Vertigem Flashcards

1
Q

Define Vertigem

A

Sensação rotatória, que pode ser da própria pessoa em relação aos objectos e ao meio envolvente, ou ao contrário.

Isto é, a pessoa pode sentir que roda ou pode sentir que o meio envolvente roda, por norma, este tipo de vertigem é periférico e está associada ao ouvido interno.

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2
Q

Define Desiquilíbrio

A

Situação mais complexa que a vertigem, pois pode estar associado a alterações das vias vestibuloespinhais, do tronco cerebral ou cerebelo ou pode estar associado a alterações sistémicas (hipoglicemia ou crise hipertensiva, por exemplo)

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3
Q

Em termos periféricos, o equilíbrio depende de 3 grandes sistemas:
* _______
* _______
* _______

A informação destes 3 sistemas é integrada e conjugada pelo _______ e _______, permitindo ao indivíduo equilibrar-se.

A

Sistema ocular
Sistema vestibular
Sensibilidade proprioceptiva (está relacionada com os receptores periféricos ao nível do tacto e das articulações)

Cerebelo e córtex cerebral

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4
Q

Quais são os passos para a Avaliação do doente com vertigem?

A

➔ Anamnese
➔ Exame objectivo
➔ Exames complementares de diagnóstico
➔ Terapêutica

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5
Q

A anamnese constitui ___% do diagnóstico de um doente com vertigem

A

A anamnese constitui 70% do diagnóstico de um doente com vertigem

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6
Q

Quais são os vários passos a seguir numa anamnese para Avaliação do doente com vertigem?

A
  1. Averiguar a definição de vertigem para o doente, e tentar caracterizar a sensação que descreve
  2. Tentar caracterizar se a vertigem é postural ou posicional
  3. Descobrir qual é a duração da vertigem
  4. Fatores desencadeantes
  5. Outros sintomas
  6. Procurar alterações neurológicas
  7. Averiguar se há doenças atuais
  8. Antecedentes pessoais
  9. História familiar
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7
Q

Porque é necessário averiguar qual a definição de vertigem para o doente?

A

Se não for uma sensação rotatória não é vertigem mas sim uma sensação de mareado (dizziness).

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8
Q

Qual é a diferença entre vertigem postural e posicional?

A

Vertigem postural
* quando o indivíduo está sentado na cadeira e se levanta ficando tonto.

Vertigem posicional
* quando o doente coloca a cabeça para trás ou vai buscar qualquer coisa a um armário e fica tonto.
VPPB: + ao deitar, rodar cabeça para o lado

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9
Q

Qual é a importância de saber a duração da vertigem?

A

As crises das VPPB duram segundos

Se for persistente aponta para problema mais central

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10
Q

Qual é a importância de saber se houve algum fator desencadeante da vertigem? Quais são?

A

Fatores etiológicos possíveis:
Polimedicação: benzodiazepinas, antidepressivos, neurolépticos, sedativos, antihipertensores
Processo infeccioso
Alterações sistémicas: cardio, DM, HTA, hipotiroidismo

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11
Q

Na Avaliação de um doente com vertigem, a procura de outros sintomas é importante de que forma?

A

É importante distinguir uma hipoacusia de longa data de uma hipoacusia recente, tentando perceber se a hipoacusia e a vertigem estão directamente relacionadas e se quando uma melhora a outra também melhora.

Verificar se existem sintomas neurovegetativos como náuseas, vómitos e diarreia.

A cefaleia é muito prevalente na população em geral, portanto há que distinguir entre cefaleias que o doente costuma ter e uma cefaleia de novo muito intensa, sendo importante fazer diagnóstico diferencial com as cefaleias por AVC ou por crise hipertensiva (se houver perda de conhecimento é AVC e se houver patologia periférica, muito provavelmente, trata-se de outra patologia).

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12
Q

Na Avaliação de um doente com vertigem, a procura de alterações neurológicas é importante de que forma?

A
  • Disartria
  • Afasia
  • Ataxia
  • Perda da força muscular

A diplopia acontece quando o doente vê 2 imagens, sendo consequência de patologia central.

Os doentes com vertigem periférica têm oscilópsia (imagem desfocada), porque há perturbação do reflexo vestibulocular e, por isso, a imagem não fica estabilizada na retina.

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13
Q

De que forma as doenças atuais podem influenciar a avaliação de um doente com vertigem?

A

Como enxaqueca, HTA, diabetes (não só os doentes diabéticos, mas também doentes não diabéticos se estiverem muito tempo sem comer e entrarem em hipoglicemia, podem ter vertigens/desequilíbrios) e patologia da tiróide (é importante que quando se pede análises se avalie também a tiróide, pois o hipotiroidismo pode ser uma causa de vertigem).

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14
Q

De que forma os antecedentes pessoais podem influenciar a avaliação de um doente com vertigem?

A

É essencial conhecer os hábitos medicamentosos, já que os doentes que tomam 3 ou mais medicamentos têm um risco acrescido de quedas por alterações do equilíbrio.

Por vezes, basta fazer revisão e alteração medicamentosa para eliminar as vertigens.

Ter em atenção possíveis depressões ou crises de pânico (tendo presente que as alterações do equilíbrio diminuem muito a qualidade de vida e são incapacitantes e, por isso, um doente com desequilíbrio é um doente com um ar abatido).

Os traumatismos cranianos (em especial, com possível fratura do rochedo) podem desencadear vertigem.

As nevrites vestibulares podem ser causadas por uma infeção viral recente.

As vertigens podem ser uma complicação de patologia otológica, como por exemplo, vertigens por fístulas do canal semicircular externo devido a uma otite média crónica.

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15
Q

De que forma os antecedentes familiares podem influenciar a avaliação de um doente com vertigem?

A

Deve-se ter a noção que nem todas as enxaquecas são familiares, mas que existem genes ligados à enxaqueca.

A Doença de Ménière pode ser esporádica ou familiar.

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16
Q

Descreve a ordem cronológica do Exame Objetivo na avaliação do doente com vertigem

A
  1. Exame objectivo do estado geral, coerência do discurso, articulação verbal
  2. Exame otorrinolaringológico sumário
  3. Exame neurológico sumário (muito importante nos doentes com alterações do equilíbrio; a vertigem é uma patologia comum à ORL e à Neurologia, no entanto, em Portugal estes doentes são seguidos em grande parte pela ORL)
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17
Q

Caracteriza o Exame neurológico de um doente suspeito de vertigem

A
  1. Pesquisa de nistagmo (movimento repetido e involuntário do olho).
  2. Provas de coordenação (cerebelo):
    ◆ Prova indicador-nariz
    ◆ Prova calcanhar-joelho
    ◆ Avaliação da marcha
    ◆ Barrar manteiga
  3. Avaliação do RVE (reflexo vestíbulo espinhal)
    ◆ Prova Romberg
    ◆ Prova Utemberger
    ◆ Prova dos braços estendidos
  4. Avaliação do RVO (reflexo vestíbulo-ocular)
    ◆ Nistagmo
    ◆ Head shaking test
    ◆ Head trust test
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18
Q
  1. Pesquisa de nistagmo (movimento _______ e _______ do olho)
    * O nistagmo tem uma fase ______ (______) e uma fase ______ (______)
    * Por convenção, quando se diz que um nistagmo bate para a direita, estamos a referir-nos ao _______ _______ (que é _______).
    * O componente _______ é _______.
    * Se houver uma hiporreflexia à esquerda, o componente _______ dirigir-se-á para a _______.
    * Por vezes, um doente pode conseguir perseguir o dedo indicador do avaliador normalmente, sem nistagmo, mas quando se _______ _______, inibe-se a _______ _______, ou seja, inibe-se o _______ que está a compensar, e então o nistagmo _______.
    * *O nistagmo pode ser _______ ou _______*.
    * Quando se viaja de comboio e se observa a paisagem a passar há nistagmo _______.
    * Se o nistagmo não _______, ou até _______, quando se _______ o foco ocular, podemos estar perante uma _______ ______**.
    * Quando se **
    ______ a _______ (foco ocular)
    o nistagmo _______ torna-se mais evidente.
A
  1. Pesquisa de nistagmo (movimento repetido e involuntário do olho).
    * O nistagmo tem uma fase rápida (central) e uma fase lenta (vestibular).
    * Por convenção, quando se diz que um nistagmo bate para a direita, estamos a referir-nos ao componente rápido (que é central).
    * O componente lento é periférico.
    * Se houver uma hiporreflexia à esquerda, o componente rápido dirigir-se-á para a direita.
    * Por vezes, um doente pode conseguir perseguir o dedo indicador do avaliador normalmente, sem nistagmo, mas quando se apaga a luz, inibe-se a fixação ocular, ou seja, inibe-se o sistema nervoso central que está a compensar, e então o nistagmo torna-se evidente.
    * O nistagmo pode ser fisiológico ou patológico.
    * Quando se viaja de comboio e se observa a paisagem a passar há nistagmo fisiológico.
    * Se o nistagmo não aumentar, ou até diminuir, quando se inibe o foco ocular, podemos estar perante patologia central.
    * Quando se inibe a fixação (foco ocular) o nistagmo periférico torna-se mais evidente.
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19
Q

Quais são os diferentes graus de nistagmo?

A

Grau I – o nistagmo é desencadeado apenas em 1 posição do olhar
Grau II – o nistagmo é desencadeado em 2 posições do olhar
Grau III – o nistagmo é desencadeado em 3 posições do olhar

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20
Q

Um doente com hiporreflexia vestibular direita terá que resultados no exame neurológico?

A
  • Nistagmo espontâneo a bater para a esquerda
  • Prova indicador-nariz normal (sem dismetria)
  • Prova dos braços estendidos para o lado direito
21
Q

No Exame neurológico de um doente suspeito de vertigem quais são as provas que podemos usar para avaliar o cerebelo?

A

◆ Prova indicador-nariz
◆ Prova calcanhar-joelho
◆ Avaliação da marcha
◆ Barrar manteiga

22
Q

No Exame neurológico de um doente suspeito de vertigem quais são as provas que podemos usar para avaliar o reflexo vestíbulo espinhal (RVE)?

A

Prova Romberg - Pede-se ao doente que se coloque em pé, com os olhos fechados e os braços estendidos ao longo do corpo. Se houver lesão o doente cai para o lado afetado.
Prova Utemberger - pede-se ao doente que caminhe no lugar, de olhos fechados, durante 1 minuto => se houver lesões ele vai rodar no sentido da lesão
Prova dos braços estendidos - É com os olhos fechados e braços estendidos para a frente => se houver lesão periférica há um desvio para o lado afetado; se a lesão for central há perda de força.

23
Q

No Exame neurológico de um doente suspeito de vertigem quais são as provas que podemos usar para avaliar o reflexo vestíbulo ocular (RVO)?

A

◆ Nistagmo
◆ Head shaking test
◆ Head trust test

24
Q

Na vertigem periférica, se houver nistagmo, quer o olho esteja a olhar para _______, o nistagmo bate _______

Na vertigem central se o doente olhar para a _______ o nistagmo bate para a _______, se olhar para a _______ bate para a _______, deste modo, quando o nistagmo é multidireccional há que pensar em patologia _______

A

Na vertigem periférica, se houver nistagmo, quer o olho esteja a olhar para esquerda, para direita ou para cima, o nistagmo bate sempre para o mesmo lado.

Na vertigem central se o doente olhar para a direita o nistagmo bate para a direita, se olhar para a esquerda bate para a esquerda, deste modo, quando o nistagmo é multidireccional há que pensar em patologia central.

25
Q

Completa o quadro

A
26
Q

Completa o quadro

A
27
Q

Quais os exames que podíamos pedir para auxílio do diagnóstico num doente com suspeita de vertigem?

A

Exames para avaliação do estado geral:
➔ Avaliação Analítica
➔ Avaliação Cardíaca

Avaliação Audiológica
1. Estudo audioimpedanciométrico (audiograma, timpanograma e reflexos): é o único que por norma se pede a todos os doentes

Os restantes exames são pedidos de acordo com cada doente.

  • Avaliação Vestibular (VNG, SMART): as melhores provas no VNG são as provas calóricas, mas não esquecer que as provas calóricas só avaliam o canal semicircular externo.
    O défice máximo normal até 15%, no entanto, pode haver doentes com déficits muito aumentados (78% por exemplo) que estejam assintomáticos e este déficit traduz patologia anterior que está compensada (como uma nevrite vestibular, por exemplo).
    A posturografia (Smart) serve tanto como diagnóstico como terapêutica.
  • Imagiologia (RMN/TC): no HCIS ou não se pede nada, ou quando se pede, pede-se RMN (quando há suspeita de patologia central). A TC utiliza-se quando há indicação para cirurgia para obter referências anatómicas.
28
Q

Quais são os objetivos terapêuticos na abordagem à vertigem?

A

A terapêutica depende da causa sendo, por isso, essencial controlar o agente etiológico:
➔ Tentar diminuir a polimedicação.
➔ Caso haja, tratar o processo infeccioso.
Tratar alterações sistémicas como a patologia tiroideia, diabetes, HTA e patologia cardíaca.
Correcção dos factores agravantes - dieta, stress, exercício, …
Reabilitação vestibular

➔ Correcção dos factores agravantes
◆ Dieta: é importante fazer a restrição de sal, açúcares de absorção rápida, café, chocolate, chá, álcool e tabaco. Evitar longos períodos sem comer.
◆ Evitar stress, ansiedade e fadiga. Manter uma “boa higiene do sono”.
◆ Fazer actividade física. Os doentes com alteração do equilíbrio sentem-se instáveis e mesmo as pessoas mais ativas tornam-se mais sedentárias, para evitar a vertigem.
◆ Quanto mais precoce se mobilizar e tratar estes doentes, melhores são os resultados.
➔ Reabilitação vestibular
◆ Exercícios quer no ginásio quer em casa: com bolas, com letras, etc.
◆ Reabilitação com máquinas: posturografia e estimulações optocinéticas.

29
Q

Quais são os fármacos usados no tratamento da Vertigem?

A

Anti-eméticos
* São feitos apenas em fase aguda, pois são supressores vestibulares e, portanto, quanto mais curta for a duração da terapêutica melhor
* Dimenidranato e metoclopramida

Anti-inflamatórios
* Uso de corticóides em 2 situações - nevrite vestibular e em alguns casos de Doença de Ménière
* Para tratar especificamente a Doença de Ménière utiliza-se betahistina, e em situação cirúrgica, via transtimpânica usa-se gentamicina.
* Nos doentes com enxaqueca associada, só se consegue controlar as alterações do equilíbrio, se a enxaqueca for controlada. Assim, faz-se terapêutica profilática (terapêutica anti-migranosa) com β-bloqueantes e topiramato (anti-epiléptico) em doses baixas.

Anti-depressivos
* são pouco usados na prática clínica.

Anti-convulsivantes
* carbamazepina e aminopiridinas.
* as aminopiridinas não são comercializadas em Portugal

30
Q

Podemos ter Vertigens _______ ou Vertigens de causa sistémica.

Nas Vertigens _______ as causas são:
● _______
● _______
● _______
● _______

Nas Vertigens de causa sistémica as causas são:
● _______
● _______
● _______

A

Podemos ter Vertigens recidivantes ou Vertigens de causa sistémica.

Nas Vertigens recidivantes as causas são:
Vertigem posicional paroxística benigna
Nevrite vestibular
Doença de Ménière
Migraine Vestibular (associada a enxaqueca)

Nas Vertigens de causa sistémica as causas são:
Arritmia
Lesão central
Epilepsia

31
Q

VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA (VPPB)

É a vertigem recidivante ______ (___%)

Pode estar associada a um _______, ou a uma _______ _______

O ser humano tem cristais de _______, que estão no _______ e existem 2 teorias para a patogénese da VPPB:
● Teoria da _______: os cristais ficam _______ à _______ do canal semi-circular
● Teoria da _______: os cristais de _______ ficam _______

Em ambas as situações, cada vez que há _______ da _______ há uma estimulação _______ do _______ que leva a vertigem

Na maior parte das vezes, a VPPB atinge ______ (__ : ___)

Esta vertigem é muito associada a doentes que _______ e ficam com vertigens (com ou sem náuseas e vómitos)

Estas vertigens têm a duração de _______

_______ (Não há/há) sinais otológicos, isto é, _______ (não há/há) perda de audição, _______ (e/nem) acufenos

O exame neurológico revela-se _______, sendo a Manobra de _______ é _______

O canal mais frequentemente atingido é o canal semicircular-_______, isto porque a cúpula mais _______ é a do canal _______, logo a probabilidade dos cristais aí se alojarem é _______. Por este motivo, o segundo mais frequente é o canal semicircular _______ e é raríssimo no canal semi-circular _______

A _______ dos cristais condiciona diferentes abordagens terapêuticas

A

É a vertigem recidivante mais frequente (50%)

Pode estar associada a um traumatismo, ou a uma pós-nevrite vestibular

O ser humano tem cristais de carbonato de cálcio, que estão no vestíbulo e existem 2 teorias para a patogénese da VPPB:
● Teoria da cupulolitíase: os cristais ficam aderentes à cúpula do canal semi-circular
● Teoria da canalolitíase: os cristais de carbonato de cálcio ficam livres

Em ambas as situações, cada vez que há movimento da cabeça há uma estimulação anormal do vestíbulo que leva a vertigem

Na maior parte das vezes, a VPPB atinge mulheres (2:1)

Esta vertigem é muito associada a doentes que se deitam e ficam com vertigens (com ou sem náuseas e vómitos)

Estas vertigens têm a duração de segundos

Não há sinais otológicos, isto é, não há perda de audição, nem acufenos

O exame neurológico revela-se todo normal, sendo a Manobra de Dix-Halpike é positiva

O canal mais frequentemente atingido é o canal semicircular-posterior, isto porque a cúpula mais inferior é a do canal posterior, logo a probabilidade dos cristais aí se alojarem é maior. Por este motivo, o segundo mais frequente é o canal semicircular externo e é raríssimo no canal semi-circular anterior

A localização dos cristais condiciona diferentes abordagens terapêuticas

32
Q

Caracteriza a Manobra de Dix-Halpike

A

Com o doente sentado na marquesa, posiciona-se a cabeça lateralmente, a 45º para o lado afectado, e deita-se o doente de modo a que a cabeça fique em extensão, a 30º

Após esta extensão o doente sente vertigens

Utiliza-se o VNG para se observar melhor o nistagmo que é típico do canal afectado

Depois repete-se a manobra com a cabeça para o outro lado

33
Q

Que outras Manobras terapêuticas conheces para a avaliação da VPPB? Caracteriza-as

A
  • Manobra de Eppley
  • Manobra de Semont

Ambas tratam, exclusivamente, patologia do canal semicircular posterior.

Manobra de Eppley
* Após a manobra de Dix-Halpike, o doente está deitado, espera-se que o nistagmo passe e roda-se a cabeça de forma a reposicionar os cristais (reposicionamento lento)

Manobra de Semont
* Manobra mais brusca para reposicionamento rápido dos cristais.
* Com o doente sentado, leva-se a cabeça do doente até ao mesmo plano onde o doente está sentado.

Após estas manobras, por norma, avalia-se o doente após 1 semana, dá-se alta quando está assintomático e depois reavalia-se de 6 em 6 meses ou 1 vez por ano.
50% do doentes sujeitos a esta forma terapêutica têm recidiva.

34
Q

O que devemos ter em conta para dar alta a um doente com VPPB?

A

Após estas manobras (Dix-Halpike, Eppley ou Semont), por norma, avalia-se o doente após 1 semana, dá-se alta quando está assintomático e depois reavalia-se de 6 em 6 meses ou 1 vez por ano.

50% do doentes sujeitos a esta forma terapêutica têm recidiva.

35
Q

Caracteriza a Nevrite Vestibular

A

É um processo inflamatório do nervo vestibular, que pode estar associado ao vírus herpes simplex, tendo uma incidência sazonal.

Por norma, atinge o nervo vestibular superior, sendo que o nervo vestibular inferior também pode ser atingido.

Ao contrário da labirintite, a nevrite vestibular não origina perda de audição, sendo importante o diagnóstico diferencial.

36
Q

Qual é a característica importante da Nevrite Vestibular que ajuda no DDx da Labirintite?

A

Ao contrário da labirintite, a nevrite vestibular não origina perda de audição, sendo importante o diagnóstico diferencial.

37
Q

Caracteriza a Apresentação clínica da Nevrite Vestibular

A
  • Vertigem incapacitante
  • Pode ser acompanhada de náuseas, vómitos, diarreia, sudorese
  • O doente tende a permanecer imóvel pois qualquer movimento da cabeça vai agravar este quadro
  • Deste modo, a observação neurológica é muito limitada por falta de colaboração do doente
  • É mais frequente nos adultos, mas também pode aparecer nas crianças
  • Pode haver história prévia recente de infecção respiratória alta viral
  • Não cursa com alterações auditivas (hipoacusia) ou alterações neurológicas centrais
  • Se houver perda de audição, podemos estar perante um primeiro episódio de Doença de Ménière
  • Dura 2 a 3 dias
38
Q

A avaliação objetiva de um doente com Nevrite Vestibular apresenta-se de que forma?

A

Avaliação
Nistagmo espontâneo
● Provas de coordenação: normais
Desequilíbrio para o lado atingido
● Audiograma, timpanograma e reflexos: normais.
● Provas calóricas: hiporreflexia do lado afectado

39
Q

Como devemos tratar uma Nevrite Vestibular?

A

Em Urgência a prioridade é suprimir o vómito com anti-vertiginosos e anti-eméticos, sabendo que esta terapêutica vai atrasar a compensação vestibular

A betahistina só tem formulação em comprimidos, pelo que só pode ser administrada quando o doente já tem via oral

Os corticóides reduzem o edema do nervo vestibular acelerando a compensação e, por isso, são uma boa escolha para a nevrite vestibular

Mobilização precoce

A reabilitação vestibular com máquinas só se faz em casos particulares.

Anti-víricos? Herpes Simplex

40
Q

Caracteriza a Doença de Ménière

A
  • Crises de vertigem rotatória, com a duração mínima de 20 minutos
  • Acufenos fortes, de dia e de noite
  • Surdez flutuante (por vezes não aparece logo nas primeiras crises) - vai tirando a audição a cada crise (5 anos: surdez porque ataca o órgão de Corti)
  • Alterações neurovegetativas (náuseas, vómitos e alterações intestinais)
41
Q

Quais são os Sintomas da Doença de Ménière?

A

Sintomas:
● Vertigem
● Hipoacúsia
● Acufeno
● Plenitude auricular

42
Q

A Doença de Ménière não é a causa mais frequente de vertigem. Pode ser _______

Esta doença é causada por _______ no _______ _______, ou seja por _______ de pressão da _______

A _______ vai _______ a pressão no _______, até que leva à _______ _______, com trocas _______ de ___ e ___, que originam _______ e, consequente, _______ ⮕ _______ de pressão da _______ ⮕ _______ a _______, _______ e _______

Crise: _______ da membrana de _______ → Mistura da _______ + _______ → Alteração das _______ de _______ e _______ → Alterações do _______ _______ → Crise de _______ + _______

Outras teorias:
1. _______
2. _______

  • Doença certa: _______
  • Doença _______: perda de audição documentada audiometricamente em _______
  • Doença provável: perda de audição documentada audiometricamente em _______
  • Doença _______: quadro clínico de Doença de Ménière sem _______ _______

A crise de Menière é antecipada pela _______ _______ e _______, pelo que o doente sabe que no dia seguinte terá uma crise.

Nesta patologia a perda de audição dá-se nos sons ______ (______).

A

A Doença de Ménière não é a causa mais frequente de vertigem. Pode ser hereditária (genes identificados).

Esta doença é causada por hidropsia no labirinto membranoso, ou seja por um aumento de pressão da endolinfa.

A endolinfa vai aumentando a pressão no labirinto, até que leva à ruptura membranar, com trocas iónicas de sódio e potássio, que originam despolarizaçãoe, consequente, vertigemAumento de pressão da endolinfaesmaga a ampola, utrículo e sáculo

Crise: ruptura da membrana de Reissner → Mistura da endolinfa + perilinfa → Alteração das
concentrações de Na+ e K+ → Alterações do estímulo vestíbulo-coclear → Crise de vertigem + sintomas auditivos

Outras teorias:
1. excesso de produção de endolinfa
2. diminuição da reabsorção ao nível da estria vascular

  • Doença certa: comprovada no cadáver
  • Doença definida: perda de audição documentada audiometricamente em 2 ocasiões
  • Doença provável: perda de audição documentada audiometricamente em **1 ocasião **
  • Doença possível: quadro clínico de Doença de Ménière sem surdez documentada

A crise de Menière é antecipada pela sensação de ouvido cheio e zumbido, pelo que o doente sabe que no dia seguinte terá uma crise.

Nesta patologia a perda de audição dá-se nos sons graves (pode pôr-se implante coclear).

43
Q

Completa o quadro do estadiamento da Doença Ménière

A
44
Q

Normalmente a doença de Ménière é _______, sendo que em ____ a ____% dos casos passa a _______.

A

Normalmente a doença de Ménière é unilateral, sendo que em 20 a 25% dos casos passa a bilateral.

45
Q

Quais são os ECDx na Doença de Ménière? O que podemos esperar nos resultados?

A

Audiograma
* em crise ⮕ a linha do audiograma desce
* fora dos períodos de crise ⮕ linha volta ao normal

Videonistagmografia (VNG): alterada
Posturografia (PDC): alterada (o componente vestibular baixou) - RVE
TC/RMN: para excluir outras patologias

46
Q

Como é o Tratamento da doença de Ménière?

A

A Doença de Menière é uma doença crónica que pode ser tratada mas não curada!

Fase aguda (em doses mais elevadas do que nos outros síndromes vertiginosos)
* Anti-eméticos
* Betahistina ⮕ melhora a circulação sanguínea ao nível da estria vascular, sem atrasar a compensação vestibular
* Diuréticos ⮕ para baixar a pressão - hidroclorotiazida, acetazolamida, espironolactona
* Corticóides (prednisolona)

Entre crises
* Betahistina (este fármaco deve ser tomado durante 6 meses ou até mesmo de forma crónica)
* Medidas dietéticas: restrição de sal e açúcares de absorção rápida, estilo de vida saudável e ingestão hídrica

Se a terapêutica médica falhartratamento cirúrgico:
* gentamicina transtimpânica ⮕ diminui produção de endolinfa
* corticóides transtimpânicos
* descompressão do saco endolinfático (=perfuração)
* neurectomia do nervo vestibular (secção seletiva do nervo vestibular com conservação do nervo coclear)
* labirintectomia transmastoideia (destruição dos sensores do labirinto transmembranoso).

Há sempre possibilidade de recidiva

À medida que se vai perdendo audição as crises são cada vez mais espaçadas. Em cerca de 20% dos casos, a doença de Menière está associada a VPPB.

O sucesso de uma técnica cirúrgica passa pelo sucesso do diagnóstico.

47
Q

Como é o Tratamento cirúrgico da doença de Ménière?

A

Se a terapêutica médica falhartratamento cirúrgico:
* gentamicina transtimpânica ⮕ diminui produção de endolinfa
* corticóides transtimpânicos
* descompressão do saco endolinfático (=perfuração)
* neurectomia do nervo vestibular (secção seletiva do nervo vestibular com conservação do nervo coclear)
* labirintectomia transmastoideia (destruição dos sensores do labirinto transmembranoso).

48
Q

Quais são os critérios para o Tratamento cirúrgico da doença de Ménière?

A

Critérios para tratamento cirúrgico:
* > 1 crise por semana ou crises diárias
* Vertigem incapacitante (com repercussão sócio-profissional)
* Hipoacúsia neurossensorial unilateral (estadios 3 e 4)
* Sem resultados com a terapêutica médica

49
Q

Após um tratamento cirúrgico de sucesso um doento com Ménière fica curado?

A

Não, há sempre possibilidade de recidiva

O tratamento cirúrgico trata a vertigem em 80% dos doentes operados, no entanto, as queixas de acufeno e hipoacusia mantêm-se iguais.