07 - Trauma Abdominal e Pélvico - Aline Flashcards
Quando falamos de trauma abdominal, qual é o principal objetivo?
O principal objetivo é controlar possíveis hemorragias, visto que a hemorragia é uma das principais causas de mortalidade no trauma abdominal.
O que é importante lembrar sobre a avaliação de pacientes com trauma abdominal instável?
Pacientes instáveis não devem progredir para a avaliação secundária. A estabilização é a prioridade, uma vez que a instabilidade hemodinâmica pode ser fatal.
Quais são os principais fatores que podem levar à morte do paciente com trauma abdominal?
A hemorragia é o principal fator de risco. Embora o exame físico detalhado do abdome não seja prioritário, é crucial avaliar sinais de choque e lesões que possam levar ao choque.
Qual é o significado do “2º pico” em trauma abdominal e por que as atitudes corretas são importantes?
O “2º pico” refere-se à fase pós-ressuscitação após o controle inicial das hemorragias. Atitudes corretas nessa fase impactam a progressão para o “3º pico”, minimizando sepse e trombose.
Quais são os principais pontos de atenção em casos de trauma abdominal?
Os principais pontos de atenção envolvem hemorragia e infecção, a possibilidade de lesões não detectadas e a importância de evitar demora no tratamento, visto que algumas mortes são evitáveis.
Como a suspeita e reavaliação se aplicam no contexto de trauma abdominal?
Sempre se deve suspeitar de lesões internas, mesmo que não sejam evidentes à primeira vista, e a reavaliação contínua é essencial para identificar mudanças no quadro clínico que possam exigir ação imediata.
O que é significativo na divisão entre traumas fechados e ferimentos penetrantes?
A divisão entre traumas fechados (onde a pele não é rompida) e ferimentos penetrantes (onde a pele é perfurada) é crucial, pois influencia o risco de infecções e a abordagem terapêutica apropriada.
Quais são os objetivos de aula relacionados ao trauma abdominal e pélvico?
Os objetivos de aula incluem:
1. Identificar as regiões anatômicas do abdome.
2. Reconhecer pacientes em risco de lesões abdominais e pélvicas com base no mecanismo da lesão.
3. Aplicar procedimentos de diagnóstico adequados.
4. Identificar pacientes que requerem conduta clínica ou cirúrgica, especialmente em trauma abdominal fechado.
5. Descrever o manejo agudo de lesões abdominais e pélvicas.
Qual é a localização da região do abdome anterior?
A região do abdome anterior está localizada entre as costelas (4ª, 6ª e 8ª EIC) até o rebordo costal.
O que marca a transição entre o tórax e o abdome anterior?
A transição entre o tórax e o abdome anterior ocorre na linha axilar anterior.
Como é definida a região do flanco?
A região do flanco está localizada atrás da linha axilar anterior.
Onde está localizada a região do dorso?
A região do dorso está localizada atrás da linha axilar anterior.
Qual é a importância da região do dorso?
A região do dorso é caracterizada por possuir musculatura mais espessa em comparação com outras regiões do abdome, resultando em mais tecido “carnoso” e menos vísceras nessa área.
Por que é importante obter informações detalhadas sobre o trauma?
É crucial receber informações detalhadas sobre o trauma porque esses detalhes fornecem insights valiosos para a avaliação médica. Isso inclui características como velocidade, ponto de impacto, intrusão, dispositivos de segurança, posição e ejeção. O conhecimento desses detalhes auxilia na compreensão da gravidade do trauma e influencia a abordagem clínica.
Como o cinto abdominal pode causar lesões?
Compressão e hiperflexão podem resultar em esgarçamento ou avulsão do mesentério, ruptura do intestino delgado ou cólon, trombose da artéria ilíaca ou aorta abdominal, fratura de Chance das vértebras lombares e lesão pancreática e duodenal.
Quais são as lesões associadas ao cinto de 3 pontos?
Escorregamento pode causar esgarçamento da íntima ou trombose das artérias inominadas, carótidas, subclávias ou vertebrais, fratura ou luxação da coluna cervical, fratura dos arcos costais, contusão pulmonar e ruptura de vísceras da porção superior do abdome.
Quais são as lesões relacionadas ao airbag?
O contato do airbag pode causar abrasão das córneas, abrasão da face, do pescoço e do tórax. O contato/desaceleração pode resultar em ruptura cardíaca. A flexão (sem contenção) e hiperextensão (sem contenção) podem causar fratura de coluna cervical e fratura de coluna torácica.
Quais são as lesões mais prevalentes no trauma abdominal fechado?
As lesões mais prevalentes são em vísceras parenquimatosas, principalmente no baço (40-55%) e no fígado (35-50%).
Além disso, o intestino delgado é afetado em 5-10% dos casos, a pelve em menos de 5% e o hematoma retroperitoneal em cerca de 15% dos casos.
Qual é a primeira consideração na conduta do trauma abdominal fechado?
A primeira consideração é avaliar se o paciente está instável ou estável. Isso guiará a abordagem e priorização dos cuidados.
O que é o exame FAST no contexto do trauma abdominal?
O exame FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) é um ultrassom à beira-leito realizado para identificar a presença de líquido na cavidade peritoneal e avaliar locais de risco de sangramento.
Quais são os pontos específicos em que o exame FAST é realizado?
Os pontos incluem a (1) região suprapúbica, (2) pré-cordial, (3) recesso esplênico e (4) recesso hepático. Eles permitem avaliar o útero, bexiga, coração, baço, rim esquerdo, fígado e rim direito.
Qual a sensibilidade do exame FAST para diferentes tipos de lesões?
O exame FAST tem alta sensibilidade para detectar sangramento de órgãos sólidos, mas baixa sensibilidade para lesões no trato gastrointestinal.
Quais são as características do exame FAST?
O exame é não-invasivo, portátil, rápido e pode ser repetido conforme necessário. Ele identifica líquido pela presença de áreas hipoecoicas, que se destacam como regiões escurecidas em relação à anatomia normal.
Quais são as principais limitações do exame FAST no contexto do trauma abdominal?
As limitações do exame FAST incluem: obesidade, enfisema subcutâneo, distensão gasosa de alças intestinais, baixa especificidade e dificuldade em avaliar regiões retroperitoneais.
Qual a primeira consideração na conduta do trauma abdominal fechado após estabilizar o paciente?
A reposição volêmica deve ser definida, considerando se serão administrados apenas cristalóides ou também hemoderivados.
Como a resposta do paciente à reposição volêmica influencia a conduta?
Se o paciente responde à reposição volêmica e estabiliza, uma abordagem mais conservadora é possível. Caso contrário, se a instabilidade persiste, a cirurgia pode ser necessária.
Qual a utilidade da sonda gástrica em casos de trauma abdominal?
A sonda gástrica é útil para remover gás e líquido, tratar sangramento e aspiração, especialmente em casos de fraturas de face ou base de crânio.
Que cuidados devem ser tomados ao inserir uma sonda gástrica em pacientes com trauma abdominal?
É necessário ter cuidado em pacientes com fraturas de face ou base de crânio, pois a sonda pode induzir vômitos e aspiração.
Além da sonda gástrica, quais outras medidas auxiliares podem ser consideradas no trauma abdominal?
A sonda vesical pode ser inserida, e exames de imagem complementares como radiografia, ultrassonografia FAST e tomografia podem ser realizados, dependendo da condição clínica do paciente.
Quais são as indicações para levar um paciente com trauma abdominal fechado para o centro cirúrgico?
Paciente instável com causa intra-abdominal,
presença de líquido livre
ou ausência de resposta à reposição volêmica.
Qual é a abordagem cirúrgica preferencial em pacientes instáveis com trauma abdominal fechado?
Em pacientes instáveis, a indicação é a laparotomia, não laparoscopia.
Qual é o local de incisão preferencial para a abordagem cirúrgica no trauma abdominal?
A incisão xifo-púbica é comum para acesso ao abdome em pacientes com trauma abdominal fechado.
Como abordar um paciente estável hemodinamicamente com trauma abdominal fechado?
Pacientes estáveis hemodinamicamente com trauma abdominal fechado podem ser observados e avaliados clinicamente.
Como realizar a investigação clínica em pacientes estáveis hemodinamicamente com trauma abdominal fechado?
Realize um exame físico completo, incluindo inspeção, palpação, avaliação da estabilidade da bacia, exame do períneo e das nádegas.
Como proceder ao avaliar um paciente estável hemodinamicamente com trauma abdominal fechado?
- Determine a presença de peritonite: Se houver irritação peritoneal no exame físico (dor à palpação e intensa dor na descompressão brusca), encaminhe para o centro cirúrgico. Se não houver peritonite, prossiga.
- Realize exames complementares para investigar as possíveis lesões.
Quais medidas auxiliares podem ser realizadas no término da avaliação primária em pacientes com trauma abdominal?
- Inserção de sonda nasogástrica.
- Inserção de sonda vesical de demora.
Quais exames complementares podem ser solicitados em um paciente estável após a avaliação primária em um trauma abdominal?
- Radiografia (RX) de tórax e bacia.
- Tomografia Computadorizada (TC), principalmente em casos de trauma de alta energia com suspeita de critérios como estigma de trauma ou líquido livre no FAST.
- Ultrassonografia (USG), realizada pelo radiologista.
- Angiotomografia (angioTC), se necessário.
Qual é a importância da tomografia computadorizada (TC) na avaliação de trauma abdominal?
- A TC apresenta maior sensibilidade e especificidade na detecção de lesões em órgãos sólidos e no trato gastrointestinal.
- Permite a avaliação de lesões internas de forma mais detalhada, auxiliando no diagnóstico e no planejamento do tratamento.
- Pode possibilitar o tratamento não-operatório em alguns casos, quando a lesão pode ser acompanhada sem necessidade de cirurgia imediata.
O que é o “sinal de blush” na tomografia computadorizada? Qual sua importância?
- O “sinal de blush” é um achado radiológico na tomografia computadorizada que se caracteriza por um borrão de contraste intercalado com o parênquima de um órgão.
- Esse sinal indica um ponto de sangramento ativo, em que o contraste extravasado está misturado ao tecido, indicando hemorragia ativa.
- Este sinal é importante para identificar locais de sangramento e orientar o tratamento adequado.
O que pode dificultar a avaliação do exame físico em um paciente com trauma abdominal?
Uma fratura distrativa, como no fêmur ou tíbia, que cause dor intensa e desvie a atenção da área abdominal a ser examinada.
Qual é a importância de considerar a possibilidade de uma contusão de parede abdominal em um paciente com trauma?
Mesmo na ausência de dor abdominal, uma contusão na parede abdominal pode indicar um mecanismo de trauma que sugere lesões internas que devem ser investigadas.
Quais são os fatores que podem tornar o exame físico não-confiável em um paciente com trauma abdominal?
Lesão neurológica, rebaixamento do nível de consciência ou intoxicação por álcool, drogas ou gases podem afetar a capacidade do paciente de comunicar sintomas e gerar um exame físico inadequado.
Quais são as condições em que o tratamento não-operatório (TNO) é considerado no trauma abdominal com lesão de órgão parenquimatoso?
Quando o órgão lesado é o rim, baço, fígado ou pâncreas, e o paciente apresentou instabilidade que foi revertida com reposição volêmica, mantendo-se estável hemodinamicamente.
O que envolve o tratamento não-operatório (TNO) no trauma abdominal?
Acompanhamento da evolução da lesão com exames complementares (laboratoriais e de imagem) e exame físico seriados, enquanto o paciente permanece internado.
Quais são os critérios para o tratamento não-operatório (TNO) no trauma abdominal?
- Estabilidade hemodinâmica
- Disponibilidade de TC com contraste endovenoso
- Lesão de víscera parenquimatosa
- Equipe horizontal para monitoramento diário
- Unidade de terapia intensiva com exames seriados disponíveis
- Reconhecimento precoce de possíveis falhas no tratamento, como instabilidade hemodinâmica, queda de hematócrito ou peritonite.
O que fazer quando uma tomografia revela líquido intra-abdominal, mas não há lesão de víscera parenquimatosa?
Se o paciente estiver estável, não é necessário reposição volêmica significativa.
Por que um paciente com líquido livre intracavitário e sem lesão de víscera parenquimatosa identificada é considerado cirúrgico?
Isso pode indicar possíveis lesões de órgãos como o intestino delgado (extravasamento de conteúdo), bexiga (extravasamento de conteúdo) ou artéria mesentérica (sangramento).
Qual é a abordagem cirúrgica recomendada quando há líquido livre intracavitário e nenhuma lesão de víscera parenquimatosa é identificada?
Nesse caso, a cirurgia é indicada, preferencialmente realizando laparoscopia se o serviço possuir as condições adequadas. A laparotomia é uma opção se a laparoscopia não for viável.
Qual é a importância de identificar líquido livre intracavitário sem lesão de víscera parenquimatosa?
Isso sugere uma potencial lesão interna, como do intestino delgado, bexiga ou vasos sanguíneos, o que requer investigação e tratamento cirúrgico. A laparoscopia pode ser uma abordagem se o paciente estiver estável.
O que fazer quando uma tomografia revela ausência de lesão parenquimatosa e líquido intra-abdominal?
Uma avaliação mais minuciosa é necessária, incluindo exames de imagem conforme o mecanismo do trauma.
Quais achados indicam a necessidade de cirurgia em um paciente com tomografia negativa para lesão parenquimatosa e líquido intra-abdominal?
Uma hérnia diafragmática em local como o TTA (Triângulo de Traube) é um achado cirúrgico, especialmente se for grande ou à esquerda.
Qual é a abordagem após uma tomografia negativa para lesão parenquimatosa e líquido intra-abdominal?
Se não houver achados suspeitos, o paciente pode ser observado por um período de 6 a 24 horas, dependendo da cinemática do trauma. Alta e liberação podem ser consideradas se nenhum achado suspeito surgir durante esse período.
Por que é importante investigar mesmo quando a tomografia não mostra lesão parenquimatosa nem líquido intra-abdominal?
Lesões internas ou outras condições podem não ser visíveis na tomografia, e uma avaliação mais detalhada é necessária para garantir que nenhuma lesão seja subestimada. Achados como hérnia diafragmática podem requerer cirurgia.