13- PANCREATITES Flashcards

1
Q

PANCREATITE AGUDA

 Definição:

A

Doença inflamatória aguda que acomete o pâncreas, tecidos peri-pancreáticos, causando resposta inflamatória sistêmica, na maioria dos casos autolimitada. Muitas vezes não se limita ao pâncreas somente;

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2
Q

PANCREATITE AGUDA - GRAVIDADE

A

 A resposta inflamatória sistêmica é o que faz ela ser tão grave -> leva insuficiência renal e respiratória;
 Muitas vezes não se consegue controlar essa resposta inflamatória, não tendo um tratamento especifico. Na maioria das vezes é leve, não causando tantos problemas, porem ela é uma doenças potencialmente grave.

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3
Q

PANCREATITE AGUDA

A

o Problema que começa no pâncreas que pode repercutir em órgão adjacentes ou até distantes
o A maioria das pancreatites é leve e melhora rapidamente
o A principal causa de pancreatite aguda são cálculos biliares – podem começar na vesícula ou na via biliar (muito pouco são formados na via)
o Junção bilio-pancreatica – desembocadura comum de vesícula biliar e pâncreas no duodeno

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4
Q

PANCREATITE AGUDA - FISIOPATO ENZIMAS

A

o Quando o cálculo impacta os canalículos a enzimas pancreáticas retrocedem e auto digerem o pâncreas – aumento da pressão intraductal pela obstrução a passagem e liberação das enzimas
pancreáticas leva a um extravasamento das enzimas digestivas pancreáticas no própria parênquima e isso gera uma autodigestão do pâncreas

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5
Q

Pâncreas divisum:

A

(raro) pâncreas que teve falha na fusão da porção ventral e dorsal na embriogêneses – porção ventral é drenada pelo acessório e a porção dorsal (menor) pelo ducto principal – o contrário é o normal – essa patologia pode levar a pancreatite aguda – muita enzima pancreática escoando por um ducto secundário fininho

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6
Q

SECRETINA E COLECISTOCININA NA FISIOPATO

A

a secretina e a colecistocinina são enzimas que estimulam a produção e liberação das enzimas pancreáticas que pela obstrução não conseguem sair e acabam digerindo o pâncreas.

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7
Q

tudo isso são formas de o pâncreas se proteger, para que as enzimas não o digiram

A

(3 coisas: proenzimas, armazenar em vesicular e ter o inibidor do pepesinogênio.

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8
Q

Fisiopatologia:

A

ativação precoce e inapropriada -> enzimas começam a digerir o pâncreas -> processo inflamatório (Quanto maior for mais grave vai ser e mais tem chance de se espalhar para outros órgãos.) -> pessoa pode ter um estado de hipovolemia pela saída de liquido.

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9
Q

A primeira complicação é

A

a insuficiência renal -> tem que fazer uma hidratação vigorosa (3 a 4L por dia)!!

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10
Q

Secreção pancreática

Estrutura acinar:

A

 Ácinos → produção de enzimas digestivas
 Ilhotas de Langerhans → produção de insulina
 Ductos pancreáticos → secreção bicarbonato (neutralização quimo)

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11
Q

Secreção enzimas:

A

 Proteolíticas: Tripsina, quimiotripsina (proteínas), carboxipolipeptidases (peptídeos), elastases e nucleases
 Digestão CH (carbohidratos): Amilase pancreática
 Digestão gorduras:
o Lipase pancreática (gordura neutra em ác graxos e monoglicerídeos);
o Colesterol esterase (hidrólise ésteres de colesterol);
o Fosfolipase (hidrólise ác graxos de fosfolipídios)

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12
Q

Regulação da secreção exócrina pancreática (ductos e ácinos) pelos hormônios intestinais:

A

Células do duodeno estimulam a CCK e a secretina, que estimulam a secreção das enzimas pancreáticas.

  • presença do alimento no duodeno estimula a produção de CCK e secretina – isso estimula a produção de enzimas pancreáticas e água (a água é necessária para “carregar” as enzimas no ductos)
  • as enzimas proteolíticas precisam ser ativadas – Ph alcalino do duodeno é uma das coisas que ativa
  • na pancreatite temos a ativação precoce e inapropriada das enzimas
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13
Q

Epidemiologia

A

3ª causa mais comum de internações gastro-enterológicas nos EUA.
 220.000 internações hospitalares ao ano (EUA).
 Incidência: 5,4 a 79,8 casos / 100.00 hab, Inglaterra e EUA, respectivamente.
 20% das pancreatites são graves.
o 10 a 30% das pancreatites graves vão a óbito – idoso sempre acaba sendo mais grave; não se sabe exatamente porque algumas pessoas ficam graves e outras não.
 Dados DATASUS (Brasil) – taxa de mortalidade em 2009: 6,7%
 Óbito – segue padrão bimodal:
 50% fase precoce (primeiros 14 dias) > SIRS (2 dos seguintes: 1 TA > 38ºC ou < 36ºC, 2) FR > 20 irpm ou PaCO2 < 32, 3) FC > 90 e 4) leucócitos >12.000, < 4.000 ou > 10% bastões)

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14
Q

COMPLICAÇÕES

A

IRA
Infecção
 SDMO – síndrome de disfunção de múltiplos órgãos
 Fase tardia – leva a necrose que pode infectar -> pode levar a um abcesso pancreatico
 Complicações infecciosas (necrose e coleções peripancraticas), necrose e a SDMO são as principais causas de óbito.
 Pancreatite aguda: insuficiência renal (primeira complicação), Edema pulmonar (insuficiência respiratória).

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15
Q

Etiologia PRINCIPAIS

A

Etiologia
 Litíase biliar, Microlitíase, Etilismo – 85%

 Causas metabólicas (hipertrigliceridemia, hipercalcemia)
o Acredita-se que quando o triglicerídeo e o cálcio estão muito altos no sangue eles formam rolhas nos ductos pancreáticos

 Álcool
Foge da fisiopatologia habitual – o álcool tem metabolização hepática e pancreática e essa metabolização no pâncreas pode acabar lesando o pâncreas – medicações segue essa lógica, porém a fisiopatologia não é bem definida

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16
Q

OUTRAS CAUSAS

A

 Drogas
 Trauma cirurgia abdominal
 Neoplásicas (tumores pancreáticos ou peri-ampolares)
 Estruturais: - alterações na morfologia que alteram a drenagem pancreática
o Pâncreas divisum;
o Disfunção do esfíncter de Oddi;
o Divertículos periampolares;
o Cistos de duplicação duodenal;
o oledococele;
o Anomalias da junção cílio-pancreática;
o Doença de Crohn
 Pós CPRE: Pós colangiopantografia retógrada endoscópica
 Infecções (áscaris, rubéola, CMV, toxoplasmose, TB, MAC)
 Hereditária (mutações CFTR, PRSS1, SPINK1) – pacientes jovens antes dos 20 anos, história familiar
 Vasculares (isquemias, vasculites)
 Idiopática (10 a 20% dos casos nos adultos).

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17
Q

Patogênese

A

 Ativação precoce do tripsinogênio ainda no interior das células acinares.
 Ativação subsequente dos demais zimogênios e autodigestão das células acinares.
 Falha da eliminação da tripsina ativada ao redor do pâncreas.
 Ativação de células inflamatórias e de citocinas.
 Pancreatite hereditária → mutação nos genes do tripsinogênio PRSS1 e SPINK1, com desbalanço entre as proteases e seus inibidores.

 Pancreatite alcóolica → via não oxidativa do metabolismo do álcool ocorre no pâncreas levando a acúmulo de ésteres de ácido graxo – não tem o fator obstrutivo

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18
Q

Diagnóstico (QUADRO CLINICO)

A

2 dos 3 critérios:

1) Dor abdominal
2) Amilase / lipase elevadas (> 3x LSN)
3) Imagem (TC, RNM ou colangioRNM)

USG só consegue pancreatite mais intensa.

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19
Q

TIPO Dor abdominal:

A
 Em faixa;
 Andar superior do abdome;
 Em fisgada ou “em facada”;
 Irradiada para o dorso;
 Paciente sabe quando a dor começa - Súbita.
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20
Q

Aumento do nível sérico das enzimas pancreáticas

A

(> 3x LSN – limite superior da normalidade):

 Amilase: menos específica (outras condições também aumentam ela), aumento precoce após o início dos sintomas, meia-vida curta;
 Lipase: mais sensível e específica, aumento mais tardio após o início dos sintomas, meia vida mais longa.
 Tenho lipase quase que somente no pâncreas – tem um pouco na língua, mais é coisa mínima

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21
Q

EXAMES DE Imagem

A

 TC ou RM (melhor para diagnóstica);
 US é para ver se é biliar (não é muito sensível).
 As vezes não precisa fazer TC, depende de cada paciente (ex: o que tem poucos pontos e evolui bem).

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22
Q

Exame físico

A

Diminuição dos RHA – íleo paralítico
 Diminuição MV em bases – derrame pleural
 Equimoses (hemorragia está chegando a parede abdominal indicam gravidade):
o Periumbilical → Sinal de Cullen;
o Flancos → Sinal de Grey-Turner (grande chance de óbito)
 Sinais de gravidade – necrohemorragia está chegando na parede abdominal
 Ascite pancreática – amilase no líquido ascítico 3 a 5x o valor sérico obtido simultaneamente, muitas vezes > 2000.
 Pancreatite leve (só provoca edema do pâncreas): edematosa intersticial
 Pancreatite grave (ruim): necrosante/necro-hemorrágica

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23
Q

AMILASE E LIPASE SÃO FATORES DE GRAVIDADE?

A

NÃO

- apresentação mais tardia: amilase caindo e lipase subindo

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24
Q

TRATAMENTO INICIAL

A

 Tratamento inicial deve ser hospitalar: paciente potencialmente grave
 Identificar fator etiológico:
o História clínica detalhada;
o USG de abdome – não é para ver as alterações da pancreatite, é para pesquisar Colelitíase
 Aumento de transaminases e bilirrubinas sugerem causa biliar (ALT > 3x, primeiras 24h sugere etiologia biliar – VPP 95%);
o Perfil lipídico;
o Cálcio sérico.
 Como a complicação inicial é IRA tem que fazer uma hidratação vigorosa

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25
Jejum NO TTO? ALIMENTAÇÃO
(não se faz mais tanto) -> primeiros dias só, volta alimentar o paciente quando ele tem alivio da dor ou quando tiver fome. o Inicial alimentação: melhora parcial da dor / diminuição do íleo paralitico o SNG -> vomito. Íleo paralitico, distensão abdominal o Jejum até o paciente toleram alimentação
26
Analgesia
(hioscina +- dipirona, tramadol, meperidina, morfina? – risco teórico da morfina aumentar espasmo do esfíncter de oddi)
27
Nutrição oral / enteral / parenteral
PARENTERAL -(pancreatite grave, obstrução duodenal)
28
Hidratação vigorosa
para que não evolua para insuficiência renal aguda – sequestro para o terceiro espaço – pâncreas pela inflamação sequestra liquido o Monitorização débito urinário (> 50ml/h / 0,5 ml/Kg/h) o Controle função renal o Parcimônia idosos, ICC, insuficiência renal
29
CRITÉRIOS QUE AVALIAM GRAVIDADE
1- CRITÉRIOS DE RANSON (MAIS UTILIZADO) 2- APACHE II 3- CRITÉRIOS DE ATLANTA 4- CRITÉRIOS DE BALTHAZAN
30
1) Critérios de Ranson (mais utilizado): Na entrada
``` LEGAL: L- LEUCOCITOSE (>16 MIL) E- ENZIMAS HEPÁTICAS (>250) G- GLICOSE (>200) A- AGE (55A) L- LDH (>350) ```
31
1) Critérios de Ranson (mais utilizado): DEPOIS DE 48h
``` FECHOU: F - FLUID SEQUESTRATION (>6L) E- DÉFICIT DE BASE (>4 MEQ) C- CALCIO (<8) H- HEMATÓCRITO (DIMINUI 10%) O- OXIGÊNIO (<60) U- UREIA (AUMENTOU 5 MG) ```
32
1) Critérios de Ranson (mais utilizado): QUANDO É GRAVE
= ou > que 3 é grave Na apresentação: idade alta, glicose sg alta, leucocitose, LDH (indica destruição celular) alta, ALT alto Próximas 24/48 horas: queda de mais de 10 pontos do hematócrito, cálcio sérico menor que 8, déficit de base, piora da ureia, sequestro hídrico (maior que 6 litros em 2 dias), pressão parcial de O2 menor que 60;  Amilase e lipase não indicam gravidade, quem faz isso é critério de Ranson
33
APACHE II:
 Acute Physiology and Chronic Health - Evaluation (APACHE II) - 12 variáveis clínicas, fisiológicas e laboratoriais, pontuadas de 0 a 4, conforme o grau de desvio da normalidade apresentado, como também pontos são atribuídos à idade, presença de doença crônica e variáveis fisiológicas Soma fornece pontuação final.  Não é exclusivo de pancreatite aguda, mas pode ser usado – prognóstico de pacientes críticos
34
Critérios de Balthazan:
Graus da Tomografia (A, B, C e D) e histórico.  Quanto mais necrose tiver mais grave é!!!  Quanto mais coleção peripancreatica tiver mais grave é!!!
35
PANCREATITE É GRAVE QUANDO?
 Critérios de Ranson ≥ 3  APACHE II ≥ 8  Critérios de Atlanta → qualquer item positivo  Proteína C reativa > 150 mg/dL (24 a 48h após o início dos sintomas)
36
Lesões na pancreatite agudaLesões na pancreatite aguda
A. Coleções agudas: precoces, localizadas no pâncreas e ao redor B. Necrose pancreática: difusa ou focal de parênquima / gordura peripancreática; estéril ou infectada. C. Pseudocisto pancreático – pode romper, comprimir estruturas adjacentes ou formar abcesso - pode ser formada por áreas de necrose previa, ou seja, pode ser complicação de pancreatite D. Abscesso pancreático.
37
Amilase / lipase
Níveis séricos não guardam relação com gravidade!!!  Amilase → 24 horas a 3 – 5 dias  Lipase → 7 a 10 dias
38
Tratamento
 Independe da causa é o mesmo, a causa base é para evitar recidivas.  Jejum: o Iniciar alimentação o SNG → vômitos, íleo paralítico, distensão abdominal.  Analgesia  Nutrição oral / enteral / parenteral (pancreatite grave, obstrução duodenal > não consegue alimentar).  Hidratação vigorosa (até 250 – 500 ml/h): o Monitoração débito urinário (> 50ml/h / 0,5 ml/ Kg/h) o Controle função renal
39
1) Pancreatite aguda leve (intersticial ou edematosa) (80-90%)
 Doença restrita ao pâncreas;  Evolução clínica e laboratorial favoráveis.  Não vai ter muitos sinais sistêmicos – taquicardia, necrose...
40
2) Pancreatite aguda grave (necrosante ou necrohemorrágica) (10 a 20 %)
 Necrose pancreática e peripancreática  SRIS – síndrome da resposta inflamatória sistêmica  Pode evoluir com falência de múltiplos órgãos  Mortalidade cerca de 20%  Pancreatite aguda grave (necrosante ou necro hemorrágica) (10 a 20 %)  SARA (síndrome da angustia respiratória do adulto) → Hipoxemia refratária à suplementação de oxigênio decorrente da presença de exsudato inflamatório nos alvéolos
41
Tratamento medicamentoso
 Lexipafant (inibidor do PAF) |  Aprotamina, gabexato (inibidores de protease): sem resultados comprovados
42
PAPEL DA TOMO NA PANCREATITE
- tomo normal não exclui pancreatite - achados de pancreatite: aumento do volume pancreático, partes necrosadas/ regiões que o contraste não chega Papel da TC de abdome com contraste  Casos graves  Falta de melhora clínica em 48 a 72 horas  Diagnóstico diferencial (pancreatite crônica, outras causas de dor abdominal)  Diagnósticos das complicações (abscesso, pseudocisto)
43
Pseudocistos
após pancreatite melhorar – pode regredir e voltar a parênquima normal ou formar os pseudocistos pancreáticos (pseudo por que é envolto por uma camada de fibrose e não tecido epitelial)  Nem todo paciente com necrose tem pseudocisto, mas todo pseudocisto veio de uma necrose  Tende a regredir em 6 semanas (maioria regride em 6) ou 12 semanas (pode regredir até 12)  Pseudocistos assintomáticos, independentemente do tamanho, devem apenas ser observados.
44
QUANDO TRATAR PSEUDOCISTOS
 Se sintomáticos ou com aumento de tamanho devem ser tratados.  Normalmente regridem, se não regredir e ele não está fazendo nada não se deve mexer; TRATAMENTO CONSERVADOR
45
COMPLICAÇÕES PSEUDOCISTOS
 Pode ficar ali com liquido e esse liquido ser infectado e virar uma abcesso pancreático, pode comprimir a via biliar, pode fistulizar para o pulmão pelo diafragma, romper na cavidade ou outro órgão – quando maior o tamanho do pseudocisto maior a chance de complicações  Pode drenar. - por que a necrose pancreática pode infectar? Por que é um tecido desvitalizado – propicio a infecção – para que essa necrose não infeccione podemos utilizar antibiótico profilático - necrose infectada usa ANTBC e drena a necrose/debrida – necrosectomia
46
Tratamento cirúrgico:
 Necrose infectada;  Colecistectomia (1ª coisa a se fazer - evita recorrência) na PA biliar; o 2ª coisa a se fazer é fazer uma necrosectomia/debridamento.
47
USO DE ANTIBIÓTICOS
(é questionável na pancreatite aguda):  Imipenem – boa penetração pancreática;  Translocação bacteriana – Gram negativas intestinais/ Fazem profilaxia para evitar infecção e necrose, e se tiver necrose já dá também (necrose mais que um terço usa atbc depende da literatura)!!!!!  Os dados e as diretrizes clínicas conflitam quanto aos antibióticos indicados na pancreatite aguda grave. A suspensão de mais dados para informar essa decisão deve ser reservada para pacientes com necrose de mais de 30% do pâncreas, uma vez que pequenas áreas de necrose raramente se contaminam; o uso de imipenem foi associado à prevenção de complicações infecciosas em dois ensaios randomizados.
48
NECROSE ESTÉRIL...
não necessita ATBC
49
Suspeita de necrose infectada:
piora clínica (febre, leucocitose, taquicardia e hipotensão), sintomas persistentes ou falha na melhora clínica.  Na suspeita de necrose infectada: Punção guiada por TC ou Início de ATB empírico (com boa penetração no tecido pancreático); Considerar drenagem percutânea ou necrosectomia.  Até 20% dos pacientes com pancreatite aguda desenvolvem infecção extrapancreática (bacteremia, pneumonia, ITU).  Na suspeita, ATB deveriam ser iniciados até a fonte suspeita de infecção ser determinada
50
PANCREATITE CRÔNICA |  Definição:
Substituição irreversível do parênquima pancreático normal por áreas de fibrose e pelo surgimento de estenoses e irregularidades nos ductos pancreáticos. o Agressões continuas no pâncreas que causam cicatrizes no órgão o Na crônica temos alterações morfológicas (calcificações e irregularidades dos ductos pancreáticos) já na aguda não temos isso – cálculos biliares não levam a pancreatite crônica
51
DANOS PANCREATITE CRÔNICA
 Persistência das lesões mesmo com a retirada do fator causal  Alterações anatômicas e funcionais pancreáticas
52
SINTOMATOLOGIA E SINAIS DE PANCREATITE CRÔNICA
 Cursa com diarreia com perda de nutrientes, esteatorreia (80% parênquima já destruído) e emagrecimento -> pâncreas exócrino (ajuda na digestão).  Cursa cm diabetes ->fase mais avançada -> pâncreas endócrino.  Insuficiência pancreática: perda de mais de 80% do parênquima.  Depois de um tempo mesmo se tirar o fator causal não há reversão.
53
TIPOS DE PC
1- PC CALCIFICANTES 2- PC OBSTRUTIVAS 3- PC AUTOIMUNE
54
1) PC calcificantes:
 Quase totalidade  Etiologias: o Alcóolicas, hereditárias – CFTR, SPINK1, PRSS1, idiopáticas, metabólicas (hipertrigliceridemia, hiperclacemia), nutricionais, pós necróticas, vascular isquêmicas, pós radiação.  FC pode levar a pancreatite crônica.
55
2) PC obstrutivas:
 Dificuldade de drenagem da secreção pancreática;  Estenose cictricial Wirsung, oddites, pâncreas divisum;  Grupo etário mais avançado;  Calcificação excepcional;  Pouco comum insuficiência pancreática.
56
3) PC autoimune (isoladas ou associadas a CEP, Sjögren, CBP, DM1):
 Aumento de gamaglobulina ou de IgG4.  Presença de autoanticorpos.  Aumento difuso do pâncreas.  Tortuosidade com estreitamento irregular do ducto pancreático principal à colangiografia endoscópica.  Estreitamento do colédoco terminal com dilatação à montante e hiperbilirrubinemia obstrutiva.  Ausência de calcificações pancreáticas.  Associação ocasional com outras doenças autoimunes.  Boa resposta à corticoterapia (morfologia reverte para forma normal) – reverte os achados de pancreatite crônica – exceção à regra
57
Etiologia PC
 Depende da região demográfica: o Brasil: etilismo.  Certos países da África, Índia, China, Indonésia – relacionadas à desnutrição proteica grave – mecanismo desconhecido.  Hereditária: pacientes jovens, com história familiar, com surtos de pancreatite aguda que levam à pancreatite crônica.  Idiopática – até 9% dos casos.
58
Fisiopatogenia PC
 Tampões protéicos formam rolhas.  Deposição de cálcio na matriz protéica.  Lesão do epitélio de revestimento ductal.  Atrofia, estenose, dificuldade de drenagem.  Fibrose gradual e dilatação do ducto pancreático.
59
Quadro clínico PC
 Dor abdominal (em crises ou contínua) → muitas vezes refratária ao tratamento clínico -> muitas vezes precisa de opioide – crises dolorosas recorrentes  Emagrecimento.  Esteatorréia → insuficiência pancreática exócrina (perda de 90% da função pancreática).  Diabetes → insuficiência pancreática endócrina.  Hipovitaminose lipossolúveis (KADE) pela Esteatorreia  Hipovitaminose da vitamina B pelo alcoolismo
60
Mecanismos da dor NA PC
 Hipertensão intraductal e parenquimatosa;  Inflamação perineural;  Hipersensibilidade nervosa.
61
Emagrecimento NA PC
 Diminuição da ingesta nas crises dolorosas;  Má-absorção intestinal;  Diabetes descompensado (muitas vezes latente até então).
62
ACHADOS LABORATORIAIS PC
 Amilase e lipase → normais (na maioria das vezes) / discretamente alteradas.  Marcador de insuficiência pancreática exócrina: o Elastase 1 pancreática nas fezes (serve para quando tiver dúvida; como a elastase sai em intacta nas fezes ela serve como marcador)  Marcador da função pancreática exócrina – elastase passa no tubo digestivo e sai intacta nas fezes  Normal > 200 μg/g fezes;  Insuficiência pancreática → < 100 μg/g.
63
OUTROS ACHADOS LABORATORIAIS
o Bicarbonato: dar secretina na veia e coletar suco duodenal – tem que ter no mínimo 80 mEq/l de bicarbonato – usado mais em pesquisa – inviável na pratica clinica o Testes de secreção pancreática (teste da secretina – da secretina na veia, coleta o suco pancreático, como a secretina estimula o bicarbonato ele estaria alto, mas se o pâncreas não está funcionando ele não aumenta) → pico de secreção de bicarbonato < 80 mEq/l.  FAN, FR, IgG4 → pancreatite autoimune.  Glicemia, HbA1c.  Pesquisa de gordura fecal.
64
EXAMES DE IMAGEM PC
 RX simples de abdome → calcificações pancreáticas  TC contrastada (S: 75 – 95%, E: 85%) > principalmente para ver calcificações; mais sensível que o US – melhor exame em custo benefício  RNM (S: 85%, E: 100%)  US endoscópico -> vê mais precocemente a irregularidade dos ductos (antes de ter muitos sintomas) – padrão ouro! = Parênquima – atrofia, cistos, ecogenicidade, alterações ductais  CPRE
65
EXAME DE IMAGEM PADRÃO OURO PC:
US ENDOSCÓPICO
66
COMPLICAÇÕES DE PC
```  Pseudocistos;  Crises de icterícia;  Derrames cavitários;  Necrose pancreática;  Abscessos;  Hemorragia digestiva;  Compressão TGI. ```
67
PRINCIPAL CAUSA DE PC
ALCOOLISMO (TRATAR CAUSA BASE)
68
Tratamento
 Suspensão etilismo.  Suporte psicoterápico.  Dieta hipolipídica, normo ou hiperprotéica.  Analgésicos nas crises dolorosas (meperidina, codeína, tramadol).  Enzimas pancreáticas → quando há esteatorréia. Dose ajustada pelo balanço de gordura – junto da refeição. o Diminuir crises dolorosas – deve ser usadas junto as refeição para ter efeito.  Hipoglicemiantes orais (fase inicial) ou insulina (fase avançada).  Reposição de vitaminas lipossolúveis (KADE) e do complexo B
69
Complicações → tratamento cirúrgico ou endoscópico
 Esfincterotomia pancreática e retirada de cálculos.  Colocação de endopróteses.  Drenagem de pseudocistos.  Correção de fístulas.
70
Tratamento de causa subjacente quando há:
 Corticóide → pancreatite autoimune.  Avaliar adenoma paratireóide na hipercalcemia.  Tratamento dietético e medicamentoso na dislipidemia.
71
PC obstrutiva →
correção cirúrgica específica