3 - Indicação, escalas e prontuários Flashcards

1
Q

Paciente elegível para CP:

A

Pela definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Cuidados Paliativos, todos os pacientes portadores de doenças graves, progressivas e incuráveis, que ameacem a continuidade da vida, deveriam receber a abordagem dos Cuidados Paliativos desde o seu diagnóstico.

## Footnote

**Critérios de recomendação para Cuidados Paliativos**, considerando a possibilidade de indicação para aqueles pacientes que esgotaram todas as possibilidades de tratamento de manutenção ou prolongamento da vida, que apresentam sofrimento moderado a intenso e que optam por manutenção de conforto e dignidade da vida.

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2
Q

PROVA

Indicadores Gerais de Pior Prognóstico

A
  • Infecções recorrentes e de difícil tratamento (por exemplo, pneumonia, pielonefrite e sepse);
  • Piora significativa da ingesta alimentar (perda não intencional >10% de peso nos últimos 6 meses, ou hipoalbuminemia ou disfagia com aspiração);
  • Perda de funcionalidade com maior dependência de terceiros para realização das atividades básicas da vida diária;
  • Associação de múltiplas comorbidades.

IDOSOS: A idade por si só não define prognóstico. No entanto, é frequente que idosos apresentem diversas comorbidades.

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3
Q

The gold standart (PIG) - Pessoas com probabilidade de falecer em 1 ano:

A
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4
Q

Indicadores específicos:

A
  1. Câncer
  2. Falência orgânica (cardíaca, pulmonar, renal, hepática e neurológica)
  3. Fragilidade, demência, múltiplas comorbidades
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5
Q

Cuidados Paliativos para pacientes com critérios de terminalidade de suas doenças de base:

A
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6
Q

PROVA

Escalas de funcionalidade em oncologia (KPS/Karnofsky):

A

Além disso, a funcionalidade está diretamente relacionada ao prognóstico em oncologia. Quanto pior a funcionalidade, maior a chance de toxicidade com o tratamento e também menor a sobrevida provável

Em pacientes oncológicos em cuidados paliativos exclusivos um KPS, abaixo de 50 é associado a uma sobrevida estimada de menos de 8 semanas e a hipercalcemia da malignidade também é marcador de pior prognóstico nesse contexto (LEE; SMITH, 2019).

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7
Q

PROVA

Escala de performance paliativa (PPS):

A

Só 10% dos pctes com PPS = 50% tem sobrevida superior a 6 meses.
Avalia a funcionalidade e perfomance

Evidência de doença > investigação física que demonstra progressão de doenca
EX: metástases ou complicações da doença de base
Pacientes neurológicos, parecem ser PPS10, mas dificilmente são bem avaliados nessa escala.

Além disso, a funcionalidade está diretamente relacionada ao prognóstico em oncologia. Quanto pior a funcionalidade, maior a chance de toxicidade com o tratamento e também menor a sobrevida provável

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8
Q

Palliative Prognostic Index (PPI):

A

O Palliative Prognostic Index (PPI) pode ser utilizado em pacientes com câncer avançado (tumores sólidos) em cuidados paliativos exclusivos, isto é, que não têm mais programação de quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia, imunoterapia ou outras drogas específicas para tratamento da neoplasia. Ele permite estimar sobrevida em 90, 61 e 12 dias com sensibilidade e especificidade de 79% e 77%, respectivamente.

Esta é uma escala interessante, pois utiliza informações clínicas sem necessidade de exames complementares de alta
complexidade
(LEE; SMITH, 2019).

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9
Q

ECOG

A

Escala utilizada para avaliar funcionalidade em oncologia:

Aqui o 0 é bom e 5 (último) é ruim (inverso das outras)

Além disso, a funcionalidade está diretamente relacionada ao prognóstico em oncologia. Quanto pior a funcionalidade, maior a chance de toxicidade com o tratamento e também menor a sobrevida provável

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10
Q

Avaliação prognóstica para pacientes com neoplasia hematológica em cuidados paliativos:

A
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11
Q

Burden of illness score for elderly persons (BISEP): taxa de mortalidade de idosos após 1 ano da data de internação hospitalar.

A

Idosos
A idade por si só não define prognóstico. No entanto, é frequente que idosos apresentem diversas comorbidades.

A ferramenta BISEP (Burden of Illness Score for Elderly Persons) leva em consideração isso e estima a mortalidade em um ano de idosos que tiveram uma internação hospitalar (ver tabela 1) (INOUYE et al., 2003).

Recomenda-se conversar sobre preferência de cuidados com todos os idosos se possível, mas especialmente nos grupos 3 e 4 pelo maior risco de falecimento no próximo ano.

Nessa abordagem, deve-se buscar entender o que é importante para aquela pessoa, o que para ele(a) faz a vida ter sentido e a partir disso estabelecer um planejamento de cuidados que leve em conta aspectos técnicos e biográficos.

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12
Q

Índice de comorbidades de Charlson: Múltiplas Comorbidades

A

O índice de comorbidades de Charlson é uma escala clássica que estima mortalidade em 10 anos, quanto maior a pontuação maior a chance de falecimento no período (ver tabela 2) (CHARLSON, 1987).

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13
Q

Escala de Katz: Adaptação Transcultural

A

A escala de independência em atividades básicas da vida diária (ABVD), é baseada numa avaliação da independência ou dependência funcional de pacientes ao tomar banho, vestir-se, ir ao vaso sanitário,
transferir-se, manter-se continente e alimentar-se.

Os pacientes são classificados como totalmente dependentes quando são capazes de no máximo 2 ABVDs, parcialmente dependentes de 3 a 5, e independentes quando são capazes de realizar as 6 ABVDs).

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14
Q

Qual a funcionalidade do paciente conforme a escala de Katz de Atividades Básicas da Vida Diária ? Classificada como (LOPES et al., 2015):

A

Independentes (pacientes capazes de realizarem as 6 ABVDs da escala de Katz);
Parcialmente dependentes (pacientes que conseguem executar 3 a 5 ABVDs);
Totalmente dependentes(pacientes capazes de no máximo 2 ABVDs).

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15
Q

Atividades Instrumentais:

A
  • Gerenciar as finanças
  • Lidar com transporte (dirigir ou navegar o transporte público)
  • Fazer compras
  • Preparar refeições
  • Usar o telefone e outros aparelhos de comunicação
  • Gerenciar medicações
  • Manutenção das tarefas domésticas e da casa
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16
Q

Prontuários

Elementos de avaliação clínica:

A
  • Cronologia da doença atual e tratamentos realizados
  • Avaliação funcional
  • Avaliação de sintomas
  • Exame físico e complementares e avaliações de especialistas
  • Decisões terapêuticas
  • Impressão e prognóstico
  • Plano de cuidados
17
Q

Prontuários

Dados biográficos:

A
  • Nome e forma como gosta de ser chamado
  • Sexo e idade
  • Estado marital, filhos e netos
  • Trabalho que realizou por mais tempo ou mais se identificou
  • Local de nascimento e região de moradia
  • Com quem mora e por quem é cuidado a maior parte do tempo
  • Religião e crenças
  • O que gosta de fazer
  • O que sabe de sua doença e o quanto quer saber
18
Q

Prontuários

Cronologia da doença e tratamentos:

A
  • Época do diagnóstico da doença de base e tratamento realizado
  • Diagnósticos secundários, com época e tratamentos
  • Outras complicações relacionadas, quadro principal e diagnósticos não relacionados
19
Q

Prontuários - PROVA

Avaliação funcional e sintomas:

A
  • avaliação funcional é fundamental para vigilância da curva evolutiva da doença e é um elemento valioso na tomada de decisões, previsão de prognóstico e diagnóstico da terminalidade
  • Mais utilizada é o PPS - deve ser aplicada todos os dias para pacientes internados e em todas as consultas ambulatoriais e visitas domiciliares
  • Para sintomas o mais utilizado é o ESAS
20
Q

Escala de Avaliação de Sintomas de Edmonton (ESAS)

A

A ESAS deve ser avaliada criteriosamente todos os dias e usada como plataforma para as ações necessárias para o alívio de sintomas, usando-se todos os recursos necessários para esse fim

21
Q

Exame físico e complementar

A

O objetivo deve ser a compreensão necessária ao alívio de um sintoma ou ao controle de situação potencialmente reversivel

Faz sentido?
-exames de imagem para documentação
- suspender analgesia ou outras medicações para testar nível de consciência
-estimulo doloroso para testar nível de consciência

22
Q

Decisões terapêuticas:

A
  • Medicamentos e doses
  • Início ou suspensão de medidas
  • solicitações de exames e avaliações
  • Necessidades de intervenções psíquicas
  • Necessidades sociais
  • Intervenções realizadas ou solicitadas com a família
  • Necessidades espirituais
  • Efeito esperado das ações
23
Q

Impressão e Prognóstico:

A
  • Impressão acerca do estado que se encontra o doente
  • Expectativa acerca do tratamento proposto
  • Impressão prognóstica
  • horas a dias? dias a semanas?
    etC.
24
Q

Plano de cuidados:

A
  • Independente da fase da doença - é fundamental ter clareza do problema, necessidades, evolução em que se encontra e possibilidade de antever e prevenir novas crises
  • Deve ser claro o bastante para que possa ser entendido por toda a rede assistencial, inclusive em unidades de emergência e hospitais gerais onde o paciente poderá ser atendido por outras equipes
25
Q

Prognóstico:

A
  • As decisões pertinentes a cada fase do adoecimento são baseadas em parâmetros como as escalas de desempenho, importantes para definir prognóstico CP
  • Pacientes e familiares precisam compreender os riscos e benefícios de cada opção terapêutica para decidir de maneira coerente com sua história e valores
  • pacientes com câncer metastático sem perspectiva de cura - 69-81% dos pacientes não tinham percepção adequada de riscos e benefícios do tratamento, e acreditavam que a quimioterapia podia ser curativa
  • os que acreditavam que iriam sobreviver por pelo menos 6 meses favoreceram medidas invasivas em uma taxa de mais que o dobro do que aquelas que acreditavam que tinha uma chance pequena <10%
  • Pacientes querem discutir sobre prognóstico e opinar na tomada de decisões
  • Mas diante do questionamento, a sensação relatada por muitos médicos é de insegurança e capacitação insuficiente para essa função
  • Médicos tendem a superestimar o prognóstico, em especial o responsável pelo caso (provavelmente pelo vínculo) - compartilhar avaliação com colegas
  • Pela complexidade, recomenda-se associar a impressão clínica à utilização de escalas validadas pela literatura - servem para apoiar o raciocínio clínico, mas não são verdades absolutas e precisas em termos de tempo de vida.