07 - Trauma Abdominal e Pélvico - Aline Flashcards

1
Q

Quando falamos de trauma abdominal, qual é o principal objetivo?

A

O principal objetivo é controlar possíveis hemorragias, visto que a hemorragia é uma das principais causas de mortalidade no trauma abdominal.

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2
Q

O que é importante lembrar sobre a avaliação de pacientes com trauma abdominal instável?

A

Pacientes instáveis não devem progredir para a avaliação secundária. A estabilização é a prioridade, uma vez que a instabilidade hemodinâmica pode ser fatal.

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3
Q

Quais são os principais fatores que podem levar à morte do paciente com trauma abdominal?

A

A hemorragia é o principal fator de risco. Embora o exame físico detalhado do abdome não seja prioritário, é crucial avaliar sinais de choque e lesões que possam levar ao choque.

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4
Q

Qual é o significado do “2º pico” em trauma abdominal e por que as atitudes corretas são importantes?

A

O “2º pico” refere-se à fase pós-ressuscitação após o controle inicial das hemorragias. Atitudes corretas nessa fase impactam a progressão para o “3º pico”, minimizando sepse e trombose.

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5
Q

Quais são os principais pontos de atenção em casos de trauma abdominal?

A

Os principais pontos de atenção envolvem hemorragia e infecção, a possibilidade de lesões não detectadas e a importância de evitar demora no tratamento, visto que algumas mortes são evitáveis.

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6
Q

Como a suspeita e reavaliação se aplicam no contexto de trauma abdominal?

A

Sempre se deve suspeitar de lesões internas, mesmo que não sejam evidentes à primeira vista, e a reavaliação contínua é essencial para identificar mudanças no quadro clínico que possam exigir ação imediata.

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7
Q

O que é significativo na divisão entre traumas fechados e ferimentos penetrantes?

A

A divisão entre traumas fechados (onde a pele não é rompida) e ferimentos penetrantes (onde a pele é perfurada) é crucial, pois influencia o risco de infecções e a abordagem terapêutica apropriada.

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8
Q

Quais são os objetivos de aula relacionados ao trauma abdominal e pélvico?

A

Os objetivos de aula incluem:
1. Identificar as regiões anatômicas do abdome.
2. Reconhecer pacientes em risco de lesões abdominais e pélvicas com base no mecanismo da lesão.
3. Aplicar procedimentos de diagnóstico adequados.
4. Identificar pacientes que requerem conduta clínica ou cirúrgica, especialmente em trauma abdominal fechado.
5. Descrever o manejo agudo de lesões abdominais e pélvicas.

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9
Q

Qual é a localização da região do abdome anterior?

A

A região do abdome anterior está localizada entre as costelas (4ª, 6ª e 8ª EIC) até o rebordo costal.

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10
Q

O que marca a transição entre o tórax e o abdome anterior?

A

A transição entre o tórax e o abdome anterior ocorre na linha axilar anterior.

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11
Q

Como é definida a região do flanco?

A

A região do flanco está localizada atrás da linha axilar anterior.

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12
Q

Onde está localizada a região do dorso?

A

A região do dorso está localizada atrás da linha axilar anterior.

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13
Q

Qual é a importância da região do dorso?

A

A região do dorso é caracterizada por possuir musculatura mais espessa em comparação com outras regiões do abdome, resultando em mais tecido “carnoso” e menos vísceras nessa área.

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14
Q

Por que é importante obter informações detalhadas sobre o trauma?

A

É crucial receber informações detalhadas sobre o trauma porque esses detalhes fornecem insights valiosos para a avaliação médica. Isso inclui características como velocidade, ponto de impacto, intrusão, dispositivos de segurança, posição e ejeção. O conhecimento desses detalhes auxilia na compreensão da gravidade do trauma e influencia a abordagem clínica.

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15
Q

Como o cinto abdominal pode causar lesões?

A

Compressão e hiperflexão podem resultar em esgarçamento ou avulsão do mesentério, ruptura do intestino delgado ou cólon, trombose da artéria ilíaca ou aorta abdominal, fratura de Chance das vértebras lombares e lesão pancreática e duodenal.

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16
Q

Quais são as lesões associadas ao cinto de 3 pontos?

A

Escorregamento pode causar esgarçamento da íntima ou trombose das artérias inominadas, carótidas, subclávias ou vertebrais, fratura ou luxação da coluna cervical, fratura dos arcos costais, contusão pulmonar e ruptura de vísceras da porção superior do abdome.

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17
Q

Quais são as lesões relacionadas ao airbag?

A

O contato do airbag pode causar abrasão das córneas, abrasão da face, do pescoço e do tórax. O contato/desaceleração pode resultar em ruptura cardíaca. A flexão (sem contenção) e hiperextensão (sem contenção) podem causar fratura de coluna cervical e fratura de coluna torácica.

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18
Q

Quais são as lesões mais prevalentes no trauma abdominal fechado?

A

As lesões mais prevalentes são em vísceras parenquimatosas, principalmente no baço (40-55%) e no fígado (35-50%).

Além disso, o intestino delgado é afetado em 5-10% dos casos, a pelve em menos de 5% e o hematoma retroperitoneal em cerca de 15% dos casos.

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19
Q

Qual é a primeira consideração na conduta do trauma abdominal fechado?

A

A primeira consideração é avaliar se o paciente está instável ou estável. Isso guiará a abordagem e priorização dos cuidados.

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20
Q

O que é o exame FAST no contexto do trauma abdominal?

A

O exame FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) é um ultrassom à beira-leito realizado para identificar a presença de líquido na cavidade peritoneal e avaliar locais de risco de sangramento.

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21
Q

Quais são os pontos específicos em que o exame FAST é realizado?

A

Os pontos incluem a (1) região suprapúbica, (2) pré-cordial, (3) recesso esplênico e (4) recesso hepático. Eles permitem avaliar o útero, bexiga, coração, baço, rim esquerdo, fígado e rim direito.

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22
Q

Qual a sensibilidade do exame FAST para diferentes tipos de lesões?

A

O exame FAST tem alta sensibilidade para detectar sangramento de órgãos sólidos, mas baixa sensibilidade para lesões no trato gastrointestinal.

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23
Q

Quais são as características do exame FAST?

A

O exame é não-invasivo, portátil, rápido e pode ser repetido conforme necessário. Ele identifica líquido pela presença de áreas hipoecoicas, que se destacam como regiões escurecidas em relação à anatomia normal.

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24
Q

Quais são as principais limitações do exame FAST no contexto do trauma abdominal?

A

As limitações do exame FAST incluem: obesidade, enfisema subcutâneo, distensão gasosa de alças intestinais, baixa especificidade e dificuldade em avaliar regiões retroperitoneais.

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25
Q

Qual a primeira consideração na conduta do trauma abdominal fechado após estabilizar o paciente?

A

A reposição volêmica deve ser definida, considerando se serão administrados apenas cristalóides ou também hemoderivados.

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26
Q

Como a resposta do paciente à reposição volêmica influencia a conduta?

A

Se o paciente responde à reposição volêmica e estabiliza, uma abordagem mais conservadora é possível. Caso contrário, se a instabilidade persiste, a cirurgia pode ser necessária.

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27
Q

Qual a utilidade da sonda gástrica em casos de trauma abdominal?

A

A sonda gástrica é útil para remover gás e líquido, tratar sangramento e aspiração, especialmente em casos de fraturas de face ou base de crânio.

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28
Q

Que cuidados devem ser tomados ao inserir uma sonda gástrica em pacientes com trauma abdominal?

A

É necessário ter cuidado em pacientes com fraturas de face ou base de crânio, pois a sonda pode induzir vômitos e aspiração.

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29
Q

Além da sonda gástrica, quais outras medidas auxiliares podem ser consideradas no trauma abdominal?

A

A sonda vesical pode ser inserida, e exames de imagem complementares como radiografia, ultrassonografia FAST e tomografia podem ser realizados, dependendo da condição clínica do paciente.

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30
Q

Quais são as indicações para levar um paciente com trauma abdominal fechado para o centro cirúrgico?

A

Paciente instável com causa intra-abdominal,
presença de líquido livre
ou ausência de resposta à reposição volêmica.

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31
Q

Qual é a abordagem cirúrgica preferencial em pacientes instáveis com trauma abdominal fechado?

A

Em pacientes instáveis, a indicação é a laparotomia, não laparoscopia.

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32
Q

Qual é o local de incisão preferencial para a abordagem cirúrgica no trauma abdominal?

A

A incisão xifo-púbica é comum para acesso ao abdome em pacientes com trauma abdominal fechado.

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33
Q

Como abordar um paciente estável hemodinamicamente com trauma abdominal fechado?

A

Pacientes estáveis hemodinamicamente com trauma abdominal fechado podem ser observados e avaliados clinicamente.

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34
Q

Como realizar a investigação clínica em pacientes estáveis hemodinamicamente com trauma abdominal fechado?

A

Realize um exame físico completo, incluindo inspeção, palpação, avaliação da estabilidade da bacia, exame do períneo e das nádegas.

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35
Q

Como proceder ao avaliar um paciente estável hemodinamicamente com trauma abdominal fechado?

A
  • Determine a presença de peritonite: Se houver irritação peritoneal no exame físico (dor à palpação e intensa dor na descompressão brusca), encaminhe para o centro cirúrgico. Se não houver peritonite, prossiga.
  • Realize exames complementares para investigar as possíveis lesões.
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36
Q

Quais medidas auxiliares podem ser realizadas no término da avaliação primária em pacientes com trauma abdominal?

A
  • Inserção de sonda nasogástrica.
  • Inserção de sonda vesical de demora.
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37
Q

Quais exames complementares podem ser solicitados em um paciente estável após a avaliação primária em um trauma abdominal?

A
  • Radiografia (RX) de tórax e bacia.
  • Tomografia Computadorizada (TC), principalmente em casos de trauma de alta energia com suspeita de critérios como estigma de trauma ou líquido livre no FAST.
  • Ultrassonografia (USG), realizada pelo radiologista.
  • Angiotomografia (angioTC), se necessário.
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38
Q

Qual é a importância da tomografia computadorizada (TC) na avaliação de trauma abdominal?

A
  • A TC apresenta maior sensibilidade e especificidade na detecção de lesões em órgãos sólidos e no trato gastrointestinal.
  • Permite a avaliação de lesões internas de forma mais detalhada, auxiliando no diagnóstico e no planejamento do tratamento.
  • Pode possibilitar o tratamento não-operatório em alguns casos, quando a lesão pode ser acompanhada sem necessidade de cirurgia imediata.
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39
Q

O que é o “sinal de blush” na tomografia computadorizada? Qual sua importância?

A
  • O “sinal de blush” é um achado radiológico na tomografia computadorizada que se caracteriza por um borrão de contraste intercalado com o parênquima de um órgão.
  • Esse sinal indica um ponto de sangramento ativo, em que o contraste extravasado está misturado ao tecido, indicando hemorragia ativa.
  • Este sinal é importante para identificar locais de sangramento e orientar o tratamento adequado.
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40
Q

O que pode dificultar a avaliação do exame físico em um paciente com trauma abdominal?

A

Uma fratura distrativa, como no fêmur ou tíbia, que cause dor intensa e desvie a atenção da área abdominal a ser examinada.

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41
Q

Qual é a importância de considerar a possibilidade de uma contusão de parede abdominal em um paciente com trauma?

A

Mesmo na ausência de dor abdominal, uma contusão na parede abdominal pode indicar um mecanismo de trauma que sugere lesões internas que devem ser investigadas.

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42
Q

Quais são os fatores que podem tornar o exame físico não-confiável em um paciente com trauma abdominal?

A

Lesão neurológica, rebaixamento do nível de consciência ou intoxicação por álcool, drogas ou gases podem afetar a capacidade do paciente de comunicar sintomas e gerar um exame físico inadequado.

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43
Q

Quais são as condições em que o tratamento não-operatório (TNO) é considerado no trauma abdominal com lesão de órgão parenquimatoso?

A

Quando o órgão lesado é o rim, baço, fígado ou pâncreas, e o paciente apresentou instabilidade que foi revertida com reposição volêmica, mantendo-se estável hemodinamicamente.

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44
Q

O que envolve o tratamento não-operatório (TNO) no trauma abdominal?

A

Acompanhamento da evolução da lesão com exames complementares (laboratoriais e de imagem) e exame físico seriados, enquanto o paciente permanece internado.

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45
Q

Quais são os critérios para o tratamento não-operatório (TNO) no trauma abdominal?

A
  • Estabilidade hemodinâmica
  • Disponibilidade de TC com contraste endovenoso
  • Lesão de víscera parenquimatosa
  • Equipe horizontal para monitoramento diário
  • Unidade de terapia intensiva com exames seriados disponíveis
  • Reconhecimento precoce de possíveis falhas no tratamento, como instabilidade hemodinâmica, queda de hematócrito ou peritonite.
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46
Q

O que fazer quando uma tomografia revela líquido intra-abdominal, mas não há lesão de víscera parenquimatosa?

A

Se o paciente estiver estável, não é necessário reposição volêmica significativa.

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47
Q

Por que um paciente com líquido livre intracavitário e sem lesão de víscera parenquimatosa identificada é considerado cirúrgico?

A

Isso pode indicar possíveis lesões de órgãos como o intestino delgado (extravasamento de conteúdo), bexiga (extravasamento de conteúdo) ou artéria mesentérica (sangramento).

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48
Q

Qual é a abordagem cirúrgica recomendada quando há líquido livre intracavitário e nenhuma lesão de víscera parenquimatosa é identificada?

A

Nesse caso, a cirurgia é indicada, preferencialmente realizando laparoscopia se o serviço possuir as condições adequadas. A laparotomia é uma opção se a laparoscopia não for viável.

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49
Q

Qual é a importância de identificar líquido livre intracavitário sem lesão de víscera parenquimatosa?

A

Isso sugere uma potencial lesão interna, como do intestino delgado, bexiga ou vasos sanguíneos, o que requer investigação e tratamento cirúrgico. A laparoscopia pode ser uma abordagem se o paciente estiver estável.

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50
Q

O que fazer quando uma tomografia revela ausência de lesão parenquimatosa e líquido intra-abdominal?

A

Uma avaliação mais minuciosa é necessária, incluindo exames de imagem conforme o mecanismo do trauma.

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51
Q

Quais achados indicam a necessidade de cirurgia em um paciente com tomografia negativa para lesão parenquimatosa e líquido intra-abdominal?

A

Uma hérnia diafragmática em local como o TTA (Triângulo de Traube) é um achado cirúrgico, especialmente se for grande ou à esquerda.

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52
Q

Qual é a abordagem após uma tomografia negativa para lesão parenquimatosa e líquido intra-abdominal?

A

Se não houver achados suspeitos, o paciente pode ser observado por um período de 6 a 24 horas, dependendo da cinemática do trauma. Alta e liberação podem ser consideradas se nenhum achado suspeito surgir durante esse período.

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53
Q

Por que é importante investigar mesmo quando a tomografia não mostra lesão parenquimatosa nem líquido intra-abdominal?

A

Lesões internas ou outras condições podem não ser visíveis na tomografia, e uma avaliação mais detalhada é necessária para garantir que nenhuma lesão seja subestimada. Achados como hérnia diafragmática podem requerer cirurgia.

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54
Q

Qual é a primeira pergunta a fazer em um trauma abdominal penetrante?

A

3 coisas:
1. O paciente tem evisceração?
2. O paciente está instável?
3. O paciente tem peritonite?

Se a resposta for sim para QUALQUER UMA dessas 3 perguntas, o paciente é considerado cirúrgico.

55
Q

Por que é importante diferenciar a região acometida em um trauma abdominal penetrante?

A

Para determinar as áreas mais propensas a serem afetadas. O abdome anterior tem mais vísceras e é mais vulnerável a lesões. As áreas mais “blindadas”, como o flanco e o dorso, são menos suscetíveis a lesões penetrantes.

56
Q

Quais são os passos a serem seguidos ao lidar com um trauma penetrante na região do abdome anterior?

A
  1. Obter detalhes do mecanismo de trauma (arma, distância, número e localização dos ferimentos).
  2. Realizar exploração digital da ferida para avaliar a integridade da aponeurose (aponeurose íntegra indica não penetração, permitindo fechamento do paciente — aponeurose penetrada ou indefinida exige encaminhamento ao centro cirúrgico)
57
Q

Quais são as opções adicionais de conduta após a exploração digital?

A

Observação ou indicação de laparoscopia/laparotomia, dependendo da estabilidade do paciente.

58
Q

Qual é a abordagem primária em caso de trauma penetrante na região do flanco ou dorso?

A

Realizar tomografia computadorizada com triplo contraste (TC-TC), envolvendo contraste endovenoso, oral e retal.

59
Q

Por que a tomografia é a conduta primária nessas regiões?

A

A musculatura espessa e a dificuldade de investigação com o FAST tornam a tomografia a escolha preferencial para avaliar possíveis lesões ou acometimentos de vísceras.

60
Q

O que é o controle de danos (damage control) no contexto de trauma abdominal?

A

É uma estratégia cirúrgica que visa controlar os danos em pacientes instáveis e graves, interrompendo o sangramento e estabilizando o paciente temporariamente até que ele esteja apto para reparos definitivos.

61
Q

Qual é o objetivo principal do controle de danos?

A

O objetivo é alcançar a estabilidade do paciente, interrompendo o sangramento e resolvendo os problemas imediatos, mesmo que temporariamente, antes de realizar procedimentos mais extensos ou definitivos.

62
Q

O que é feito em um controle de danos para evitar a tríade letal?

A

Tamponamento, clipagem, sutura, e peritoniostomia, seguido por transferência rápida para UTI.

63
Q

O que é a tríade letal?

A

É a progressão irreversível do choque hemorrágico, com alta probabilidade de evoluir para óbito.

64
Q

Quais são os componentes da tríade letal?

A

Hipotermia, Acidose metabólica e Coagulopatia.

65
Q

Como os componentes da tríade letal se relacionam?

A

Eles se alimentam mutuamente em um ciclo vicioso.

66
Q

Quais são as 3 etapas principais do controle de danos em cirurgia?

A

Etapa I: Cirurgia para controlar hemorragia e contaminação;
Etapa II: UTI para correção de coagulopatia, reanimação volêmica e suporte;
Etapa III: Segunda cirurgia para reparos definitivos.

67
Q

O que é feito na Etapa I do controle de danos em cirurgia?

A

Controlar hemorragia, controlar contaminação, tamponamento e deixar o abdome aberto (peritoniostomia).

68
Q

O que é feito na Etapa II do controle de danos em cirurgia?

A

Corrigir coagulopatia, reanimação volêmica, suporte ventilatório e identificação de lesões adicionais.

69
Q

O que é feito na Etapa III do controle de danos em cirurgia?

A

Retirada de compressas, reparos definitivos e fechamento da cavidade abdominal.

70
Q

O que deve ser evitado na reposição volêmica durante a cirurgia no trauma?

A

Evitar uma reposição volêmica agressiva com cristaloides.

71
Q

Se for prevista uma reposição volêmica significativa, qual deve ser a prioridade?

A

Priorizar a utilização de hemoderivados desde o início.

72
Q

Quais são os riscos de uma reposição volêmica agressiva?

A

Extravazamento de volume intravascular para extravascular, que pode levar à síndrome compartimental.

73
Q

Quais são as repercussões da síndrome compartimental?

A

Insuficiência renal e hipoperfusão de órgãos abdominais.

74
Q

Quando a síndrome compartimental geralmente ocorre?

A

Acontece com reposição volêmica agressiva.

75
Q

Quais parâmetros devem ser avaliados clinicamente para identificar síndrome compartimental?

A

Parâmetros hemodinâmicos, parâmetros ventilatórios e tensão abdominal.

76
Q

Como é mensurada a pressão intra-abdominal em casos de suspeita de síndrome compartimental?

A

Através da pressão intravesical (PIA - bexiga), que serve como um reflexo da pressão intra-abdominal.

77
Q

Quais são as situações comuns em que a síndrome compartimental pode ser constatada?

A

(1) Trauma de pelve e (2) pós-cirurgia de controle de danos/damage control.

78
Q

Quando é indicada a laparoscopia em trauma abdominal?

A

É indicada se o paciente estiver estável hemodinamicamente. Contraindicada se estiver instável hemodinamicamente.

79
Q

Para quais situações a laparoscopia é especialmente boa em trauma abdominal?

A

Boa para exame físico duvidoso, ferimentos anteriores de FAB, ferimentos tangenciais de FPAF, e ferimentos de transição toraco-abdominal (TTA).

80
Q

Qual é uma limitação da laparoscopia em trauma abdominal?

A

Não é tão boa para avaliar adequadamente o retroperitônio.

81
Q

Como o retroperitônio é melhor visualizado em trauma abdominal?

A

O retroperitônio é melhor visualizado com manobras específicas de visualização de retroperitônio.

82
Q

Qual é o principal ponto de atenção em casos de trauma pélvico?

A

O ponto de atenção é o “C” (Circulação), focando principalmente na hemorragia/sangramento.

83
Q

Qual é a faixa de mortalidade para todos os tipos de fratura pélvica?

A

A mortalidade varia entre 5 a 30%.

84
Q

Como a mortalidade em fratura pélvica se altera se houver hipotensão associada?

A

Se houver hipotensão associada, a mortalidade varia de 10 a 42%.

85
Q

Qual é a mortalidade em casos de fratura pélvica aberta?

A

A mortalidade em casos de fratura pélvica aberta é de aproximadamente 50%.

86
Q

Qual é a principal causa de óbito em casos de trauma pélvico?

A

A principal causa de óbito é hemorragia/sangramento.

87
Q

Qual é o mecanismo comum de trauma em casos de trauma pélvico?

A

O mecanismo comum é de altas energias, frequentemente com lesões associadas e hematoma por sangramento.

88
Q

O sangramento em trauma pélvico é de que tipo?

A

Pode ser tanto venoso quanto arterial.

89
Q

O sangramento venoso em trauma pélvico é grave?

A

Sim, é muito grave. O sangramento arterial pode ser tratado com arteriografia, mas o sangramento venoso é de difícil controle mesmo com cirurgia.

90
Q

Como é possível tratar o sangramento arterial em trauma pélvico?

A

O sangramento arterial pode ser tratado com arteriografia.

91
Q

O que significa perda de continuidade do anel pélvico em trauma pélvico?

A

Indica uma ruptura ou fratura que compromete a integridade estrutural da pelve.

92
Q

O que é a sínfise púbica aberta em contexto de trauma pélvico?

A

É a separação ou deslocamento da articulação que une os dois ossos púbicos na parte frontal da pelve.

93
Q

O que significa articulação sacro-ilíaca desviada em trauma pélvico?

A

Indica que a articulação entre o sacro e o ilíaco foi deslocada ou desalinhada, comprometendo a estabilidade pélvica.

94
Q

O que o extravazamento de contraste indica em casos de trauma pélvico?

A

Indica uma lesão de uretra associada, sugerindo dano ao trato urinário.

95
Q

O que é uma lesão de compressão anterior-posterior em trauma pélvico e quão frequente é?

A

É uma fratura em “livro aberto” onde a sínfise púbica, que deveria estar fechada, “abre”. É um tipo de lesão que ocorre com frequência intermediária de até 20% e é o menos grave.

96
Q

O que é uma lesão de compressão lateral em trauma pélvico e qual é sua incidência de sangramento?

A

É um tipo altamente frequente de lesão e menos grave. Não movimenta tanto a área arterial e venosa do paciente, tendo menos incidência de sangramento (70%).

97
Q

O que é uma lesão de cisalhamento em trauma pélvico e como ela afeta a articulação sacro-ilíaca?

A

É o tipo mais grave de todos, com mecanismo normalmente por ejeção ou queda importante. Ocorre rotura arterial e venosa da articulação sacro-ilíaca, culminando em sangramento exuberante. A incidência é de 10 a 15%.

98
Q

O que deve ser avaliado em relação aos membros inferiores em um paciente com trauma pélvico?

A

Sempre avaliar a DIFERENÇA entre os membros inferiores, pois isso é um sinal importante de fratura de fêmur e bacia.

99
Q

Quais são os dois principais métodos de exame físico para avaliar trauma pélvico?

A

Inspeção e palpação são os dois principais métodos.

100
Q

O que deve ser inspecionado durante o exame físico em trauma pélvico?

A

Diferença entre os membros inferiores e rotação.

101
Q

O que deve ser palpado durante o exame físico em trauma pélvico?

A

A sínfise púbica e o quadril devem ser palpados para avaliar se há lesão de “livro aberto” e para avaliar a movimentação da articulação.

102
Q

O que indica uma lesão de “livro aberto” durante a palpação da sínfise púbica?

A

Se a sínfise púbica está aberta ou não, e sinais de instabilidade ou crepitação na articulação.

103
Q

O que é incluído na avaliação secundária em trauma pélvico?

A

Exame do períneo e uretra, além de toque retal e toque vaginal.

104
Q

Por que o exame do períneo e uretra é importante na avaliação secundária do trauma pélvico?

A

Para verificar associações associadas, como lesões na uretra e/ou bexiga.

105
Q

O que deve ser avaliado durante o toque retal e vaginal em trauma pélvico?

A

Sempre palpar se não há espícula óssea intrarretal ou intravaginal, que possa estar perfurando as estruturas.

106
Q

Quais são os primeiros passos no manejo do trauma pélvico?

A

Iniciar com A (Vias aéreas) e B (Respiração).

107
Q

Qual é o objetivo do C - controle de hemorragia, no manejo do trauma pélvico?

A

Realizar avaliação da pelve e executar fixação da articulação através da manobra de passagem do lençol.

108
Q

Onde deve ser amarrado o lençol durante a manobra de passagem do lençol para controle de hemorragia em trauma pélvico?

A

O lençol deve ser amarrado na pelve, na altura de palpação do trocanter.

109
Q

Qual é o benefício da manobra de passagem do lençol em trauma pélvico?

A

Ajuda muito a estabilizar o paciente e pode salvar vidas se corretamente aplicado na hora certa.

110
Q

Quais são os primeiros passos no fluxograma de manejo de trauma pélvico?

A
  1. Avaliação primária
  2. Enfaixamento pélvico (altura do trocanter)
111
Q

O que fazer se existe muito sangramento intraperitoneal na avaliação cirúrgica de trauma pélvico?

A

Analisar com o exame FAST (Ultrassonografia Focada na Avaliação do Trauma). Se sim, ir direto para o centro cirúrgico para laparotomia.

112
Q

Qual é o plano de ação se o paciente com trauma pélvico não apresenta muito sangramento intraperitoneal, mas está em choque?

A

Iniciar reposição volêmica e tentar encaminhar para arteriografia para embolizar o sangramento sem necessidade de cirurgia.

113
Q

Qual é o último passo no fluxograma de manejo de trauma pélvico?

A

Controle da hemorragia com dispositivo de fixação (por exemplo, fixador externo pélvico).

114
Q

O que fazer se o exame FAST indica presença de sangramento intraperitoneal no trauma pélvico?

A

Direcionar o paciente imediatamente para o centro cirúrgico para realizar uma laparotomia.

115
Q

Se o exame FAST é negativo, mas o paciente apresenta sinais de choque hipovolêmico, qual é o próximo passo?

A

Iniciar reposição volêmica e tentar encaminhar para arteriografia para embolizar o sangramento sem necessidade de cirurgia.

116
Q

Qual é o último passo no fluxograma de manejo de trauma pélvico?

A

Controle da hemorragia com dispositivo de fixação (por exemplo, fixador externo pélvico).

117
Q

Quais são as armadilhas comuns a serem evitadas no manejo do trauma pélvico?

A
  1. Retardo na intervenção de hemorragias pélvicas e abdominais.
  2. Ignorar lesões intra-abdominais/retroperitoneais ocultas.
  3. Desatenção a ferimentos no dorso e flancos.
  4. Manipulação repetida da pelve fraturada.
  5. Ignorar possível lesão medular que pode alterar a sensibilidade.
  6. Imobilização pélvica inadequada.
  7. Necrose da pele devido a imobilização inadequada.
118
Q

O que pode acontecer se você atrasar a intervenção em hemorragias pélvicas e abdominais?

A

Pode haver piora significativa no estado hemodinâmico do paciente, aumentando o risco de óbito devido a sangramento não controlado.

119
Q

O que você deve lembrar ao avaliar a possibilidade de lesões intra-abdominais/retroperitoneais ocultas?

A

É fundamental considerar que lesões internas podem não ser imediatamente aparentes, mas são igualmente graves e necessitam de diagnóstico e tratamento rápido.

120
Q

Qual é a importância de imobilização pélvica adequada?

A

A imobilização pélvica adequada é crucial para estabilizar a fratura e controlar o sangramento, o que pode ser vital para a sobrevivência do paciente. É importante utilizar o trocanter da pelve como altura de referência para evitar complicações como necrose da pele.

121
Q

Qual é a abordagem inicial recomendada para qualquer caso de trauma?

A

A abordagem inicial deve sempre seguir a sequência do ABCDE do trauma: Via Aérea (A), Respiração (B), Circulação (C), Avaliação Neurológica (D), e Exposição (E).

122
Q

Em que situações a cirurgia é imperativa no trauma abdominal?

A

Cirurgia é mandatória sem sombra de dúvidas em casos de
(1) trauma abdominal instável,
(2) peritonite ou
(3) evisceração.

123
Q

O que pode ser considerado para o tratamento de trauma abdominal fechado com lesão parenquimatosa?

A

No trauma abdominal fechado com lesão parenquimatosa, o tratamento não-operatório (TNO) pode ser uma opção dependendo da estabilidade hemodinâmica do paciente e outros fatores.

124
Q

O que é o “CONTROLE DE DANOS” e sua relação com a “TRÍADE LETAL”?

A

O controle de danos é uma estratégia cirúrgica focada em estabilizar rapidamente o paciente para evitar a tríade letal de hipotermia, acidose metabólica e coagulopatia. O objetivo é fazer intervenções rápidas para estabilizar o paciente e só então abordar problemas de médio-prazo.

125
Q

Qual o principal mecanismo de trauma de uma batida em abdome anterior? E em lojas renais?

A

Abdome anterior - compressão / esmagamento

Loja renal/flanco/retroperitônio - cisalhamento / desaceleração

126
Q

Quais órgãos abdominais / pélvicos são mais acometidos pelo mecanismo de lesão de “aumento da pressão intraluminal”?

A

Duodeno
Bexiga

127
Q

Quais órgãos abdominais / pélvicos são mais acometidos pelo mecanismo de lesão de “esmagamento”?

A

Fígado
Baço
Pâncreas
Intestino delgado
Intestino grosso (cólon)

128
Q

Quais órgãos abdominais / pélvicos são mais acometidos pelo mecanismo de lesão de “perfuração por espículas ósseas”?

A

Fígado
Baço
Rim
Bexiga

129
Q

Quais órgãos abdominais / pélvicos são mais acometidos pelo mecanismo de lesão de “forças de aceleração e desaceleração”?

A

Pedículos vasculares (vasos)
Mesentério

130
Q

O que requer muita atenção na avaliação primária de um suposto trauma abdominal?

A

Uma lesão abdominal não identificada pode causar uma morte evitável

131
Q

O que é uma armadilha na avaliação e investigação de um trauma pélvico?

A

Testes excessivos ou repetidos de estabilidade pélvica podem ser prejudiciais.

132
Q

O que devemos ter de atenção em passagem de sonda gástrica em paciente?

A
  • Contraindicada se fraturas de face e base de crânio
  • Pode induzir vômitos e aspiração
133
Q

Descreva as zonas I, II e III do abdome e pelve

A
  • Zona I: Linha média supra e inframesocólica (artéria aorta, veia cava, outros vasos importantes, pâncreas e duodeno) — SEMPRE EXPLORAR CIRURGICAMENTE
  • Zona II: Goteiras parietocólicas / lojas renais (rins e pedículo renal) — ÀS VEZES EXPLORAR CIRURGICAMENTE
  • Zona III: Pelve — QUASE NUNCA EXPLORAR CIRURGICAMENTE EM INTERVENÇÃO PRIMÁRIA