Bactérias Gram indeterminadas Flashcards
Chlamydiaceae
1) Coco
2) Gram indeterminado -> cora fracamente c/ gram -> usa-se coloração de Giemsa
3) Intracelular obrigatório (porque não produz ATP)
4) Não tem peptidoglicano, dada a ausência de ácido murâmico na parede celular
5) Ciclo de vida: inicia-se com a entrada de corpúsculos elementares na célula, estes permanecem no fagossoma ao inibir a sua fusão com o lisossoma; aí reorganizam-se em corpúsculos reticulares que se multiplicam; depois da replicação voltam a passar para corpúsculos elementares que saem da célula por lise; CE é a forma infecciosa e CR é a forma metabolicamente ativa que se multiplica
6) Chlamydia trachomatis:
6. 1) A-C: tracoma -> cegueira; transmissão olho-olho (através de gotículas, mãos, fomites, moscas que pousam nos olhos)
6. 2) D-K: IST que pode ser assintomática, ou apresentar corrimento aquoso (diferente do mucopurulento da gonorreia), ou até levar a doença inflamatória pélvica (-> salpingite, peritonite, abcessos, gravidez ectópica e infertilidade); se ocorrer num recém-nascido pode levar a conjuntivite neo-natal ou pneumonia neo-natal (c/ tosse em staccato); também pode dar conjuntivite de inclusão em adultos
6. 3) L1-L3: linfogranuloma venéreo (úlcera genital indolar -> linfoadenopatia regional)
7) Chlamydophila pneumoniae:
7. 1) Transmissão por secreções respiratórias
7. 2) Pode causar: sinusite, bronquite, pneumonia atípica (afetando apenas um lobo)
8) Chlamydophila psittaci:
8. 1) Causa psitacose (ou febre do papagaio): cefaleias, febre alta, calafrios, mialgias, envolvimento do SNC, cardite, hepatomegalia, esplenomegalia
8. 2) Transmissão através de inalação de excrementos de aves, urina ou secreções respiratórias -> ornitose; reservatório são as aves
9) Diagnóstico: teste de PCR
10: Terapêutica: macrólidos (azitromicina), tetraciclinas (doxiciclina), ceftriaxone (para cobrir a gonorreia na terapêutica empírica)
Gardnerella vaginalis
1) Cocobacilo´
2) Gram variável
3) Patogenicidade: a flora comensal vaginal consiste maioritariamente em lactobacilos; quando há um desequilíbrio na microbiota (provocado p.ex. menstruação, ovulação, gravidez, esperma, antibioterapia) há um aumento da proliferação da Gardnerella
4) Síndromes clínicas: vaginose bacteriana, c/ corrimento branco, espesso e c/ odor desagradável (acentuado por KOH), c/ pH superior a 4,5, e clue cells no exame microscópico
5) Terapêutica: metronidazol
Coxiella burnetii
1) Bacilo
2) Gram-
3) Parasita intracelular obrigatório
4) Forma esporos
5) Epidemiologia: a infeção ocorre por inalação de partículas transportadas a partir de uma fonte animal (ovelhas, vacas, cães, gatos, coelhos) em vez de ser através de um vetor (o vetor transmite de animal em animal); a bactéria também está presente nas fezes, urina, placenta e leite dos animais
6) Síndromes clínicas: causa febre Q, que pode ser assintomática ou manifestar-se de forma aguda ou crónica; tende a ser uma doença auto-limitada; manifesta-se com febre alta, cefaleias, pneumonia atípica, hepato-esplenomegalia, e (na febre Q crónica) endocardite sub-aguda
7) Diagnóstico: cultura, PCR, testes serológicos
8) Terapêutica: não costuma ser necessária dada a natureza auto-limitada da doença, mas em casos graves pode dar-se tetraciclina, rifampicina, doxiciclina; a atividade antibiótica é limitada pelo facto do microrganismo se reproduzir intracelularmente; há vacinas para os animais e vacinas para quem trabalaho com eles
Mycoplasma pneumoniae
1) Bactéria de pequena dimensão
2) Não tem parede celular, logo não cora c/ gram e é resistente a antibióticos que atacam a parede celular (penicilina, cefalosporina,…) -> tem membrana celular c/ colesterol
3) Aeróbio restrito
4) Fastidioso
5) Epidemiologia: incidência aumentada em jovens adultos (especialmente em grandes aglomerados p.ex. recruta militar); transmissão por via respiratória
6) Síndromes clínicas: doença ligeira das vias aéreas superiores (c/ febre, cefaleia, tosse seca, mal-estar), traqueo-bronquite, pneumonia atípica migratória (em que o raio-x parece bem pior do que as manifestações clínicas do doente), otite média, eritema multiforme, anemia hemolítica
7) Diagnóstico: crescimento em cultura é lento e requer um meio especial; teste de crioaglutininas (aglutinação de IgM a eritrócitos em baixa temperatura), ELISA, teste de fixação do complemento
8) Terapêutica: macrólidos (eritromicina, azitromicina), tetraciclina, fluoroquinolonas
Rickettsia rickettsii
1) Cocobacilo
2) Gram- (mas cora fracamento c/ gram -> usa-se Giemsa)
3) Intracelular obrigatório (porque não consegue produzir CoA e NAD+)
4) Imóvel
5) Aeróbio
6) Epidemiologia: reservatório e vetor é a carraça
7) Síndromes clínicas: causa febre maculosa das montanhas rochosas (febre, cefaleia, mialgia, vasculite -> hipovolémia, hipoproteinémia e rash que começa nas extremidades e depois progride para o centro)
8) Diagnóstico: teste de Weil-Felix
9) Terapêutica: tetraciclinas, cloranfenicol, fluoroquinolonas
Rickettsia prowazekii
1) Cocobacilo
2) Gram- (mas cora fracamento c/ gram -> usa-se Giemsa)
3) Intracelular obrigatório (porque não consegue produzir CoA e NAD+)
4) Imóvel
5) Aeróbio
6) Epidemiologia: transmitido pelo piolho, que é o reservatório primário de tifo; afeta campos militares e prisioneiros de guerra; locais com más condições de higiene
7) Síndromes clínicas: causa tifo epidémico (febre alta, cefaleias, mialgias, artralgias, pneumonia, miocardite, disfunção do SNC, vasculite -> rash que começa centralmente e progride para os membros poupando as mãos, pés e cabeça
8) Terapêutica: tetraciclinas e cloranfenicol; existe vacina para populações de alto risco