16- COMPLICAÇÕES CIRROSE HEPÁTICA I Flashcards
COMPLICAÇÕES DA CIRROSE HEPÁTICA
− Cirrose em si pode ser completamente assintomática, podendo ser descoberta por acaso, ou pode ser descoberta quando já tem alguma complicação.
− Nodular, perde arquitetura, fica endurecido (fibrose).
Sequelas da cirrose
1) Hipertensão portal: por conta da HP podemos ter
a. Sangramento de varizes de esôfago/estômago (mais comum);
b. Sangramento de gastropatia hipertensiva;
c. Esplenomegalia com hiperesplenismo
i. Principal consequência da cirrose
2) Ascite (pela hipertensão portal); PBE; derrame pleural, hérnia abdominal
3) Síndrome hepatorrenal
4) Encéfalopatia hepática
5) Disfunção sintética/hepatopatia -> devido a própria disfunção do fígado – avalia função pelo TAP
a. Disfunção sintética – lembrar das provas de função hepática: TAP alargada, bilirrubina (avalia metabolismo do fígado) e albumina
Sequelas da cirrose 2
6) Carcinoma hepatocelular – última complicação do paciente com cirrose ou a única complicação que esse paciente pode ter
7) Feminização – por conta da alteração da metabolização do hormônios sexuais
8) Alteração do metabolismo das drogas – pede bilirrubinas para verificar a função – pois é metabolizada de forma constante todos os dias, assim se o metabolismo hepático está alterado elas também estarão
9) Osteodistrofia (alteração no eixo CaPTHvitD) – paciente faz mais osteoporose do que o normal, e mais precoce também
10) Síndrome hepatopulmonar
HIPERTENSÃO PORTAL
- Veia portal (principal via de irrigação hepática – trás o sangue) → hipertensão → veia portal aumenta de calibre → dificuldade cresce → aumenta calibre dos outros vasos dao sistema porta (pancitopenia qnd atinge o baço, começa com plaquetopenia).
- Mais importante e que costuma aparecer primeiro, levando a outras complicações
HIPERTENSÃO PORTAL
- Fígado cirrótico fica endurecido e micronodular; veia porta desemboca e leva sg par ao fígado > resistência de fluxo sanguíneo para fígado por esse endurecimento, assim a veia a caba aumentando de calibre, e tudo que está ligado nela acaba aumentando tambem; ex: GE está ligada nela > varizes esofágicas; esplênica tambem > esplenomegalia
- US: consegue ver os calibres e o parênquima hepático.
- EDA: vê varizes de esôfago.
HIPERTENSÃO PORTAL
• Sistema venoso portal é de baixa pressão (<10 mmhg)
o Na prática mensuramos a pressão indiretamente pelo calibre dos vasos
• Hipertensão portal é quando excede em pelo menos 5 mmhg a pressão existente nas veias abdominais não portais (por exemplo a cava inferior)
• Devido a Hipertensão portal Formam-se vasos colaterais, principalmente no esôfago e porção proximal do estômago – circulação colateral para tentar diminuir a pressão portal
• Diagnostico endoscópico das varizes ou pelo US, através do calibre da veia porta (superior a 1,2cm) e esplênica (superior a 0,9cm), ou ainda por medida da pressão no sistema porta por meio de cateterizações dos vasos
Classificação da hipertensão portal é de acordo com o local onde há a resistência:
Pré hepática:
Intra hepática:
Pós hepática:
Pré hepática:
- Ex: em veia esplênica por coagulopatia; veia porta.
- Hipertensão antes de chegar na veia porta
- Trombo na veia porta (não faz ascite, mas faz varizes)
- Principal causa é Trombose de veia porta ou da veia esplênica
Intra hepática:
• Devido a cirrose – lesão celular > fibrose.
• Pode ser:
o Pré-sinusoidal: esquistossomose – antes do sinusoide hepático tem a formação da fibrose – não tem alateração hepática, pois não forma nódulos hepáticos só tem fibrose e devido a isso só há a formação de varizes e circulação colateral e não de icterícia ou ascite
o Sinusoidal: cirrose – tem todas as complicações
o Pós-sinusoidal: enfermidade venoclusiva
Pós hepática:
- Fator obstrutivo em cava inferior ou supra hepáticas – não tem varizes, mas tem ascite.
- Alteração nas veias supra hepáticas ou ICC direita – alteração depois do fígado
- Cardíaca
- VCLvv hepáticas (sd budd chiari)
Gastropatia de hipertensão porta → pode levar a sangramento (vão ter terapêutica muito especifica) > “em pele de cobra”.
ASCITE
• Mais comum de ser encontrada nos pacientes com cirrose
• É o acúmulo de líquido na cavidade peritoneal dos portadores de cirrose hepática decorrente da ávida retenção renal de sódio, em consequência da hipertensão portal
• Paciente com ASCITE, está muito suscetível à ocorrência de translocação bacteriana do TGI.
o Por isso, deu entrada com ascite? TEM que realizar paracentese diagnóstica, para avaliar infecção e necessidade de ATBC
2 motivos para ter ascite: - esses dois motivos ocorrem ao mesmo tempo
Vasodilatação arteriolar
Hipertensão portal
ASCITE Vasodilatação arteriolar
redução da resistência alveolar – paciente com cirrose tem alteração do metabolismo dos hormônios que mantem os calibres dos vasos (por isso é difícil encontrar paciente cirrótico com hipertensão) -> menor volume circulante efetivo (espaço maior para o mesmo volume de antes correr -> hipotensão) – corpo entende que tem pouco liquido -> ativação do sistema RAA -> retém sódio e agua -> não consegue segura dentro do vaso -> extravasamento de liquido para terceiro espaço
ASCITE Hipertensão portal
Hipertensão portal -> aperta os sinusoides -> extravasa liquido do vaso -> ascite.
Diagnóstico: ASCITE
• Pode ser feito clinicamente ou pelo US
o Ascites pequenas podem ser somente diagnosticadas pelo USG
• Clinicamente evidente: faz diagnostico pelo EF – percute o flanco – se macicez -> vira o paciente de lado -> percute novamente (lado que está para cima fica timpânico, para baixo fica maciço > macicez móvel) ou faz círculo de skoda,
depois faz piparote.
o Sem piparote -> ascite moderada.
o Com piparote -> ascite severa.
▪ Faz macicez móvel e depois piparote – piparote só pega ascites grandes
• Não clinicamente evidente: NÃO FAZ DIAG PELO EF (presença de liquido até 1,5 L) -> só consegue ver pelo US.
Classificação da ascite
1- leve - apenas diagnosticada ao US, único tto é dieta hipossódica
2- moderada - EF - macicez móvel, tto dieta hipossódica e diuréticos
3- volumosa - distensão abdominal intensa
tto dieta hipossódica, diuréticos e paracentese de alívio
TIPS (stent que coloca na veia porta – diminui ascite)
refratária = Ausência ou baixa resposta aos diuréticos; Presença de efeitos colaterais aos diuréticos – mede sódio urinário + dieta hipossódica – não consegue controlar
Paracentese, TIPS
Ascite refratária é indicativo de transplante
Ascite refrataria:
- Ausência de resposta aos diuréticos em dose máxima por, pelo menos, 1 semana, associada à dieta hipossódica
- Perda de peso < 200g/dia por mais de 4 dias
- Débito urinário de Na < ingerido
- Recorrência precoce da ascite com seu reaparecimento dentro de 4 semanas da mobilização inicial
- Indução de complicações das diureticoterapia: EH, creatinina>2 mg/dl, Na<125, hipo ou hipercalemia
Ascite refrataria:
• Necessidade de paracentese de grande volume associada à expansão plasmática com albumina
• Diuréticos que se usa para ascite: espironolactota (100mg – 400mg) e furosemida (de alça 40-160mg) – espironolactona demora 3 a 5dias para fazer efeito – esperar para ver se tem resposta adequada ou não.
• Na pratica pode iniciar com os dois para resolver a fase aguda e depois mantem com um só:
o Só ascite (sem edemea de MII): meio l=kilo por dia
o Com edema de MMII > perder de 750g a 1 kilo por dia
Avaliação diagnóstica da ascite:
• Sempre que tiver ascite tem que fazer paracentese diagnóstico
o Teoricamente não precisamos pedir um US para todo o paciente com ascite para fazer paracentese – mas devemos prestar atenção e fazer um US em mulheres sem histórico de hepatopatia ou estigmas – pode ser um TU de ovário
o TAP alargado e plaquetas baixa não contra indicam paracentese
• Paracentese é a primeira coisa a fazer
o Fazer na primeira vez da ascite para saber a causa
o Paciente que faz muita paracentese de alivio ou muita descompensação fazer para ver se não está contaminada