26- FISSURA ANAL Flashcards
Definição:
• É uma solução de continuidade no anoderma: região de pele anal modificada na região abaixo da linha pectínea (1.52cm) até a borda anal, formada por uma pele modificada epitélio modificado, sem glândulas sudoríparas, sebácea e folículos pilosos.
Etiologia
- Frequente em adultos jovens e relacionadas a trauma anal por fezes endurecidas.
- Em crianças o trauma é secundário principalmente relacionado à constipação e eventualmente diarreia
- Nos adultos associam-se também o parto vaginal e cirurgias orificiais prévias (fissura residual)
- Pode atingir qualquer idade, porém preferencialmente adultos jovens
- Episódios diarreicos prolongados podem levar a fissura, porém é menos frequente
Fisiopatologia
• Trauma evacuatório é o evento inicial -> atividade excessiva do esfíncter anal interno (musculatura lisa de controle involuntário) -> há o mecanismo vicioso da fissura anal (alguns pacientes não fazem a hipertonia)
• Todos têm um reflexo inibitório reto anal, fezes chegam na ampola retal e há o mecanismo que faz o EAI relaxar; no megacolon congênito não há esse relaxamento, as fezes não saem e acaba gerando o megacolon.
• Hipertonia exfincteriana: mecanismo automático de contratilidade constante, por possuir uma atividade involuntária fica hipertônico – isso pode gerar a piora a doença e leva ao ciclo vicioso da fissura anal
• Medo de evacuar, pois terá dor anal. O paciente acaba retendo as fezes por
mais tempo, o que piorará o quadro, pois as fezes endurecem mais ainda.
Fatores Predisponentes
• Disposição anatômica das fibras do EAI + Descida das fezes é primeiro na região posterior + Menor irrigação sanguínea na linha média posterior (menor chance de cicatrização) → Favorecem a localização posterior → Fissura anal.
• Em 90% das mulheres e em 99% dos homens está localizada na linha media da região posterior.
• Entrecruzamento de fibras na região posterior faz com que a angulação fique mais ascentuada, possibilitando maior rupturas nesse local.
• Primeiro impacto das fezes é na região posterior, causando lesão nessa região devido ao impacto. Além
do ângulo em fenda que também facilita os traumas.
• Menor vascularização que leva a cicatrização mais lenta.
Patologia (ao exame clínico)
• Fissura Primária (relacionada ao trauma evacuatório):
o Úlcera superficial no canal anal mais ou menos de 1 cm (dificilmente chegam a mais), elíptica, abaixo da linha pectínea, com fundo limpo
(muitas vezes composta pelo esfíncter interno) e bordos bem definidos
o Localizada na linha média principalmente posterior (90% dos casos nas mulheres e nos homens 99% dos homens).
o Na crônica (cronifica muito rapidamente) há bordos mais espessados, inclusive da para ver as fibras do EAI, ainda linfa começa a acumular formando o plicoma sentinela.
o Rapidamente a fissura cronifica
o As características entre crônica e aguda são semelhantes
Linha média = primária
Fora da linha média = 2ª
• Fissura anal secundária
o É secundária a outras doenças sem ser o trauma evacuatório!
o Bordos irregulares, fogem da linha média, fundo sujo e eventualmente necrótico, avançam a linha pectínea (ulceras por citomegalovírus, chron), maiores 1cm e às vezes profundas
o Causas: RCUI, sífilis, leucemia, TB, Crohn, Cirurgias, AIDS, CMV
Localização anatômica:
Fissuras fora da linha media tem que pensar em fissura secundária!!
Manifestações Clínicas
- Dor anal pós evacuatória (dura aproximadamente 34h ou mais);
- Sangramento pós evacuatório vivo, doloroso, no papel ou no vaso (pequena quantidade), sem exteriorizações;
- Em alguns casos, secreção e prurido anal;
- Constipação com piora (dor);
- Afilamento das fezes;
Exame físico:
Inspeção Estática: Palpação (descartar outras situações - abcesso), Toque retal (Doloroso e hipertônico)
• Fissura anal fistulizada (fissura serviu de porta de entrada para um quaro infeccioso)
• Plicoma sentinela: excesso de pele na região anal. Visualizase apenas a pele, na inspeção estática, não é um mamilo hemorroidário. Pode ser sequela do
trombo.
• Fissura anal com papila hipertrófica Inflama e cresce (visão
normal e retrovisão) – paciente constipado pode ter papilite
Tríade da Fissura Anal Crônica (Brodie)
• Plicoma sentinela (edema linfático por obstrução linfática crônica – frio, levemente endurecido);
• Fissura Anal;
• Papila Hipertrófica;
- Pouca chance de tratamento clínico/sintomático conservador.
Diagnóstico Diferencial:
- Fissura anal secundária;
- Abscessos interesfinctéricos;
- Prurido anal com dermatite perianal (escoriações - imagem);
- Doença hemorroidária (desconforto, mas não dor!
Prurido anal com dermatite
→ Herpes genital (imagem 1)
→CEC de margem anal (imagem 2)
→ Sífilis primária (imagem 3)
→ Doença de Crohn (causa estenose ; fistula purulenta, com fundo necrótico…) (imagem 4 e 5)
Tratamento Clínico
• Secundária: tratar a doença
• Primária: tratar ritmo intestinal! > ritmo regular,
fezes pastosas
Tratamento Clínico
AGUDA
Aguda: Médico conservador (medidas higiênicas dietéticas e cremes tópicos=cicatrizantes/anestésicos com ou sem corticoide) > retira o papel higiênico, usa cremes cicatrizantes, fazer dieta para fazer fezes pastosas, as vezes pode usar laxativos…
o Podem evoluir para a crônica quando não cicatrizam por fatores diversos.