19- DOENÇAS HEPÁTICAS DA GRAVIDEZ Flashcards
Introdução
Não é comum
Alterações laboratoriais, hepatopatias agudas ou crônicas levam risco de morbidade e mortalidade ao feto e à gestante
Discretas alterações dos testes hepáticos são comuns
Doenças hepáticas próprias da gravidez
Doenças hepáticas coincidentes com a gravidez
Doença hepática crônica preexistente
Alterações fisiológicas da gravidez e o fígado
Eritema palmar e aranhas vasculares (em até 70%) em decorrência do aumento dos níveis séricos de estrogênio
Habitualmente não há hepatoesplenomegalia
Hipoalbuminemia devido à hemodiluição
Circulação Hiperdinâmica:
o Aumento da FC
o Débito cardíaco aumenta em 40%
o Volume plasmático circulante aumenta 30%
o Redução da Resistência Vascular Periférica
Alterações fisiológicas da gravidez e o fígado
Fluxo sanguíneo para o fígado permanece constante durante a gestação;
O fígado permanece impalpável/ deslocado para cavidade torácica devido a expansão do útero;
Motilidade da vesícula diminui resultando num aumento do risco de desenvolvimento de cálculos.
O fígado permanece impalpável/ deslocado para cavidade torácica devido à expansão do útero
Motilidade da vesícula diminui resultando num aumento do risco de desenvolvimento de cálculos
Alterações fisiológicas da gravidez e o fígado
Varizes de esôfago pequenas (compressão da cava), clinicamente insignificantes podem ocorrer em até 50% das gestantes nos segundo e terceiro trimestre devido à compressão de cava inferior pelo útero diminuindo retorno venoso
FA elevada devido à produção placentária e ao crescimento esquelético do feto
AFP aumenta com anencefalia fetal, espinha bífida aberta ou CHC materno
TGO, TGP, GGT, bilirrubinas e TAP não costumam se alteram durante a gestação – aumento de até duas vezes são normais
Sinais e sintomas de doença hepática na gravidez
Em geral, as doenças hepáticas não próprias da gravidez ou coincidentes não têm efeito deletério no curso natural da gestação
Ao contrário, as doenças hepáticas próprias da gravidez podem evoluir com insuficiência hepática grave
principal parâmetro para o diagnóstico diferencial das doenças hepáticas durante a gestação
A IG
Prurido:
no final do primeiro trimestre e segundo trimestre leva à suspeita de colestase intra-hepática da gravidez (hepatopatia mais comum na gravidez)
Icterícia:
a hepatite viral aguda é a principal causa. No primeiro trimestre da gestação pode ocorrer na hiperêmese gravídica grave, enquanto que no terceiro trimestre devemos suspeitar de colestase intra-hepática da gravidez, HELLP, pré-eclâmpsia e esteatose hepática aguda da gravidez
Dor abdominal (epigástrica ou no quadrante superior D):
no segundo ou terceiro trimestres investigar HELLP, pré-eclâmpsia, esteatose hepática aguda da gravidez, infarto ou ruptura hepáticos
Náuseas e vômitos:
normal em 25-50% das gestantes. A presença de vômitos intratáveis com desidratação no primeiro trimestre caracteriza a hiperêmese gravídica; nos segundo e terceiro trimestre, podem ser observados na síndrome de HELLP, pré-eclâmpsia e esteatose hepática aguda da gravidez
HIPERÊMESE GRAVÍDICA (HG)
Primeiro trimestre da gestação
Prevalência 0,3%
Etiologia relacionada com produtos do metabolismo placentário: HCG e estradiol
Vômitos intratáveis podendo desencadear desidratação, cetose e perda ponderal
É mais frequente em gestações múltiplas e na mola hidatiforme (TU benigno que se desenvolve no útero)
Como regra geral, resolve-se na 20ª semana de gestação
Em 10% dos casos pode durar toda a gestação e só melhorar após o parto
HIPERÊMESE GRAVÍDICA (HG):Fatores de Risco:
IMC elevado Doença psiquiátrica Gravidez molar Diabete preexistente Gestações gemelares Hipertireoidismo em 60% dos casos (β HCG ativando TSHr) Elevação das transaminases ocorre em 50% das pacientes, com níveis >20x LSN e geralmente <1.000 U/ml Icterícia é rara
HIPERÊMESE GRAVÍDICA (HG): conduta
correção de distúrbios hidroeletrolíticos, reidratação e suporte nutricional.
o Terapia medicamentosa: vit B6, antieméticos (metoclopramida 10 mg a cada 8h) e inibidores da
serotonina (ondansetron 48 mg a cada 8h)
COLESTASE INTRAHEPÁTICA DA GRAVIDEZ (CIG)
É a doença hepática própria da gestação mais frequente (0,77%)
Prurido é o sintoma mais comum (inicialmente palmar e plantar, pior a noite – evolui de forma centrípeta)
Geralmente se inicia no terceiro trimestre, entre a 25ª e 32ª semana, podendo aparecer mais
precocemente e se resolve após o parto
Mais frequente em gestantes mais idosas, multíparas e com história familiar de prurido durante a
gestação ou com uso de terapia hormonal
O prurido inicia-se nas regiões palmar e plantar e segue padrão ascendente pelo corpo, piorando à noite
Em 20% das gestantes pode ocorrer icterícia
COLESTASE INTRAHEPÁTICA DA GRAVIDEZ (CIG): ETIOLOGIA
Hormônios sexuais, genéticos
GGT habitualmente normal
Hipertransaminasemia, entre 1030 x LSN, porém com níveis <1.000 U/ml
Aumento dos níveis séricos de ácidos biliares
Bilirrubina raramente >6 mg/dl
COLESTASE INTRAHEPÁTICA DA GRAVIDEZ (CIG): TRATAMENTO
UDCA com doses de 13-15 mg/Kg/dia
O principal risco da CIG é para o feto: aumenta o risco de insuficiência placentária crônica, morte fetal
intrauterina por anóxia, parto prematuro e morte perinatal
O prognóstico materno é bom, porém 60% das mulheres têm recorrência em gravidezes subsequentes
ou com uso de hormônio
PRÉ-ECLÂMPSIA
É a principal causa de mortalidade materna e fetal no mundo
No terceiro trimestre da gestação
PRÉ-ECLÂMPSIA: TRIADE
hipertensão arterial, Proteínuria e edema periférico
Grave quando os níveis de proteína na urina excedem 1g em 24h e a PA está acima de 160/110 mmHg
Nas formas graves o envolvimento hepático ocorre em até 10%. Sintomas: náuseas, vômitos e dor
abdominal QSD
Ocorre por uma Desordem Multissistêmica definida pela Sociedade Internacional de Estudos da
Hipertensão na Gravidez como: NA PRÉ-ECLÂMPSIA
o Hipertensão “de novo” após a 20 semana de gestação PA 140/90mmHg combinado com:
o Proteínuria > 300mg/dia
o Outra disfunção orgânica – insuficiência renal, envolvimento hepático ou hematológicas
o Disfunção útero placentária
o Restrição crescimento fetal
Numa paciente com HAS prévia pré-eclâmpsia é diagnosticada se ao menos um dos achados acima estiver
presente
Fatores de Risco: PRÉ ECLAMPSIA
Pré-eclâmpsia prévia Hipertensão na gravidez Doença renal crônica HAS Diabetes Desordens autoimunes
Hiperbilirrubinemia <5 mg/dl e hipertransaminasemia 10-20x LSN
Não há terapia específica para o acometimento hepático porém é um indicador de doença grave, com
necessidade de parto imediato
Mortalidade fetal de 5% nos casos de parto realizado antes da 34ª semana, porém bem maior quando no
segundo trimestre
As gestantes com a doença grave têm risco de apresentar préeclâmpsia nas gestações subsequentes,
porém mais brandas
.
SÍNDROME HELLP
Hemólise Elevated Liver tests: elevação das transaminases Low Platelets: plaquetopenia Frequência de 0,3% Mortalidade materna 2% Mortalidade fetal 1035% Terceiro trimestre Mais frequentes em gestantes da cor branca, multíparas e mais idosas
Diagnóstico clínico: SÍNDROME HELLP
Assintomático em um número significante de pacientes
HAS em 85%
Proteinúria
Dor abdominal no quadrante superior direito ou epigastralgia – 65% dos casos
Náuseas e vômitos 35%
Cefaleia – 30%
Aumenta o risco de CIVD: coagulação intravascular disseminada ( ↑ PDF; ↓ Fibrinogênio; ↑TAP)
Diagnóstico clínico: SÍNDROME HELLP
Dor abdominal, vômitos, mal estar, cefaleia, podendo ocorrer sintomas e sinais da pré-eclâmpsia
Hemólise, aumento BI, plaquetas <100.000/mm³, AST >70 U/dl e DHL > 600 U/dl
TRATAMENTO SINDROME HELLP
Parto imediato em gestações > 34 semanas ou na presença de DMO, CID, infarto hepático, IRA e
descolamento de placenta
Abaixo de 34 a interrupção não é imediata devido a necessidade de dar corticoide para
amadurecimento pulmonar
ESTEATOSE HEPÁTICA AGUDA DA GRAVIDEZ (EHAG)
Rara
Mortalidade materna 18% e fetal 23%
Principal causa de insuficiência hepática aguda e encefalopatia durante a gestação
Terceiro trimestre
Nulíparas, gestações múltiplas e gestação de fetos do sexo masculino
Desde assintomática até IHF
Dor QSD, anorexia, fadiga, náuseas, vômitos e cefaleia
Em 50% das gestantes há sobreposição com préeclâmpsia e HELLP
CRITÉRIOS DE SWANSEA DIAGNÓSTICO ESTEATOSE HEPÁTICA AGUDA DA GRAVIDEZ: TER 6 OU MAIS
dor abdominal polidpsia/poliúria encefalopatia bilirrubina (>14) hipoglicemia leucocitose ac. urico elevado (>340) amonia elevada (>42) coagulopatia creatinina elevada ascite
Transplante hepático:
Pode ser indicado nesses casos
Esporádico (com encefalopatia ou continua alterado dps de interromper a gestação)
A maioria dos casos recupera com tratamento suportivo
Considerar quando:
o Encefalopatia grave
o Insuficiência ou ruptura hepática
o Falha da recuperação da função hepática
Saber colestase (mais comum) – como se caracteriza Saber diagnosticar as doenças
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