Ventilação mecânica Flashcards

1
Q

Quais são as fases do ciclo ventilatório?

A

Inspiratória: da insuflação pulmonar até o fechamento da válvula inspiratória do circuito
Ciclagem: transição da inspiração para a expiração. Ocorre quando se atinge um determinado tempo, volume, pressão ou fluxo
Expiratória: fechamento da válvula inspiratória e abertura da válvula expiratória até que a pressão se equilibre com a pressão expiratória final determinada
Disparo: término da expiração e abertura da válvula inspiratória reiniciando o ciclo. Pode ser determinado por tempo, pressão ou fluxo
* atualmente o ventilador ainda pode ser disparado pelo estímulo neural (modo NAVA)

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2
Q

Quais são as principais características na diferenciação entre os modos ventilatórios?

A

A forma de ciclagem e o limite com que trabalham

“quem manda e como está mandando”

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3
Q

Como identificar quem da o disparo do modo ventilatório?

A

Identificar quem manda
Ventilador: controlado - Ex: anestesia
Ventilador ou ventilador + paciente: assisto-controlado (A/C) - ex: sedado (UTI)
Ventilador ou paciente (sincronizado): SIMV - ventilação mandatória intermitente sincronizada (desuso pois o paciente e o ventilador brigam muito / usado ainda na pediatria)
Paciente: espontâneo (desmame)

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4
Q

Como identificar qual a ciclagem do modo ventilatório?

A

Como manda? (ciclagem - ins -> exp)
Volume (VCV volume controlada)
Tempo (PCV pressão controlada)
Fluxo (PSV com suporte pressórico) - espontâneo

VC Vê
PaCiente TEimoso
no PS F?

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5
Q

Qual o limite de cada modo?

A

VCV: limita por fluxo (para o volume não entrar muito rápido, fluxo é a velocidade com que o ar vai entrar)
PCV e PSV são limitados por pressão (quem começa por P, limita por P)

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6
Q

O que é a ventilação mandatória contínua e quais seus exemplos?

A

Ventilação em que todos os ciclos são disparados e/ou ciclados pelo ventilador.
Modos: controlado e assitocontrolado

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7
Q

Quais as características do modo controlado de ventilação mandatória contínua?

A

Ventilador dispara todos os ciclos a intervalos determinados de tempo, dependendo da frequência respiratória estabelecida. Utilizado especialmente nos casos de anestesia geral e coma arreativo

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8
Q

Quais as características do modo assistocontrolado de ventilação mandatória contínua?

A

Tanto o ventilador quanto o paciente podem disparar um ciclo. Quando o paciente dispara, o ventilador assiste, ofertando parâmetros preestabelecidos. Quando o paciente não dispara, o ventilador o faz de acordo com a FR mínima ajustada.
É a forma normalmente utilizada para os pacientes sedados, pois promove boa interação do paciente com o ventilador

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9
Q

O que é a ventilação mandatória intermitente?

A

Oferece ciclos mandatórios a uma frequência predeterminada, porém permite que ciclos espontâneos (disparados e ciclados pelo paciente) ocorram entre eles.
Normalmente é citado pelo nome de sua principal variante - ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV).
Nela o ventilador permite que o disparo dos ciclos mandatórios ocorra em sincronia com o realizado pelo paciente

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10
Q

O que é a ventilação espontânea contínua?

A

Todos os ciclos respiratórios são disparados e controlados pelo paciente

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11
Q

Quais são as características da ventilação do modo controlado ou assistocontrolado VCV?

A

Ciclagem: volume
Limite: fluxo
Bom para pacientes sedados, em que se quer garantir a entrega de um volume corrente predeterminado
Ex: insuficiência ventilatória como na miastenia gravis

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12
Q

Como é a pressão nas vias aéreas do paciente em VM no modo controlado ou assitocontrolado VCV?

A

A pressão nas vias aéreas do paciente é variável e consequente à mecânica ventilatória do paciente. Ou seja, quanto mais “duro” (menos complacente) é o pulmão, maior a pressão
Esse é o modo que utilizamos, na prática, para a medida da pressão de pico e pressão de platô, visando calcular Complacência e Resistência do sistema respiratório (utilizando fluxo inspiratório constante e quadrado).
Tais medidas nos ajudam na monitorização respiratória do paciente

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13
Q

Quais são as características da ventilação do modo controlado ou assistocontrolado PCV?

A

Ciclagem: tempo
Limite: pressão
Bom para pacientes sedados, quando se quer ter mais controle sobre a pressão atingida na via aérea. Isso se faz ao estabelecer um limite na pressão e um determinado tempo (tempo insp).

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14
Q

Qual seria um exemplo de uso do modo ventilatório PCV?

A

Quando não se quer elevar muito a pressão nas vias aéreas, como na insuficiência respiratória com alteração na complacência pulmonar, exemplo a SDRA.
* nenhum estudo mostrou superioridade da PCV em relação à PSV na SDRA.

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15
Q

Qual a vantagem do uso do modo ventilatório PCV na SDRA em relação ao VCV? E qual a desvantagem?

A

Uma vantagem seria o fluxo livre (na VCV, o fluxo é limitado, isso pode trazer desconforto).
Em contrapartida, o PCV não é capaz de garantir o volume corrente

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16
Q

Quais as principais características do modo ventilação mandatória intermitente SIMV?

A

Ciclagem: pode ser feita por PCV ou VCV, a principal diferença é a definição da pressão de suporte para quando o paciente fizer ciclos espontâneos
Mais utilizada em pacientes pediátricos
Está em desuso para adultos por poder forçar o paciente desperto a respirar se tornar-se desconfortável

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17
Q

Quais as características do modo ventilação espontânea contínua PSV?)

A

Ventilação com suporte pressórico
Ciclagem: fluxo
Limite: pressão
Bom para o desmame
A pressão de suporte fornecida pelo sistema é retirada quando o paciente reduz o fluxo inspiratório a um valor predeterminado em relação ao maior valor atingido (geralmente 25% do pico de fluxo, embora nos ventiladores modernos possa ser ajustado entre 5-80%)
Se o paciente parar de respirar, o sistema é capaz de detectar e, além de soar o alarme, utilizar parâmetros predefinidos de reserva (backup).

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18
Q

Quais são as curvas que aparecem no gráfico da ventilação?

A

Volume: ar entra - curva sobe/ ar sai - curva desce
Fluxo:
- quadrada: fluxo constante (no VCV para monitorizar a complacência pulmonar)
- descendente quadrada: da rotina, mais fisiológico
Pressão: paciente que puxa e faz esforço tem uma pequena curva negativa (pelo esforço) para depois subir quando o inspira e descer quando expira (A/C), se não tem a curva negativa é controlado.

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19
Q

Como diferenciar o ciclo espontâneo (PSV) do controlado ou A/C nas curvas de ventilação?

A

Ciclo espontâneo: curvas de alturas diferentes, tempo diferentes
Ciclo controlado ou A/C: curvas regulares, mesmo intervalo de tempo, pré-definidas

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20
Q

Como diferenciar os modos PCV do VCV nas curvas do ventilador?

A

Olhar a curva de pressão:
Se ela tem um limite (achatada) é limitada por pressão - PCV (evita barotrauma)
Se não houve achatamento: VCV

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21
Q

Qual algoritmo para interpretar as curvas de ventilação?

A
1- Tem ritmo espontâneo?
Checar se as curvas são diferentes e irregulares
Sim: espontâneo (PSV)
Não: Controlado ou A/C
2- PCV ou VCV?
Checar a curva de pressão
Pressão limtada: PCV
Não limitada: VCV
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22
Q

O que é o pico de fluxo?

A

Após o início do ciclo ventilatório, se olhar a curva de fluxo, ele aumenta até atingir um valor pré-fixado, chamado Pico de Fluxo

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23
Q

O que é a PEEP?

A

À medida que o fluxo de ar entra no sistema, a pressão insp se eleva, vencendo os componente resistivos e elásticos. A pressão atinge seu voluma máximo quando os pulmões atingem sua capacidade máxima de distensão. Após essa fase a válvula exp se abre permitindo a exalação.
A pressão expiratória pode ser mantida acima da pressão atmosférica, pelo controle da válvula de exalação que poderá ser ajustada para impedir a saída total do volume de gás do interior dos pulmões, gerando assim uma pressão positiva expiratória final (PEEP).

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24
Q

Quais os casos em que a curva de volume pode estar alterada no ventilador?

A

Casos de vazamento, desconexão do circuito ou aprisionamento de ar, pois em geral se observa uma curva ascendente e uma descendente

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25
Q

O que é o modo de ventilação volume controlado com pressão regulada (PRVC)?

A

Ciclagem: tempo
Limite: pressão
Indicado quando se deseja controle do volume corrente com pressão limitada.
A cada ciclo o ventilador reajusta o limite de pressão, baseado no volume corrente obtido no ciclo prévio até alcançar o volume corrente alvo ajustado pelo operador.
Como se fosse uma mistura de PCV e VCV.

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26
Q

O que é o modo de ventilação com liberação de pressão nas vias aéreas (APRV)?

A

Modo considerado espontâneo
Ciclagem: tempo
Limite: pressão (utilizando dos níveis de PEEP high e PEEP low)
é um “refinamento” do PSV

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27
Q

O que é o modo de ventilação assistida proporcional (PAV)?

A

Modo espontâneo
Oferece pressão inspiratória proporcional ao esforço do paciente
Caso o esforço se reduza, a ajuda do ventilador também irá reduzir
Indicado para pacientes com drive respiratório, apresentando assincronia significativa com PSV

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28
Q

O que é o modo de ventilação assistida ajustada neuralmente (NAVA)?

A

É um modo ventilatório que captura a atividade elétrica do diafragma e a utiliza como critério para disparar e ciclar o ventilador, oferecendo suporte inspiratório proporcional à atividade elétrica do diafragma
Bom para pacientes com drive respiratório
Apresenta assincronia significativa com PSV

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29
Q

Quais são os parâmetros gerais que devem ser ajustados no ventilador inicialmente?

A

“E100ciais”
FiO2: 100% -> redução gradual 30-40% para manter SaO2 > 90%
FR: 10 irpm -> ajustar para relação ins/exp 1:2 (exp demora um pouco mais
PEEP: 5 cm/H2O -> aumento gradual
Sensibilidade: - 1cmH2O (disparo por pressão) ou 1-2L/min (disparo por fluxo)

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30
Q

Quais são os parâmetros específicos que devem ser ajustados no ventilador inicialmente na VCV?

A

V6V
Volume: 6 (a 8) ml/kg
Fluxo insp: (40 a ) 60L/min
Ajustar pela “sede” de ar do paciente, atentando para a relação I:E (normal 1:2)

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31
Q

Quais são os parâmetros gerais que devem ser ajustados no ventilador inicialmente na PCV?

A

PCV - 12
Tempo insp: 1,2s (ajustar para manter a relação I:E 1:2)
Pressão insp: 12 cmH2O (a 20) (aumenta conforme o necessário)
ajustar para garantir o volume corrente, ao mesmo tempo em que não ultrapassa a pressão de pico 40cmH2O e pressão de platô de 30-35cmH2O

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32
Q

Quais são os parâmetros gerais que devem ser ajustados no ventilador inicialmente na PSV?

A

PSV - 18
Fluxo: pré-determinado pelo ventilador de fábrica
Pressão de suporte: 18 cmH2O (diminui para o paciente precisar cada vez menos desse suporte)

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33
Q

Quais as estratégias utilizadas para corrigir a oxigenação de um paciente em hipoxemia em ventilação mecânica?

A

Para corrigir a oxigenação do paciente, os principais parâmetros a ajustar são:
- aumento da FiO2
- aumento da PEEP
- aumento do tempo insp (ajustando um tempo de pausa insp ou reduzindo o fluxo insp)
além disso pode ser usado manobras de recrutamento alveolar ou ventilação em pronação

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34
Q

Quais as estratégias utilizadas para corrigir a retenção de CO2 em um paciente com hipoventilação?

A

Principais parâmetros para ajustar são:

  • aumento da frequência respiratória
  • aumento do volume corrente
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35
Q

O que é a pressão de pico?

A

Pressão máxima alcançada ao final da inspiração e é proporcional à resistência do sistema

36
Q

O que é a pressão de platô ou pressão de pausa?

A

É avaliada a partir de uma pausa inspiratória de 2s, quando há uma acomodação do ar na via aérea.
Como é medida com fluxo zero, não sofre influência da resistência

37
Q

O que é a pressão de distensão (driving pressure)?

A

É a variação da pressão aplicada às vias aéreas durante a inspiração
é obtida pela subtração:
Pplatô - PEEP
Vem cada vez mais sendo valorizada na abordagem da SDRA

38
Q

O que é a complacência do sistema respiratório?

A

Avalia a elasticidade do sistema e os valores normais ficam entre 50-80ml/cmH20.
A complacência dinâmica é obtida pela fórmula (VC/Ppico-PEEP) e levaria em conta propriedades elásticas e resistivas.
O inverso da complacência é conhecido como elastância

39
Q

Quais situações diminuem a complacência pulmonar e quais aumenta?

A

A SDRA e edema agudo de pulmão: diminuem

Enfisema pulmonar: aumenta

40
Q

O que influencia a resistência das vias aéreas? Quais seus valores normais?

A

A resistência é influenciada pelo diâmetro interno do tubo, a secreção nas vias aéreas e o broncoespasmo
Os valores normais estão entre 4-8 cmH2O/L/s

41
Q

O que é o conceito de auto-PEEP (PEEP intrínseca ou PEEP oculta)?

A

A auto-PEEP é o aprisionamento de ar no interior dos alvéolos, quando não há tempo suficiente para a saída do ar na expiração.
Além de desconforto para o paciente e dessincronização, pode levar ao aumento da pressão alveolar, barotrauma e prejuízo hemodinâmico

42
Q

Quais as principais causas de auto-PEEP?

A

Secreção nas vias aéreas, broncoespasmo, taquipneia, tempo espiratório diminuído

43
Q

Como é feita a avaliação da auto-PEEP?

A

A manobra que se utiliza é a pausa expiratória de 2 segundos, quando se dá o equilíbrio entre as pressões alveolares e do circuito, revelando a PEEP total do sistema.
A PEEP intrínseca (auto-PEEP) é obtida pela fórmula:
PEEP total encontrada com a manobra - PEEP selecionada do ventilador

44
Q

Qual a conduta em uma auto-PEEP?

A

Além de medidas para o problema de base (broncodilatador, corticoide, aspiração de secreção, troca por tubo mais calibroso), deve-se:

  • aumentar o tempo expiratório
  • diminuir o volume corrente
  • diminuir a frequência respiratória
  • aumentar a PEEP do ventilador (para tentar manter as vias aéreas abertas por mais tempo e facilitar o esvaziamento dos alvéolos)
45
Q

Quais as avaliações necessárias para realizar a monitorização ventilatória?

A

Gasometria: coletar preferencialmente da a. radial ou femoral em todos os casos de insuficiência respiratória aguda (o mais rápido possível) e em todos os pacientes sob suporte ventilatório cerca de 20 min após o ajuste inicial dos parâmetros e diariamente, enquanto durar a fase aguda do quadro

Oximetria de pulso: monitorização contínua em todo paciente com suplementação de O2, VNI ou suporte ventilatório invasivo e nos casos de insuf resp aguda

Capnografia: utlizada em pacientes sob suporte ventilatório com doenças neurológicas, para confirmação de adequado posicionamento da prótese ventilatória e em todas as situações de retenção de gás carbônico acima de 50mmHg

46
Q

Qual o mnemônico para identificar SDRA?

A

S ete dias (condição aguda)
D escartar causa cardiogênica/descartar hipervolemia
R x (opacidade bilateral sem outra causa)
A lteração da PaO2/FiO2

47
Q

Como graduar a SDRA em leve, moderada ou grave?

A
Pela alteração da PaO2/FiO2
Quanto mais reduzida, mais grave
Leve: ≤ 300
Moderada: ≤ 200
Grave: ≤ 100
48
Q

Qual estratégia ventilatória pode ser usada na SDRA para reduzir a mortalidade?

A

Ventilação protetora

  • Volumes correntes baixos
  • Limitação da pressão de platô
  • Níveis elevados de PEEP
  • A hemorragia alveolar pode ser conduzida da mesma forma
49
Q

Quais são os modos ventilatórios utilizados na SDRA?

A

Nas primeiras 48-72h, são recomendados VCV ou PCV.

Nos casos de SDRA leve pode ser usada ainda a VNI com máscaras faciais ou cânulas nasais de alto fluxo

50
Q

Como ajustar os parâmetros ventilatórios em uma SDRA - como ventilação protetora?

A

Volume corrente: < 6ml/kg (4-8ml/kg) do peso predito* tolerando níveis mais elevados de PCO2 (hipercapnia permissiva)
A PEEP deve ser titulada visando a menor FiO2 para garantir a saturação de 88-92% - cerca de 90% (PEEP geralmente entre 5-15)
Alvo da pressão de platô é ≤ 30cmH2O
Alvo da driving pressure é ≤ 15 cmH2O (para controlar o estresse alveolar, a variação é grande é ruim para o paciente)

51
Q

Quando é usada a posição prona na SRDA e em quem está indicada?

A

A posição prona (decúbito ventral) pode melhorar a relação ventilação-perfusão e está indicada em pacientes com SDRA e P/F < 150 por pelo menos 16h por sessão.

52
Q

Quando pode ser usado bloqueadores neuromusculares na SDRA?

A

Bloqueadores neuromusculares (ex: cisatracúrio) podem ser utilizados nos pacientes com SDRA mais grave (P/F < 120) nas primeiras 48h, sobretudo em casos de assincronia e dificuldade ventilatória

53
Q

Como é usada as manobras de máximo recrutamento alveolar (MRM) na SDRA?

A

Casos de SDRA moderada a grave, podem ser usadas essas manobras como parte da estratégia protetora (controvérsias sobre real benefício).
As manobras geralmente são baseadas na aplicação de níveis progressivos de pressão positiva entre 35-40cmH2O, seguidas de titulação decremental

54
Q

E se mesmo com todas as medidas o paciente em SDRA ainda apresentar hipoxemia refratária, que estratégia poderia ser usada?

A

ECMO (oxigenação por membrana extracorpórea) venovenosa nos centros com essa tecnologia disponível

55
Q

Como calcular o peso predito?

A

Homens: 50 + 0,91 x (altura em cm - 152,4)
Mulheres: 45,5 + 0,91 x (altura em cm - 152,4)

56
Q

Quais são os principais objetivos na ventilação de um paciente DPOC?

A

Promover o repouso muscular respiratório
Minimizar a hiperinsuflação pulmonar
Melhorar a troca gasosa
Garantir a ventilação alveolar, corrigindo a acidose respiratória se estiver presente
Possibilitar a aspiração de secreções traqueobrônquicas
Possibilitar o sono
Otimizar o tratamento da DPOC

57
Q

Como é feito o ajuste dos parâmetros ventilatórios em um paciente com DPOC?

A

Ventilação VCV ou PCV
Baixo volume corrente (< 6ml/kg)
Baixa FR (8-12 irpm)
Reduzir o tempo insp e prolongar a exp (relaçao I:E de 1:4 - 1:8)
PEEP (80% do auto-PEEP)
Tolera-se hipercapnia até valores de pH 7,2-7,4 (controlar pelo pH e não pela PCO2)
Deve-se evitar a hiperóxia (PaO2 > 120mmHg) com FiO2 suficiente para manter PaO2 entre 60-80mmHg e sat > 90%
Pressão de pico < 45cmH2O
Pressão de platô < 30cmH2O

58
Q

Quais os problemas ventilatórios na asma/DPOC?

A

Aumento de CO2 e aprisionamento de ar (auto-PEEP)

59
Q

Como são as estratégias de ventilação em um paciente com asma?

A

Estratégias que reduzem a hiperinsuflação e o trabalho respiratório
Evitam barotrauma
Mantém a estabilidade do paciente
Enquanto o tratamento medicamentoso reduz a resistência das vias aéreas

60
Q

Quais os ajustes nos parâmetros ventilatórios na ASMA?

A

Semelhante à DPOC com algumas diferenças:

  • Pressão de pico < 50cmH2O
  • Pressão de platô < 35cmH2O
61
Q

Como são as possibilidades de suporte ventilatório na COVID-19?

A

São indicados para pacientes graves com hipóxia (satO2 ≤ 94% em ar ambiente) ou que precisam de oxigenação
Pode ser feita inicialmente por
- oxigenoterapia com sistemas de baixo e alto fluxo
- ventilação não invasiva
- pronação

62
Q

Qual o tempo ideal para intubação na COVID-19 e como ajustar o ventilador?

A

A obtenção de via aérea precoce, como era usada no início da pandemia, é bastante questionada
A ventilação usada é a protetora, semelhante nos casos de SDRA
- volume corrente ≤ 6ml/kg
- pressão de platô ≤ 30cmH2O
- titulação da PEEP para obter FiO2 e driving pressure ≤ 15cmH2O

63
Q

Quais são os 3 critérios para indicar o desmame da ventilação?

A

Clínica: melhora hemodinâmica, nível de consciência, melhora da doença de base
Oxigenação: PaO2 ≥ 60 (com FiO2 (cerca de 30-40% e PEEP 5-6 baixas)
Ventilação: capacidade de iniciar os esforços ventilatórios (índice de ventilação superficial rápida IVSR e o índice de desmame integrado IWI)
índice de Tobin (FR/VCorrente) < 105 (significa que o paciente não pode estar muito taquipneico para um determinado volume, ele deve ser avaliado em um contexto clínico)

64
Q

Como é a técnica utilizada para o desmame da ventilação?

A

Teste de respiração espontânea (TRE) por 30min - 2h:
Realizar por meio de uma peça T ou em PSV (reduzindo gradualmente a P até chegar em 7-8cmH2O - que é a pressão para vencer a traqueia, mostra que o paciente não precisa mais do tubo)

65
Q

Quando interromper a TRE?

A
FR > 35
FC > 140
PAS > 180 ou < 90
SatO2 < 90%
Agitação, sudorese ou rebaixamento no nível de consciência
66
Q

Qual a definição do desmame da ventilação?

A

Transição abrupta ou gradual da ventilação artificial para a espontânea, após um período de 24h de ventilação mecânica invasiva

67
Q

No que devemos pensar ao ver um paciente em VM desconfortável com alteração no traçado do monitor, principalmente em modos controlados?

A

Assincronias
A assincronia paciente-ventilador (APV) é um desacoplamento entre o paciente, em relação a demandas de tempo, fluxo, volume e/ou pressão de seu sistema respiratório e o ventilador.

68
Q

Quais os tipos de assincronias mais comuns?

A

Disparo (esforço ineficaz, autodisparo, duplo disparo)
Ciclagem (prematura, tardia…)
Fluxo (insuficiente ou excessivo)

69
Q

Como pode ser detectado qual tipo de assincronia está ocorrendo?

A

Inspeção visual das curvas de volume-tempo, fluxo-tempo, pressão-tempo no ventilador.

70
Q

Quais os fatores determinantes em relação ao ventilador e ao paciente para ocorrer uma assincronia de disparo ineficaz?

A

Ventilador: mau ajuste ou problemas no mecanismo de sensibilidade. Tempo inspiratório prolngado
Paciente: fraqueza muscular respiratória, depressão do comando neural, hiperinsuflação dinâmica (auto-peep)

71
Q

Quais as estratégias terapêuticas para corrigir assincronia de disparo ineficaz associada ao ventilador?

A

Ajuste/correção de problemas da sensibilidade (fluxo mais sensível que pressão)
Reduzir tempo inspiratório por ajustes em cada modo (VCV, PCV, PSV)

72
Q

Quais as estratégias terapêuticas para corrigir assincronia de disparo ineficaz relacionadas ao paciente?

A

Reduzir ou suspender drogas depressoras do comando neural, sedação ou BNM
Minimizar a hiperinsuflação e titular PEEP externa (valores inferiores a auto-peep), reduzir níveis de PS (modo PSV)

73
Q

Quais os fatores determinantes para uma assincronia por duplo disparo?

A

Ventilador: tempo inspiratório muito curto em relação ao tempo neural
Volume corrente baixo em modo VCV

74
Q

Quais estratégias terapêuticas para corrigir uma assincronia do tipo duplo disparo?

A

Aumentar o tempo inspiratório (VCV ou PCV) ou reduzir o limiar de percentual de fluxo para ciclagem (PSV)
Sedação profunda e/ou BNM na fase precoce da SDRA grave
Modos com possibilidade de variação do volume corrente, como PCV

75
Q

Qual o fator determinante para ocorrer uma assincronia do tipo disparo reverso?

A

Esforço muscular decorrente de insuflação mecânica

76
Q

Quais as estratégias para corrigir uma assincronia do tipo disparo reverso?

A

Reduzir sedação, BNM na fase precoce da SDRA grave

77
Q

Quais os fatores determinantes para uma assincronia do tipo autodisparo?

A

Ventilador: sensibilidade excessiva
Vazamento no sistema
Condensado no circuito do ventilador
Paciente: transmissão de oscilações de pressão e/ou fluxo por batimentos cardíacos

O sistema é “enganado” por artefatos, como vazamentos com despressurização do circuito e entende essa variação como sendo um estímulo respiratório do paciente

78
Q

Quais estratégias terapêuticas para corrigir uma assincronia de autodisparo?

A

Otimização do ajuste de sensibilidade
Correção de vazamentos
Remoção de condensados

79
Q

Quais os fatores determinantes para uma assincronia do tipo ciclagem prematura?

A

Ventilador: tempo insp muito curto em relação ao paciente
Paciente: mecânica respiratória de padrão restritivo no modo PSV, como na fibrose pulmonar

80
Q

Quais estratégias terapêuticas para corrigir uma assincronia de ciclagem prematura?

A

Em VCV: diminuir o fluxo inspiratório e/ou aumentar o volume corrente
Em PCV: aumentar o tempo insp
Em PSV: reduzir o percentual do critério de ciclagem e/ou aumentar a PS

81
Q

Quais os fatores determinantes para uma assincronia por ciclagem tardia?

A

Ventilador: tempo insp muito longo em relação ao do paciente
Paciente: mecânica respiratória obstrutiva no modo PSV, como na DPOC

82
Q

Quais estratégias terapêuticas para corrigir uma assincronia de ciclagem tardia?

A

Em VCV: aumentar o fluxo insp
Em PCV: reduzir o tempo insp
Em PSV: aumentar o percentual do critério de ciclagem e/ou reduzir a PS e/ou aumentar o tempo de subida (rise time)

83
Q

Quais os fatores determinantes para uma assincronia de fluxo insuficiente?

A

Ventilador: em VCV - ajuste de fluxo muito baixo
Em PCV e PSV - a pressão aplicada muito baixa, tempo de subida longo
Paciente: excesso de demanda ventilatória, comando neural elevado

84
Q

Quais estratégias terapêuticas para corrigir uma assincronia de fluxo insuficiente?

A

Em VCV: aumentar o fluxo inspiratório ou mudar para os modos PCV ou PSV
Reduzir estímulo do comando neural e demanda metabólica: controlar febre, dor, acidose metabólica e ansiedade

85
Q

Quais os fatores determinantes para uma assincronia de fluxo excessivo?

A

Em VCV: ajuste de fluxo muito alto

Em PCV e PSV: pressão aplicada muito alta, tempo de subida muito curto (overshoot)

86
Q

Quais estratégias terapêuticas para corrigir uma assincronia de fluxo excessivo?

A

Em VCV: reduzir o fluxo inspiratório

Em PCV e PSV: reduzir a pressão aplicada, aumentar o tempo de subida (rise time)

87
Q

Quais associações rápidas podemos fazer com as assincronias mais comuns e seus respectivos tratamentos?

A

Auto-peep: aumenta tempo exp
Duplo disparo, ou disparo reverso: aumenta tempo insp
Autodisparo: ajuste da sensibilidade (dificultar)
Disparo ineficaz: ajustar a sensibilidade (facilitar)