25- DOENÇA HEMORROIDÁRIA Flashcards

1
Q

INTRODUÇÃO

A
  • Doença mais comum da região anorretal;
  • Apresenta uma prevalência desconhecida - EUA 4,4%;
  • Maior incidência entre 2ª e 4ª décadas de vida;
  • Se o paciente está na acima da 5º década e nunca possui nenhuma manifestação anterior da DH, devese investigar melhor a queixa, pois existem inúmeras outras causas.
  • Rara na infância;
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2
Q

Anatomia da Região Anorretal

A
  • Abaixo da linha pectínea → anoderma (epitélio modificado). Lesões dolorosas!
  • Acima da linha pectínea → mucosa retal (epitélio glandular - característico da mucosa retal). Lesões indolores.

• Ricamente vascularizada: artéria mesentérica inferior e seus ramos, artéria Retal media, artéria Retal superior e artéria Retal inferior

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3
Q

Principal fator etiológico da doença hemorroidária:

A

frouxidão dos ligamentos que ligam esses vasos. Causa exteriorização e sangramento (principais sintomas da DH).
• Possui uma ampla rede de anastomose entre os ramos dos vasos principais formando plexos vasculares compostos por arteríolas e vênulas que são fixados à parede do canal anal por ligamentos
• Analogia aos “corpos cavernosos”;

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4
Q

Definições

A
  • Hemorróidas são “tufos” vasculares (sinusóides) contidos na submucosa do canal anal.
  • São compostos por vasos sanguíneos, tecido conectivo e músculo liso
  • Servem para manter o canal fechado e contribuem para manter a continência (20% da pressão do ânus). Frouxidão de ligamentos faz com que os vasos vão se dilatando. O tecido dos vasos junto com os esfíncteres auxiliam a continência fecal, a manter o ânus fechado. Quando o paciente faz a retirada desses vasos pode ter algum grau de incontinência.
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5
Q

• A doença hemorroidária é basicamente:

A

o Doença Vascular → não tem tecido vascular e não tem valvulas (não é doença varicosa). Existe dilatação do vaso.
o Degeneraçao do Tecido Conectivo → levando a dilatação dos vasos. Vasos ficam frouxos e dilatados
Sangramento e exteriorização

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6
Q

Etiologia/Fisiopatologia

A

• Frouxidão dos ligamentos/degeneração do tecido conectivo: Principal etiologia
o Responsáveis pela mobilidade dos mamilos durante o esforço evacuatório e retorno à sua posição anatômica
o Fator isolado mais importante; Mas pode estar associado a outros
o Degeneração nos coxins hemorroidários
o Cada vez que evacua os mamilos vão ficando cada vez mais dilatados, possuindo mais acúmulo de sangue. Falta a tonicidade muscular, levando a um fluxo lento nos mamilos.
• Hiperfluxo arterial: Alta velocidade do fluxo arterial; Congestão e lesão venosa = edema.
• Dieta pobre em fibras: Relação direta com constipação e hábitos defecatórios;
• Hereditariedade (?): Não tem nenhum gene comprovado;

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7
Q

Etiologia/Fisiopatologia

A
  • Fluxo arterial aumentado → pode fazer lesão crônica dos vasos e causar edema ( característico)
  • O agravamento da doença hemorroidária pode estar relacionado com uso de alguns temperos. Ex: Pimenta → efeito anti inflamatório, mas pode fazer dilatação dos vasos. Agravante não causador → assim como as fibras
  • Constipação não é causada doença hemorroidária, mas é um potente agravador.
  • Mamilo hemorroidário que mais sangra é o interno (pois é recoberto por mucosa).
  • Mamilo hemorroidário externo é o que doi, pois é recoberto por pele.
  • Hemorroida geralmente NÃO doi, doi qnd complica (ex: trombose).
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8
Q

Mamilos Hemorroidários Internos

A
  • Localizados acima da linha pectínea;
  • Formados pelos vasos hemorroidários superiores (artéria retal superior);
  • São recobertos por mucosa retal; Mais avermelhada
  • Inervação do tipo visceral: indolores;
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9
Q

Mamilos Hemorroidários Externos

A
• Localizados abaixo da linha pectínea;
• Formados pelos vasos hemorroidários inferiores (artéria
retal média e inferior);
• São recobertos por pele perianal;
• Inervação do tipo somática: sensíveis a dor, toque, tº e
tração;
Fig 1: MH externo
Fig 2: MH interno
Fig 3: misto do dois
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10
Q

Sintomatologia

A

• Sangramento retal pós evacuatórios em gotejamento e indolor;
• Exteriorização dos mamilos durante o esforço evacuatório;
• Desconforto anal durante e pós evacuação; Desconforto seria uma dor menor que continua um pouco
depois da evacuação. Dor constante por muito tempo e intensa cursa com complicações, principalmente
a trombose hemorroidária.
• A dor pp. dita ocorre somente nas complicações (trombose hemorroidária).Pensar em abscesso ou
fissura;
o Dor na doença hemorroidária; Pensar em complicação como fissura, fistula.
o A Exteriorização na doença hemorroidária não provoca dor.
o Quando queixa principal do paciente for dor; Não pensar em doença hemorroidária comum, e
sim complicação da doença hemorroidária (como trombose)

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11
Q

Classificação da DH interna

A

1º GRAU: NÃO PROLAPSAM ABAIXO DA LINHA PECTÍNEA DURANTE O ESFORÇO
EVACUATÓRIO.
• Sintomatologia: apenas sangramento. Paciente em idade jovem que sangra após
evacuação, indolor. Não misturado nas fezes. Sangramento superficial de passagem
• Mamilo hemorroidário bastante proeminente. Canal anal visto na anuscopia
• Sangra em gotejamento pós evacuatórios, sem desconforto.

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12
Q

Classificação da DH interna

A

2º GRAU: PROLAPSAM ABAIXO DA LINHA PECTÍNEA, PORÉM RETORNAM PARA O CANAL ANAL
ESPONTANEAMENTE.
• Principal sintoma: exteriorização dos mamilos (PLEXO INTERNO) → no ato
evacuatório. Pode ou não ter sangramento. Pós esforço mamilo volta
espontaneamente para canal anal
• As vezes não sangra.

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13
Q

Classificação da DH interna

A

3º GRAU: PROLAPSAM ABAIXO DA LINHA PECTÍNEA, PORÉM NECESITAM DE REDUÇÃO
MANUAL PARA O RETORNO AO CANAL ANAL.
• Vai ter desconforto quando evacua, pode ou não ter sangramento

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14
Q

Classificação da DH interna

A

4º GRAU: ESTÃO PERMANENTEMENTE EXTERIORIZADAS
• Pode ter algum grau de tenesmo.

Obs: doença hemorroidária externa não tem classificação

O grau da doença
não se relaciona
com o grau do
sangramento

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15
Q

DH Interna - Sintomatologia

A

Sangramento pós evac indolor - gotejamento Exteriorização dos mamilos Enterorragia (menos comum)

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16
Q

• Hemorróidas Externas

A

– não existe classificação, ou o paciente tem ou não tem
Abaixo da linha pectinia → não são recobertos por mucosa
NÃO há classificação.
Pode ter muco, dermatite na região.
Pode sangra no vaso, papel.

17
Q

• Hemorróidas Mistas

A

Desconforto pós evac/ dificuldade higiene/sgto pós evac DERMATITE PERIANAL

18
Q

Investigação

A

• Anamnese: Descartar outras causas de sgto retal; Hábito intestinal pp. pctes + idosos; Atenção ao início
dos sintomas tardiamente.
• Exame Proctológico: Inspeção estática/dinâmica; Toque retal; Anuscopia; Colonoscopia (investigação pp.
sgto retal).
• Sangramento em gotejamento → patognomônico de doença hemorroidária
• Sangramento não tem relação com o grau da doença hemorroidária
• Exteriorização → tem relação com o grau da doença hemorroidária
• Sangramento → quase não existe na doença hemorroidária externa. Mais comum na doença
hemorroidária interna
• Hemorroida: NÃO maligniza; graus as vezes não são evolutivos (as vezes começa no 3 já – sangramento
não tem haver com o grau).

19
Q

Diagnóstico Diferencial

A
Pólipos Retais 
Procidência Retal 
Fissura Anal  -  dor anal internsa 
Abscesso Anal:
Neoplasia consistencia endurecda 
Pólipos

Fissura: sangra e causa DOR pós evacuatória.
Abcesso anal: DD para complicação (trombose).

20
Q

Complicações

A

• Trombose hemorroidária mista: pode ser precipitado pela constipação, por
quadro de diarreia. Intenso edema e dilatação vascular importante.
Formação de coágulos dentro dos vasos, formando trombos. Quadro de
dor anal intenso. Trauma nessa região causa inflamação com consequência
formação de trombose, gerando edema. DD: abcesso anal.
• DH NÃO maliginiza!! E não necessariamente segue a sequência de evolução.

Anemia ferropriva Dermatide perianal Trombose com necrose Trombo perianal

21
Q

Obs: trombo perianal

A

traumatismo evacuatório sobre vasos. Não tem frouxidão dos ligamentos/Não tem
etiologia da DH. Pode ocorrer em indivíduos sem DH, em 50 a 70 % de chance de ocorrer em indivíduos sem
doença hemorroidária. Resolve-se espontaneamente na maioria das vezes. Uma vez resolvido o paciente nunca
mais tenha alguma complicação.

22
Q

Tratamento

A

• Clínico (70/80% dos casos): Maior parte do tratamento é clinico; Conservador: orientação higiene e
orientação dietética
• Cirúrgico

23
Q

Tratamento Clínico

A

• Alimentação: não tem nada que comprove o surgimento (pimenta = que comece não, mas agrave SIM).

24
Q

CONSERVADOR

A

• Medidas higiênico-dietéticas (podem ser aplicadas inicialmente para todos os tipos de doença
hemorroidária não complicada);
o Aumentar consumo de fibras e desaconselhar o uso de papel higiênico
• Correção de traumas evacuatórios, diarreias e constipações. Doença mista e DH de primeiro grau.
• Analgésicos/corticóides tópicos;
• Venotônicos (oral e tópico – melhora congestão venosa)

25
Q

INVASIVO (promovem um grau de fixação da mucosa)-

somente parar DH interna que sangra ou exterioriza

A
  • Escleroterapia (1º grau);
  • Fotocoagulação (1º grau);
  • Ligadura elástica de hemorróidas (1º a 3º graus);
26
Q

Escleroterapia e fotocoagulação

A

para hemorroidas de primeiro grau

27
Q

Paciente com Dh com exteriorização

A

tratamento conservador não é suficiente para tratar
exteriorização

• Gravidez pré dispõe e agrava hemorroidas (principalmente 3 trimestre)

28
Q

melhor método para tratar
exteriorização (hemorroida segundo ou terceiro
grau)

A

Ligadura elástica

Melhora o sangramento e a exteriorização.
- É feito de forma ambulatorial sem anestesia,
pois é acima da linha pectínea, há desconforto,
mas não dor.
- É ambulatorial.

29
Q

Tratamento Cirúrgico

A
  • Falha dos outros tratamentos (apenas 15 a 20 % dos pacientes são operados).
  • Doença Hemorroidária Externa e Mista. Para doença externa não tem método conservador que resolva a doença do paciente. Apenas método cirúrgico.
  • Doença Hemorroidária de 4º grau.
  • Trombose Hemorroidária (urgência).
• Técnicas:
o MilliganMorgan (Aberta);
o Ferguson (Fechada);
o FidelRuiz Moreno (SemiFechada);
o O’Bando;
o PPH;
o THD;
30
Q

Técnica de Milligan-Morgan

A
  • Resultado pós cirurgia: ponte cutâneo mucosa é obrigatório (espaço de 4 à 5cm), para evitar complicação, como estenose.
  • Deve ter ponte cutânea: para não ter estenose anal.
  • Técnica fechada
  • Visualiza-se mamilos mistos, mais avermelhados são internos e mais claros são externos
31
Q

Técnica Excisional.

A

Removem plexo interno e plexo externo. Menor recidiva com essa técnica. Pode cursar com incontinência fecal

32
Q

Outros Métodos:

A
  • PPH: para prolapso e hemorroida, ressecção circular de toda a mucosa acima do canal anal. Exclusivo para doença interba
  • THD: para doença hemorroidaria de terceiro grau. Suturas no trajeto de vasos, fazendo pexia para evitar sangramento. Mais para doença interna que não se consegue resolver com os métodos convencionais.
33
Q

Complicações Pós-Operatória:

A
  • Dor;
  • Retenção Urinária Aguda;
  • Sangramento reacional (até 1%);
  • Fissura anal residual;
  • Abscesso/Fístula anal;
  • Estenose Anal;
  • Incontinência Fecal (Remoção dos coxins hemorroidários).
34
Q

Alimentação:

A

nada comprova que condimentos afetam a DH, principalmente a pimenta. Não correlacionam-se com o aparecimento, mas sim com a complicação, pois alguns condimentos fazem vasodilatação e normalmente essas pessoas já possuem uma alimentação inadequada.

35
Q

Gestantes:

A

pré-dispoem e agrava em quem já tem.