17- COMPLICAÇÕES CIRROSE HEPÁTICA II Flashcards

1
Q

HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA VARICOSA

A

• Causa mais frequente mortalidade: 30-50% no primeiro episódio; nosso papel é evitar que o paciente tenha o primeiro episódio
• Incidência de varizes esofágicas 30-80%;
o Varia, pois depende do comprometimento hepático do paciente e. Child A tem menos hipertensão portal e menos varizes, o C tem mais

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2
Q

Fatores de risco para ruptura:

A

o Pressão portal > 12mmHg
o Calibre das varizes (as de fino rompem menos que as de grosso calibre)
o Presença de manchas vermelhas (red cherry spots - fragilidade da parede da mucosa - ali ocorre o sangramento)
o Reserva funcional hepática

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3
Q

• Lembrar que pode passar sonda! Ela não vai rasgar as varizes nem aumentar o risco de sangramento.

A
  • Maioria é varizes de esôfago e em continuidade gástrica.
  • Achamos que o que rompe a variz é algo que comeu, ou tosse, sonda. Mas na verdade o fator de risco pra romper é a pressão dentro do vaso; quanto maior a pressão no sistema porta, maior o risco de rompimento.
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4
Q

HDA varicosa:

A

É semelhante para a varicosa e não varicosa. Paciente vai ter hematêmese (vomito com sangue), melena ou vomito em borra de café (mais comum, pois sangue venoso e não arterial), sangue coagulado/escuro, enterorragia (mas se chegar com enterorragia, tem que ter instabilidade hemodinâmica acentuada pra pensar numa HDA varicosa; se chegar com enterorragia mas estável, a origem é baixa).

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5
Q

o Exame físico:

A

▪ Procurar por estigmas de hepatopatia - pode estar sangrando por varizes;
▪ Avaliar também sinais vitais - PaS e FC (se FC >120 e PAS <90, está instável hemodinamicamente, perdeu >20% da volemia - choque hipovolêmico - e deve ficar deitado, recebendo bastante volume e quando ficar estável, vai pra endoscopia. Se a diferença entre paciente sentado e deitado for = elevação de 20bpm ou queda de 20mmHg, há instabilidade hemodinâmica, significa que perdeu entre 10 e 20% da volemia, precisa repor volume. Se não modificar, tem hemorragia e a reposição volêmica é menor pois perdeu <10% de volume).

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6
Q

o Estabilização hemodinâmica

A

manter PAS entre 90-100 mmHg e FC <100 bpm, manter Hb entre 7 e 9 g/dl
▪ Início da reposição é com cristaloide
▪ Se o paciente chegar chocado colocamos o soro e pedimos concentrado de hemácia

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7
Q

o Proteção de via aérea:

A

redução nível de consciência, hemorragia maciça e necessidade do balão (espreme as varizes para parar o sangramento);
▪ Passar sonda nasogástrica ou intubar paciente.

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8
Q

o ATB profilático

A

hemorragia digestiva desencadeia encefalopatia;

▪ Prevenir PBE também é por translocação bacteriana.

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9
Q

o EDA

A

depois que paciente estabilizar hemodinamicamente (sem diferença de PA e FC). Geralmente, feita entre 6 e 12h da admissão do paciente (passando de 12h, a mortalidade aumenta). Paciente es graves, que não estabilizam, deve esperar mais tempo pra EDA, passa balão e tem grande risco de morte.

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10
Q

HDA Varicosa - Urgência:

• Tratamento medicamentoso na urgência: vasoconstritores esplâncnicos.

A

o Usá-los por 2-5 dias (por 5 dias reduz a frequência de recidiva).
o Sempre que tiver estigma periférico ou história de hepatopatia usamos vasoconstritor

TERLIPRESSINA
SOMATOSTATINA
OCTREOTIDE

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11
Q

Balão de Sangstaken-Blakemore

A
  • Raramente usamos hoje, devido ao uso de vasoconstritor e EDA
  • Restrito aos casos de hemorragia maciça com instabilidade hemodinâmica não responsiva ao volume!
  • Balão é uma sonda de 3 vias, com um balão esofágico e um gástrico. Passa a sonda, incha o balão gástrica e puxa, fazendo-o trancar no cardia. Depois disso, puxa o balão esofágico, insufla e faz apertar as varizes, fazendo parar o sangramento. O balão pode ser mantido por até 24h, acima disso gera risco de isquemia da mucosa do esôfago.
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12
Q

Terapia endoscópica:

1) Escleroterapia:

A

injeções intra-vasais ou para-vasais de solução de etanolamina (esôfago) ou cianoacrilato (fundo gástrico). Não precisa ser no ponto que sangrou, pois a solução corre no vaso todo e seca as varizes; no mesmo canal onde introduz a pinça de biopsia introduz uma agulha, pela qual se injeta a solução esclerosante. Tem maior risco de bacteremia.

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13
Q

Terapia endoscópica:

2) Ligadura elástica de varizes:

A

ir no ponto de sangramento e colocar a borrachinha; o sangue começa a coagular no vaso, não tem fluxo e ela desaparece. Vira uma escara e depois cicatriza. Tem risco de ressangrar no local da escara, aí faz esclerose ali.
Semelhantes em segurança e taxa de sangramento; a esclerose é mais dolorida depois, por isso prefere-se a ligadura.
- Se não tiver sangramento ativo fazer ligadura, porém se o sangramento for ativo o melhor é escleroterapia

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14
Q

Rastreamento:

A
  1. Sem varizes: EDA a cada 2-3 anos
  2. Varizes de Pequeno calibre: EDA anual
  3. Varizes de Médio / grande calibre: medicamentoso + endoscópico → EDA a cada 6 meses (Profilaxia primária)
    a. Profilaxia 1ª: endoscopia ou medicamento – a escolha depende do acesso do paciente, se tiver acesso a EDA faz esse (melhor)
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15
Q

Profilaxia primária: - não sangrou, mas quer evitar isso

A

• Com EDA ou medicamentos.
• Betabloqueador não seletivo: Propranolol ou Nadolol.
o Reduzir no mínimo 20% o gradiente de pressão portal;
o Para medir o gradiente de pressão portal tem que cateterizar (difícil), então pra ajustar se baseia na FC basal, que deve reduzir de 20 a 25% pra mostrar que está funcionando!
• Nitratos: Mononitrato de isossorbida (quando contraindicado o uso de Bbloq)
• Escleroterapia
• Ligadura elástica- sempre dar preferência a essa

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16
Q

Profilaxia secundária:

A

• Paciente já sangrou!
• Mesma coisa que a primária, mas associa EDA + medicamento!
o Em um sangramento muito severo, que não responde ao tto, deve-se diminuir a pressão do sistema porta, então usa-se o TIPS (stent entre porta e cava) ou por cirurgia de derivações do sistema porta!
• Betabloqueadores não seletivos + ligadura elástica
• TIPS (depois de falha de 2 tratamentos endoscópicos)
• Cirurgia (diminuir o fluxa da cava – melhor é a derivação espleno renal) - IMAGEM
o Indica-se TIPS ou cirurgia na profilaxia de paciente que não melhora ou na vigência do sangramento mesmo, quando faz endoscopia, faz ligadura e sangra de novo, sempre.

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17
Q

SÍNDROME HEPATOPULMONAR (SHP)

A

• Tem alteração pulmonar, mas se a questão hepática for resolvida, o pulmão volta a funcionar!
• Tríade: Doença hepática + Alteração da troca gasosa pulmonar + Dilatação vascular pulmonar
o Sintomas respiratórios: Platipneia - dispneia em pé - sem relação com esforço, hipoxemia as vezes não sintomática (importância da gasometria)

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18
Q

SÍNDROME HEPATOPULMONAR (SHP):Mecanismos:

A

o Shunts intrapulmonares: comunicação entre artérias e veias;
o Defeito da difusão-perfusão: desequilíbrio alvéolo-capilar;
o Alteração ventilação-perfusão;
• Fica como se fosse um DPOC, mas não tem doença pulmonar de parênquima/alvéolo! É tudo por causa da doença hepática.

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19
Q

SÍNDROME HEPATOPULMONAR (SHP):

• Sinais/sintomas:

A

platipneia (dispneia em posição ortostática) e cianose quando em ortostatismo (não relacionado ao esforço).

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20
Q

SÍNDROME HEPATOPULMONAR (SHP):

Exames:

A
  • Gasometria arterial (PaO2 <80 mmHg ou <70 mmHg nos > 64 anos);
  • RX tórax (pra excluir dça pulmonar);
  • Ecocardiograma (pra excluir dça cardíaca);
  • Cintilografia pulmonar;
  • Angiografia pulmonar;
  • Provas de função pulmonar…
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21
Q

SÍNDROME HEPATOPULMONAR (SHP):

Tratamento:

A
  • Manter o paciente e até transplantar - não tem finalidade curativa, mas sim de suporte
  • O2, óxido nítrico (vasodilatação esplâncnica e diminui pressão no sistema porta), embolização de comunicações arteriovenosas (shunts), TIPS (diminui pressão no sistema porta e diminui, consequentemente, SHUNTS no pulmão), Transplante (ideal, mas só feito quando PaO2 <60 mmHg)
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22
Q

CARCINOMA HEPATOCELULAR (CHC)

A
  • Hepatite B (vírus DNA) não precisa ter cirrose pra ter hepatocarcinoma. Hepatite C precisa ter cirrose.
  • Na maioria das vezes: metástases; é decorrente de uma doença crônica
  • Produto final da cirrose = nódulos de regeneração displasicas e depois neoplásicos. Não é todo nódulo hepático que vai ser CHC, a maioria é benigno. Ca 1º de fígado é muito raro.
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23
Q
CARCINOMA HEPATOCELULAR (CHC)
• Fatores de risco:
A

o Hepatite viral crônica:
▪ VHB 200 vezes mais chance – como é um vírus que entra na célula ele pode causar carcinoma sem ter cirrose – nos outros vírus o carcinoma é pela fibrose da cirrose
▪ VHC 4-6% dos cirróticos, mais em genótipo 1 e com mais de 20 anos de infecção;
• Vírus C: só tem risco de carcinoma se tiver cirrose
o Associação de vírus com alcoolismo ou vírus-vírus; aumenta risco de CHC
o Cirrose alcoólica
o Exposição a aflatoxina - independe de ter cirrose ou não
o Hemocromatose e doença de Wilson

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24
Q
CARCINOMA HEPATOCELULAR (CHC)
Sintomas:
A
  • Sintomas inespecíficos: pode ser assintomático ou então dor no hipocôndrio D, emagrecimento, aumento do volume abdominal, hepatomegalia, icterícia (depende do tamanho do nódulo; pode simular uma colangite), ascite e febre
  • Todo paciente com fator de risco (cirrose, hepatite, …) deve ser rastreado, pois nódulos pequenos tem tto curativo, mas grandes é só paliativo!
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25
Q
CARCINOMA HEPATOCELULAR (CHC)
Exames laboratoriais:
A
  • Alfafetoproteína (AFP):
  • US e TC (pra ver se há nódulos)
  • Arteriografia com lipiodol
  • BH (biopsia hepática): faz quando alfafetoproteina aumentada com nódulo suspeito! Mas se tiver 2 exames de imagem que dão características de hepatocarcinoma (hipervascularização, captação rápida de contraste, …), não precisa fazer biopsia
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26
Q

• Alfafetoproteína (AFP):

A

marcador tumoral para o diagnóstico de Ca hepático (fazer a cada 6 meses).
o Relação entre o valor e o tamanho do tumor;
o Cuidar que alfafeto também se eleva pela cirrose!
o O valor normal é até 8, mas o cirrótico já tem maior que isso, então, se medir e der alto fazer US junto pra ver se há nódulos! Se não houver nódulo, acompanhar a alfafeto - se ela aumentar, acompanhar em menos tempo – se aumentar muito em menos tempo fazer um exame mais sensível que o US – pois alfafeto está relacionada com o tamanho do TU
o Se alfafeto de 400 ou + e nódulo suspeito, já é hepatocarcinoma (encaminhar para tto de acordo com tamanho do nódulo!)

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27
Q

• Nódulo + AFP aumentada (>200)

A

= CHC, não necessita BH!!!
o Alfafetoproteína tem relação direta com o tamanho do tumor.
o Diagnóstico precoce: US e AFP 6/6 meses

28
Q
CARCINOMA HEPATOCELULAR (CHC)
Tratamento:
A

• Depende do tamanho, localização, comprometimento da função hepática, trombose de veia porta e presença ou não de metástases
• Cirurgia ou Transplante nos diagnosticados precocemente;
o São curativos! O Tx é o melhor de todos.

29
Q

→ Cirurgia:

A

Hepatectomia! Feita naqueles sem indicação de Tx, mas não tem grau importante de hipertensão portal ou função hepática (Child A, com nódulo até 7cm, sem sinais de hepatopatia crônica) lesões <5cm, uni ou bilobares, sem invasão vascular, com cirrose leve. Sobrevida em 5 anos: 20-50%; recidiva: 65-85%

30
Q

→ Transplante:

A

os que se encaixam para transplante são aqueles que se encaixam nos Critérios de Milão lesão única <5cm ou múltiplas (até 3 nódulos) desde que não sejam >3cm cada e sem invasão vascular. Sobrevida: 60-80%

  • Qt intra-arterial pré-operatória enquanto aguarda o Tx
  • Alcoolização do tumor quando <5cm: paliativo
  • Qt via oral também reduz o tumor e é paliativo.
31
Q

TRANSPLANTE HEPÁTICO

A

→ Índice de sobrevida em 5 anos: 75% (alto);

→ Qualidade de vida: melhora em 85%, pois diminui ascite, tomada de medicamentos…

32
Q

Contraindicações absolutas:

A
  1. Morte cerebral
  2. Uso ativo de drogas ilícitas ou álcool (tem que estar sem uso por, pelo menos, 6 meses)
  3. Ausência de suporte social (não entende sobre importância dos medicamentos, não há quem o auxilie ..)
  4. Problemas psiquiátricos graves (sem condições pessoais de se tratar)
  5. TU malignos extra-hepáticos ou metastáticos (causam óbito)
  6. Doenças cardíacas ou pulmonares graves (aumenta mortalidade da Cx do Tx)
  7. Infecção sistêmica ativa não controlada (risco de disseminar infecção)
  8. AIDS como doença estabelecida (não está com a doença controlada)
  9. Trombose extensa do leito esplenomesentérico (Tx exige várias anastomoses vasculares, e se não tiver vasos viáveis não consegue fazer a Cx).
33
Q

Contraindicações relativas:

A
  1. Infecção pelo HIV (depende da adesão ao tto)
  2. Idade >70 anos
  3. Colangiocarcinoma (Ca das vias biliares principais, que acomete hilo hepático; depende do tamanho, do acometimento do hilo, se tem trombose de veia porta, …)
  4. Trombose de veia porta
  5. Replicação ativa do VHB (tto da hep B não é eficaz; só diminui replicação viral. Pro paciente ir pro Tx, tem que estar com replicação baixa para não infectar o enxerto).
  6. Obesidade (dificuldade técnica da cirurgia) – estudos recentes mostram que pode-se fazer Cx bariátri e o Tx ao mesmo tempo – esquecer essa contra indicação
  7. Anormalidades anatômicas
34
Q

Indicações:

A
  1. Cirrose de qualquer etiologia
  2. Síndrome de Budd-Chiari (obstrução das veias supra-hepáticas)
  3. Doença hepática policística (benigna, mas se tiver muito cisto no parênquima hepático, pode-se comportar como cirrose)
  4. TU neuroendócrino metastático
  5. Insuficiência hepática aguda grave
  6. CHC (critérios de Milão 1 nódulo de até 5cm ou 3 nodulos de até 3cm cada)
  7. Trauma
  8. Doenças congênitas
  9. Erros do metabolismo (Tx infantil); Retransplante (transplantou e num curto período de tempo houve complicação rejeição, infecção por imunidade baixa
  10. Retransplanta; tem prioridade
35
Q

Severidade da doença que indica o Tx:

A

1) BT>10mg/dl (nas doenças colestáticas; BT > 5mg/dl nas doenças hepatocelulares)
2) SHR
3) PBE
4) Albumina sérica <2,5mg/dl
5) TP>5 segundos do valor normal
- Paciente Child C

36
Q

Qualidade de vida que indica o Tx:

A
  • Qualidade de vida tão ruim que podemos pedir um avaliação para isso
  • Mesmo tendo o MELD, as vezes é necessário saber disso.
  • Prurido intratável (não para de se coçar nunca);
  • Osteoporose com fratura;
  • Sepse biliar recorrente;
  • Ascite intratável;
  • Encefalopatia hepática;
  • Hemorragia varicosa;
  • Fadiga
37
Q

MELD:

A

• 3,8 log (bilirrubinamg/dl)+ 11.2 log (RNI)+ 9,6 x log (crea mg/dl)+6,4
• Mortalidade em 3 meses relacionados ao MELD: repetido de 3 em 3 meses ou menos
o MELD 40 ou mais = 100%
o 30-39: 83%
o 20-29: 76%
o 10-19: 27%
o <10 = 4% (não entra na lista de transplante)

38
Q

ENCEFALOPATIA

A
  • Conjunto de sintomas neuropsiquiatricos (potencialmente reversíveis) que ocorre na insuficiência hepática aguda ou crônica
  • Fenômeno reversível, com raras alterações estruturais do cérebro, sendo a mais notável o aumento do número de astrócitos.
  • Geralmente desencadeada por algum problema
  • É mais de função, não tem alteração estrutural do cérebro
39
Q

Fisiopatologia:

A

Multifatorial e interdependente

1) Hipótese da amônia:
2) Hipótese dos falsos neurotransmissores – aminoácidos aromáticos
3) Hipótese do ácido gama-aminobutírico (BZD endógenos)

40
Q

1) Hipótese da amônia:

A

mais validada, paciente melhora quando se tira a amônia.
• Tudo que é fonte de amônia (produtos das proteínas, hemorragia (degradação da hemoglobina gera ureia, que gera amônia que ultrapassa a barreira hematoencefalica), metabolização de medicamentos, quadros infecciosos, desidratação, distúrbios hidroeletrolíticos) -> amônia passa pela circulação portal, ultrapassa a barreira hematoencefalica e gera o quadro.

OBS:
O DIAGNOSTICO DE ENCEFALOPATIA HEPATICA É PURAMENTE CLINICO!!!

41
Q

2) Hipótese dos falsos neurotransmissores – aminoácidos aromáticos

A

• Encontrados nas proteínas de origem animal > dão origem a falsos neurotransmissores que dariam alterações psiquiátricas

42
Q

3) Hipótese do ácido gama-aminobutírico (BZD endógenos)

A

• Fornecedor de BZD endógenos

43
Q

ENCEFALOPATIA

Aspectos clínicos:

A

• Quadro clinico complexo com variabilidade marcantes
• As manifestações variam desde anormalidades moderadas da cognição até desordens recorrentes ou crônicas tanto cognitivas quanto motoras.
• Teste:
o Desenhar uma figura geométrica e pedir para o paciente repetir – alteração na coordenação motora – interessante fazer nos paciente cirróticos – indica alteração neurológica mínima – descobre encefalopatia inicial
o Teste de ligação de números.
o Flapping (abana para frente marco da encefalopatia, se tem flapping tem encefalopatia, se não tem também pode ter encefalopatia) – encefalopatia 2 e 3 (4 já é coma)

44
Q

Classificação da EH conforme a frequência:

A
  • Episódica: raros com menos de 2 eventos anuais
  • Recorrente: Intervalos < 6 meses
  • Persistente: alterações comportamentais contínuas, intercalando de sinais leves a alterações neurológicas evidentes
  • Mínima: muito difícil de ser diagnosticada
45
Q

Epidemiologia: ENCEFALOPATIA

A
  • Em geral, no diagnóstico da cirrose, ocorre em 10-14%
  • 16-21% nos descompensados
  • 30-40% dos pacientes cirróticos irão apresentar encefalopatia no decorrer da evolução da doença
  • EH mínima ocorre em 20-80% dos cirróticos
46
Q

Asterixe = flapping
Grau III e IV: cuida com DD – problema neurológico que não é por encefalopatia – AVC, demência
Grau I e II: mais fácil ter certeza que é pela encefalopatia hepática

A

.

47
Q

Aspectos clínicos:

A

• Diagnóstico é clínico.
o Tem que suspeitar para então diagnosticar
• Hálito hepático (fedor hepático)
• Não há exames laboratoriais específicos
• Eletroencefalograma – não é necessário, pois não mostra nenhuma variação especifica
• Exame do liquor -> nada especifico pra encefalopatia, faz quando suspeita de outras coisas.
• Flicker Test (teste de frequência luminosa crítica)

48
Q

Fatores desencadeantes:

NÃO usar benzodiazepínico em encefalopatia hepática.

A

Causa

1) Hemorragia digestiva/Excesso de ingestão proteica
2) Diuréticos / Distúrbios hidroeletrolíticos
3) Infecções
4) Uremia
5) Sedativos/ Anestésicos
6) Constipação

49
Q

Mecanismo

Hemorragia digestiva/Excesso de ingestão proteica

A

Aumento da amônia (100 ml sangue=1520 g proteína);
Diminuição funções hepática e renal;
Choque + hipóxia; Amônia de sangue transfundido

50
Q

MECANISMO

2) Diuréticos / Distúrbios hidroeletrolíticos

A

Alcalose hipocalêmica;

Aumento de NH³ liberada pelo rim

51
Q

MECANISMO

3) Infecções

A

Aumento catabolismo tecidual com aumento nitrogênio; Toxicidade: hipóxia/febre

52
Q

MECANISMO

4) Uremia

A

Efeito tóxico direto no cérebro;

Aumento NU NH³

53
Q

MECANISMO

5) Sedativos/ Anestésicos

A

Efeito depressor direto no cérebro;

Hipóxia

54
Q

MECANISMO

6) Constipação

A

Aumento da produção de NH³ e da absorção de outros nitrogenados

− Importante para diferenciar de outras doenças.
− Constipação: fazes presentes por muito tempo no intestino bactérias fazem metabolização gerando amônia.

55
Q

Diagnóstico diferencial: ENCEFALOPATIAS

A
  • Lesões intra-craninas: hematoma subdural ou intracerebral, HSA, meningite, encefalite, TU e abscessos
  • Encefalopatias metabólicas: hipoglicemia, uremia, hipóxia, hipercapnia, hiponatremia, CHNC, CAD, sepse
  • Encefalopatias tóxicas: drogas, metais pesados, salicilatos, intoxicação aguda pelo álcool, abstinência alcoólica, encefalopatia de Wernicke (alcoolatra com def de vit B1)
  • Sempre mediar a glicemia capilar!!!
56
Q

Manejo:

A

• Lactulose = laxante osmótico, que além do efeito laxativo tem efeito de diminuir o ph do cólon que diminui o trabalho das bacs.
o Se deu certo essa tto via ajustando a dose até o paciente ter em média 2 defecações pastosas por dia
• Enemas de limpeza = lavagens intestinal – quando é por constipação ou hemorragia – tirar o sg que é fonte de amônia.
• Dependendo da gravidade já faz tudo!!!

57
Q

Tratamento específico:

A
  • Dissacarídeos não absorvíveis – Lactulona
  • Antibióticos
  • Lornitina Laspartato
  • Outras terapias
58
Q

Dissacarídeos não absorvíveis: - não precisa decorar dose – não cobra dose
• Modo de ação:

A

o Redução da produção e absorção amônia intestinal;
o Efeito laxativo;
o Alteração no pH intestinal

59
Q

• Doses:

A

o Lactulose: 30-60 g ao dia (15-30 ml 2 a 4 vezes ao dia);
o Lactitol: 10-90 g ao dia;
o Ajustar para 2 evacuações pastosas ao dia

60
Q

• Efeitos colaterais:

A

Diarreia, dor abdominal, flatulência, anorexia, desidratação, insuficiência renal

61
Q

Antibióticos:

A

• Modo de ação:
o Redução bactérias produtoras de uréase;
o Redução produção amônia

• Doses:
o Neomicina: 500-1000 mg 4x ao dia – pararam de usar
o Metronidazol: 250 mg 34 x ao dia;
o Rifaximina: 400 mg 3x ao dia – só nos EUA

• Efeitos colaterais:
o Neomicina: nefro e ototoxicidade (uso prolongado);
o Metronidazol: neuropatia periférica (> 2 semanas);
o Rifaximina: poucos (sintomas gastrointestinais)

62
Q

Lornitina Laspartato:

A

• Modo de ação:
o Reduz a amônia;
o Estimula ciclo da ureia no fígado;
o Estimula síntese de glutamina no fígado, músculo e cérebro

• Doses:
o Apresentação ampolas de 5g e envelopes de 3g;
o Dose usual: até 40 g ao dia EV e 18 g ao dia VO
o Efeitos colaterais: Poucos (sintomas gastrointestinais)

63
Q

Outras terapias:

A

• Zinco: Evidências insuficientes
• Flumazenil: Melhora transitória;
• Casos de intoxicação por benzodiazepínicos
• Restrição proteica: Evitar! – hipóteses de que aa aromáticos podem ser precursores de falsos neurotransmissores, porém os pacientes desnutriam pelo medo de voltar a usar Proteínas – pode-se usar por um curto espaço em paciente com muita diarreia
− Em hepatites agudas a encefalopatia indica uma gravidade muito grande o que aumenta a gravidade →considerar transplante imediato.
− Encefalopatia em cirróticos tem que focar mais no fator desencadeante que geral. Neomicina: não tem no BR.

64
Q

Encefalopatia persistente:

A
  • Considerar outras causas de piora cognitiva
  • Controle dos fatores precipitantes
  • Tratar doença base
  • Investigar shunts portossistêmicos → tratá-los?
  • Terapia específica: dissacarídeos, antibióticos
  • Avaliar transplante
65
Q

Encefalopatia mínima:

A

• Não existe consenso diagnóstico e é muito difícil faze-lo
• Subgrupos de maior risco – testa nessas pessoas
o Motoristas profissionais
o Operadores de máquinas pesadas
o Pessoas com risco de queda
• Dificuldades na padronização do diagnóstico
• Poucos estudos sobre tratamento: maioria dissacarídeos e rifaximina

66
Q

Prognóstico:

A
  • Tipo e grau da insuficiência hepática;
  • Início do tratamento;
  • Fator precipitante.
67
Q

Considerações:

A
  • Diagnóstico precoce de EH
  • Identificação e tratamento do fator precipitante
  • Uso de dissacarídeos sempre
  • Avaliar necessidade de ATB ou LoLa
  • Sempre considerar Tx