1 - Princípios básicos de Cuidados Paliativos Flashcards
Definição de cuidados paliativos:
“Cuidado Paliativo é a abordagem que promove qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, através de prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento impecável da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual.”
OMS, 2002.
O foco da atenção não é a doença a ser curada/controlada, mas o doente, entendido como um ser biográfico, ativo, com direito a informação e a autonomia plena para as decisões a respeito de seu tratamento.
Parte da história dos Cuidados Paliativos - Quem foi Cícely Saunders?
A prática adequada dos Cuidados Paliativos preconiza:
Atenção individualizada ao doente e à sua família, busca da excelência no controle de todos os sintomas e prevenção do sofrimento.
Princípios dos cuidados paliativos:
- Promove o alívio da dor e de outros sintomas estressantes
- Reafirma a vida e vê a morte como um processo natural
- Não pretende antecipar e nem postergar a morte
- Integra aspectos psicossociais e espirituais ao cuidado
- Oferece um sistema de suporte que auxilie o paciente a viver tão ativamente quanto possível, até a sua morte
- Oferece um sistema de suporte que auxilie a família e entes queridos a sentirem-se amparados durante todo o processo da doença
- Deve ser iniciado o mais precocemente possível, junto a outras medidas de prolongamento de vida, como a quimioterapia e a radioterapia, e incluir todas as investigações necessárias para melhor compreensão e manejo dos sintomas
A sedação está indicada em situações de: dispnéia intratável, hemorragias incontroladas, delírium e dor refratária a tratamento (Doyle, 2000), o que, com
todo o conhecimento atual de analgésicos e procedimentos adequados, é situação rara.
Nem eutanásia, nem suicídio assistido, MUITO MENOS distanásia: aqui, não
estamos falando em eutanásia, tão pouco distanásia, o princípio dos cuidados
paliativos é exatamente combater a distanásia e praticar a ortotanásia, ou seja,
permitir a morte natural sem sofrimento.
Qualidades pessoais e atributos do Médico de Cuidados Paliativos
A prática dos Cuidados Paliativos baseia-se no controle impecável dos sintomas de natureza física, psicológica, social e espiritual.
Os princípios do controle destes sintomas (Neto, 2006) se baseiam em:
● Avaliar antes de tratar;
● Explicar as causas dos sintomas;
● Não esperar que um doente se queixe;
● Adotar uma estratégia terapêutica mista;
● Monitorizar os sintomas;
● Reavaliar regularmente as medidas terapêuticas;
● Cuidar dos detalhes;
● Estar disponível.
Uma unidade de Cuidados Paliativos deve contar com recursos como:
Psicoterapia, acupuntura, massagens e técnicas de relaxamento corporal, musicoterapia, terapia ocupacional, fisioterapia e acesso a procedimentos anestésicos e cirúrgicos para alívio de sintomas.
Conceito de paliação e ação paliativa:
Paliação: Toda medida que resulte em alívio de um sofrimento do doente.
Ação paliativa: Qualquer medida terapêutica, sem intenção curativa, que visa a diminuir, em ambiente hospitalar ou domiciliar, as repercussões negativas da doença sobre o bem-estar do paciente. É parte integrante da prática do profissional de saúde, independente da doença ou de seu estágio de evolução.
Pra quem e quando iniciar os Cuidados Paliativos?
Quando se fala em doença ativa, progressiva e ameaçadora à continuidade da vida significa que os Cuidados Paliativos podem e devem ser indicados na vigência de doenças crônicas em diferentes fases de evolução: trata-se da possibilidade de a morte por evolução natural de um processo de adoecer, que pode se arrastar por anos.
Só não é possível aplicar os princípios dos Cuidados Paliativos quando há morte súbita por doença, acidente ou violência (Lynn, 2005).
Os Cuidados Paliativos precisam ser rigorosamente:
administrados no âmbito das práticas de saúde, com intenso controle e aplicação de fundamento científico à sua prática, para jamais serem confundidos com descaso, desatenção, ausência de assistência ou negligência.
Em 2002 Harlos adaptou a escala de Karnofsky aos Cuidados Paliativos, criando a PPS(Palliative Performance Scale), e demonstrou que só 10% dos pacientes com PPS igual a 50% têm sobrevida superior a seis meses. Estes pacientes devem ter acompanhamento ativo por equipe de Cuidados Paliativos.
A fase final da vida coincide com PPS em torno de 20%