06 - Dor Torácica - Bernardo Flashcards
Qual é uma queixa comum no pronto-socorro relacionada ao tórax?
Pacientes frequentemente buscam o pronto-socorro devido a desconfortos no tórax, preocupados com possíveis doenças graves.
Qual é a função do médico em relação a dores torácicas?
Diferenciar as diferentes dores torácicas e determinar se advêm de uma doença ou não.
Quais são algumas doenças graves relacionadas ao tórax?
Síndrome Coronariana Aguda (SCA) é um exemplo de doença grave.
Qual é a abordagem do médico em relação à SCA?
SCA é uma patologia altamente grave e comum, não sendo possível liberar o paciente sem identificar ou excluir a possibilidade de SCA.
Quais são os 5 grandes grupos de origem das dores torácicas?
- Musculoesqueléticas,
- Gastrointestinais,
- Cardíaca,
- Pleuro-pulmonares
- Psiquiátricas.
Quais são os tipos de doenças cardíacas isquêmicas?
- Angina estável
- Angina instável
- IAM sem supra desnivelamento do segmento ST
- IAM com supra desnivelamento do segmento ST.
Quais são os subtipos de risco iminente de morte em doenças cardíacas isquêmicas?
- IAM sem supra desnivelamento do segmento ST
- IAM com supra desnivelamento do segmento ST.
Quais são os subtipos de risco iminente de morte em doenças cardíacas não-isquêmicas?
Dissecção aguda de aorta.
Quais são as características da dissecção aguda de aorta em relação à sua gravidade e grau de mortalidade?
Extremamente grave, mortalidade alta, diagnóstico diferencial em relação a IAM, risco iminente de morte.
Quais são os subtipos de doenças cardíacas não-isquêmicas relacionadas à dor torácica?
- Doença cardíaca valvar
- Cardiomiopatia hipertrófica
- Pericardite
- Miocardite
- Cardiomiopatia induzida por estresse.
Quais são os subtipos de dores de parede torácica / osteomusculares?
- Mialgia
- Costocondrite
- Lesões ósseas (fraturas, metástases)
- Doença discal cervical
- Fibromialgia
- Hérpes-zóster e neuralgia pós-herpética.
Quais são os subtipos de risco iminente de morte em doenças pleuro-pulmonares?
- Tromboembolismo pulmonar (TEP)
- Pneumotórax hipertensivo
Quais são as doenças pleuro-pulmonares que podem não necessariamente apresentam risco iminente de morte?
Hipertensão pulmonar
Quais é o subtipo de risco iminente de morte em doenças esofágicas?
Ruptura esofágica e a consequente mediastinite
Quais são as doenças esofágicas que podem não apresentar risco iminente de morte?
- DRGE (doença por refluxo gastroesofágico)
- Espasmo esofágico
- Esofagite.
Quais são algumas doenças gastrointestinais relacionadas à dor torácica?
- Doença ulcerosa péptica
- Colelitíase
- Colecistite
- Colangite
- Pancreatites agudas e crônicas
Como é possível diferenciar uma dor de parede torácica de uma dor anginosa?
Na SCA (Síndrome Coronariana Aguda), a dor é mais difusa e o paciente não a localiza bem, enquanto na dor de parede torácica, o paciente consegue localizá-la. Além disso, na SCA a dor não é reprodutível à palpação, enquanto a dor de parede torácica é reprodutível à palpação.
Como é possível diferenciar uma dor pleuro-pulmonar de uma dor cardíaca isquêmica?
A dor pleuro-pulmonar geralmente tem aspecto de facada, mas é ventilatório-dependente, ou seja, é desencadeada principalmente pela inspiração profunda. Além disso, a dor pleuro-pulmonar é mais relacionada à dor pleurítica (#CNP) do que à dor cardíaca isquêmica.
Como é possível diferenciar uma dor gastrointestinal de uma dor de origem cardíaca?
No exame físico, o paciente com uma dor gastrointestinal apresentará alterações no exame físico abdominal, enquanto uma dor de origem cardíaca geralmente não causará essas alterações.
Como é possível diferenciar uma dor psicogênica de uma dor cardíaca?
A dor psicogênica muitas vezes se assemelha muito à dor cardíaca, tornando a distinção difícil. Para diferenciá-las, é necessário solicitar um ECG (eletrocardiograma) e MNM (monitorização não invasiva). Além disso, a dor psicogênica geralmente melhora quando o paciente é medicado para ansiedade.
Como frequentemente o paciente chega ao atendimento em caso de dissecção de aorta?
O paciente geralmente chega bastante hipertenso, devido à causa da dissecção ser um pico de pressão elevada na artéria.
Qual é o risco associado à demora no tratamento de uma dissecção de aorta?
Quanto mais tempo demora para ser tratada, mais a dissecção na parede da aorta aumenta. O risco é a aorta romper, resultando em um choque hipovolêmico grave.
O que pode ocorrer dentro da falsa luz em uma dissecção de aorta?
Pode haver coagulação dentro da falsa luz da aorta.
Como a dissecção de aorta pode levar a múltiplas isquemias?
A dissecção pode resultar em múltiplas isquemias devido ao sangue que deveria passar pela luz da aorta estar fluindo pelo caminho errado, afetando o suprimento sanguíneo dos ramos da aorta.
Quais são as características da dor na dissecação de aorta?
- A dor ocorre na região torácica da aorta.
- É de forte intensidade.
- O paciente relata que tem algo “rasgando” dentro dele, o que diferencia essa dor de uma angina.
Quais são as características epidemiológicas associadas à dissecação de aorta?
- Idade acima de 50 anos.
- Paciente que faz uso regular de álcool e tabaco.
- Presença de aterosclerose avançada.
Qual é um desfecho muito negativo de dissecção da aorta que é identificado por isquemia assimétrica?
Se o paciente tiver uma dissecção que interrompe o fluxo em uma artéria carótida, ele pode apresentar um AVC isquêmico grave. Além disso, ao mesmo tempo, ele pode relatar uma dor torácica significativa.
Quais são os achados do exame físico que podem sugerir uma dissecção de aorta?
Assimetria de pulsos é um sinal de alerta. Se ela estiver presente, deve-se considerar a possibilidade de uma dissecção de aorta.
Quando vou suspeitar fortemente de uma dissecação de aorta?
Parece que o paciente tá “infartando e tendo um AVC ao mesmo tempo” (extremamente raro, o mais comum é num quadro que simula essa situação ser uma dissecção de aorta)
Quais são os passos principais no tratamento da dissecação de aorta? (3)
1) Controle da frequência cardíaca com betabloqueadores.
2) Redução do pico pressórico com nitroprussiato.
3) Considerar a avaliação por um cirurgião vascular para um procedimento endovascular para fechar a aorta, se necessário.
Quais são as características do tromboembolismo pulmonar (TEP)?
- O principal sintoma não é a dor torácica, mas sim a falta de ar (dispneia) e hipoxemia
- A dor associada ao TEP tem características de uma dor pleurítica
Por que o tromboembolismo pulmonar (TEP) causa dor?
O TEP causa dor devido à obstrução da circulação pulmonar, o que leva à formação de áreas de infarto pulmonar. A isquemia resultante dessas áreas infartadas gera dor.
Qual é o método diagnóstico utilizado para confirmar o diagnóstico de tromboembolismo pulmonar (TEP)?
A angiotomografia de tórax com contraste é utilizada para contrastar a circulação pulmonar e identificar a presença de trombo, confirmando o diagnóstico de TEP
Qual é o tratamento indicado para o tromboembolismo pulmonar (TEP)?
O tratamento inclui anticoagulação (para não aumentar o trombo) e trombólise (para reestabelecer o fluxo sanguíneo)
Quais são as características do pneumotórax?
- Na fase inicial, o paciente pode apresentar dor torácica
- O diagnóstico de pneumotórax é baseado em achados do exame físico
Quais são quadros que fortemente indicam um pneumotórax hipertensivo?
Um quadro compatível com insuficiência respiratória
Presença ou não de choque obstrutivo (turgência jugular, desvio de traqueia, etc)
Quais achados no exame físico cravam o diagnóstico de pneumotórax hipertensivo?
- Timpanismo à percussão
- Redução ou abolição dos murmúrios vesiculares (MV)
Qual é a característica que torna a pericardite mais difícil de diferenciar de uma Síndrome Coronariana Aguda (SCA)?
A sintomatologia da pericardite inclui dor torácica, que devido à inflamação na região cardíaca, pode ter características semelhantes a uma dor anginosa, tornando a diferenciação mais desafiadora.
Que atributos na durante anamnese e exame físico nos auxiliam na diferenciação entre pericardite e SCA?
- A presença de sintomas de um quadro infeccioso, que pode simular pneumonia ou infecção do trato respiratório superior (IVAS)
- Alterações na ausculta cardíaca, como o atrito pericárdico (som de atrito) e bulhas hipofonéticas devido à inflamação da camada de líquido que envolve o coração (pericárdio)
Quais são os exames que podem ser úteis para diagnosticar a pericardite?
- Provas inflamatórias podem ser úteis, mas é importante lembrar que muitas SCA também podem alterar essas provas.
- ECOcardiograma
- ECG (eletrocardiograma) é especialmente útil, pois pode mostrar alterações que são incomuns ou não típicas para uma SCA, como o envolvimento difuso de todo o eletrocardiograma.
Por que o ECG é tão essencial na diferenciação de pericardite?
Pode mostrar alterações que são incomuns ou não típicas para uma SCA, como o envolvimento difuso de basicamente todas as derivações do eletrocardiograma.
Como a ausculta cardíaca é alterada na pericardite?
- Atrito pericárdico, que é um som de atrito causado pelo atrito entre as camadas inflamadas do pericárdio
- Bulhas hipofonéticas (abafadas) devido à inflamação da camada de líquido que envolve o coração, prejudicando a clareza da ausculta cardíaca.
Qual é a principal dúvida associada à Síndrome Coronariana Aguda (SCA)?
A principal dúvida é se o paciente está infartando ou não, o que é crucial para determinar o tratamento adequado.
Qual a importância epidemiológica da SCA?
A Síndrome Coronariana Aguda é a principal causa de morte na população geral, o que realça a sua gravidade.
Por que é importante saber identificar quadros atípicos de SCA?
Pois esses casos podem ocorrer em grupos como mulheres, idosos e diabéticos, e podem não apresentar sintomas típicos de dor no peito. Reconhecer esses quadros atípicos é essencial para um diagnóstico e tratamento precoces.
Em geral, tem 3 etapas importantes na investigação da SCA
- Caracterizar a dor
- Fazer exame físico para diferenciar de outras causas
- Fazer exames complementares que confirmem ou afastem o diagnóstico (especialmente ECG + MNM)
Qual é a primeira etapa importante no manejo da SCA?
- Caracterizar a dor do paciente, pois isso auxilia na avaliação inicial e pode indicar a gravidade da situação.
Qual é a segunda etapa importante no manejo da SCA?
- Realizar um exame físico detalhado para diferenciar a SCA de outras causas de dor torácica, a fim de determinar o diagnóstico correto.
Qual é a terceira etapa importante no manejo da SCA?
- Realizar exames complementares, como ECG e testes de biomarcadores cardíacos (como os marcadores de necrose miocárdica), para confirmar ou afastar o diagnóstico de SCA e avaliar a extensão do dano cardíaco.
O que é crucial identificar no exame físico na avaliação da Síndrome Coronariana Aguda (SCA)?
- O ritmo cardíaco, procurando sinais de taquiarritmia ou bradiarritmia que podem resultar em parada cardiorrespiratória
- Sinais de falência e mal funcionamento cardíaco, incluindo a classificação de Killip, que avalia a gravidade da insuficiência cardíaca e risco de choque cardiogênico