250), Cobre T220 (TCu220), cobre T200 (TCu200) e TCu380A.
O TCu380A é o tipo de DIU preferido. Quando disponível, o TCu380S, pode ser preferido em relação ao anterior, principalmente para aqueles que consideram a montagem do dispositivo no insertor difícil. O TCu380 slimline (TCu380S) tem cobre nas bordas dos braços laterais, diferente do TCu380A, no qual o cobre está no meio dos braços. Esta modificação não melhorou a eficácia do dispositivo. Este dispositivo pode ser efetivo por até 10 anos.
MECANISMO DE AÇÃO: consiste em liberar cobre no endométrio.** A presença de um corpo estranho e de cobre na cavidade endometrial **causa mudanças bioquímicas e morfológicas no endométrio, além de produzir modificações no muco cervical. O DIU de cobre é associado à resposta inflamatória aumentada com acréscimo de citocinas citotóxicas. O cobre é responsável pelo aumento da produção de prostaglandinas e pela inibição de enzimas endometriais. Estas mudanças afetam adversamente o transporte de esperma, de modo a prevenir a fertilização. Os íons de cobre também têm um efeito direto na motilidade espermática, reduzindo a capacidade de penetração no muco cervical. A ovulação não é afetada em usuárias do DIU de cobre.
O principal efeito adverso mais comum nos primeiros meses do DIU de cobre é:
O principal efeito adverso mais comum nos primeiros meses do DIU de cobre é sangramento irregular ou aumento na quantidade de sangramento menstrual. As usuárias de DIUs de cobre têm uma média de 13 dias de sangramento no primeiro mês depois da inserção, diminuindo para uma média de seis dias após 12 meses da inserção. O uso de anti-inflamatórios não esteroidais pode ajudar a reduzir a intensidade do fluxo menstrual.
Qual o mecanismo de ação do sistema intrauterino liberador de levonorgestrel?
Além do DIU de cobre, existe o sistema intrauterino liberador de levonorgestrel. Este sistema possui um reservatório com 52mg de levonorgestrel, mede 32mm de comprimento e libera 20µg de levonorgestrel por dia.
Este dispositivo é efetivo por até 5 anos.
MECANISMO DE AÇÃO:
- Muco cervical espesso e hostil à penetração do espermatozoide, inibindo a sua motilidade no colo, no endométrio e nas tubas uterinas, prevenindo a fertilização;
- Alta concentração de levonorgestrel no endométrio, impedindo a resposta ao estradiol circulante;
- Forte efeito antiproliferativo no endométrio;
- Inibição da atividade mitótica do endométrio;
- Mantém a produção estrogênica, o que possibilita uma boa lubrificação vaginal.
Como é o modo de uso do anel vaginal?
O anel vaginal é um método contraceptivo hormonal combinado, constituído de um anel flexível e transparente, que contém _2,7mg de Etinilestradiol e 11,7mg de Etonogestrel distribuídos uniformement_e. Ele deve ser colocado pela paciente entre o 1º e o 5º dia do início do ciclo menstrual. Cada anel deverá ser usado por ciclo com duração de 21 dias. Após esse período, o dispositivo deverá ser retirado e deverá ser dada uma pausa de sete dias; outro dispositivo deverá ser introduzido, de preferência, no mesmo horário em que foi adicionado o anterior.
Qual o mecanismo de ação do anel vaginal?
MECANISMO DE AÇÃO DO ANEL VAGINAL: é a inibição da ovulação. O etonogestrel age suprimindo a maturação folicular e a ovulação. Inibe o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano pela retroalimentação negativa provocada pela presença do hormônio exógeno. Um mecanismo secundário, mas de importância na ação anticoncepcional, é a alteração do muco cervical, que se torna mais espesso e desfavorável à penetração do espermatozoide.
A combinação de etinilestradiol e etonogestrel por via vaginal apresenta alta eficácia na inibição da ovulação, semelhante ao anticoncepcional hormonal combinado oral.
Quais são as vantagens e efeitos colaterais da utilização do anel vaginal anticoncepcional?
A principal vantagem do anel vaginal é a facilidade de uso com apenas uma colocação mensal.
Com relação aos efeitos adversos, as queixas são semelhantes às das usuárias do contraceptivo hormonal combinado oral. As mais frequentes relatadas pelas usuárias são cefaleia, vulvovaginite e aumento de secreção vaginal. Outras queixas, como náusea, mastalgia, alterações de humor, dismenorreia, acne e diminuição de libido e dor abdominal são menos referidas. Eventos específicos do método, como sensação de algo na vagina, problemas na relação sexual e sua expulsão, apresentam baixa incidência.