Ventilação mecânica Flashcards
Quais são as fases do ciclo ventilatório?
Inspiratória: da insuflação pulmonar até o fechamento da válvula inspiratória do circuito
Ciclagem: transição da inspiração para a expiração. Ocorre quando se atinge um determinado tempo, volume, pressão ou fluxo
Expiratória: fechamento da válvula inspiratória e abertura da válvula expiratória até que a pressão se equilibre com a pressão expiratória final determinada
Disparo: término da expiração e abertura da válvula inspiratória reiniciando o ciclo. Pode ser determinado por tempo, pressão ou fluxo
* atualmente o ventilador ainda pode ser disparado pelo estímulo neural (modo NAVA)
Quais são as principais características na diferenciação entre os modos ventilatórios?
A forma de ciclagem e o limite com que trabalham
“quem manda e como está mandando”
Como identificar quem da o disparo do modo ventilatório?
Identificar quem manda
Ventilador: controlado - Ex: anestesia
Ventilador ou ventilador + paciente: assisto-controlado (A/C) - ex: sedado (UTI)
Ventilador ou paciente (sincronizado): SIMV - ventilação mandatória intermitente sincronizada (desuso pois o paciente e o ventilador brigam muito / usado ainda na pediatria)
Paciente: espontâneo (desmame)
Como identificar qual a ciclagem do modo ventilatório?
Como manda? (ciclagem - ins -> exp)
Volume (VCV volume controlada)
Tempo (PCV pressão controlada)
Fluxo (PSV com suporte pressórico) - espontâneo
VC Vê
PaCiente TEimoso
no PS F?
Qual o limite de cada modo?
VCV: limita por fluxo (para o volume não entrar muito rápido, fluxo é a velocidade com que o ar vai entrar)
PCV e PSV são limitados por pressão (quem começa por P, limita por P)
O que é a ventilação mandatória contínua e quais seus exemplos?
Ventilação em que todos os ciclos são disparados e/ou ciclados pelo ventilador.
Modos: controlado e assitocontrolado
Quais as características do modo controlado de ventilação mandatória contínua?
Ventilador dispara todos os ciclos a intervalos determinados de tempo, dependendo da frequência respiratória estabelecida. Utilizado especialmente nos casos de anestesia geral e coma arreativo
Quais as características do modo assistocontrolado de ventilação mandatória contínua?
Tanto o ventilador quanto o paciente podem disparar um ciclo. Quando o paciente dispara, o ventilador assiste, ofertando parâmetros preestabelecidos. Quando o paciente não dispara, o ventilador o faz de acordo com a FR mínima ajustada.
É a forma normalmente utilizada para os pacientes sedados, pois promove boa interação do paciente com o ventilador
O que é a ventilação mandatória intermitente?
Oferece ciclos mandatórios a uma frequência predeterminada, porém permite que ciclos espontâneos (disparados e ciclados pelo paciente) ocorram entre eles.
Normalmente é citado pelo nome de sua principal variante - ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV).
Nela o ventilador permite que o disparo dos ciclos mandatórios ocorra em sincronia com o realizado pelo paciente
O que é a ventilação espontânea contínua?
Todos os ciclos respiratórios são disparados e controlados pelo paciente
Quais são as características da ventilação do modo controlado ou assistocontrolado VCV?
Ciclagem: volume
Limite: fluxo
Bom para pacientes sedados, em que se quer garantir a entrega de um volume corrente predeterminado
Ex: insuficiência ventilatória como na miastenia gravis
Como é a pressão nas vias aéreas do paciente em VM no modo controlado ou assitocontrolado VCV?
A pressão nas vias aéreas do paciente é variável e consequente à mecânica ventilatória do paciente. Ou seja, quanto mais “duro” (menos complacente) é o pulmão, maior a pressão
Esse é o modo que utilizamos, na prática, para a medida da pressão de pico e pressão de platô, visando calcular Complacência e Resistência do sistema respiratório (utilizando fluxo inspiratório constante e quadrado).
Tais medidas nos ajudam na monitorização respiratória do paciente
Quais são as características da ventilação do modo controlado ou assistocontrolado PCV?
Ciclagem: tempo
Limite: pressão
Bom para pacientes sedados, quando se quer ter mais controle sobre a pressão atingida na via aérea. Isso se faz ao estabelecer um limite na pressão e um determinado tempo (tempo insp).
Qual seria um exemplo de uso do modo ventilatório PCV?
Quando não se quer elevar muito a pressão nas vias aéreas, como na insuficiência respiratória com alteração na complacência pulmonar, exemplo a SDRA.
* nenhum estudo mostrou superioridade da PCV em relação à PSV na SDRA.
Qual a vantagem do uso do modo ventilatório PCV na SDRA em relação ao VCV? E qual a desvantagem?
Uma vantagem seria o fluxo livre (na VCV, o fluxo é limitado, isso pode trazer desconforto).
Em contrapartida, o PCV não é capaz de garantir o volume corrente
Quais as principais características do modo ventilação mandatória intermitente SIMV?
Ciclagem: pode ser feita por PCV ou VCV, a principal diferença é a definição da pressão de suporte para quando o paciente fizer ciclos espontâneos
Mais utilizada em pacientes pediátricos
Está em desuso para adultos por poder forçar o paciente desperto a respirar se tornar-se desconfortável
Quais as características do modo ventilação espontânea contínua PSV?)
Ventilação com suporte pressórico
Ciclagem: fluxo
Limite: pressão
Bom para o desmame
A pressão de suporte fornecida pelo sistema é retirada quando o paciente reduz o fluxo inspiratório a um valor predeterminado em relação ao maior valor atingido (geralmente 25% do pico de fluxo, embora nos ventiladores modernos possa ser ajustado entre 5-80%)
Se o paciente parar de respirar, o sistema é capaz de detectar e, além de soar o alarme, utilizar parâmetros predefinidos de reserva (backup).
Quais são as curvas que aparecem no gráfico da ventilação?
Volume: ar entra - curva sobe/ ar sai - curva desce
Fluxo:
- quadrada: fluxo constante (no VCV para monitorizar a complacência pulmonar)
- descendente quadrada: da rotina, mais fisiológico
Pressão: paciente que puxa e faz esforço tem uma pequena curva negativa (pelo esforço) para depois subir quando o inspira e descer quando expira (A/C), se não tem a curva negativa é controlado.
Como diferenciar o ciclo espontâneo (PSV) do controlado ou A/C nas curvas de ventilação?
Ciclo espontâneo: curvas de alturas diferentes, tempo diferentes
Ciclo controlado ou A/C: curvas regulares, mesmo intervalo de tempo, pré-definidas
Como diferenciar os modos PCV do VCV nas curvas do ventilador?
Olhar a curva de pressão:
Se ela tem um limite (achatada) é limitada por pressão - PCV (evita barotrauma)
Se não houve achatamento: VCV
Qual algoritmo para interpretar as curvas de ventilação?
1- Tem ritmo espontâneo? Checar se as curvas são diferentes e irregulares Sim: espontâneo (PSV) Não: Controlado ou A/C 2- PCV ou VCV? Checar a curva de pressão Pressão limtada: PCV Não limitada: VCV
O que é o pico de fluxo?
Após o início do ciclo ventilatório, se olhar a curva de fluxo, ele aumenta até atingir um valor pré-fixado, chamado Pico de Fluxo
O que é a PEEP?
À medida que o fluxo de ar entra no sistema, a pressão insp se eleva, vencendo os componente resistivos e elásticos. A pressão atinge seu voluma máximo quando os pulmões atingem sua capacidade máxima de distensão. Após essa fase a válvula exp se abre permitindo a exalação.
A pressão expiratória pode ser mantida acima da pressão atmosférica, pelo controle da válvula de exalação que poderá ser ajustada para impedir a saída total do volume de gás do interior dos pulmões, gerando assim uma pressão positiva expiratória final (PEEP).
Quais os casos em que a curva de volume pode estar alterada no ventilador?
Casos de vazamento, desconexão do circuito ou aprisionamento de ar, pois em geral se observa uma curva ascendente e uma descendente
O que é o modo de ventilação volume controlado com pressão regulada (PRVC)?
Ciclagem: tempo
Limite: pressão
Indicado quando se deseja controle do volume corrente com pressão limitada.
A cada ciclo o ventilador reajusta o limite de pressão, baseado no volume corrente obtido no ciclo prévio até alcançar o volume corrente alvo ajustado pelo operador.
Como se fosse uma mistura de PCV e VCV.
O que é o modo de ventilação com liberação de pressão nas vias aéreas (APRV)?
Modo considerado espontâneo
Ciclagem: tempo
Limite: pressão (utilizando dos níveis de PEEP high e PEEP low)
é um “refinamento” do PSV
O que é o modo de ventilação assistida proporcional (PAV)?
Modo espontâneo
Oferece pressão inspiratória proporcional ao esforço do paciente
Caso o esforço se reduza, a ajuda do ventilador também irá reduzir
Indicado para pacientes com drive respiratório, apresentando assincronia significativa com PSV
O que é o modo de ventilação assistida ajustada neuralmente (NAVA)?
É um modo ventilatório que captura a atividade elétrica do diafragma e a utiliza como critério para disparar e ciclar o ventilador, oferecendo suporte inspiratório proporcional à atividade elétrica do diafragma
Bom para pacientes com drive respiratório
Apresenta assincronia significativa com PSV
Quais são os parâmetros gerais que devem ser ajustados no ventilador inicialmente?
“E100ciais”
FiO2: 100% -> redução gradual 30-40% para manter SaO2 > 90%
FR: 10 irpm -> ajustar para relação ins/exp 1:2 (exp demora um pouco mais
PEEP: 5 cm/H2O -> aumento gradual
Sensibilidade: - 1cmH2O (disparo por pressão) ou 1-2L/min (disparo por fluxo)
Quais são os parâmetros específicos que devem ser ajustados no ventilador inicialmente na VCV?
V6V
Volume: 6 (a 8) ml/kg
Fluxo insp: (40 a ) 60L/min
Ajustar pela “sede” de ar do paciente, atentando para a relação I:E (normal 1:2)
Quais são os parâmetros gerais que devem ser ajustados no ventilador inicialmente na PCV?
PCV - 12
Tempo insp: 1,2s (ajustar para manter a relação I:E 1:2)
Pressão insp: 12 cmH2O (a 20) (aumenta conforme o necessário)
ajustar para garantir o volume corrente, ao mesmo tempo em que não ultrapassa a pressão de pico 40cmH2O e pressão de platô de 30-35cmH2O
Quais são os parâmetros gerais que devem ser ajustados no ventilador inicialmente na PSV?
PSV - 18
Fluxo: pré-determinado pelo ventilador de fábrica
Pressão de suporte: 18 cmH2O (diminui para o paciente precisar cada vez menos desse suporte)
Quais as estratégias utilizadas para corrigir a oxigenação de um paciente em hipoxemia em ventilação mecânica?
Para corrigir a oxigenação do paciente, os principais parâmetros a ajustar são:
- aumento da FiO2
- aumento da PEEP
- aumento do tempo insp (ajustando um tempo de pausa insp ou reduzindo o fluxo insp)
além disso pode ser usado manobras de recrutamento alveolar ou ventilação em pronação
Quais as estratégias utilizadas para corrigir a retenção de CO2 em um paciente com hipoventilação?
Principais parâmetros para ajustar são:
- aumento da frequência respiratória
- aumento do volume corrente
O que é a pressão de pico?
Pressão máxima alcançada ao final da inspiração e é proporcional à resistência do sistema
O que é a pressão de platô ou pressão de pausa?
É avaliada a partir de uma pausa inspiratória de 2s, quando há uma acomodação do ar na via aérea.
Como é medida com fluxo zero, não sofre influência da resistência
O que é a pressão de distensão (driving pressure)?
É a variação da pressão aplicada às vias aéreas durante a inspiração
é obtida pela subtração:
Pplatô - PEEP
Vem cada vez mais sendo valorizada na abordagem da SDRA
O que é a complacência do sistema respiratório?
Avalia a elasticidade do sistema e os valores normais ficam entre 50-80ml/cmH20.
A complacência dinâmica é obtida pela fórmula (VC/Ppico-PEEP) e levaria em conta propriedades elásticas e resistivas.
O inverso da complacência é conhecido como elastância
Quais situações diminuem a complacência pulmonar e quais aumenta?
A SDRA e edema agudo de pulmão: diminuem
Enfisema pulmonar: aumenta
O que influencia a resistência das vias aéreas? Quais seus valores normais?
A resistência é influenciada pelo diâmetro interno do tubo, a secreção nas vias aéreas e o broncoespasmo
Os valores normais estão entre 4-8 cmH2O/L/s
O que é o conceito de auto-PEEP (PEEP intrínseca ou PEEP oculta)?
A auto-PEEP é o aprisionamento de ar no interior dos alvéolos, quando não há tempo suficiente para a saída do ar na expiração.
Além de desconforto para o paciente e dessincronização, pode levar ao aumento da pressão alveolar, barotrauma e prejuízo hemodinâmico
Quais as principais causas de auto-PEEP?
Secreção nas vias aéreas, broncoespasmo, taquipneia, tempo espiratório diminuído
Como é feita a avaliação da auto-PEEP?
A manobra que se utiliza é a pausa expiratória de 2 segundos, quando se dá o equilíbrio entre as pressões alveolares e do circuito, revelando a PEEP total do sistema.
A PEEP intrínseca (auto-PEEP) é obtida pela fórmula:
PEEP total encontrada com a manobra - PEEP selecionada do ventilador
Qual a conduta em uma auto-PEEP?
Além de medidas para o problema de base (broncodilatador, corticoide, aspiração de secreção, troca por tubo mais calibroso), deve-se:
- aumentar o tempo expiratório
- diminuir o volume corrente
- diminuir a frequência respiratória
- aumentar a PEEP do ventilador (para tentar manter as vias aéreas abertas por mais tempo e facilitar o esvaziamento dos alvéolos)
Quais as avaliações necessárias para realizar a monitorização ventilatória?
Gasometria: coletar preferencialmente da a. radial ou femoral em todos os casos de insuficiência respiratória aguda (o mais rápido possível) e em todos os pacientes sob suporte ventilatório cerca de 20 min após o ajuste inicial dos parâmetros e diariamente, enquanto durar a fase aguda do quadro
Oximetria de pulso: monitorização contínua em todo paciente com suplementação de O2, VNI ou suporte ventilatório invasivo e nos casos de insuf resp aguda
Capnografia: utlizada em pacientes sob suporte ventilatório com doenças neurológicas, para confirmação de adequado posicionamento da prótese ventilatória e em todas as situações de retenção de gás carbônico acima de 50mmHg
Qual o mnemônico para identificar SDRA?
S ete dias (condição aguda)
D escartar causa cardiogênica/descartar hipervolemia
R x (opacidade bilateral sem outra causa)
A lteração da PaO2/FiO2
Como graduar a SDRA em leve, moderada ou grave?
Pela alteração da PaO2/FiO2 Quanto mais reduzida, mais grave Leve: ≤ 300 Moderada: ≤ 200 Grave: ≤ 100
Qual estratégia ventilatória pode ser usada na SDRA para reduzir a mortalidade?
Ventilação protetora
- Volumes correntes baixos
- Limitação da pressão de platô
- Níveis elevados de PEEP
- A hemorragia alveolar pode ser conduzida da mesma forma
Quais são os modos ventilatórios utilizados na SDRA?
Nas primeiras 48-72h, são recomendados VCV ou PCV.
Nos casos de SDRA leve pode ser usada ainda a VNI com máscaras faciais ou cânulas nasais de alto fluxo
Como ajustar os parâmetros ventilatórios em uma SDRA - como ventilação protetora?
Volume corrente: < 6ml/kg (4-8ml/kg) do peso predito* tolerando níveis mais elevados de PCO2 (hipercapnia permissiva)
A PEEP deve ser titulada visando a menor FiO2 para garantir a saturação de 88-92% - cerca de 90% (PEEP geralmente entre 5-15)
Alvo da pressão de platô é ≤ 30cmH2O
Alvo da driving pressure é ≤ 15 cmH2O (para controlar o estresse alveolar, a variação é grande é ruim para o paciente)
Quando é usada a posição prona na SRDA e em quem está indicada?
A posição prona (decúbito ventral) pode melhorar a relação ventilação-perfusão e está indicada em pacientes com SDRA e P/F < 150 por pelo menos 16h por sessão.
Quando pode ser usado bloqueadores neuromusculares na SDRA?
Bloqueadores neuromusculares (ex: cisatracúrio) podem ser utilizados nos pacientes com SDRA mais grave (P/F < 120) nas primeiras 48h, sobretudo em casos de assincronia e dificuldade ventilatória
Como é usada as manobras de máximo recrutamento alveolar (MRM) na SDRA?
Casos de SDRA moderada a grave, podem ser usadas essas manobras como parte da estratégia protetora (controvérsias sobre real benefício).
As manobras geralmente são baseadas na aplicação de níveis progressivos de pressão positiva entre 35-40cmH2O, seguidas de titulação decremental
E se mesmo com todas as medidas o paciente em SDRA ainda apresentar hipoxemia refratária, que estratégia poderia ser usada?
ECMO (oxigenação por membrana extracorpórea) venovenosa nos centros com essa tecnologia disponível
Como calcular o peso predito?
Homens: 50 + 0,91 x (altura em cm - 152,4)
Mulheres: 45,5 + 0,91 x (altura em cm - 152,4)
Quais são os principais objetivos na ventilação de um paciente DPOC?
Promover o repouso muscular respiratório
Minimizar a hiperinsuflação pulmonar
Melhorar a troca gasosa
Garantir a ventilação alveolar, corrigindo a acidose respiratória se estiver presente
Possibilitar a aspiração de secreções traqueobrônquicas
Possibilitar o sono
Otimizar o tratamento da DPOC
Como é feito o ajuste dos parâmetros ventilatórios em um paciente com DPOC?
Ventilação VCV ou PCV
Baixo volume corrente (< 6ml/kg)
Baixa FR (8-12 irpm)
Reduzir o tempo insp e prolongar a exp (relaçao I:E de 1:4 - 1:8)
PEEP (80% do auto-PEEP)
Tolera-se hipercapnia até valores de pH 7,2-7,4 (controlar pelo pH e não pela PCO2)
Deve-se evitar a hiperóxia (PaO2 > 120mmHg) com FiO2 suficiente para manter PaO2 entre 60-80mmHg e sat > 90%
Pressão de pico < 45cmH2O
Pressão de platô < 30cmH2O
Quais os problemas ventilatórios na asma/DPOC?
Aumento de CO2 e aprisionamento de ar (auto-PEEP)
Como são as estratégias de ventilação em um paciente com asma?
Estratégias que reduzem a hiperinsuflação e o trabalho respiratório
Evitam barotrauma
Mantém a estabilidade do paciente
Enquanto o tratamento medicamentoso reduz a resistência das vias aéreas
Quais os ajustes nos parâmetros ventilatórios na ASMA?
Semelhante à DPOC com algumas diferenças:
- Pressão de pico < 50cmH2O
- Pressão de platô < 35cmH2O
Como são as possibilidades de suporte ventilatório na COVID-19?
São indicados para pacientes graves com hipóxia (satO2 ≤ 94% em ar ambiente) ou que precisam de oxigenação
Pode ser feita inicialmente por
- oxigenoterapia com sistemas de baixo e alto fluxo
- ventilação não invasiva
- pronação
Qual o tempo ideal para intubação na COVID-19 e como ajustar o ventilador?
A obtenção de via aérea precoce, como era usada no início da pandemia, é bastante questionada
A ventilação usada é a protetora, semelhante nos casos de SDRA
- volume corrente ≤ 6ml/kg
- pressão de platô ≤ 30cmH2O
- titulação da PEEP para obter FiO2 e driving pressure ≤ 15cmH2O
Quais são os 3 critérios para indicar o desmame da ventilação?
Clínica: melhora hemodinâmica, nível de consciência, melhora da doença de base
Oxigenação: PaO2 ≥ 60 (com FiO2 (cerca de 30-40% e PEEP 5-6 baixas)
Ventilação: capacidade de iniciar os esforços ventilatórios (índice de ventilação superficial rápida IVSR e o índice de desmame integrado IWI)
índice de Tobin (FR/VCorrente) < 105 (significa que o paciente não pode estar muito taquipneico para um determinado volume, ele deve ser avaliado em um contexto clínico)
Como é a técnica utilizada para o desmame da ventilação?
Teste de respiração espontânea (TRE) por 30min - 2h:
Realizar por meio de uma peça T ou em PSV (reduzindo gradualmente a P até chegar em 7-8cmH2O - que é a pressão para vencer a traqueia, mostra que o paciente não precisa mais do tubo)
Quando interromper a TRE?
FR > 35 FC > 140 PAS > 180 ou < 90 SatO2 < 90% Agitação, sudorese ou rebaixamento no nível de consciência
Qual a definição do desmame da ventilação?
Transição abrupta ou gradual da ventilação artificial para a espontânea, após um período de 24h de ventilação mecânica invasiva
No que devemos pensar ao ver um paciente em VM desconfortável com alteração no traçado do monitor, principalmente em modos controlados?
Assincronias
A assincronia paciente-ventilador (APV) é um desacoplamento entre o paciente, em relação a demandas de tempo, fluxo, volume e/ou pressão de seu sistema respiratório e o ventilador.
Quais os tipos de assincronias mais comuns?
Disparo (esforço ineficaz, autodisparo, duplo disparo)
Ciclagem (prematura, tardia…)
Fluxo (insuficiente ou excessivo)
Como pode ser detectado qual tipo de assincronia está ocorrendo?
Inspeção visual das curvas de volume-tempo, fluxo-tempo, pressão-tempo no ventilador.
Quais os fatores determinantes em relação ao ventilador e ao paciente para ocorrer uma assincronia de disparo ineficaz?
Ventilador: mau ajuste ou problemas no mecanismo de sensibilidade. Tempo inspiratório prolngado
Paciente: fraqueza muscular respiratória, depressão do comando neural, hiperinsuflação dinâmica (auto-peep)
Quais as estratégias terapêuticas para corrigir assincronia de disparo ineficaz associada ao ventilador?
Ajuste/correção de problemas da sensibilidade (fluxo mais sensível que pressão)
Reduzir tempo inspiratório por ajustes em cada modo (VCV, PCV, PSV)
Quais as estratégias terapêuticas para corrigir assincronia de disparo ineficaz relacionadas ao paciente?
Reduzir ou suspender drogas depressoras do comando neural, sedação ou BNM
Minimizar a hiperinsuflação e titular PEEP externa (valores inferiores a auto-peep), reduzir níveis de PS (modo PSV)
Quais os fatores determinantes para uma assincronia por duplo disparo?
Ventilador: tempo inspiratório muito curto em relação ao tempo neural
Volume corrente baixo em modo VCV
Quais estratégias terapêuticas para corrigir uma assincronia do tipo duplo disparo?
Aumentar o tempo inspiratório (VCV ou PCV) ou reduzir o limiar de percentual de fluxo para ciclagem (PSV)
Sedação profunda e/ou BNM na fase precoce da SDRA grave
Modos com possibilidade de variação do volume corrente, como PCV
Qual o fator determinante para ocorrer uma assincronia do tipo disparo reverso?
Esforço muscular decorrente de insuflação mecânica
Quais as estratégias para corrigir uma assincronia do tipo disparo reverso?
Reduzir sedação, BNM na fase precoce da SDRA grave
Quais os fatores determinantes para uma assincronia do tipo autodisparo?
Ventilador: sensibilidade excessiva
Vazamento no sistema
Condensado no circuito do ventilador
Paciente: transmissão de oscilações de pressão e/ou fluxo por batimentos cardíacos
O sistema é “enganado” por artefatos, como vazamentos com despressurização do circuito e entende essa variação como sendo um estímulo respiratório do paciente
Quais estratégias terapêuticas para corrigir uma assincronia de autodisparo?
Otimização do ajuste de sensibilidade
Correção de vazamentos
Remoção de condensados
Quais os fatores determinantes para uma assincronia do tipo ciclagem prematura?
Ventilador: tempo insp muito curto em relação ao paciente
Paciente: mecânica respiratória de padrão restritivo no modo PSV, como na fibrose pulmonar
Quais estratégias terapêuticas para corrigir uma assincronia de ciclagem prematura?
Em VCV: diminuir o fluxo inspiratório e/ou aumentar o volume corrente
Em PCV: aumentar o tempo insp
Em PSV: reduzir o percentual do critério de ciclagem e/ou aumentar a PS
Quais os fatores determinantes para uma assincronia por ciclagem tardia?
Ventilador: tempo insp muito longo em relação ao do paciente
Paciente: mecânica respiratória obstrutiva no modo PSV, como na DPOC
Quais estratégias terapêuticas para corrigir uma assincronia de ciclagem tardia?
Em VCV: aumentar o fluxo insp
Em PCV: reduzir o tempo insp
Em PSV: aumentar o percentual do critério de ciclagem e/ou reduzir a PS e/ou aumentar o tempo de subida (rise time)
Quais os fatores determinantes para uma assincronia de fluxo insuficiente?
Ventilador: em VCV - ajuste de fluxo muito baixo
Em PCV e PSV - a pressão aplicada muito baixa, tempo de subida longo
Paciente: excesso de demanda ventilatória, comando neural elevado
Quais estratégias terapêuticas para corrigir uma assincronia de fluxo insuficiente?
Em VCV: aumentar o fluxo inspiratório ou mudar para os modos PCV ou PSV
Reduzir estímulo do comando neural e demanda metabólica: controlar febre, dor, acidose metabólica e ansiedade
Quais os fatores determinantes para uma assincronia de fluxo excessivo?
Em VCV: ajuste de fluxo muito alto
Em PCV e PSV: pressão aplicada muito alta, tempo de subida muito curto (overshoot)
Quais estratégias terapêuticas para corrigir uma assincronia de fluxo excessivo?
Em VCV: reduzir o fluxo inspiratório
Em PCV e PSV: reduzir a pressão aplicada, aumentar o tempo de subida (rise time)
Quais associações rápidas podemos fazer com as assincronias mais comuns e seus respectivos tratamentos?
Auto-peep: aumenta tempo exp
Duplo disparo, ou disparo reverso: aumenta tempo insp
Autodisparo: ajuste da sensibilidade (dificultar)
Disparo ineficaz: ajustar a sensibilidade (facilitar)