Trabalho cefaléia Flashcards

1
Q

Quais os tipos de cefaleia primária?

A
  • Cefaleia migrânea, também denominada enxaqueca, e suas subdivisões;
  • cefaleia tipo tensional e suas subdivisões;
  • cefaleias trigeminais autonômicas, também conhecidas por cefaleia em salvas ou, ainda, neuralgia do trigêmeo e suas subdivisões;
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2
Q

Quais os tipos de cefaleia secundária?

A

• Cefaleia atribuída a trauma ou lesão cefálica e/ou cervical
• Cefaleia atribuída a transtorno vascular craniano e/ou cervical
• Cefaleia atribuída a transtorno intracraniano não vascular
• Cefaleia atribuída ao uso de substância ou à sua supressão
• Cefaleia atribuída a infecção
• Cefaleia atribuída a transtorno da homeostase
• Cefaleia ou dor facial atribuída a transtorno do crânio, pescoço, olhos, orelhas, nariz,
seios paranasais, dentes, boca ou outra estrutura facial ou cervica
• Cefaleia atribuída a transtorno psiquiátrico

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3
Q

Quais as características da cefaleia do tipo tensional?

A

A cefaleia tensional é a mais recorrente dentre as cefaleias, sendo está a cefaleia
primária mais comum.

  • Possui pico de incidência entre 20 e 50 anos de idade
  • Mais prevalente em mulheres do que em homens.
  • Dor não pulsátil, em aperto ou pressão
  • Normalmente bilateral
  • Com intensidade leve a moderada
  • Sem piora ao fazer esforço físico.

O abuso de analgésicos é relatado na maioria das vezes por esses pacientes.
Nos exames complementares e avaliação clínica não há alterações. O diagnóstico é clínico. É dividida em três apresentações de acordo com a duração, temporalidade da cefaleia: Cefaleia do tipo tensão episódica infrequente, cefaleia do tipo tensão episódica frequente, cefaleia do tipo tensão crônica

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4
Q

Quais os critérios diagnósticos da cefaleia tensional episódica pouco frequente?

A

Há menos de uma crise por mês

A. Ao menos 10 episódios de cefaleia ocorrendo em <1 dia/mês em média (<12
dias/ano) e preenchendo os critérios B-D

B. Duração de 30 minutos a sete dias

C. Ao menos duas das quatro seguintes características:

   1. localização bilateral
   2. qualidade em pressão ou aperto (não pulsátil)
   3. intensidade fraca ou moderada
   4. não agravada por atividade física rotineira como caminhar ou subir escadas

D. Ambos os seguintes:

   1. ausência de náusea ou vômitos
   2. fotofobia ou fonofobia (apenas uma delas pode estar presente)

E. Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3

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5
Q

Quais os critérios diagnósticos da cefaleia tensional episódica muito frequente?

A

Ocorre geralmente 2 vezes por semana

A. Ao menos 10 episódios de cefaleia ocorrendo em média em 1-14 dias/mês por >3
meses (≥12 e <180 dias por ano) e preenchendo os critérios B-D

B. Duração de 30 minutos a sete dias

C. Ao menos duas das quatro seguintes características:

   1. localização bilateral
   2. qualidade em pressão ou aperto (não pulsátil)
   3. intensidade fraca ou moderada
   4. não agravada por atividade física rotineira como caminhar ou subir escadas

D. Ambos os seguintes:

   1. ausência de náusea ou vômitos
   2. fotofobia ou fonofobia (apenas uma delas pode estar presente)

E. Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3.1

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6
Q

Quais os critérios diagnósticos da cefaleia tensional crônica diária?

A

A cefaleia tensional crônica diária ocorre em mais de quinze dias ao mês durante três
meses ou mais, sendo ela a menos prevalente. O abuso de analgésico geralmente é relatado por esses pacientes. As queixas associadas são distúrbios do sono, dificuldade de conciliar o sono, sono fragmentado, período de sono reduzido, alterações do apetite, ansiedade, depressão, dor muscular difusa. Podem estar associadas a alterações sistêmicas, como, ritmo cardíaco, ritmo respiratório, pele, ciclo menstrual, hipertensão arterial sistêmica, peso, alopecia.

Diagnóstico:

A. Cefaleia ocorrendo em média em ≥15 dias/mês, por >3 meses (≥180 dias/ano),
preenchendo os critérios B-D

B. Duração de horas a dias, ou sem remissão

C. Ao menos duas das quatro seguintes características:

   1. localização bilateral
   2. qualidade em pressão ou aperto (não pulsátil)
   3. intensidade fraca ou moderada
   4. não agravada por atividade física rotineira como caminhar ou subir escadas

D. Ambos os seguintes:

   1. ausência de náusea moderada ou intensa ou de vômitos
   2. fotofobia, fonofobia ou náusea leve (apenas uma delas pode estar presente)

E. Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3.1

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7
Q

Quais as características da cefaleia em salvas?

A
  • A cefaleia em salvas é uma cefaleia trigêmino-autonômica de baixa prevalência
  • Mais recorrente em homens
  • Mais frequente na terceira e quintas décadas de vidas.
  • São desencadeadas pelo sono alterado, uso de álcool e nitrato.
  • Há relatos de melhora associada à prática de atividade física.
  • A dor tem duração limitada, de 15 minutos a 3 horas, ocorrem em séries que duram semanas a meses havendo períodos de remissão que podem durar de meses a anos. - Sua frequência é variável, ocorrendo crises a cada dois dias ou até mesmo oito crises por dia. Episódios noturnos são comuns.
  • A dor é descrita como unilateral,
  • Forte intensidade.
  • Região orbital, supraorbital e temporal.
  • Sua manifestação é associada a injeção conjuntival, lacrimejamento, congestão nasal, rinorreia, sudorese frontal e facial, miose, ptose e/ou edema palpebral, ipsilaterais à dor, e/ou a inquietude ou agitação.
  • Seu diagnóstico é estritamente clinico.
  • A Cefaleia em salvas podem ser classificadas em episódica ou crônica. A episódica é
    caracterizada por dois períodos de salvas durando de sete dias a um ano (quando não tratadas) e separadas por períodos de remissão livres de dor de superior ou igual a 3 meses. Já a crônica é aquela sem período de remissão, ou com remissões durando menores que 3 meses, por ao menos um ano
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8
Q

Quais são os critérios diagnósticos da cefaleia em salvas?

A

A. Ao menos cinco crises preenchendo os critérios B-D

B. Dor forte ou muito forte unilateral, orbital, supraorbital e/ou temporal, durando 15-180 minutos (quando não tratada)

C. Um dos ou ambos os seguintes:

       1. ao menos um dos seguintes sintomas ou sinais, ipsilaterais à cefaleia:
              a. injeção conjuntival e/ou lacrimejamento
              b. congestão nasal e/ou rinorreia
              c. edema palpebral
              d. sudorese frontal e facial
              e. miose e/ou ptose
      2. sensação de inquietude ou de agitação

D. Ocorrendo com uma frequência entre uma a cada dois dias até oito por dia

E. Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3

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9
Q

Quais as características da cefaleia migrânea sem aura e com aura?

A
  • A cefaleia migrânea, também conhecida como enxaqueca, é o principal diagnóstico das queixas de cefaleias na Atenção Básica. É uma doença neuro vascular associada a crises repetidas de dor de recorrência muito variável. Geralmente causam limitações ao paciente, impedindo atividades rotineiras, trazendo impactos econômicos a sociedade.
  • Podem ser fatores desencadeantes: estresse; alterações do sono, jejuns, ingestão de certos alimentos (chocolate, laranja, comidas gordurosas e lácteas, vinhos), privação da cafeína, exposição a ruídos altos, odores fortes ou alterações climáticas, prática de exercícios físicos, uso de medicamentos vasodilatadores. De acordo com a apresentação dos sintomas podemos dividir a migrânea em com ou sem aura
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10
Q

Quais os critérios diagnósticos da cefaleia migrânea sem aura?

A

A cefaleia migrânea sem aura é o subtipo mais prevalente das enxaquecas, acomete
principalmente mulheres. Cefaleia recorrente manifestando-se em crises que duram de quatro a 72 horas. A dor é descrita como de localização frontotemporal unilateral; caráter pulsátil; intensidade moderada ou forte; exacerbação por atividade física rotineira e associação com náusea e/ou fotofobia e fonofobia. Caso não seja tratada corretamente pode se cronificar

Critérios diagnósticos:

A. Ao menos cinco crises preenchendo os critérios de B a D

B. Crises de cefaleia durando 4-72 horas (sem tratamento ou com tratamento ineficaz), com frequência < 15 dias por mês

C. A cefaleia possui ao menos duas das seguintes características:
1. localização unilateral
2. caráter pulsátil
3. intensidade da dor moderada ou forte (incapacitante)
4. exacerbada por ou levando o indivíduo a evitar atividades físicas rotineiras
(por exemplo: caminhar ou subir escadas)

D. Durante a cefaleia, ao menos um dos seguintes:

     1. náusea e/ou vômito
     2. fotofobia e fonofobia

E. Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3

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11
Q

Quais os critérios diagnósticos da cefaleia migrânea com aura?

A

Sua apresentação é descrita pela presença de sintomas neurológicos focais reversíveis que não fazem parte da enxaqueca comum. A sintomas focais instauram gradualmente de 5 a 20 minutos, e persistem por menos de 60 minutos, geralmente antecedem as crises de cefaleia. A aura visual se manifesta com flashes de luz, falhas no campo visual (escotomas) ou imagens brilhantes em ziguezague. Hemiparesia ou disfasia podem estar presentes. Inúmeras manifestações sintomáticas fazem parte da grande síndrome. A enxaqueca com aura e dividida em 4 fases:

1ª) Premonitória/ pródromos: pode ocorrer de horas a dias antecedentes da crise de
enxaqueca, caracteriza-se por fadiga, dificuldade de concentração, rigidez do pescoço, foto ou fonofobia, náusea, visão borrada, bocejos e palidez;
2ª) Aura: manifestações neurológicas localizadas, surgem de maneira gradual, podendo iniciar antes ou junto com a dor de cabeça;
3ª) Dor de cabeça/cefaleia
4ª) fase de resolução/pósdromo possui manifestações semelhantes a fase premonitória pode ocorrer uma dor em toda a cabeça leve e residual.

Critérios diagnósticos:

A. Ao menos cinco crises preenchendo os critérios de B a D

B. Um ou mais dos seguintes sintomas de aura plenamente reversíveis:

        1. visual (mais comum, 90%- escotomas, moscas volantes)
        2. sensorial (parestesias)
        3. fala e/ou linguagem (disartria, afasia)
        4. motor (paresias)
        5. tronco cerebral (zumbido, hipoacusia, diplopia, ataxia)
        6. retiniano (monocular - amaurose fugaz)

C. Ao menos três das seis seguintes características:

        1. ao menos um sintoma de aura alastra-se gradualmente por ≥5 minutos
        2. dois ou mais sintomas de aura ocorrem em sucessão
        3. cada sintoma de aura individual dura 5-60 minutos
        4. ao menos um sintoma de aura é unilateral
        5. ao menos um sintoma de aura é positivo
        6. a aura é acompanhada, ou seguida dentro de 60 minutos, por cefaleia

D. Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3

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12
Q

Quais são os sinais de alarme para cefaleia?

A

Os sinais de alarme como cefaleias associadas a sintomas sistêmicos, rigidez na nuca e febre nos levam a possibilidade neuroinfecções, como as meningites.

Pacientes com cefaleias novas e histórico de neoplasia pode esta relacionada há metástase cerebral;
Cefaleias associadas a déficit neurológico chamam sempre bastante atenção pois podem estar relacionadas apenas a uma enxaqueca com aura mas também pode ser causadas por um AVC hemorrágico ou isquêmico;

Cefaleias de início súbito e caracterizadas como a pior da vida que pode ser uma hemorragia subaracnóidea; Cefaleia acompanhada com hipertensão arterial grave; confusão e papiledema, pode significar uma encefalopatia hipertensiva. cefaleias iniciadas após os 50 anos de idade podem estar relacionadas a uma arterite temporal, dor à palpação de artéria temporal e podendo ser acompanhada de polimialgia reumática, tem grande chance de ser uma arterite de células gigantes, cefaleia acompanhada com olhos vermelhos e pupilas medianas, tem uma
hipótese diagnóstica de glaucoma agudo;

Mudança no padrão das dores de cabeça em pacientes que apresentam cefaleia prévia apresentam maior risco de serem cefaleias secundárias; cefaleias relacionadas a posição postural podem estar relacionadas a uma hipertensão intracraniana; cefaleias iniciadas por esforços, relação sexual; presença de papiledema pode estar relacionado a tumores cerebrais ou em mulheres obesas a hipertensão intracraniana idiopática; cefaleias de aumento progressivo podem ser causadas por tromboses venosas central; cefaleias pós traumas na cabeça chamam atenção para causas secundárias como hematoma subdural; cefaleia com perda de campos visuais laterais, cefaleia e tumor hipofisário, que pode ser por apoplexia hipofisária ;cefaleias em pacientes imunossuprimidos ou com HIV devem ser investigados pois pode haver a presença de infecções oportunistas e por último e de grande importância cefaleias que não apresentam melhora após recorrente uso de analgésicos podem estar relacionadas a cefaleias secundárias por abuso de medicamento.

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13
Q

Como é o tratamento sintomático das cefaleias tensionais?

A
  • Feito por meio de analgésicos como aspirina ou paracetamol e até mesmo massagem na área dolorida.
  • Dados os potenciais gatilhos desencadeadores das cefaléias tensionais (transtornos do sono, estresse, disfunção da articulação temporomandibular, dor cervical e esforço ocular), o principal tratamento profilático para essa cefaléia é a terapia comportamental e psicológica. Podemos utilizar em particular a amitriptilina como fármaco preventivo, e o resultado é muito bom, especialmente se associarmos com uma técnica de terapia comportamental que atue especialmente no gatilho desencadeante da dor
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14
Q

Como é o tratamento sintomático das cefaleias em salva?

A
  • Não utilizamos analgésicos ou AINES, porque não há uma resposta muito boa à esses medicamentos. São utilizados os triptanos (de preferência parenterais) e di-hidroergotamina ou oxigênio a 100% administrado por máscara facial aberta. Pode-se também fazer uma estimulação não invasiva do nervo vago como tratamento das crises.
  • Diferentemente das migrâneas, em que nem todas precisavam de um tratamento profilático, todos os pacientes com cefaléias em salva devem receber tratamento com fármacos preventivos, visto que a CES é frequente, intensa e incapacitante. O tratamento preventivo à longo prazo pode ser feito com uso de verapamil, lítio, topiramato, divalproex ou uma associação destes. Outros métodos profiláticos incluem o uso de prednisona VO ou bloqueio do nervo occipital maior (feito com um anestésico local e um corticosteroide) que proporciona uma prevenção temporária até início e introdução dos fármacos com inicio de ação mais demorados já citados
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15
Q

Como é o tratamento sintomático das cefaleias migrâneas?

A

Quando o paciente apresenta crises leves à moderadas o tratamento pode ser feito com o uso de paracetamol ou antiinflamatórios não esteroidais. Podemos lançar mão do uso de alguns analgésicos que contém opióides, cafeína ou butalbital em crises ocasionais e brandas, mas geralmente esses medicamentos levam a uma utilização em excesso do fármaco e provocam as chamadas cefaléias por uso excessivo de medicação. Antieméticos podem ser utilizados isoladamente para essas crises leves à moderadas.

Por sua vez, quando essas crises leves evoluem para uma migrânea incapacitante ou são graves e intensas desde o início, utilizamos uma classe de medicamentos chamada de triptanos: são medicamentos agonistas dos receptores 1B e 1D da serotonina exmplos : sumatriptano, zolmitriptano, naratriptano, rizatriptano, eletriptano, almatriptano e fravotriptano. Ou seja, não são analgésicos, mas atuam no alívio da dor bloqueando a liberação de neuropeptídeos responsáveis pela dor da migrânea. O uso dessa classe medicamentosa é mais eficaz quando utilizada no início da crise, e pode ser combinada com antieméticos quando há náusea associada; porém, seu uso em excesso também leva à cefaléia por abuso de medicação. Outra classe que pode ser utilizada para o tratamento de crises graves é a di-hidroergotamina é um bloqueador alfa-adrenérgico associada a um antiemético antagonista de dopamina. Essa combinação é bastante eficaz para interromper crises persistentes muito graves. Porém, deve-se lembrar que pelos seus mecanismos de ação, tanto triptanos quanto di-hidroergotaminas devem ser usados com cautela em pacientes coronariopatas, com HAS não controlada ou fatores de riscos vasculares, pois podem causar constrição da artéria coronária.

A profilaxia (ou terapia preventiva) para as migrâneas é feita quando constantemente essa cefaléia interfere nas atividades diárias do paciente, apesar do tratamento da crise aguda. Além de medidas na mudança do estilo de vida como alimentação, prática de atividades físicas, consumo hídrico adequado entre outros, deve-se retirar o fator desencadeante da crise (quando este for identificado) e interromper o uso excessivo de analgésicos quando for o caso. Para alguns pacientes é indicado o tratamento profilático medicamentoso, e este pode ser feito se adequando a condições de saúde pré existentes do paciente. Podemos utilizar uma pequena
dose de amitriptilina à noite para pacientes que possuem insônia, betabloqueadores para pacientes cardio/coronariopatas, topiramato para obesos ou com risco de ganho de peso e divalproex para aqueles com mania.
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16
Q

O que são as cefaleias secundárias?

A

Estas possuem uma causa orgânica e estão sempre associadas à outras patologias. Apesar de podermos ter vários tipos de possíveis diagnósticos para as cefaleias secundárias, as cefaleias primárias ainda correspondem a mais de 90% dos casos

17
Q

Quais são os critérios diagnósticos das cefaleias secundárias?

A

A. Qualquer cefaleia preenchendo o critério

B. Foi diagnosticada outra perturbação cientificamente documentada como podendo causar cefaleias

C. Evidência de causalidade demonstrada por, pelo menos, dois dos seguintes:
1. A cefaleia desenvolveu-se em relação temporal com o início da presumida perturbação causal
2. Um ou dois dos seguintes:
a) A cefaleia piorou significativamente em paralelo com o agravamento da
presumida perturbação causal
b) A cefaleia melhorou significativamente em paralelo com a melhoria da
presumida perturbação causal
3. A cefaleia tem as caraterísticas típicas da perturbação causal
4. Existe outra evidência de causalidade

D. Não é melhor explicada por outro diagnóstico

18
Q

Quais as características da cefaleia atribuída a lesão ou traumatismo cranio-encefalico ou cervical?

A

Este primeiro, dentre os tipos de cefaleia secundária, é o mais frequente e constantemente se assemelha às cefaleias tensionais e do tipo enxaqueca. Se ocorrerem nos primeiros 3 meses, após a lesão, são consideradas agudas e se continuarem para além desse período, são designadas persistentes ou crônicas. Para o diagnóstico é estritamente necessário a especulação de quando ocorreu a lesão ou traumatismo e o início da cefaleia. Se, por alguma razão, o médico não for capaz de obter essa informação, o diagnóstico estará comprometido.

O quadro é desenvolvido num período de 7 dias após a lesão ou o traumatismo, ou num período de 7 dias após recuperar a consciência e/ou a capacidade de avaliar e de reportar a dor, quando estas tenham sido afetadas pela lesão ou pelo traumatismo.

A cefaleia pode ocorrer como um sintoma isolado, após lesão ou traumatismo, ou fazendo parte de uma rede de sintomas, como tonturas, fadiga, alterações da concentração, lentificação psicomotora, alterações ligeiras da memória, insônia, ansiedade, alterações da personalidade e irritabilidade. Quando vários destes sintomas estão presentes após um traumatismo cranioencefálico, considera-se que o doente tem uma síndrome pós traumatismo. As alterações do sono pós-traumáticas, as alterações do humor e os fatores psicossociais indutores de stress podem influenciar o desenvolvimento e a perpetuação da cefaleia. O uso excessivo de medicação utilizada nas crises pode contribuir para a persistência da cefaleia após traumatismo cranioencefálico através do desenvolvimento da cefaleia por uso
excessivo de medicamentos.

19
Q

Quais as características da cefaleia atribuída a lesão vascular craniana ou cervical?

A

Para o diagnóstico de cefaleia secundária é sempre necessário estabelecer a relação causal com o(s) sintoma(s). No caso da cefaleia atribuída a lesão vascular, a relação é fácil de estabelecer, uma vez que a cefaleia se apresenta de forma aguda, associada a sinais neurológicos e regride rapidamente.

Em vários casos, como nos acidentes isquêmicos ou hemorrágicos, a cefaleia é camuflada por sinais focais e/ou alterações do estado de consciência. No caso da hemorragia subaracnóidea, a cefaleia é, normalmente, o sintoma mais exaltado. Já
na possibilidade de acidente vascular cerebral, tromboses venosas cerebrais, arterite de células gigantes e a angeíte do sistema nervoso central, a cefaleia é, em muitas das vezes, um sinal de alarme. Um indício que sugere uma causa vascular subjacente é o início, geralmente súbito, de uma cefaleia nova, desconhecida até então para o doente.

20
Q

O que é a cefaleia por uso excessivo de medicamentos?

A

Pacientes com uma cefaleia primária pré-existente que desenvolvem, em associação com o uso excessivo de medicamentos, um novo tipo de cefaleia ou uma piora significativa da sua cefaleia pré-existente que, em qualquer um dos casos, preenche os critérios para cefaleia por uso excessivo de medicamentos (ou um dos seus subtipos), devem receber tanto esse diagnóstico como o diagnóstico da cefaleia pré-existente.
Os pacientes que preenchem os critérios tanto para migrânea crônica como para cefaleia por uso excessivo de medicamentos devem receber ambos os diagnósticos. Será a cefaleia que ocorre em 15 ou mais dias/mês em um paciente com uma
cefaleia primária pré-existente e que se desenvolve como uma consequência do uso excessivo regular de medicamentos sintomáticos ou agudos para cefaleia (em 10 ou mais ou 15 ou mais dias/mês, dependendo do medicamento) por mais de três meses. Habitualmente desaparece após a interrupção do uso excessivo.

21
Q

Quais são os sinais de alarme na avaliação e no diagnóstico das cefaleias?

A
  • Cefaleia que se inicia após os 50 anos
  • Cefaleia de início súbito
  • Cefaleia com características progressivas (intensidade, frequencia, duração)
  • Cefaleia de início recente em paciente com neoplasia ou HIV
  • Cefaleia com doença sistêmica (febre, rigidez de nuca, rash cutâneo)
  • Cefaleia com sinais neurológicos focais
  • Cefaleia associada a edema de papila