Neurologia Flashcards

1
Q

O que é a neuralgia do trigêmio?

A

Distúrbio neuropático do nervo trigêmio, também conhecido como doença de Fothergill

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2
Q

Quais os 3 mecanismos principais que podem causar a neuralgia do trigêmio?

A

Por lesão nuclear: esclerose múltipla (pacientes jovens ou bilateral), AVE…
Por lesão pré-ganglionar: neurinoma do acústico, meningioma
Por lesão do nervo periférico: Sd. de Guillain-Barré, Sjogren, sarcoidose, trauma, hanseníase…

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3
Q

Quais as manifestações clínicas da neuralgia do trigêmio?

A

Crises de dor súbita e intensa nos lábios, gengivas, bochechas, queixo (ramos mandibular e maxilar) e muito raramente, no ramo oftálmico. A dor raramente dura mais do que alguns segundos ou 1 min e pode ocorrer espontaneamente ou através de estímulos em pontos de gatilhos em face, língua, lábios. Jovem com neuralgia do trigêmio pensar em esclerose múltipla!

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4
Q

Qual o tratamento da neuralgia do trigêmio?

A

Carbamazepina ou oxicarbazepina.
Alternativas: lamotrigina, fenitoína, baclofeno.
A cirurgia está indicada no caso de refratariedade ao tratamento clínico

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5
Q

O que é a neuropatia do trigêmio?

A

Perda de sensibilidade na face ou fraqueza na musculatura mastigatória
Possui as mesmas causas da neuralgia do trigêmio, porém se manifesta de forma crônica e contínua e não em crises

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6
Q

Como a esclerose múltipla pode fazer neuralgia do trigêmio?

A

Mesmo o trigêmio sendo um nervo periférico, apesar de ter sua raiz no SNC, ele tem um longo trajeto de axonio no tronco encefálico que pode ser acometida sua bainha de mielina

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7
Q

O que é a paralisia de Bell?

A

Representa o comprometimento do VII par craniano, constituindo a forma mais comum de paralisia facial de origem idiopática ou viral (herpes simples)

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8
Q

Quais as manifestações clínicas da paralisia de Bell?

A

Paralisia facial - perda dos sulcos cutâneos e pregas frontais do lado acometido, desvio da comissura labial para o lado não afetado, incapacidade de fechar o olho para o lado afetado
Tem inicio de forma abrupta, apresentando fraqueza máxima dentro de 48h do início dos sintomas
Dor no ouvido pode anteceder a fraqueza em um a 2 dias
Ainda pode levar a perda de sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da lingua do lado acometido
Hiperacusia do lado acometido é outro achado que pode estar presente
Cerca de 80% dos pacientes se recuperam em algumas semanas e a presença de paralisia incompleta na 1ª semana é o melhor indicador de bom prognóstico

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9
Q

Como é feito o diagnóstico de paralisia de Bell?

A

Clínica + exclusão de outras causas de paralisia facial + ausência de lesão cutânea sugestiva de herpes zóster no canal auditivo externo + exame neurológico normal (Exceto VII par craniano)

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10
Q

Como é feito o tratamento da paralisia de Bell?

A

Corticoide : prednisona 60-80mg/dia por 5 dias, com posterior redução progressiva da dose até encerrar o seu uso por mais 5 dias
Podendo associar valaciclovir (1000mg/d 5-7 dias) ou aciclovir (400mg 5x/d por 10 dias) nos casos graves

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11
Q

O que é a síndrome de Ramsay-Hunt?

A

É a paralisia facial periférica causada pela reativação do vírus herpes zóster (varicela zóster) no gânglio geniculado. É a segunda causa mais comum de paralisia facial periférica

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12
Q

Quais as manifestações clínicas da síndrome de Ramsay-Hunt?

A

Otalgia costuma preceder um dia a paralisia facial periférica, que tende a ser bastante severa
Presença de vesículas no canal auditivo externo, faringe ou na região mastoide
Outros nervos cranianos frequentemente afetados como o V e o VIII pares

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13
Q

Qual o tratamento da síndrome de Ramsay-Hunt?

A

Corticoide + valaciclovir ou aciclovir (Esquema semelhante à paralisia de Bell grave)

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14
Q

Como saber se a paralisia facial é central ou periférica?

A

A paralisia central decorre da lesão do feixe corticonuclear (via motora do córtex cerebral ao núcleo do nervo craniano), acometendo a hemiface contralateral à lesão - devido ao cruzamento das fibras no tronco - e poupando a região superior, já que esta recebe inervação bilateral, de ambos os feixes corticonucleares (ou seja, não há lagoftalmia e o paciente consegue franzir a testa)
Já a paralisia periférica é causada pela lesão direta do nervo, manifestando-se do mesmo lado da lesão e comprometendo TODA a hemiface.

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15
Q

Por que em uma paralisia facial central não há lagoftalmia?

A

Pois a região superior da face, controlada por um ramo do facial ela tem controle no SNC bilateral e dessa forma um lado compensa o outro, então por exemplo em um AVE não ocorre esse déficit.

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16
Q

O que é a neuromielite óptica ou doença de Devic?

A

É um ataque inflamatório agudo do nervo óptico (NO) e da medula espinhal

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17
Q

Quais as características clínicas da NMO?

A

Acometimento bilateral ou unilateral do NO; mielite pode ser transversa, e que comumente acomete mais de 3 seguimentos vertebrais contínuos.
Os ataques do NO e da medula podem não acontecer ao mesmo tempo, às vezes tem intervalo de dias a semanas, ou até anos.

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18
Q

Qual a principal diferença entre a NMO e a esclerose múltipla?

A

Na esclerose múltipla o acometimento bilateral do NO, assim como a mielite transversa são raros

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19
Q

Quais as condições mais associadas à NMO?

A

Mais de 40% dos casos estão associados a doenças autoiunes (LES, vasculites, Sjogren, miastenia gravis…)

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20
Q

Como é feito o diagnóstico da NMO?

A

Clínica + RM + anti-aquaporina-4

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21
Q

Como é feito o tratamento da NMO na crise?

A

Corticoide

Plasmaférese em caso de falha terapêutica com o corticoide

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22
Q

Como é feito o tratamento da NMO na fase de manutenção?

A

Micofenolato mofetil ou rituximabe ou corticoide + azatioprina
Obs: interferon não é efetivo além de aumentar as chances de recaída

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23
Q

O que é a doença de Marburg (esclerose múltipla aguda)?

A

É uma inflamação desmielinizante fulminante que pode levar à óbito dentro de 1 a 2 anos

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24
Q

Quais as características clínicas da esclerose múltipla aguda (doença de Marburg)?

A

Tipicamente não apresenta fase de remissão. Apresenta-se como uma lesão solitária, normalmente CAVITÁRIA, que se parece muito com um tumor cerebral

25
Q

Qual o tratamento da esclerose múltipla aguda (doença de Marburg)?

A

Corticoide, plasmaférese, ciclofosfamida

26
Q

O que é a encefalomielite disseminada aguda (ADEM)?

A

Inflamação desmielinizante, que acomete tipicamente crianças e de forma frequente está associada a um processo infeccioso prévio (principalmente doenças exantemáticas virais) ou vacinação recente

27
Q

Quais as manifestações clínicas da encefalomielite disseminada aguda (ADEM)?

A

Inicia-se no período final da infecção, com reaparecimento da febre, cefaleia, sinais de irritação meníngea, letargia, podendo ocorrer até coma. Convulsões são comuns
Sinais neurológicos estão presentes (hemiparesia, sinal de Babinski, hiper-reflexia, hipoestesia) e costumam surgir todos ao mesmo tempo*
Manifestações cerebelares são comuns se devido à varicela
Pode causar lesão bilateral do n. óptico, assim como na NMO.

  • manifestações importantes para diferenciar da esclerose múltipla
28
Q

Qual a característica da encefalomielite disseminada aguda que cursa com apresentação aguda grave?

A

Leucoencefalopatia hemorrágica aguda

29
Q

Como é feito o diagnóstico da encefalomielite disseminada aguda (ADEM)?

A

História clínica + RM (achados desmielinizantes normalmente simétricos) + LCR (proteína moderadamente elevada, pleocitose à custa de linfócitos, podendo haver a presença de bandas oligoclonais de imunoglobulina)

30
Q

Qual o tratamento da encefalomielite disseminada aguda (ADEM)?

A

Corticoide em altas doses

Em caso de falha terapêutica, plasmaférese ou imunoglobulina

31
Q

Qual o perfil da paciente portadora de pseudotumor cerebral (hipertensão idiopática essencial)?

A

Mulher, jovem, obesa

32
Q

Quais as manifestações clínicas do pseudotumor cerebral?

A

Hipertensão intracraniana (cefaleia, diminuição da acuidade visual, papiledema…)
Pode complicar com perda da visão

33
Q

Como é feito o diagnóstico de pseudotumor cerebral?

A

Exame de imagem (RM) afastando lesão secundária + pressão liquórica aumentada com líquor normal + melhora sintomática após a retirada de 20-30ml de líquoe

34
Q

Qual o tratamento para pseudotumor cerebral?

A

Inibidor de anidrase carbônica (acetazolamida) + emagrecimento
Droga alternativa: topiramato

35
Q

Qual o perfil epidemiológico da trombose de seios durais (seios venosos)?

A

Mulheres jovens (condição rara: 3-4 casos anuais/milhão de habitantes), subdiagnosticada

36
Q

Quais os fatores associados à trombose de seios durais?

A

Gravidez, puerpério e anticoncepcionais.
Outros fatores: trombofilias, neoplasias, infecções (Celulite orbital, otite média, meningite, empiema cerebral…) TCE, obesidade

37
Q

Qual a fisiopatologia associada à trombose de seio venoso (dural)?

A

A obstrução do seio venoso leva ao aumento da pressão venosa sinusal, comprometendo a drenagem de sangue e líquor do SNC, com aumento da pressão intracraniana

38
Q

Quais as manifestações clínicas associadas à trombose de seio dural?

A

Suspeitar em caso de cefaleia não habitual, de instalação recente, podendo ou não ser acompanhada de déficit neurológico focal e convulsões.
Usualmente são encontradas alterações sugestivas de hipertensão intracraniana, como vômito, papiledema e mesmo alterações visuais
Febre é comum quanto a causa é infecciosa

39
Q

A trombose de qual seio venoso é mais associada à hipertensão intracraniana?

A

Trombose do seio sagital superior

40
Q

Quais os sintomas da trombose de seio cavernoso?e

A

Se manifesta com dor e tumefação orbital (devido à oclusão das veias oftálmicas) e disfunção dos pares cranianos responsáveis pela movimentação do globo ocular (III, IV e V), além de alteração da sensibilidade secundária ao acometimento dos ramos oftálmico e maxilar do trigêmio (V par craniano).

41
Q

Como é feito o diagnóstico da trombose de seios durais?

A

RM de crânio complementada com venografia, também pela RM, representam o padrão ouro.
Trombose de seio sagital: sinal do delta vazio na TC com contraste (o seio aparece hiperdenso, pelo contraste, com área hipodensa central correspondendo ao trombo)

42
Q

Como é feito o tratamento da trombose de seios durais?

A

Anticoagulação plena (opção de trombólise endovascular nos pacientes com déficit progressivo e refratário)
A anticoagulação deve ser mantida por pelo menos 3 meses nos pacientes com fatores de risco reversíveis ou indefinidamente nos demais.
Nos casos associados à infecção é necessária drenagem e ATBterapia

43
Q

O que são as síndromes motoras agudas por fármacos?

A

São manifestações motoras que aparecem minutos após o uso da droga

44
Q

Quais as características clínicas da síndromes motoras agudas por fármacos?

A

A manifestação aguda mais comum é a DISTONIA (repetitiva ou sustentada contração muscular, que pode ser acompanhada de posturas bizarras)
No adulto normalmente é focal, e na criança, generalizada

45
Q

Qual o tratamento da síndrome motora aguda por fármacos?

A

Anticolinérgicos (por exemplo: biperideno) ou benzodiazepínicos

46
Q

O que são síndromes motoras subagudas desencadeadas por fármacos?

A

Manifestações motoras que aparecem horas ou dias após o início da droga

47
Q

Quais as características clínicas das síndromes motoras subagudas por fármacos?

A

A manifestação mais comum é a ACATISIA (o paciente não consegue ficar parado e se movimenta o tempo todo

48
Q

Qual o tratamento das síndromes motoras subagudas por fármacos?

A

Retirada da droga. Se não for possível, associar anticolinérgicos, ou benzodiazepínicos, ou betabloq ou agonista dopaminérgico

49
Q

O que são as síndromes motoras tardias por fármacos?

A

Manifestações motoras que aparecem meses ou anos após o início da droga

50
Q

Quais as características clínicas das síndromes motoras tardias por fármacos?

A

A manifestação mais típica são os movimentos COREIFORMES (movimentos involuntários, assimétricos, rápidos e sem propósito).
Os antipsicóticos típicos (haloperidol, clorpromazina…) são os mais relacionados

51
Q

Qual o tratamento das síndromes motoras tardias por fármacos?

A

Suspensão da droga, que deve ser devagar, pois a suspensão abrupta pode causar piora do quadro motor. Se necessário usar: ácido valproico ou anticolinérgicos, ou toxina botulínica nos músculos mais afetados

52
Q

O que é a síndrome neuroléptica maligna?

A

Manifestações que começam dias ou semanas após o uso da droga, mas também podem acontecer após suspensão abrupta das drogas antiparkinsonianas

53
Q

Quais as manifestações clínicas da síndrome neuroléptica maligna?

A

Rigidez muscular, hipertermia, confusão mental, taquicardia, instabilidade pressórica, insuficiência renal e aumento de CPK

54
Q

Qual o tratamento da síndrome neuroléptica maligna?

A

Suspensão imediata da droga + uso de agonista dopaminérgico ou levodopa, dantrolene ou benzodiazepínico + suporte intensivo

55
Q

O que é a síndrome serotoninérgica associada à droga?

A

Drogas com atividades serotoninérgicas (triptofano, ectasy, meperidina) ou bloqueadores dos receptores serotoninérgicos

56
Q

Quais as características clínicas da síndrome serotoninérgica?

A

Confusão mental, hipertermia, taquicardia, rigidez, ataxia, tremor e até coma

57
Q

Como diferenciar a síndrome serotoninérgica da síndrome neuroléptica maligna?

A

Além da história, aqui existe a presença marcante da mioclonia

58
Q

Qual o tratamento da síndrome serotoninérgica?

A

Propranolol, diazepam, clorpromazina, difenidramina ou ciproeptadina + suporte intensivo