12 - Trauma Ambiental - Aline Flashcards

1
Q

Quais são os agentes que podem causar queimaduras?

A

Qualquer agente que produzam qualquer tipo de lesão por calor e geram morte celular

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2
Q

Queimaduras são apenas causadas por calor?

A

Não, queimaduras podem ser causadas por qualquer tipo de lesão que gera morte celular devido a agentes que produzem calor (fogo, eletricidade, frio, químicos, etc)

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3
Q

Quais são as formas através das quais queimaduras podem ser feitas?

A

Radiação, Térmica, Elétrica.

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4
Q

Quais são os tipos de exposição comuns para queimaduras térmicas?

A

Fogo, Panela quente fervendo, Óleo de cozinha.

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5
Q

Queimaduras térmicas são frequentemente causadas por quais extremos de temperatura?

A

Calor ou frio.

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6
Q

Quais são os impactos de uma queimadura?

A

Alto impacto físico e emocional, frequentes sequelas funcionais e estéticas, atenção à violência doméstica, e principais afetados são jovens adultos com custo para o sistema de saúde e sociedade.

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7
Q

Lesões por calor e frio são consideradas o quê? E como devem ser tratadas?

A

São consideradas traumas e devem ser tratadas seguindo o ATLS, ou seja, como um trauma com certas particularidades.

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8
Q

Qual é o primeiro passo ao tratar queimaduras em incêndios ou térmicas?

A

Afastar-se das chamas, lembrando da segurança da cena e da equipe.

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9
Q

Quais são as etapas do A do ABCDE do trauma para tratar queimaduras?

A

Vias aéreas, acesso, e avaliação da queimadura (note que adianto o acesso do C para o A)

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10
Q

O que deve ser feito para interromper o processo de queimadura?

A

Assegurar vias aéreas, estabelecer acessos, e avaliar se o paciente vai precisar ser encaminhado para um centro especializado de queimados.

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11
Q

Quais são os critérios para considerar a intubação precoce em pacientes com queimaduras?

A

Rebaixamento do nível de consciência,
presença de estridor laríngeo ou uso de musculatura acessória,
sinal de obstrução da glote,
queimaduras circunferenciais no pescoço,
presença de rouquidão,
queimaduras extensas (≥ 40-50%),
queimaduras da face ou ao redor da boca.

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12
Q

Por que é importante antever o risco de edema da via aérea em pacientes com queimaduras?

A

A partir do momento que o edema está instaurado, a chance de realizar uma intubação orotraqueal (IOT) bem-sucedida sem a necessidade de cirurgia diminui significativamente.

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13
Q

Quais são as complicações mais comuns de intoxicação por substâncias inaladas durante exposição a queimaduras?

A

A intoxicação pelo monóxido de carbono é a causa mais comum. Manter FiO2 elevada ajuda a forçar a troca do gás inalado pelo oxigênio.

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14
Q

O que indicam queimaduras circunferenciais no pescoço e queimaduras extensas (≥ 40-50%) em relação à via aérea?

A

Aumentam o risco de edema de vias aéreas e podem exigir intubação precoce.

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15
Q

Quando a presença de estridor laríngeo, uso de musculatura acessória, ou retração esternal são observados em um paciente com queimadura, o que deve ser considerado?

A

Estes são sinais que podem indicar a necessidade de intubação precoce devido ao risco de obstrução das vias aéreas.

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16
Q

Quais são as ações iniciais recomendadas na etapa “A” do protocolo de trauma para tratamento de queimaduras?

A

Remover todas as roupas do paciente, irrigação da área queimada com água à temperatura ambiente, envolver o paciente em lençóis secos e limpos, e remoção imediata de jóias e anéis.

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17
Q

Qual é a recomendação para acesso venoso na etapa “A” do protocolo para tratamento de queimaduras?

A

Acesso venoso com cateter calibroso em veias periféricas, com preferência para membros superiores.
#NOTARQUEOACESSOVIRANOAENAOCAQUI

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18
Q

Em que situação o paciente queimado necessita de reposição volêmica rápida e qual é o fluido de escolha?

A

Em queimaduras que afetam mais de 20% da superfície corpórea, exceto queimaduras de 1º grau, é necessário dar volume o mais rápido possível.

O fluido de escolha é o Ringer Lactato (cristalóide).

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19
Q

Quais são os critérios para transferência de crianças e idosos com queimaduras para um grande centro?

A

Transferir se tiverem queimadura de 2º grau isolada ou de 2º e 3º grau envolvendo mais do que 10% da superfície corporal. Este critério não inclui queimaduras de 1º grau.

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20
Q

Quais são os critérios para transferência de adultos jovens com queimaduras para um grande centro?

A

Transferir se tiverem queimadura de 2º grau isolada ou de 2º e 3º grau envolvendo mais do que 20% da superfície corporal. Este critério não inclui queimaduras de 1º grau.

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21
Q

Quando transferir pacientes com queimaduras em áreas específicas como face, mãos e genitais?

A

Transferir para um centro que tenha os exames necessários e especialistas como plásticos e ortopedistas, caso tenham queimaduras envolvendo face, ouvido, olhos, mãos, face, pés, genitais ou períneo, ou comprometimento de pele sobre as articulações.

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22
Q

Quando transferir pacientes com queimaduras de 3º grau?

A

Transferir se a queimadura de 3º grau envolver mais que 5% da superfície corporal total.

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23
Q

Quando transferir pacientes com queimaduras elétricas ou químicas?

A

Transferir em caso de queimaduras elétricas, que têm maior gravidade, ou queimaduras químicas.

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24
Q

Quando transferir pacientes com lesão por inalação da via aérea?

A

Transferir para um centro que possa oferecer tratamentos específicos como broncoscopia higiênica, especialmente se o paciente inicialmente está bem, mas tem potencial para piorar substancialmente.

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25
Quando transferir pacientes com queimaduras e comorbidades?
Transferir se o paciente tiver doenças concomitantes como cardiopatia, hepatopatia, ou nefropatia, que podem elevar a mortalidade.
26
Quando transferir pacientes com queimaduras associadas a outros traumas?
Transferir em caso de traumas concomitantes, como ser ejetado do veículo, pneumotórax associado, ou trauma cranioencefálico associado.
27
Quais são as avaliações específicas de ventilação (B do ABCDE) em casos de queimaduras?
A avaliação de ventilação em queimaduras deve considerar fatores como lesão térmica, lesão pulmonar por inalação, intoxicação por monóxido de carbono intoxicação por cianeto. Além disso, deve-se avaliar a expansão torácica.
28
Além das lesões específicas de queimaduras, que outros problemas de tórax podem estar associados e necessitam de avaliação em "B do ABCDE"?
Além das lesões específicas de queimadura, podem ocorrer outras lesões de tórax associadas como pneumotórax e hemotórax, que também devem ser avaliadas.
29
Em pacientes com queimaduras, por que há risco de edema de glote?
O risco de edema de glote em pacientes com queimaduras é devido à lesão térmica, que normalmente se estende até as pregas vocais. Esse risco é aumentado se houver envolvimento de face e pescoço em ambientes fechados.
30
Mesmo sem lesão direta pulmonar em pacientes com queimaduras, o que pode comprometer a ventilação?
Mesmo na ausência de lesão direta pulmonar, pode haver comprometimento agudo da ventilação devido ao edema da mucosa e submucosa. Importante notar que não necessariamente haverá lesão de brônquios, bronquíolos e alvéolos.
31
Quais são os principais efeitos da inalação de fumaça após uma queimadura? O que devemos estar extremamente atentos sobre essas circunstâncias?
A inalação de fumaça pode causar lesão na via aérea infraglótica, afetando brônquios, bronquíolos e alvéolos. Isso frequentemente resulta em sibilo, grande quantidade de muco e escarro carbonáceo. Esses sintomas podem evoluir para insuficiência respiratória até 24 horas após a queimadura (lembrar dos adolescentes da boate Kiss que saíram aparentemente bem daquelas circunstâncias mas depois colapsaram e morreram)
32
Por que é crucial observar pacientes com suspeita de intoxicação por monóxido de carbono após uma queimadura, mesmo que pareçam bem?
Monóxido de carbono tem alta afinidade por hemoglobina, dificultando a entrega de oxigênio aos tecidos. Além disso, a gasometria arterial e a capnografia não são úteis para detectar níveis de monóxido de carbono, pois esses métodos não diferenciam entre moléculas de O2 e CO. Portanto, esses pacientes precisam de observação intensiva e, frequentemente, de intubação precoce para aumentar a oferta de oxigênio e diminuir a competição com o CO.
33
Quais são as recomendações iniciais para o tratamento de disfunções respiratórias em pacientes com queimaduras?
Ofertar O2 em FiO2 100% e alto fluxo, usando uma máscara unidirecional.
34
Por que medidas como PaO2 e oximetria não são confiáveis em pacientes com queimaduras que têm risco de intoxicação por monóxido de carbono?
Essas medidas não são fidedignas porque não conseguem diferenciar moléculas de O2 de CO (monóxido de carbono). A oximetria e a gasometria arterial podem dar falsas impressões de níveis adequados de oxigênio.
35
Quais são os principais produtos que, quando queimados, podem levar a intoxicação por cianeto?
Poliuretano, Nylon, Lã, Algodão
36
Como o cianeto afeta o metabolismo celular?
O cianeto inibe o metabolismo aeróbio, fazendo com que o paciente possa evoluir para óbito rapidamente.
37
Quais são os principais tratamentos para intoxicação por cianeto?
Tiossulfato de sódio e hidroxicobalamina. O objetivo é inativar o cianeto e reverter a disfunção de respiração aeróbica.
38
Quais são os principais problemas de restrição de espessura total associados principalmente a queimaduras de 3º grau?
Diminuição da elasticidade local, acometimento circunferencial do tórax, e insuficiência respiratória por restrição.
39
O que é insuficiência respiratória por restrição em queimaduras de 3º grau?
É a incapacidade de realizar ventilação adequada devido à diminuição da elasticidade local e acometimento circunferencial do tórax.
40
Qual é o tratamento para insuficiência respiratória por restrição em casos de queimaduras de 3º grau?
Escarotomia da lesão, que é uma incisão até o subcutâneo para melhorar a circulação e a expansibilidade do tórax.
41
No contexto das queimaduras, o que é abordado na etapa "C - Circulação" do ABCDE do trauma?
A principal causa abordada é o choque, que em casos de queimadura, é principalmente distributivo em natureza.
42
Por que o choque em queimaduras é principalmente distributivo e não hemorrágico como em outros traumas?
O paciente perde a barreira cutâneo-mucosa, perde albumina, e consequentemente não mantém líquido intravascular adequado, o que leva a uma distribuição inadequada do volume sanguíneo (choque distributivo).
43
Explique a sequência de eventos fisiopatológicos no choque distributivo em queimaduras onde a superfície corporal queimada é maior que 20%.
1) Superfície corporal queimada superior a 20% desencadeia a liberação de citocinas. 2) As citocinas ativam uma resposta inflamatória sistêmica. 3) Essa resposta leva a um aumento elevado da permeabilidade capilar. 4) A permeabilidade capilar elevada causa perda generalizada de fluidos e proteínas. 5) Esta perda de fluidos e proteínas resulta em redução do débito cardíaco e aumento do tônus adrenérgico. 6) O tônus adrenérgico elevado causa hipoperfusão na área queimada, agravando a profundidade da queimadura. 7) Também ocorre hipoperfusão do Sistema Nervoso Central, levando a confusão. 8) Por fim, a hipoperfusão cardíaca pode induzir um infarto agudo do miocárdio indiretamente.
44
Como calcular o volume de fluido necessário para um paciente com queimaduras e quais métricas devem ser observadas para o acompanhamento?
1) Utilize a Fórmula de Parkland para calcular o volume de fluido necessário: **2 mL de Ringer Lactato * peso do paciente (kg) * superfície corpórea queimada (%)** ------------------------------------------------------ 2) Administração do volume calculado: Forneça a primeira metade do volume total em 8 horas. Administre a segunda metade do volume nas próximas 16 horas (8-24h). ------------------------------------------------------ 3) Utilize sondagem vesical para monitorar o débito urinário, o qual deve ser de aproximadamente 0,5 mL/kg/h.
45
Como é feita a avaliação da extensão de área queimada em um paciente utilizando a Regra dos 9 de Wallace?
A Regra dos 9 de Wallace é usada para estimar rapidamente a percentagem da superfície corpórea queimada (SCQ). Ela divide o corpo em várias regiões e atribui um valor percentual a cada uma: > Cabeça e pescoço: 4,5% para cada face, totalizando 9% > Tronco: 18% para cada face (anterior e posterior), totalizando 36% > Braço: 4,5% para cada face (anterior e posterior), 9% para cada braço, totalizando 18% para ambos os braços > Perna: 9% para cada face (anterior e posterior), 18% para cada perna, totalizando 36% para ambas as pernas > Superfície palmar: 1% da SCQ 36% (tronco+dorso) + 36% (MMII) + 18% (MMSS) + 9% (cabeca) + 1% (dedos/mão/pé)
46
Além da estimativa da extensão da área queimada pela Regra dos 9 de Wallace, quais outras áreas do corpo devem ser avaliadas para determinar a necessidade de transferência para centros especializados?
Além da superfície corpórea geral, áreas nobres também devem ser consideradas devido à sua importância funcional e estética. Estas áreas incluem: - Olhos - Orelhas - Face - Pescoço - Mãos - Pés - Grandes articulações (ombro, axila, cotovelo, punho, articulação coxofemoral, joelho, tornozelo) - Órgãos genitais e região inguinal - Tecidos nobres e profundos (como ossos, músculos, nervos, e/ou vasos desvitalizados)
47
Por que a avaliação da profundidade da queimadura é importante e como ela é classificada?
A profundidade da queimadura é crucial para prever a gravidade do caso e influencia o plano de cuidado, sendo um preditor funcional e estético importante. As queimaduras são classificadas em graus, que vão desde 1º grau (afetando apenas a epiderme) a 4º grau (afetando até tecidos mais profundos como músculo e osso). A profundidade ajuda a determinar a necessidade de intervenções como enxertos de pele, tratamentos cirúrgicos e o tempo estimado de cura.
48
Quais são as características da queimadura de 1º grau?
Limitada à epiderme Eritema (vasodilatação) Dor moderada Sem bolhas ou comprometimento de anexos cutâneos Recuperação em 3-4 dias, semelhante à queimadura solar.
49
Características da queimadura de 2º grau?
Afeta toda a epiderme e parte da derme Envolvimento da camada reticular Coloração rosa pálido, podendo comprometer a vascularização Lesão bolhosa Dor moderada a alta Melhora entre 3 a 9 semanas, risco de cicatriz hipertrófica.
50
Descreva a queimadura de 3º grau.
Compromete epiderme, derme e tecido celular subcutâneo Base formada por coágulos Sem dor devido à perda de sensibilidade Aspecto endurecido, semelhante a couro Cicatrização com retração, podendo necessitar cirurgia plástica Riscos adicionais no tórax e extremidades.
51
O que é uma queimadura de 4º grau?
Afeta tecidos profundos como músculo e osso Mais comum em queimaduras elétricas Não é uma definição padrão do ATLS, mas reconhecida pela sociedade de cirurgia plástica.
52
Qual é a condição neurológica geral de pacientes queimados no âmbito do ABCDE?
Geralmente lúcidos e orientados. Avaliação de traumatismo craniano (TCE) concomitante pode ser necessária.
53
Que escala é usada para avaliar o estado neurológico no D do ABCDE?
Escala de Coma de Glasgow. Desorientação pode estar associada à hipóxia.
54
Que cuidados devem ser tomados em relação ao uso de drogas ao avaliar o D (Neurológico) do ABCDE?
Evitar uso de drogas que possam alterar o nível neurológico, como opióides e fentanil, antes de avaliar o D.
55
O que acontece se você faz IOT no A em relação ao D (Neurológico) no ABCDE?
Se IOT (Intubação Orotraqueal) foi realizada em A, o parâmetro neurológico em D fica comprometido e não pode ser avaliado da mesma forma.
56
O que deve ser feito em relação às extremidades e controle térmico no E do ABCDE?
Expor o paciente para verificar se não há objetos esquecidos. Manter a cabeceira elevada para reduzir edema facial e ajudar na respiração.
57
Quais são as estratégias para manter o paciente aquecido no E do ABCDE?
Infundir Ringer Lactato em temperatura elevada. Utilizar mantas e colchões aquecidos. Alta atenção ao risco de perda de calor para o ambiente.
58
Qual é a importância do manejo da dor em pacientes queimados?
O manejo da dor é essencial para o bem-estar e recuperação do paciente.
59
Quais são as opções de analgesia para pacientes queimados?
AINEs (anti-inflamatórios) Considerar Opióides como morfina e fentanil Se necessário, realizar anestesia epidural.
60
Quais são algumas medidas auxiliares no tratamento do paciente queimado?
- Desobstrução gástrica (gastroparesia) - Vacina antitetânica - Antibiótico profilático se superfície corporal queimada (SCQ) > 30% - Curativos e desbridamentos em centro cirúrgico - Aporte nutricional adequado
61
Por que os curativos e desbridamentos em pacientes queimados são realizados em ambiente estéril?
Para minimizar o risco infeccioso, já que o paciente queimado está em estado de supressão imunológica.
62
Qual é a importância do aporte nutricional em pacientes queimados?
O aporte calórico e proteico deve ser grande para ajudar na regeneração celular e na recuperação do paciente.
63
Por que a gastroparesia pode ser comum em pacientes com grandes queimaduras?
A gastroparesia pode ocorrer devido ao estresse fisiológico causado pela queimadura, que leva a uma redistribuição do fluxo sanguíneo e alterações no sistema nervoso autônomo. Isso pode resultar em atraso no esvaziamento gástrico e necessidade de desobstrução.
64
Quais são os indícios de comprometimento de vias aéreas em pacientes com queimaduras?
Queimaduras cervicais ou faciais Chamuscamento de cílios e vibrissas nasais Depósitos de carbono na orofaringe Escarro carbonado Rouquidão Confusão mental ou confinamento no local do incêndio História de explosão com queimaduras de cabeça e tronco Níveis sanguíneos de carboxi-hemoglobina > 10% Suspeita de intoxicação de CO em ambientes fechados.
65
Quando é indicado intubar precocemente um paciente com queimaduras sem peso na consciência?
- Rebaixamento do nível de consciência - Presença de estridor laríngeo, uso de musculatura acessória, retração esternal (esforço respiratório) - Queimaduras circunferenciais do pescoço - Presença de rouquidão - Queimadura extensa - maior que 40-50% - Queimaduras da face + queimaduras ao redor da boca ——————————————- Essas situações são indicativas de comprometimento respiratório sério e requerem intubação precoce.
66
Quais são os fatores que determinam a gravidade das queimaduras por frio?
Temperatura ambiente: Quanto mais baixa, maior o risco. Duração da exposição: Tempo prolongado aumenta o risco. Condições ambientais: Vento, umidade, etc., podem agravar a situação. Grau de proteção às vítimas: Roupas, abrigos, etc., podem mitigar os efeitos. Estado de saúde do paciente: Condições pré-existentes podem tornar a pessoa mais vulnerável.
67
Quais são os 3 tipos de queimaduras por frio e como cada uma se manifesta?
Crestadura “frostnip” Forma mais leve da lesão por frio. A pele fica esbranquiçada e entorpecida, mas não há dano profundo. Reversível com o aquecimento adequado. Congelamento Formação de cristais de gelo dentro das células. Ocorre a oclusão da microvascularização, resultando em danos teciduais sérios e possíveis sequelas permanentes. Não-congelante Lesão causada pelo frio extremo sem a formação de cristais de gelo. Pode resultar em danos circulatórios e teciduais, mas é geralmente menos grave do que o congelamento puro.
68
Quais são os sintomas da Crestadura “frostnip” e como ela pode ser tratada?
Dor Palidez Diminuição da sensibilidade local A condição é facilmente revertida e não resulta em perdas teciduais. O quadro é mais transitório e melhora com o aquecimento adequado da área afetada.
69
O que é o "Congelamento" em lesões por frio e como ele é classificado?
Congelamento é uma forma mais grave de lesão por frio que envolve a formação de cristais de gelo dentro das células e a oclusão da microvascularização, levando a isquemia tecidual. Classificação Semelhante às Queimaduras por Calor: - Grau I: Hiperemia e edema sem necrose. - Grau II: Formação de vesículas e necrose de espessura parcial da pele. - Grau III: Necrose de espessura total da pele, mas sem necrose muscular e ósseo. - Grau IV: Necrose de espessura total, com presença de necrose muscular e ósseas, semelhante a gangrena.
70
O que é "Queimadura Não-congelante" e em quais situações ela é comum?
Queimadura Não-congelante ocorre devido à exposição crônica a um ambiente úmido e temperaturas pouco acima dos pontos de congelamento. Ao contrário das queimaduras por congelamento, não envolve a formação de cristais de gelo dentro das células, mas ainda pode levar a lesões teciduais. --- Situacões Comuns: Exposição crônica a água, como em profissões de marinheiro, pescador, ou soldado. --- Sinais e sintomas: Pode ser semelhante à aparência do dedo após ficar muito tempo na piscina, mas de forma mais intensa e prolongada.
71
O que é Hipotermia Sistêmica?
Hipotermia Sistêmica ocorre quando a temperatura central do corpo cai abaixo de 35°C.
72
Quais são as populações mais suscetíveis à Hipotermia Sistêmica?
Idosos, crianças e doentes traumatizados são mais suscetíveis.
73
Como a Hipotermia Sistêmica é classificada com base na temperatura central?
Leve: 32-35°C Moderada: 30-32°C Grave: < 30°C
74
Quais são os riscos e sinais associados à Hipotermia Sistêmica?
Redução do nível de consciência Risco de parada cardiorrespiratória >>> Bradicardia sinusal >>> Prolongamento do intervalo QT >>> Onda J de Osborn
75
Quais são as estratégias de tratamento para hipotermia sistêmica?
Prevenção da perda de calor Oxigênio e monitorização contínua Aquecimento passivo com cobertores Aquecimento ativo com líquidos aquecidos (administrar o volume em temperatura elevada)
76
Quais são as características, imprevisibilidade e agentes comuns de queimaduras elétricas?
Contato com eletricidade Curso imprevisível da eletricidade pelo corpo, o que torna a condução variável e determina diferentes resultados na transmissão A condução elétrica pode passar por diversas estruturas até encontrar um ponto de aterramento Isso requer uma investigação adequada e minuciosa para avaliar o grau de lesão Agentes comuns incluem: Tomadas Alta tensão Raio
77
Por que queimaduras elétricas frequentemente são mais graves do que aparentam?
Queimaduras elétricas podem apresentar sintomas enganosos e ser mais graves internamente do que parecem superficialmente. Mesmo uma pequena queimadura externa (por exemplo, de uma tomada) pode indicar lesões internas significativas. Riscos incluem: arritmias cardíacas, lesões respiratórias, e outras complicações intracorpóreas de grande magnitude. Necessário um alto grau de vigilância médica para identificar e tratar essas lesões ocultas.
78
Qual é o primeiro passo na conduta inicial em casos de eletrocussão?
Seguir o protocolo ABCDE como em qualquer paciente traumatizado.
79
Que exame deve ser realizado para verificar arritmia em eletrocutados?
Eletrocardiograma (Eletro).
80
Por quanto tempo deve ser a observação para pacientes eletrocutados?
Pelo menos 24 horas.
81
Quais são os exames a serem feitos para avaliar lesão cardíaca e muscular em eletrocutados?
Troponina, CKMB, CPK e Mioglobina.
82
Por que a Mioglobina é importante de ser verificada em eletrocutados?
Para avaliar o risco de rabdomiólise pela lesão muscular e possível insuficiência renal.
83
Quais são os cuidados específicos com queimaduras elétricas em relação à espessura, lesão interna e procedimentos cirúrgicos que podem ser necessários?
Normalmente apresentam grande espessura e podem ter lesão interna profunda. Podem necessitar de escarotomia, fasciotomia e, em casos extremos, amputação.
84
Qual é a importância do débito urinário adequado no tratamento de pacientes com queimaduras elétricas?
Manter um débito urinário adequado é crucial para evitar insuficiência renal, especialmente porque lesão muscular é comum em queimaduras elétricas.
85
Qual é o indicador a ser medido além do débito urinário para monitorar riscos renais em queimaduras elétricas?
Mioglobinúria.
86
Por que é importante monitorar a mioglobinúria em pacientes com queimaduras elétricas?
A mioglobina, se não for adequadamente eliminada, pode aumentar o risco de insuficiência renal.
87
Qual é a fórmula usada para calcular a hidratação no tratamento de queimaduras elétricas e como ela difere do padrão?
A fórmula de Parkland com dobro de volume é usada, calculada como 4 mL * peso * superfície corporal queimada (SCQ).
88
Por que a observação do quadro clínico e das lesões intracorpóreas é mais importante que o cálculo da superfície queimada em queimaduras elétricas?
Porque a lesão superficial geralmente é pequena em queimaduras elétricas, e focar apenas no cálculo por superfície pode subestimar as necessidades reais do paciente.
89
O que caracteriza as queimaduras químicas em termos de dano?
As queimaduras químicas causam dano progressivo até que o material causador seja completamente removido ou inativado.
90
Qual é o passo crucial no manejo de queimaduras químicas?
A remoção precoce de todo o material químico é crucial e precede até mesmo o ABCDE do tratamento de traumas.
91
Por que a remoção precoce do material é importante em queimaduras químicas?
Quanto mais precoce o tratamento, melhor o prognóstico. Se o material não for removido, continuará propagando lesão.
92
Quais fatores afetam a gravidade das queimaduras químicas?
Tipo de substância, concentração e tempo desde o acidente.
93
Qual é a conduta inicial recomendada para o tratamento de queimaduras químicas?
Irrigar o paciente com 15-20 litros de água fresca.
94
Qual é o grau comum das queimaduras químicas se houver demora na remoção do conteúdo?
Normalmente são queimaduras de 2º e 3º grau.
95
O que deve ser feito durante a monitorização do paciente com queimadura química?
O estado do paciente deve ser continuamente monitorado após a irrigação inicial.
96
Quem são os grupos mais comuns afetados por afogamentos?
Muito comum em crianças e ocorre frequentemente em residências.
97
O que causa afogamento?
Entrada de líquido nas vias aéreas (traqueia, brônquios ou pulmões) causada por afundamento ou mergulho.
98
Qual é a classificação do afogamento como causa de morte em crianças?
É a segunda maior causa de morte em crianças.
99
Qual é a melhor medida para evitar o afogamento?
A prevenção é a melhor medida, que inclui alertar, orientar e minimizar riscos.
100
O que o afogamento compromete no ABCDE?
Compromete a ventilação (B do ABCDE) devido à submersão/imersão em um meio líquido.
101
O que a interface líquida causa nas vias aéreas durante o afogamento?
Impede a troca gasosa ao criar uma barreira na entrada das vias aéreas, afetando a respiração e a interface dos alvéolos.
102
Qual é o primeiro passo fisiológico que ocorre durante o afogamento?
1. Aspiração de água na via aérea.
103
Quais são as consequências da diminuição ou abolição da passagem de O2 e eliminação de CO2 durante o afogamento?
Evolui com parada respiratória.
104
O que acontece após a parada respiratória em um caso de afogamento?
Evolui para parada cardiorrespiratória.
105
Quais são as duas categorias de afogamento com base em suas causas?
Afogamento primário e afogamento secundário.
106
O que caracteriza um afogamento primário?
Ocorre sem causas específicas como correnteza ou falta de habilidade para nadar.
107
O que caracteriza um afogamento secundário?
É secundário a outras condições como uso de drogas, convulsões, trauma ou doenças cardíacas que levam ao mecanismo de afogamento.
108
Como identificar se um afogamento é primário ou secundário?
No primário, geralmente não há causas médicas subjacentes. No secundário, existem condições como drogas, doenças ou traumas que levam ao afogamento.
109
Quais são os dois cenários diferentes ao resgatar uma pessoa de um corpo de água?
Resgate e Afogamento.
110
Quais são os sintomas comuns em um caso de resgate?
Hipotermia, náuseas, vômitos, distensão abdominal, tremores, cefaleia e outros sintomas inespecíficos.
111
Há evidência de aspiração de líquido em um caso de resgate?
Não, o paciente em um resgate não tem tosse ou espuma e não apresenta alteração na troca gasosa.
112
Quais são os sinais de um caso de afogamento?
Evidência de aspiração de líquido para a via aérea, que pode incluir tosse e espuma em boca ou nariz.
113
O que deve ser feito no local do incidente em um caso de afogamento?
Avaliar a gravidade da situação para decidir se há necessidade de transferência para um ambiente hospitalar.
114
Qual é o risco extremo associado ao afogamento?
Pode culminar em parada cardiorrespiratória.
115
Quais são os sinais e sintomas de um afogamento Grau Resgate?
Sem sinais e sintomas.
116
Qual é o primeiro atendimento para um afogamento Grau Resgate?
Avaliar e liberar no local.
117
Quais são os sinais e sintomas de um afogamento Grau I?
Tosse com ausculta pulmonar normal.
118
Qual é o primeiro atendimento para um afogamento Grau I?
Repouso, aquecimento, tranquilizar a vítima.
119
Quais são os sinais e sintomas de um afogamento Grau II?
Pouca espuma na boca/nariz, ausculta pulmonar com estertores.
120
Qual é o primeiro atendimento para um afogamento Grau II?
Oxigênio a 5l/min, aquecimento, tranquilizar, observação hospitalar (6 a 24h).
121
Quais são os sinais e sintomas de um afogamento Grau III?
Muita espuma na boca e nariz, edema agudo de pulmão sem hipotensão arterial.
122
Qual é o primeiro atendimento para um afogamento Grau III?
Oxigênio com máscara facial 15l/min. UTI.
123
Quais são os sinais e sintomas de um afogamento Grau IV?
Muita espuma na boca e nariz, edema agudo de pulmão com hipotensão arterial.
124
Qual é o primeiro atendimento para um afogamento Grau IV?
Ventilação com pressão positiva e O2 a 15l/min.
125
Quais são os sinais e sintomas de um afogamento Grau V?
Parada respiratória.
126
Qual é o primeiro atendimento para um afogamento Grau V?
Ventilação mecânica.
127
Quais são os sinais e sintomas de um afogamento Grau VI?
Parada cardiorrespiratória.
128
Qual é o primeiro atendimento para um afogamento Grau VI?
Manobras de reanimação cardiopulmonar (protocolo de PCR).
129
Avaliação inicial e predição de grau de vítima de afogamento
**1. Inconsciente: ** a) **Tem pulso**? - Se **NÃO**, **parada cardirespiratória** Se **SIM**, **parada apenasrespiratória**. ----------- **2. Consciente**: a) Apresenta **tosse**? -** Se NÃO, resgate**. Se **SIM** e a**usculta pulmonar norma**l, **Grau I**. b) Tem **estertores**? - Se **isolados**, **Grau 2**. - Se **difusos**, avalie **pulso periférico** --------------- 3) Tem **pulso periférico**? - Se **SIM**, grau **3** - Se **NÃO**, grau **4**.
130
Quais são as possíveis condutas no tratamento de uma vítima de afogamento?
1. **Prevenção de hipotermia**: Aquecer o paciente hipotérmico. 2. **Posicionamento**: Se o paciente respira, colocá-lo em posição de segurança (decúbito lateral) e monitorar respiração e pulso. 3. **Edema Pulmonar**: Averiguar sintomas de edema pulmonar. 4. **Oxigenação**: Avaliar SaO2. 5. **Glicemia**: Avaliar os níveis de glicemia. 6. **Escala de Glasgow**: Avaliar o nível de consciência utilizando a Escala de Glasgow. 7. **Roupas**: Retirar roupas **molhadas** do paciente. 8. **Temperatura Retal:** Analisar a temperatura retal se necessário.
131
Qual é o elemento mais importante na cadeia de sobrevivência do afogamento?
O elemento mais importante na cadeia de sobrevivência do afogamento é a **PREVENÇÃO**.