Semiologia otológica - Patologia do ouvido Externo Flashcards
Patologia OE
As patologias do CAE pode ser dividida em dois grandes grupos. Quais são?
Congénita e Adquirida
Patologia do OE
A patologia _______ do CAE insere-se no espetro da _______ completa, a malformações _______ do _______ _______, _______ do meato ou do CAE. Estas malformações podem surgir _______ ou _______ a malformações do _______ e/ou _______, ou ainda, no contexto de _______ mais complexas, a malformações _______ associadas, ou mesmo de outros órgãos e sistemas.
A patologia congénita do CAE insere-se no espetro da atrésia completa (ausência de CAE e pavilhão), a malformações isoladas do pavilhão auricular, estenose do meato ou do CAE. Estas malformações podem surgir isoladas ou associadas a malformações do OM e/ou OI, ou ainda, no contexto de síndromes mais complexas, a malformações craniofaciais associadas, ou mesmo de outros órgãos e sistemas.
Patologia do OE
A Patologia Adquirida do OE, insere-se nos seguintes grupos:
* _______
* _______
* _______
* _______
* _______
* _______
A Patologia Adquirida do OE, insere-se nos seguintes grupos:
* Infecciosa
* Intrínseca da Pele
* Óssea Benigna
* Traumática
* Corpos Estranhos
* Neoplásica
Patologia do OE - Pavilhão Auricular
Quais são as patologias infecciosas do pavilhão auricular que conheces?
- Pericondrite
- Celulite
- Zona
Patologia do OE - Pavilhão Auricular
Caracteriza a Pericondrite:
* O que é?
* Etiologia
* Agentes
* Tratamento
Infeção do pericôndrio do pavilhão auricular (zona cartilaginosa, não afeta o lóbulo).
Etiologia:
* Trauma
* Infeção superficial da pele
Agentes:
1. Pseudomonas aeruginosa
2. Staph (Aureus++, e restantes também, coag (-): epidermidis, haemolyticus, lugdunensis, saprophyticus
3. Proteus mirabilis
TRATAMENTO:
Sempre AB sistémica - empírica (anti-pseudomonas, anti staph)
Com 4 situações possíveis:
Abcesso ⮕ Drenar
Infetado ⮕ ABs
Auto-imune ⮕ Corticóides
Abcesso subpericondral ⮕ Drenagem cirúrgica
Patologia do OE - Pavilhão Auricular
O que é isto?
Pericondrite
Patologia do OE - Pavilhão Auricular
Caracteriza a Celulite:
* O que é?
* Etiologia
* Agentes
* Tratamento
Infeção da pele e tecido subcutâneo do pavilhão auricular - AFETA O LÓBULO
Etiologia:
* Trauma
* Secundária a otite externa aguda
Agentes:
1. Staph (++aureus)
2. Strep (++pyogenes)
Eripsela - Streptococcus β-hemolíticos; grupo A - pyogenes
TRATAMENTO:
Sempre AB sistémica empírica (preferencialmente cubra as P. aureginosas e o S aureus - dado muitas vezes ser secundária a OtiteExternaAguda - agentes mais frequentes)
Patologia do OE - Pavilhão Auricular
O que é isto?
Eripsela - Streptococcus β-hemolíticos; grupo A - pyogenes
Patologia do OE - Pavilhão Auricular
Caracteriza a Zona:
* O que é / Agente causador
* Sinais
* Sintomas
* Tratamento
Infecção provocada pelo vírus Herpes-Zoster, resultante da reativação do vírus, latente ao nível do gânglio geniculado (VII bis).
Sinais - Erupção vesicular na concha, tragus, zona de Ramsay-Hunt (região sensitiva do intermediário de Wrisberg, nervo facial - corresponde ao pavilhão auricular, membrana do tímpano e canal auditivo externo.)
Sintomas
* inicia-se por prurido e eritema,
* sensação de parestesias da concha
* otalgia severa
com instalação progressiva, até:
Síndrome de Ramsay-Hunt:
1. Paralisia facial (VII par) periférica - afeta os 2 andares da face
2. Otalgia intensa
3. Erupção vesicular na concha e CAE
(perda de paladar dos 2/3 anteriores da língua)
Temos ainda: perda de audição e vertigem → transmissão do vírus através de proximidade direta dos nervos cranianos VII e VIII.
Tratamento:
* AV sistémicos (aciclovir, valaciclovir)
* Corticoterapia → paralisia facial
Patologia do OE
Delimita a Zona de Ramsay-Hunt
Região sensitiva do intermediário de Wrisberg, Nervo facial:
* pavilhão auricular
* membrana do tímpano
* canal auditivo externo
Patologia do OE
Caracteriza o Síndrome de Ramsay-Hunt. Quando é que acontece?
Síndrome de Ramsay-Hunt:
1. Paralisia facial (VII par) periférica - afeta os 2 andares da face
2. Otalgia intensa
3. Erupção vesicular na concha e CAE
(perda de paladar dos 2/3 anteriores da língua)
Temos ainda: perda de audição e vertigem → transmissão do vírus através de proximidade direta dos nervos cranianos VII e VIII.
Acontece na Zona. Reativação do Vírus da Herpes-Zoster, no gânglio geniculado
Patologia do OE - Pavilhão Auricular
O que é isto?
Zona
Patologia do OE - CAE
Quais são as patologias infecciosas do CAE que conheces?
- Otite Externa (OE)
- Otite Externa Difusa
- Otite Externa Maligna/Necrosante
- Furúnculo
- Otomicose
Há também Otite Necrotizante Benigna, muito raro, mas interessante.
Patologia do OE - CAE
Caracteriza a Otite Externa:
* O que é?
* Etiologia
* Agentes
* Clínica
* Características da otoscopia
* Tratamento
Processo infeccioso do ouvido externo
Etiologia
* Manipulação do CAE
* Entrada de água, irritantes, contaminantes
Agentes:
* P. aeruginosa
* S. aureus
Clínica:
1. otalgia
2. otorreia
3. dor à pressão tragus e manipulação do pavilhão auricular
4. prurido
5. sensação de plenitude auricular (Quando os sons são percebidos de maneira abafada, ou a pessoa fica com a sensação de que o ouvido está “cheio”) com
6. hipoacúsia
Otoscopia
* hiperemia + edema do CAE
* otorreia
Tratamento
* gotas otológicas (AB + corticoide) → AB sistémica
Patologia do OE - CAE
O que é isto?
Otite Externa
Patologia do OE - CAE
Como disingues clinicamente uma Otite Externa de uma Média Aguda? e de uma crónica supurativa?
A OMA vamos ter uma efusão do ouvido médio (observável no otoscópio) e não há dor ao toque no pavilhão auricular (na externa há)
Na crónica supurativa também há otorreia (neste caso crónica - quadro mais arrastado), mas ao observar o tímpano (otoscopia), este vai estar perfurado (na externa não)
Patologia do OE - CAE
Caracteriza a Otite Externa Difusa:
* O que é/etiologia
* Agentes
* Diagnóstico
* Tratamento
Otite dos nadadores ou “das piscinas”
Agentes
* S. aureus
* Pseudomonas
Diagnóstico (junção dos vários fatores):
1. sinais inflamatórios da parede do CAE + exsudado
2. otalgia intensa
3. hipoacúsia (tanto pelo exsudado como pelo edema),
4. prurido (início do quadro clínico),
5. contexto epidemiológico (entrada de água no CAE - mais no Verão!)
Tratamento:
* antibiótico e corticóide tópico
* AB sistémica
-tratamento ineficaz ou
-imunodeprimido (idoso, diabético, HIV)
porque pode evoluir para otite externa maligna!
Distingue-se da OEA, por ser um quadro com menos dor e mais hipoacúsia. Para além de a OEA ter mais secreções purulentas e a OED mais edema (difuso), daí também maior hipoacúsia
Patologia do OE - CAE
O que é isto?
Otite Externa Difusa
Patologia do OE - CAE
Em que situções devemos abordar a OED com AB sistémica? Qual é a preocupação nestes casos?
- Tratamento tópico ineficaz
- Imunodeprimidos (idoso, diabético, HIV)
Poderá evoluir para Otite Externa Maligna Necrotizante
Patologia do OE - CAE
Caracteriza a Otite Externa Maligna/Necrosante:
* O que é?
* Característica de destaque
* Agentes
* Suspeita clínica
* Clínica
* Otoscopia e ECDs a pedir
* Tratamento
Otite necrotizante habitualmente crónica que afecta indivíduos imunocomprometidos (+++diabéticos!!)
Presença de osteomielite dos ossos da base do crânio
Agentes
* Pseudomonas aeruginosa
Suspeita clínica
* Otite externa resistente ao tratamento!
Clínica
1. Otalgia severa
2. Otorreia
Otoscopia
* Tecido de granulação ou úlcera do CAE com osso exposto
ECDs
* TC ouvido e CE
* Cintigrafia óssea com Gálio (com repetição para monotorização do tratamento
Tratamento:
* AB endovenosa em internamento! - altas doses
* Tratamento da doença de base - longos períodos, 4 a 6 semanas
* Limpeza e desbridamento
* Oxigenoterapia hiperbárica
* Repetição da cintigrafia para monitorização do tratamento
Situação grave com uma taxa de mortalidade elevada
Patologia do OE - CAE
O que é isto?
Otite Externa Maligna/Necrosante
Patologia do OE - CAE
Caracteriza a Furuncolose:
* O que é?
* Agentes
* Clínica
* Tratamento
Infeção localizada da porção cartilaginosa do CAE por obstrução glândula pilossebácea devido a infeção secundária estafilocócica
Clínica
1. Otalgia
2. Dor à pressão do tragus
3. Tumefação dolorosa
Tratamento:
* gotas otológicas (AB + corticoide) → AB sistémica
* Drenagem cirúrgica → flutuação (“bolsa de pus”)
Furunculose = aparecimento recorrente de furúnculos: Drenagem + AB
Patologia do OE - CAE
O que é isto?
Furúnculo
Patologia do OE - CAE
Caracteriza a Otomicose:
* O que é?
* Agentes
* Clínica
* Tratamento
Otite externa fúngica
Agentes:
* Aspergillus
* Candida albicans
Fase inicial:
* exsudado membranoso branco/amarelo/preto com difícil diagnóstico diferencial entre etiologia bacteriana ou fúngica
Fase tardia:
* hifas do fungo - bolor. Pele eritematosa (porção óssea CAE)
Clínica
1. prurido
2. otorreia
3. sensação de plenitude auricular
Tratamento:
* Antimicóticos tópicos ou sistémicos (casos de risco de OEMaligna)
* Acidificação com álcool e limpeza frequente do CAE
* Duração de 15 dias, em vez de 5/7 dias como nas bacterianas.
Patologia do OE - CAE
O que é isto?
Otomicose
Patologia do OE
Quais são as patologias intrísecas da pele que conheces?
- Rolhão de Cerúmen
- Rolhão Epidérmico
- Quistos Epidérmicos e Colesteatomas do Conduto
Patologia do OE
Caracteriza o Rolhão de Cerúmen
O Cerúmen é produzido pelas glândulas sebáceas no CAE, possui uma função antimicrobiana por pH ligeiramente ácido.
O Rolhão forma-se por acumulação atípica do mesmo.
1~Identificação do rolhão por otoscopia.
2~Remoção através de:
* aspiração
* lavagem (deve ser aspirado de seguida, impedindo a acumulação de água)
* ou gancho
3~Maioria dos doentes não necessita de tratamento → Crescimento da pele do CAE faz-se para fora, o que leva à expulsão do cerúmen
Patologia do OE
Caracteriza o Rolhão Epidérmico
Acumulação de descamações epiteliais no CAE - aderentes à parede ou à membrana timpânica.
Pode ser sinal de patologias predisponentes:
* eczema atópico
* eczema de contacto
* dermite seborreica
* psoríase
Tratamento:
* extracção do rolhão e eventualmente corticóides tópicos ou antibióticos, se houver infecção.
Patologia do OE
Caracteriza os Quistos Epidérmicos e Colesteatomas do Conduto
Primários ⮕ surgem espontaneamente
Secundários⮕ cirurgia prévia
Tratamento ⮕ cirúrgico
uma vez que, tal como o colesteatoma do ouvido médio, trata-se de uma patologia com potencial destrutivo da parede do CAE e, posteriormente, do ouvido médio.
Patologia do OE
Quais são as patologias ósseas benignas que conheces?
- Exostoses
- Osteomas do CAE
- Displasia Fibrosa
Patologia do OE
Caracteriza as Exotoses
Patologia óssea benigna mais frequente (muito comum em Portugal - surfistas, mergulhadores, nadadores).
Proliferação óssea externa (séssil) que deforma a morfologia do CAE, condicionando uma diminuição do calibre e volume. - doença do surfista, e pensa-se que a exposição do CAE à água fria e ao vento favorece o crescimento das exostoses.
Assintomática até uma fase tardia, e pode originar uma surdez de transmissão e OE de repetição.
O tratamento é cirúrgico (se houver sintomas importantes).
Patologia do OE
Caracteriza os Osteomas do CAE
São proliferações ósseas únicas, frequentemente pediculadas e arredondadas. O tratamento é cirúrgico (se houver sintomas importantes).
Patologias do OE
Caracteriza a Displasia Fibrosa do OE
Patologia óssea pouco frequente
Fibrose do osso com alteração da arquitectura óssea. Pode ser uma doença monostótica (unilocular - um osso) ou poliostótica (multiocular - vários ossos) atingindo, frequentemente os ossos do crânio, podendo também afetar outros ossos e em quadros mais graves cursar com alterações endocrinológicas.
Trata-se de uma mutação pós-zigótica que causa uma doença tanto mais grave quanto mais cedo ocorrer.
Patologia do OE
O que é isto?
Exostoses - ouvido do surfista
Patologia do OE
Quais são as patologias trumáticas do OE que conheces? Descreve-as e a abordagem às mesmas
Traumatismo do CAE: É frequentemente originado pelo próprio com cotonete, arames, chaves, ganchos de cabelo, etc., habitualmente sem gravidade, mas podendo atingir a membrana timpânica e a cadeia ossicular.
Traumatismo do Pavilhão: Do traumatismo do pavilhão auricular pode resultar hematoma, laceração ou amputação.
A amputação do pavilhão é uma situação que deve ser tratada sob anestesia geral em ambiente hospitalar, se possível recuperar o fragmento amputado até 6 horas.
A laceração pode ser tratada sob anestesia local com sutura dos topos lacerados e antibioterapia.
O hematoma, que é bastante mais frequente, deve ser drenado e efectuado penso compressivo e antibioterapia, caso contrário pode suceder uma necrose da cartilagem ou deformação da mesma (orelha em couve flor).
Patologia do OE
O que devemos ter em conta na abordagem de Corpos estranhos no CAE?
- Frequentes em crianças
- Devem ser removidos rapidamente
- Podem ser animados (organismo vivo) ou inanimados (objeto ou organismo morto
- A abordagem ao corpo estranho vivo, deve ser efeito apenas após o imobilizar, não devendo ser utilizadas soluções alcoólicas que provoquem agitação e consequente aumento dos danos causados pelo mesmo
Utiliza-se micropinça nos animados ou gancho nos inanimados (nunca micropinça - pode provocar deslizamento e maior afundamento do objeto)
Patologia do OE
Quais são as Patologias neoplásicas do OE que conheces?
Os tumores do ouvido externo são raros, sendo que os malignos são os mais frequentes
Mais frequentes são os carcinomas pavimento-celulares do pavilhão
O tratamento é predominantemente cirúrgico, complementado com radioterapia ou quimioterapia nos casos em que se justifica.
● Carcinoma pavimentocelular
● Carcinoma basocelular/basalioma
● Melanoma maligno
● Tumores glandulares: carcinoma adenoide quístico, adenoma/adenocarcinoma ceruminoso, adenoma pleiomórfico