Vírus de RNA de senso - Flashcards
Ortomixovírus
1) Vírus de RNA de senso -, single stranded (todos os vírus de RNA de senso - são ss à exceção do reovírus)
2) C/ invólucro
3) Genoma de RNA segmentado (8 segmentos) o que facilita o desenvolver de novas estirpes através da mutação e do rearranjo dos segmentos génicos; mutações ou desvios são responsáveis por epidemias anuais e redistribuição ou variação são responsáveis por pandemias periódicas
4) Replicação: ao contrário dos vírus de RNA de senso + que são logo traduzidos em proteínas pela maquinaria do hospedeiro, estes vírus têm que trazer a sua própria polimerase de modo a transcrever uma cadeia de senso +; todos estes vírus replicam no citoplasma à exceção do ortomixovírus que se replica no núcleo
5) Vírus da Influenza A, B e C
6) A hemaglutinina (HA) liga-se ao ácido siálico da membrana das células epiteliais e promove a fusão do invólucro com a membrana celular, a proteína M2 garante o pH correto à endocitose e ao uncoating através da formação de um canal de protões, no final a neuraminidase (NA) permite a clivagem do HA-ácido siálico permitindo a libertação dos viriões
7) Epidemiologia: transmissão por via respiratória
8) Síndromes clínicas: mal-estar, cefaleias, febre, mialgia, tosse não-produtiva; Complicações: pneumonia bacteriana (apesar do vírus poder causar ele próprio pneumonia, é mais comum abrir porta para uma superinfeção bacteriana), miose, síndrome de Reye (por administração de aspirina a criança com menos de 12 anos), encefalite, síndrome de Guillain-Barré (paralisia ascendente)
9) Terapêutica: amantadina e rimantadina inibem a fase de desnudamento do vírus de influenza A, o zanamavir e oseltamivir inibem a neuraminidase; existe vacina morta injetável e vacina viva atenuada nasal
Rabdovírus
1) Vírus de RNA de senso -, single stranded (todos os vírus de RNA de senso - são ss à exceção do reovírus)
2) C/ invólucro, parece uma bala, nucleocápside helicoidal
3) Replicação: ao contrário dos vírus de RNA de senso + que são logo traduzidos em proteínas pela maquinaria do hospedeiro, estes vírus têm que trazer a sua própria polimerase de modo a transcrever uma cadeia de senso +; todos estes vírus replicam no citoplasma à exceção do ortomixovírus que se replica no núcleo
4) Vírus da raiva (zoonose - cães, morcegos, esquilos, raposas, guaxinins)
5) Patogenicidade: o vírus liga-se aos recetores nicotínicos da acetilcolina ou recetores gangliosídios dos neurónios ou dos músculos no local de inoculação; dirige-se por transporte retrógrado até aos gânglios da raiz dorsal e medula espinhal, tendo depois acesso ao cérebro
6) Epidemiologia: a infeção resulta da mordida de um animal doente, uma vez que este excreta vírus na saliva; mas também pode acontecer por transmissão por aerossóis, tecido transplantado infetado e por inoculação em membranas mucosas intactas
7) Síndromes clínicas: a raiva é uma doença quase sempre fatal a não ser que seja tratada atempadamente por vacinação e imunização passiva; febre, mal-estar, cefaleias, dor ou parestesia no local da mordedura, hidrofobia, convulsões focais e generalizadas, desorientação e alucinações, salivação, encefalite, morte neuronal, coma e morte
8) Diagnóstico laboratorial: a ocorrência de sintomas neurológicos e história clínica é suficiente para o diagnóstico; deteção do antigénio viral no SNC; deteção de inclusões intracitoplasmáticas eosinófilas denominadas corpúsculos de Negri nos neurónios afetados
9) Terapêutica: a raiva clínica é quase sempre fatal a menos que tratada, quando os sintomas surgem pouco ou nada se pode fazer para além de tratamento sintomático; recomenda-se a imunização com vacina morta associada a uma dose de soro anti-rábico equino ou imunoglobulina contra raiva humana
Filovírus
1) Vírus de RNA de senso -, single stranded (todos os vírus de RNA de senso - são ss à exceção do reovírus)
2) C/ invólucro, nucleocápside helicoidal
3) Replicação: ao contrário dos vírus de RNA de senso + que são logo traduzidos em proteínas pela maquinaria do hospedeiro, estes vírus têm que trazer a sua própria polimerase de modo a transcrever uma cadeia de senso +; todos estes vírus replicam no citoplasma à exceção do ortomixovírus que se replica no núcleo
4) Vírus da ébola e Marburg
5) Epidemiologia: é uma zoonose cujo possível reservatório é o morcego da fruta e cujo vetor são os primatas; daí ser endémica de países africanos; transmissão por fluidos orgânicos infetados, como o sangue, a saliva, a urina, o esperma, as secreções nasais
6) Síndromes clínicas: petéquias, febre hemorrágicas, falência orgânica, choque hipovolémico e morte
7) Terapêutica: de suporte
Reovírus (Rotavírus e Coltivírus)
1) Vírus de RNA double stranded (deste modo não se fala de senso + ou -); 11 segmentos genómicos
2) S/ invólucro
3) Replicação: ocorre no citoplasma como em grande parte dos vírus de RNA; a cadeia de RNA de senso - é utilizada como molde para sintetizar o mRNA que será utilizado para a síntese proteica, enquanto a cadeia de RNA de senso + é utilizada para produzir a cadeia de RNA de senso - que será usada no genoma de RNA de dupla cadeia
4) Rotavírus:
4. 1) Principal responsável pela diarreia infantil
4. 2) Epidemiologia: transmissão por via fecal-oral mas também sobrevive em fomites; é resistente ao congelamento e descongelamento repetidos, a extremos de pH, e à desidratação
4. 3) Síndromes clínicas: gastroenterite com diarreia aquosa, vómitos, febre e desidratação; doença auto-limitada; sazonal (comum no inverno); diarreia mediada pela toxina NSP4 que aumenta a permeabilidade ao cloro
4. 4) Terapêutica: não existe terapêutica anti-viral específica; o tratamento é de suporte; deve-se corrigir o desequilíbrio hidroeletrolítico e ácido-base
5) Coltivírus:
5. 1) Causa a febre da carraça do Colorado
5. 2) Epidemiologia: transmissão zoonótica; a doença é mais comum na primavera/verão, dado que são momentos em que o Homem invade o habitat da carraça
5. 3) Síndromes clínicas: o vírus infeta células precursoras eritroides, assim pode ocorrer doença hemorrágica grave como consequência da infeção das células endoteliais vasculares e das células musculares lisas vasculares -> extravasamento, hemorragia, hipotensão, choque; febre, calafrios, fotofobia, mialgia, artralgia e letargia; pode haver meningite ou encefalite caso ocorra infeção neuronal; a febre da carraça do Colorado pode ser diferenciada da febre maculosa das Montanhas Rochosas por não apresentam exantema
5. 4) Terapêutica: não existe tratamento específico, logo este é apenas de suporte; os pacientes infetados não devem dar sangue, mesmo após recuperação, uma vez que a virémia é prolongada
Paramixovírus (vírus do sarampo)
1) Vírus de RNA de senso -, single stranded
2) C/ invólucro
3) Replicação: ao contrário dos vírus de RNA de senso + que são logo traduzidos em proteínas pela maquinaria do hospedeiro, estes vírus têm que trazer a sua própria polimerase de modo a transcrever uma cadeia de senso +; todos estes vírus replicam no citoplasma à exceção do ortomixovírus que se replica no núcleo
4) Patogenicidade: hemaglutinina e proteína de fusão (origina sincícios que permitem uma fuga à imunidade humoral)
5) Epidemiologia: transmissão por via respiratória; incidência máxima no inverno e primavera; apresenta um único sorotipo e infeta apenas humanos, sendo raras as infeções assintomáticas
6) Síndromes clínicas: febre alta, tosse, coriza (nariz entupido ou a pingar), conjuntivite, fotofobia, manchas de Koplik (manchas vermelhas de centro branco-azulado encontradas na boca), exantema maculo-papular; complicações: pneumonia viral ou bacteriana, panencefalite esclerosante subaguda
7) Terapêutica: vacina viva atenuada; não existe nenhum tratamento anti-viral específico para o sarampo
Paramixovírus (vírus da parainfluenza)
1) Vírus de RNA de senso -, single stranded
2) C/ invólucro
3) Replicação: ao contrário dos vírus de RNA de senso + que são logo traduzidos em proteínas pela maquinaria do hospedeiro, estes vírus têm que trazer a sua própria polimerase de modo a transcrever uma cadeia de senso +; todos estes vírus replicam no citoplasma à exceção do ortomixovírus que se replica no núcleo
4) Patogenicidade: hemaglutinina, neuraminidase e proteína de fusão (origina sincícios que permitem uma fuga à imunidade humoral); tem 4 sorotipos
5) Epidemiologia: transmissão por via respiratória e contacto direto pessoa-pessoa; são vírus ubíquos; as infeções da parainfluenza 1 e 2 são responsáveis por crupe e tendem a ocorrer no outono enquanto o 3 ocorre todo o ano
6) Síndromes clínicas: vai desde uma infeção branda das vias aéreas superiores até bronquiolite e pneumonia; em lactentes a infeção é mais grave podendo causar bronquiolite, pneumonia, crupe e resultar em edema subglótico que estreita as vias aéreas
7) Terapêutica: não existe nenhum tratamento anti-viral específico; a vacinação com vacinas mortas é ineficaz
Paramixovírus (vírus da papeira/caxumba)
1) Vírus de RNA de senso -, single stranded
2) C/ invólucro
3) Replicação: ao contrário dos vírus de RNA de senso + que são logo traduzidos em proteínas pela maquinaria do hospedeiro, estes vírus têm que trazer a sua própria polimerase de modo a transcrever uma cadeia de senso +; todos estes vírus replicam no citoplasma à exceção do ortomixovírus que se replica no núcleo
4) Patogenicidade: hemaglutinina, neuraminidase e proteína de fusão (origina sincícios que permitem uma fuga à imunidade humoral); 1 sorotipo; o vírus inicia a infeção mas células epiteliais do trato respiratório superior e infeta a glândula parótida através do ducto de Stensen ou por virémia; imunidade para a vida toda
5) Epidemiologia: transmissão por via respiratória ou contacto direto pessoa-pessoa; maior incidência no inverno e primavera
6) Síndromes clínicas: muitos casos são assintomáticos; parotidite é quase sempre bilateral e acompanhada de febre; eritema e edema do orifício do canal de Stensen; meningoencefalite; orquite e infertilidade
7) Terapêutica: vacina; não existe nenhum tratamento anti-viral específico
Paramixovírus (vírus sincicial respiratório)
1) Vírus de RNA de senso -, single stranded
2) C/ invólucro
3) Replicação: ao contrário dos vírus de RNA de senso + que são logo traduzidos em proteínas pela maquinaria do hospedeiro, estes vírus têm que trazer a sua própria polimerase de modo a transcrever uma cadeia de senso +; todos estes vírus replicam no citoplasma à exceção do ortomixovírus que se replica no núcleo
4) Patogenicidade: proteína de fusão (origina sincícios que permitem uma fuga à imunidade humoral)
5) Epidemiologia: transmissão por via respiratória e fomites; maior incidência no inverno
6) Síndromes clínicas: é a causa mais comum de infeção aguda e fatal do sistema respiratório em lactentes e crianças de pouca idade; rinorreia, bronquiolite, faringite, pneumonia, febre baixa, taquipneia, taquicardia, sibilos expiratórios nos pulmões
7) Terapêutica: tratamento de suporte, mas pode-se dar ribavirina a adultos e palivizumab a crianças de risco elevado (p.ex. prematuros); também existe imunização passiva com imunoglobulina anti-RSV para lactentes e prematuros