Valvopatias Flashcards
Quais passos seguir para uma avaliação adequada de valvopatia?
- Passo 1: Graduação
- Passo 2: Etiologia
- Passo 3: Sintomas
- Passo 4: Complicações
- Passo 5: Intervenção
Quais são os achados no exame físico de estenose mitral importante?
- Facies mitralis
- Estalido de abertura precoce
- B1 hiperfonética
- B2 hiperfonética
- Sopro diastólico em ruflar, com reforço pré-sistólico se paciente em ritmo sinusal
- Sinais de congestão pulmonar e insuficiência cardíaca direita
- Presença de IT
Quais são os achados no eletrocardiograma de paciente com estenose mitral importante?
- Sobrecarga de AE
- Sobrecarga de câmaras direitas
- FA
Quais são os achados na Radiografia de tórax de paciente com estenose mitral importante?
- Índice cardiotorácico normal
- Sinais de aumento de AE:
Elevação do brônquio fonte esquerdo (“sinal da bailarina”)
Duplo contorno atrial à direita
4o arco na silhueta cardíaca à esquerda - Sinais de congestão pulmonar
Quais são os achados no ecocardiograma de paciente com estenose mitral importante?
- AVM < 1,5 cm2
- Gradiente diastólico médio AE/VE ≥ 10 mmHg
- PSAP ≥ 50 mmHg em repouso
- PSAP ≥ 60 mmHg com esforço
Qual a principal etiologia de estenose mitral em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento?
Febre reumática
Qual a principal etiologia de estenome mitral em países desenvolvidos?
Degenerativa (calcificação do anel valvar)
Quais características permitem identificar a estenose mitral como secundária a febre reumática?
- Fusão comissural, espessamento de cúspides
- Comprometimento do aparelho subvalvar
- Abertura em cúpula da cúspide anterior (abertura em Domus) e redução da mobilidade da cúspide posterior
- Acometimento mitroaórtico
Quais características permitem identificar a estenose mitral como secundária a degeneração do anel mitral?
- Calcificação do anel valvar mitral
- Ausência de fusão comissural
- Relação com calcificação aórtica e coronariana
Causas raras de estenose mitral?
- Congênita (Valva mitral em paraquedas e hipoplasia da valva mitral)
- Doenças reumatológicas (lúpus/artrite reumatoide)
- Drogas (metisergida/anorexígenos)
- Síndrome carcinóide
- Doença de Fabry
Doença de Whipple - Lesão actínica – pós-radioterapia
Como é feita a graduação do sopro em cruzes?
Classifica-se a intensidade de 1 a 6:
1 – audível somente com manobras;
2 – facilmente audível, porém sem irradiação
significativa;
3 – moderadamente alto e com irradiação
ampla;
4 – alto e com frêmito;
5 – ausculta possível com parte do estetoscópio sobre a pele;
6 – ausculta com estetoscópio próximo à pele, sem contato.
O que é o sopro de Austin-Flint?
É um sopro mesodiastólico mitral
por fluxo direcionado para valva mitral deixando-a
semifechada durante a diástole ventricular
O que é o sopro de Gallavardin?
Paciente com EAo importante e calcificação da
aorta pode apresentar irradiação do sopro para
o foco mitral, com timbre piante (fenômeno de
Gallavardin).
Qual o principal sintoma da estenose mitral?
Dispneia
Quais outros sintomas os pacientes com EM importante podem apresentar?
Palpitações, hemoptise, disfonia, disfagia, tosse e eventos embólicos.
Quais principais complicadores de quadro de EM importante.?
- Hipertensão pulmonar (PSAP > 50 mmHg em repouso ou > 60 mmHg no esforço);
- FA de início recente
Qual escore utilizado para definição do tipo de intervenção na EM importante?
Wilkins Block
Quais são os parâmetros avaliados no escore de Wilkins Block?
=> Acometimento do aparato paravalvar
1. Mínimo espessamento subvalvar exatamente abaixo dos folhetos mitrais
2. Espessamento de cordas estendendo-se por mais de 1/3 do comprimento
3. Espessamento estendendo-se para o terço distal das cordas
4. Espessamento extenso e encurtamento das cordas, expandindo-se aos músculos papilares
=> Espessamento dos folhetos
1 - Espessamento dos folhetos com espessura próxima do normal (4-5 mm)
2 - Camadas médias normais, espessamento considerável de margens (5-8 mm)
3 - Espessamento expandindo através de toda a camada (5-8 mm)
4 - Espessamento considerável de toda a camada do tecido (> 8-10 mm)
=> Mobilidade dos folhetos
1 - Mobilidade elevada da valva com apenas restrição nas extremidades dos folhetos
2 - Regiões medial e basal apresentam mobilidade normal
3 - A valva continua se movendo adiante na diástole, principalmente na base
4 - Nenhum ou mínimo movimento dos folhetos em diástole
=> Grau de calcificação
1 - Uma área única da ecoluminosidade aumentada
2 - Mínimas áreas de luminosidade confinadas às margens do folheto
3 - Luminosidade expandindo-se dentro da porção média dos folhetos
4 - Luminosidade extensa, além dos limites dos folhetos
Valvoplastia mitral por cateter-balão é indicada em qual etiologia da EM?
Etiologia reumática
Quais as indicações para Valvoplastia mitral por cateter-balão na EM?
EM importante com:
- Sintomas (CF II-IV) e/ou fatores complicadores
- Escore ecocardiográfico de Wilkins-Block ≤ 8 *
(aparelho subvalvar e calcificação ≤ 2)
- Em gestantes ou pacientes com alto risco cirúrgico, considerar se: escore ecocardiográfico 9-10
Quais as contraindicações para Valvoplastia mitral por cateter-balão na EM?
- trombo em AE
- IM moderada ou importante
- fenômeno embólico recente
Quais as indicações para tratamento cirúrgico na EM importante?
- EM reumática CF III-IV com contraindicações à VMCB
- EM reumática com fatores complicadores, não elegíveis para VMCB
- EM degenerativa refratária ao tratamento clínico
Quais as indicações para implante valvar mitral
transcateter (valve-in-MAC) na EM importante?
- EM degenerativa refratária ao tratamento clínico, com contraindicação ou alto risco ao tratamento cirúrgico (em estudo)
Como deve ser o seguimento dos paciente com EM importante assintomáticos e sem complicações?
- Reavaliação clínica e ecocardiográfica a cada 6 a 12 meses
- Intervenção cirúrgica concomitante em pacientes que
serão submetidos a outro procedimento cirúrgico cardíaco
(revascularização coronária, aorta ascendente ou outra válvula) (I C)
Como deve ser o seguimento dos paciente com EM não importante (AVM > 1,5 cm² e gradiente médio AE/VE < 5 mmHg)
- Reavaliação clínica e ecocardiográfica a cada 12 meses.
Quais parâmetros ecocardiográficos caracterizam um IM como importante?
- Área do jato ≥ 40% da área do AE
- Fração regurgitante ≥ 50%
- Volume regurgitante ≥ 60 ml/batimetno
- Vena contracta ≥ 0,7cm
- Área efetiva do orifício regurgitante (ERO) ≥ 0,4cm²
Qual a principal causa de IM no Brasil?
Febre reumática
Qual a segunda etiologia mais frequente de IM no brasil?
Prolapso da valva mitral
Cite outras causas de IM.
- Endocardite infecciosa
- Síndrome de Marfan
- Lúpus eritematoso sistêmico
- Lesões traumáticas
- Deformidades congênitas
Quais os complicadores associados a IM?
- FEVE ≤ 60% ou queda da FEVE durante a evolução (dentro da normalidade)
- Remodelamento progressivo (DSVE ≥ 40 mm)
- PSAP ≥ 50 mmHg ou ≥ 60 mmHg ao exercício
- Volume de AE ≥ 60 ml/m²
- FA de início recente (< 1 ano)
Quais considerações para plástica da valva mitral na IM importante?
- Tratamento de escolha
- Pacientes reumáticos: resultados menos
favoráveis. - Prolapso valvar mitral de cúspide
posterior (P2 isolado): melhores resultados.
Quais considerações para plástica da valva mitral na IM importante?
- Indicada em caso de impossibilidade de plástica valvar.
Quais as considerações para a Clipagem percutânea da valva
mitral na IM importante?
- Reservado a pacientes de alto risco
ou com contraindicação cirúrgica com
sintomas refratários - IM degenerativa por prolapso
- Condição anatômica favorável
- Indicado após decisão do Heart Team
Quais as principais etiologias da IM secundária?
- Doença arterial coronária (IM isquêmica);
- Miocardiopatia dilatada (dilatação anular e/ou mau posicionamento).
Quais os achados no exame físico de um paciente com EAo importante?
- Pulso Parvus et Tardus
- Sopro sistólico ejetivo com pico telessistólico
- Hipofonese de B2
- Hipofonese de B1
- Fenômeno de Gallavardin
- Desdobramento paradoxal de B2 ou B2 única
Quais os achados no ECG de um paciente com EAo importante?
- Sobrecarga de câmaras esquerdas
- Alteração de repolarização ventricular (padrão Strain)
Quais os achados no ecocardiograma que caracteriza o paciente como portador de EAo importante verdadeira?
- AVA ≤ 1,0 cm2
- AVA indexada ≤ 0,6 cm2/m2
- Gradiente VE/Aorta ≥ 40 mmHg
- Velocidade máxima do jato aórtico ≥ 4,0 m/s
- Razão das velocidades de fluxo entre a via de saída do VE e valva aórtica < 0,25
Qual a definição de uma EAo “importante” low flow low gradient clássica?
- AVA ≤ 1,0 cm²
- GM < 40 mmHg
- SVi < 35 ml/m²
- FE < 50%
- Reserva contrátil (aumento de 20% do volume sistólico ejetado e/ou aumento de 10mmHg no GM)
- Aumento da área valvar < 0,3cm²
Qual a definição de uma EAo “pseudo-importante”?
- AVA ≤ 1,0 cm²
- GM < 40 mmHg
- SVi < 35 ml/m²
- FE < 50%
- Reserva contrátil (aumento de 20% do volume sistólico ejetado e/ou aumento de 10mmHg no GM)
- Aumento da área valvar ≥ 0,3cm²
Qual a definição de uma EAo low flow low gradient com FE preservada (paradoxal)?
- AVA ≤ 1,0 cm²
- AVA indexada ≤ 0,6 cm²/m²
- GM < 40 mmHg
- SVi < 35 ml/m²
- FE ≥ 50%
- Escore de cálcio elevado (H > 2000 e M > 1.300)
Como avaliar um paciente com EAo low flow low gradient que não apresenta reserva contrátil?
TC cardíaca para avaliação de escore de cálcio valvar. Se > 2.000 em homens e 1.300 em mulheres, sugere EAo importante.
Quais as principais etiologias de EA?
- Países desenvolvidos: Degenerativa
- Países subdesenvolvidos: Reumática e Bicusíde
- Brasil: pico bimodal
Quais os principais sintomas de EA?
Dor torácica, Síncope e Dispneia
O que síndrome de Heyde? Qual a fisiopatologia envolvida?
- Eao importante + sangramento gastrointestinal (angiodisplasia intestinal)
- Diminuição do fator de Von Willebrand
Quais os complicadores detectados no ECOTT que podem acometer pacientes com EAo importante?
- FEVE < 50%
- AVA < 0,7cm²
- GM > 60mmHg
- Vel. Máx > 5m/s
Quais os complicadores detectados no TE que podem acometer pacientes com EAo importante?
- Queda da PAS > 20mmHg com o esforço
- Ausência de reserva inotrópica
- Sintomas com baixa carga
- Baixa capacidade funcional
Quais as recomendações para tratamento cirúrgico convencional ou TAVI em pacientes com EAo importante?
- I: Sintomáticos
- I: Assintomáticos, com complicadores (FEVE < 50%)
- IIa: Assintomáticos, com complicadores (TE +)
- IIa: Assintomáticos com valvopatia crítica (AVA < 0,7cm² // Vel. Máx jato > 5m/s // GM > 60mmHg)
- IIa: EAo importante low flow low gradiente
- IIa: EAo importante paradoxal sintomático
Como decidir entre TAVI e cirurgia de troca valvar?
- Risco elevado, inoperável, risco proibitivo => TAVI
- Risco baixo ou intermediário:
< 70 anos => cirurgia
> 70 anos => TAVI
Como deve ser o acompanhamento individualizado no paciente com EA a depender da gravidade?
- Importante assintomático => reavaliação clínica e ecocardiográfica a cada 6 meses (se for fazer outro procedimento cirúrgico cardíaca, abordar valvopatia)
- Moderada => reavaliação clínica e ecocardiográfica a cada ano(se for fazer outro procedimento cirúrgico cardíaca, abordar valvopatia)
- Discreta => reavaliação clínica e ecocardiográfica a cada 2-3 anos.
Quais os achados no exame físico de paciente com IAo importante?
- Sopro diastólico aspirativo decrescente com B2 hipofonética
- Sopro mesossistólico de hiperfluxo
- Sopro de Austin-Flint (jato da insuficiência aórtica não permite a abertura valvar mitral, gerando sopro diastólico em ruflar)
- Pulso em martelo d’água ou Corrigan: ascenso rápido e alta amplitude
- Divergência entre pressão sistólica e diastólica
- Sinais clínicos de aumento de pressão de pulso: sinal de Musset, sinal de Becker, dança das artérias, sinal de Muller, sinal de
Quincke, sinal de Rosenbach, sinal de Gerhard, sinal de Traube, sinal de Duroziez, sinal de Mayne e sinal de Hill
O que é o sinal de
Musset, Muller, Quincke, Corrigian?
- Musset: movimentação frontal da cabeça
- Muller: impulsão da úvula
- Quinker: Pulsação capilar ungueal
- Corrigan: pulso martela d’água
Quais os achados no ECG de paciente com IAo importante?
- Sinais de sobrecarga de câmaras esquerdas
Quais os achados no Rx de tórax de paciente com IAo importante?
- Aumento da silhueta cardíaca à custa de dilatação do VE
- Sinais de dilatação ou ectasia da aorta
Quais parâmetros ecocardiográficos caracterizam uma IAo como importante?
- Vena contracta: > 0,6 cm
- Fração regurgitante: >= 50%
- Volume regurgitante: >= 60ml/bat
- ERO (área do orifício regurgitante): >= 0,3cm²
- Largura do jato > 0,65cm
- Área do jato > 0,60 cm²
Características da etiologia reumática da IAo?
- Alta prevalência no Brasil
- Geralmente associada à lesão mitral
- Frequente em adultos jovens
Características da etiologia degenerativa da IAo?
- Geralmente associada à EAo
- Frequente na população idosa
Características da etiologia bicúspide da IAo?
- Associada a alterações da aorta (40% dos casos - aneurisma, dissecção, coarctação)
- Frequente em adultos jovens
Quais os principais sintomas da IAo importante?
Dispneia, síncope e angina
Quais os complicadores avaliados pelo ecocardiograma presentes em uma IAo importante?
- FEVE < 50%
- DDVE > 70 mm (não reumático) e > 75 mm (reumático)
- DSVE > 50 mm (não reumático) e > 55 mm (reumático)
- DSVE indexado > 25 mm/m²
Quais os complicadores avaliados pela Ressonância Magnética presentes em uma IAo importante?
- Presença de fibrose miocárdica (realce tardio)
- Fração regurgitante > 33%
- Volume diastólico final do VE > 246 mL
Indicações de troca valvar em paciente com IAo importante?
- Sintomas (IB)
- FEVE < 50% (IB)
- Diâmetros ventriculares (IIB)
i. Reumáticos: DDVE > 75mm ou DSVE > 55mm
ii. Não reumáticos: DDVE > 70mm ou DSVE > 50mm
iii. DSVE indexado > 25mm/m2
Frequência de reavaliações clínicas e ecocardiográficas em pacientes com IAo importante assintomática e sem complicadores?
6 meses a 1 ano
Obs: intervenção se indicação de outro procedimento cirúrgico cardíaco.
Frequência de reavaliações clínicas e ecocardiográficas em pacientes com IAo moderada?
1 a 2 anos
Quais as características da ET importante no exame físico?
- Estalido de abertura precoce
- B1 hiperfonética
- Sopro diastólico em ruflar, com reforço pré-sistólico se paciente em ritmo sinusal em borda esternal esquerda que aumenta
com a inspiração. - Sinais de congestão sistêmica: hepatomegalia, ascite, edema de membros inferiores, estase jugular, sinal de Kussmaul
Quais as características da ET importante no ecocardiograma?
- Área valvar tricúspide ≤ 1,0 cm2
- Gradiente diastólico médio AD/ventrículo direito ≥ 5 mmHg
- Aumento isolado de AD
- PHT tricúspide ≥ 190 ms
Principal etiologia da estenose tricúspide?
Febre reumática
Quais os sintomas da estenose tricúspide importante?
- Fadiga (principal sintomas)
- dor e edema de MMII
- Ausência de dispneia
- Palpitações, ascite, sinais e disfunção hepática
Quais os complicadores que podem estar presentes na estenose tricúspide importante?
- FA
- Comprometimento hepático (elevação de enzimas, alteração do coagulograma)
Qual o tratamento de escolha na estenose tricúspide importante?
- Valvoplastia tricúspide por balão
Quais as contraindicações para valvoplastia tricúspide por balão na ET importante?
- Presença de trombo refratário à anticoagulação e/ou vegetação e IT importante.
Quais as indicações para troca de valva tricúspide em paciente com ET importante?
- Opção em caso de impossibilidade de valvoplastia por balão.
- Preferência por prótese biológica
- Preferível se associada à cirurgia para tratamento da valvopatia mitral.
Quais as indicações de realizar investigação de doença arterial coronariana em pacientes com indicação de cirurgia valvar?
- Idade > 40 anos
- Suspeita de doença coronariana
> Fatores de risco para aterosclerose (DM, HAS, DLP…)
> Eventos prévios de angina - Disfunção ventricular esquerda
- Avaliação de etiologia na IM secundária
Quais as indicações de anticoagulação nas valvopatias de valvas nativas?
- EM com FA (independe do CHADSVASC) e/ou trombo atrial esquerdo) => anticoagulação apenas com varfarina.
- Demais valvopatias + FA (a depender do CHADSVASC) => anticoagulação com DOAC ou vanfarina
- Evento embólico prévio sem FA => Varfarina
Quais as indicações de anticoagulação nas valvopatias corrigidas com próteses biológicas?
- Se FA => varfarina (IB) ou DOAC (IIbB)
- Se Ritmo sinusal - prótese mitral (primeiros 3-6 meses) => varfarina (IIb) e DOAC (III)
- Se Ritmo sinusal - prótese aórtica (primeiros 3-6 meses) => varfarina (IIb) e DOAC (III)
Quais as indicações de anticoagulação nas valvopatias corrigidas com TAVI?
- Se FA => Varfarina (IB) e DOAC (IIb)
- Ritmo sinusal => não recomendado
- FA + ATC (DAC crônica) => DOAC + Clopidogrel
Quais as indicações de anticoagulação nas valvopatias corrigidas com próteses mecânicas?
- Varfarina => independente do ritmo e do CHADSVASC
Dose inicial da anticoagulação com varfarina pela idade?
< 65 anos => 5mg/dia
> 65 anos => 2,5mg/dia
Que dias solicitar a primeira e segunda dosagem do TAP/INR após inicio da varfarina?
No 3º dia => avaliar hiper-responsividade à medicação;
No 5º dia => para iniciar ajustes
Obs.: A partir disso, fazer a cada 5 dias até atingir faixa terapêutica.
Em regra, qual o intervalo do INR a ser adotado?
Entre 2,0 e 3,0
Quais as exceções para adotarmos um valor de INR mais elevado e qual o alvo?
Valor entre 2,5 e 3,5
1. Prótese mecânica em posição mitral
2. Prótese mecânica em posição aórtica associada a FA
3. Estados de hipercoagulabilidade
4. Eventos cardioembólicos na vigência de INR entre 2,0 e 3,0
Como fazer o ajuste da dose da varfarina?
Valores de INR
i. < 1,5 => aumentar 15% semanal
ii. Entre 1,5 e 2,0 => aumentar 10% semanal
iii. Entre 2,0 e 3,0 => manter dose semanal
iv. Entre 3,0 e 4,0 => reduzir 15% semanal
v. Entre 4,0 e 5,0 => suspender 1 dose, e reduzir 10% da dose semanal
vi. Entre 5,0 e 9,0 => suspender varfarina até INR entre 2,0 e 3,0, reiniciar com 15% menos da dose semanal
vii. > 9,0 => internar, suspender varfarina em média por 4 dias, fazer vitamina K 1,0 a 2,5mg oral a ser repetir em 24/48h se INR não cair < 5,0 e reinicar anticoagulação após INR próximo a valores-alvo (abaixo de 4)
Qual a dose da rivaroxabana?
20mg 1x ao dia
Em qual situação fazer o ajuste da rivaroxabana?
Qual dose a ser realizada?
- ClCr entre 30 e 50mL/min
- 15mg 1x ao dia
Qual a dose da apixabana?
5mg 12/12h
Em qual situação fazer o ajuste da apixabana?
Qual dose a ser realizada?
Se 2 dos 3 fatores abaixo estiverem presentes?
- Idade > 80 anos
- Peso < 60kg
- Cr > 1,5 mg/dl
Dose: 2,5 mg 12/12h
Quais as contraindicações para uso da rivaroxabana?
ClCr < 30ml/min
Doenças hepáticas associadas à coagulopatia
Quais as contraindicações para uso da apixabana?
ClCr < 15ml/min
Doenças hepáticas associadas à coagulopatia
Qual a dose da endoxabana?
60mg 1x ao dia
Em qual situação fazer o ajuste da endoxabana?
Qual dose a ser realizada?
Se presente um ou mais dos fatores abaixo:
- ClCr entre 15-50mL/min
- Peso < 60kg
- Utilização concomitante dos seguintes inibidores da glicoproteína P (ciclosporina, dronedarona, eritromicina ou cetoconazol)
Quais as contraindicações para uso da endoxabana?
Clearance de creatinina > 95 mL/min ou < 15 mL/min
Qual a dose da dabigatrana?
150mg 12/12h
Em qual situação fazer o ajuste da dabigatrana?
Qual dose a ser realizada?
Se um dos abaixo:
≥ 80 anos
ClCr entre 30 e 50 ml/min
Alto risco de sangramento
Dose: 110mg 12/12h
Quais as contraindicações para uso da dabigatrana?
- Clearance de creatinina < 30 mL/min
- Uso concomitante de cetoconazol
Procedimentos cirúrgicos de baixo risco de sangramento necessitam de suspensão de anticoagulantes?
Não.
Obs.:
- No caso da Varfarina deve ser dosado o INR 24 a 48 horas antes e liberar o procedimento se estiver na faixa
- No caso de DOAC, evitar fazer o procedimento horas após a dosa.
Procedimentos cirúrgicos de alto risco de sangramento necessitam de suspensão da varfarina?
Como fazer?
Sim. Suspender 5 dias antes.
Realizar ponte com:
> Enoxaparina - suspender 24 horas antes
> HNF: suspender 6h antes
Retornar heparina 12 horas após se hemostasia adequada.
Reiniciar varfarina no dia seguinte
Suspender heparina quando INR alcançar a faixa
Procedimentos cirúrgicos de alto risco de sangramento necessitam de suspensão de DOACs?
Como fazer?
Sim.
Suspender 24 a 48 horas antes.
Como fazer em pacientes que necessitam de cirurgia de urgência e fazem uso da varfarina?
Complexo protrombínico 50UI/kg
Quais antídotos para pacientes que fazem uso de DOACs e necessitam de cirurgia de emergência?
Idarucizumab - antídoto para dabigatrana
Andexanet alfa - Antídoto para inibidor do fator Xa
Medicação de escolha para profilaxia secundária de febre reumática?
Penicilina G benzatina 1.200.000ui 21/21 dias.
Medicação de escolha em caso de alergia a penicilina ou como alternativa ao desabastecimento?
Sulfadiazina 1g 1x ao dia
Critérios para suspensão da profilaxia secundária?
- Sem cardite: suspender aos 18 aos ou 5 anos após o último surto;
- Cardite sem sequelas ou sequelas muito discretas (exceto lesões estenóticas): suspender as 25 aos ou 10 anos após o último surto;
- Cardite grave ou troca valcar: Até os 40 anos ou por toda a vida.
Para quem está indicada a profilaxia para endocardite infecciosa?
Pacientes portadores de:
1. Valvopatias moderada a grave, independente da etiologia;
2. Portador de prótese valvar;
3. Risco elevado para EI grave: prótese valvar cardíaca, EI prévia, cardiopatia congênita não reparada ou corrigida parcialmente ou corrigida com material protético, transplantado cardíaco com valvopatia.
Como é feita a profilaxia não farmacológica para EI?
- Manutenção de ótima saúde bucal
> Consultas odontológicas trimestrais - Contraindicada arte corporal
> Piercing em pele, língua e mucosas
> Tatuagens
Em que situações é realizada a profilaxia para EI?
Procedimentos odontológicos de alta probabilidade de bacteremia (manipulação de tecido gengival, região periodontal ou perfuração da mucosa oral), do trato gastrointestinal, geniturinário e respiratório que envolvam lesão de mucosa.
Esquemas de profilaxia para endocardite infecciosa antes de procedimentos dentários?
- Fármaco de escolha:
> Amoxicilina 2g - Alérgicos a penicilina (oral):
> Clindamicina 600mg
> Azitromicina ou claritromicina 500mg - Parenteral:
> Ampicilina 2g
> Cefazolina ou ceftriaxona 1g - Parenteral (alérgicos a penicilina)
> Clindamicina 600mg
*Obs: 1h antes do procedimento
Profilaxia antibiótica parenteral para procedimentos do trato gastrointestinal e geniturinário?
- Parenteral:
> Ampicilina 2g + gentamicina 1,5mg/kg - Alérgicos a penicilina
> Vancomicina 1g + gentamicina 1,5mg/kg
Valvopatias que classificam a gestação como de alto risco?
- Estenose mitral importante
- Estenose aórtica importante
- Prótese biológica estenótica/calcifiacada
- Prótese mecânica com disfunção
Valvopatias que classificam a gestação como de risco intermediário?
- Prótese biológica com disfunção moderada
- Estenose valvar pulmonar
- Prótese mecânica mitral > Prótese mecânica aorta
Valvopatias que classificam a gestação como de risco intermediário?
- Doença valvar discreta
- Prótese biológica sem disfunção
- Sem fatores complicadores
Como é feito o controle da anticoagulação em prótese mecânica durante a gravidez entre a 6ª e 12ª semanas?
HNF ou Enoxaparina
Como é feito o controle da anticoagulação em prótese mecânica durante a gravidez entre a 12ª e 36ª semanas?
Varfarina na dose de acordo com o INR
Como é feito o controle da anticoagulação em prótese mecânica durante a gravidez entre a 36ª semana e o parto?
HNF ou Enoxaparina
Como é feito o controle da anticoagulação em prótese mecânica durante no puerpério?
Retorna com HNF ou enoxaparina 6h após o parto.
Iniciar a varfarina 48 horas após o parto
manter HNF ou enoxaparina até alvo de INR
Indicação de parto normal em gestante com valvopatia.
Parto vaginal e anestesia peridural/raquidiana são preferenciais para doença valvar de risco baixo e intermediário
Quando deve ser preferível o parto via cesárea?
- Doença Valvar de Alto Risco (lesões obstrutivas graves)
- Doenças de aorta torácica ascendente
- Parto na vigência de anticoagulação
- História de dissecção de aorta