15- CIRROSE HEPÁTICA Flashcards
CIRROSE HEPÁTICA
É o evento final das doenças hepáticas crônicas. Após vários anos de agressão, vamos ter deposição de colágeno no fígado, causando alteração na estrutura lobular e alteração da estrutura vascular do fígado (leva a hipertensão portal)
Dois grandes grupos de sintomas:
- Sintomas da hipertensão portal
- Sintomas da insuficiência hepatocelular (com o tempo os hepatócitos vão sendo destruídos).
Independente da etiologia o evento final é o mesmo.
Doença crônica caracterizada histologicamente pela presença de fibrose e formação nodular difusa (substituição da arquitetura lobular, por arquitetura nodular o colágeno vai se depositando e formando os nódulos cirróticos), com consequente desorganização da arquitetura lobular e vascular do órgão > leva ao aumento da pressão na veia porta.
o Processo de inflamação e cicatrização continuo
o Cicatrização no fígado se faz com bandas de colágenos
o Forma septos porta porta e depois pega o centro
Arquitetura Lobular passa para uma arquitetura Nodular – destruição do nódulo hepático
Algo agredindo o fígado (várias etiologias) – fígado para se proteger produz colágeno, o qual se deposita e forma cicatrizes com o tempo (nódulos).
Causas mais comuns no Brasil:
alcoolismo e Hepatite C crônica.
Outras Etiologias:
Hepatite Autoimune, Hepatite B, Esteatose (gordura no fígado) e etc.
CLASSIFICAÇÕES
a. Alterações Estruturais
- Arquitetura lobular normal; (nenhuma fibrose)
- Expansão fibrosa de espaços-porta;
- Expansão fibrosa portal com septos porta-porta; (fibrose moderada)
- Preservação apenas parcial da arquitetura lobular, com septos porta-porta e porta-centro, podendo ser vistos esboços de nódulos; (pré cirrose)
- Cirrose, plenamente identificada à biópsia ou predomínio de áreas nodulares em relação a lóbulos remanescentes.
b. Fibrose - Classificação Metavir
F0 - Sem fibrose F1 - Fibrose portal, sem septos F2 - Fibrose portal e qualquer septo F3 - Fibrose septal sem cirrose F4 - Cirrose
TIPOS – não faz diferença diferenciar, pois o tto é igual
Cirrose Micronodular: Nódulos regulares, menores que 3 mm. Mais comum em etilistas.
Cirrose Macronodular: Nódulos com tamanho acima de 3 mm, irregulares e cercados por espessos feixes de tecido conjuntivo. Um pouco mais frequente em hepatites virais.
A cirrose macronodular pode ser o resultado final de uma cirrose micronodular.
Obs: Não tem diferença clínica, tratamento de ambas é o mesmo.
ETIOLOGIA 1
- Metabólicas
Tirosinemia
Galactosemia
Doença de Wilson - Depósito de cobre
Hemocromatose hereditária - Depósito de ferro
Deficiência de α1 antitripsina - Não consegue sair do fígado acumulada. Não é excretada para chegar no pulmão.
Esteato hepatite não-alcóolica - Presença de gordura no fígado, leva a processo inflamatório, que pode levar a cirrose. Pequeno percentual 5% das pessoas que tem esteatose vão ter cirrose. - Virais (vírus da hepatite A e D não cronificam): Vírus B e C
- Álcool
- Induzidas por toxinas e fármacos
ETIOLOGIA 2
- Autoimunes - hepatite autoimune, cirrose biliar primária e colangite esclerosante primária
- Biliar (patologias crônicas da árvore biliar): Cirrose biliar primária, Cirrose biliar secundária (não é autoimune estreitamento da arvore biliar), Colangite esclerosante primária (trombose da veia hepática).
- Obstrução ao efluxo venoso hepático: Síndrome de BuddChiari e Doença hepática venooclusiva
- Criptogenica – cripto: escondido / genica: origem – origem escondida
20% das cirroses são idiopáticas, pode ser secundária a uma esteatohepatite (obesos e DM2), porém não se consegue mais dar o diagnóstico de esteatose.
DIAGNÓSTICO
Inicialmente diagnóstico histológico → fibrose e nódulos regenerativos.
o A definição de cirrose é histológica, porém o diagnóstico pode ser feito somente com a clínica, exames de imagem, laboratoriais
Diagnóstico pode ser feito com dados clínicos, laboratoriais e por exame de imagem
ultrassom radiologista vê fígado todo nodulado). Paciente faz EDA e vê varizes esofágica (não é só cirrose que causa, mais é uma das principais causas), Ascite 90% dos casos ligados a cirrose. Alteração das transaminases, estigmas de hepatopatia.
Alterações observadas na clínica são as mesmas da hepatopatia crônica: ginescomastia, aranhas vasculares, eritema palmar, flapping…
Biópsia hepática contraindicada (absoluta ou relativa) em
pacientes com distúrbios de coagulação (TAP alargado, plaquetopenia).
DADOS CLÍNICOS - Sinais de hipertensão portal e de insuficiência hepatocelular:
Ginecomastia
- Ascite (normalmente GASA ≥ 1,1)
- Aranhas vasculares (spiders)
- Circulação colateral no abdome
- Eritema palmar
- Icterícia
- Edema periférico
- Esplenomegalia
- Rarefação dos pelos
- Alteração dos pelos pubianos
- Hálito hepático