P1 Emergências cirúrgicas Flashcards

1
Q

Trauma é a principal causa de morte de 1 a 40 anos. V ou F?

A

V

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2
Q

Explique porque a morte no trauma é trimodal

A

Ela pode ser:

  • Imediata: segundos a poucos minutos
  • Precoce: minutos a horas
  • Tardia: dias a semanas

A imediatas são mais prevalentes

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3
Q

Qual o papel do pré-hospitalar no trauma?

A
  • Manutenção da via aérea
  • Controle de hemorragia externa
  • Controle do choque
  • Imobilização do paciente
  • Via aérea definitiva
  • Acessos vasculares
  • Drenagem pleural
  • Transporte logo que possível!!!
  • Triagem do paciente levando pacientes graves para centros de referência em trauma de acordo com a complexidade do trauma
  • Contato prévio para maximizar atendimento
  • Obtenção de informações relacionadas ao trauma
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4
Q

Como deve ser a avaliação primária intra-hospitalar no trauma?

A
  • Avaliar rapidamente o paciente
  • Estabelecer prioridades
  • Diagnosticar e tratar lesões que ameacem a vida imediatamente

Airway - via aérea com proteção da coluna cervical
Breathing - ventilação e respiração
Circulation - circulação com controle da hemorragia
Disability - disfunção, estado neurológico
Exposure/environmental control - exposição/controle do ambiente: despir completamente o doente, mas prevenindo a hipotermia

Avaliação em 10 segundos:

  • Apresente-se
  • Pergunte o nome
  • Pergunte o que aconteceu

Atendimento seqüencial obedecendo: PRIORIDADES

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5
Q

Como deve ser a avaliação do “A” do ABCDE do trauma?

A

Qualquer manipulação deve-se iniciar com ➔ Controle da coluna cervical

➔ Anteriorização da mandíbula = jaw thrust
➔ Levantamento do queixo = chin lift

Verificar:

  • corpos estranhos
  • fraturas de face
  • fraturas de mandíbula
  • lesões tráqueo - laríngeas
Avaliar necessidade:
      ➔ VIA AÉREA DEFINITIVA
            -Intubação nasotraqueal
            -Intubação orotraqueal
      ➔ Via aérea cirúrgica
            -Cricotireoidostomia
            -Traqueostomia
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6
Q

Como deve ser a avaliação do “B” do ABCDE do trauma?

A
  • Inspeção do tórax ➔ freqüência respiratória, expansão, feridas
  • Ausculta ➔ MV: presença, diminuição, ausência
  • Percussão ➔ timpanismo, macicez
  • Nível de consciência, cianose

Leões graves que atrapalham ventilação e ameaçam a vida em curto prazo – identificar rapidamente:

1) Pneumotórax hipertensivo
2) Hemotórax maciço
3) Pneumotórax aberto
4) Lesões traqueais / bronquiais

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7
Q

Como deve ser a avaliação do “C” do ABCDE do trauma?

A
  • Hipotensão ➔ choque hipovolêmico
  • Avaliar rapidamente:
    ➔ nível de consciência
    ➔ cor da pele/ perfusão periférica
    ➔ pulso
  • Identificar e controlar hemorragias externas
  • Controle hemorragias internas se necessário
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8
Q

Como deve ser a avaliação do “D” do ABCDE do trauma?

A
  • Escala de coma de Glasgow ou escala de Glasgow + reatividade pupilar

Causas de rebaixamento do nível de consciência:

1) Hipóxia
2) Diminuição Perfusão Cerebral(hipovolemia)
3) Trauma Cerebral
4) Álcool
5) Drogas

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9
Q

Como é a escala de coma de Glasgow? E a reatividade pupilar?

A
Abertura ocular:
       ➔ Espontânea: 4  
       ➔ Ao estímulo sonoro: 3
       ➔ Ao estímulo de pressão: 2
       ➔ Nenhuma: 1 
Resposta verbal:
       ➔ Orientada: 5 
       ➔ Confusa: 4
       ➔ Verbaliza palavras soltas: 3
       ➔ Verbaliza sons: 2
       ➔ Nenhuma: 1
Resposta motora:
       ➔ Obedece comandos: 6
       ➔ Localiza estímulos: 5
       ➔ Flexão normal: 4
       ➔ Flexão anormal: 3
       ➔ Extensão anormal: 2
       ➔ Nenhuma: 1

Trauma leve: 13-15
Trauma moderado: 9-12
Trauma grave: 3-8

Reatividade pupilar:
➔ Inexistente: -2
➔ Unilateral: -1
➔ Bilateral: 0

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10
Q

Como deve ser a avaliação do “E” do ABCDE do trauma?

A
  • Despir o paciente completamente
  • Aquecer o paciente
  • Aquecer líquidos de infusão
  • Iniciar exame completo

EVITAR HIPOTERMIA

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11
Q

O que é a reanimação?

A
  • A reanimação consiste de procedimentos simultâneos ao exame primário (intubação, acesso venoso…)
  • Identifica-se e trata-se imediatamente condições que possam levar a morte
  • O2 Suplementar PARA TODOS OS PACIENTES

Avaliar Via Aérea Definitiva:

  • Intubação Nasotraqueal
  • Intubação Orotraqueal
  • Via Aérea Cirúrgica

2 Acesos Venosos Calibrosos
• Colher sangue para tipagem sanguínea e prova cruzada, além de exames
• Ringer 1000 a 2000ml aquecido ( 37 – 40º C )
• Transfusão de sangue(tipo específico x O negativo)
• Reanimação cirúrgica

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12
Q

Quais são as medidas auxiliares a avaliação primária/reanimação?

A
  • Oximetria de pulso
  • Pressão arterial
  • Monitorização eletrocardiográfica (FC, FR, ritmo )
  • Sondagem vesical – avaliação débito urinário
  • Sondagem gástrica

Radiografias:

  • Tórax AP
  • Pelve AP
  • Ossos longos/partes moles AP

Ultrassonografia
FAST ou e-FAST
Lavado periotoneal diagnóstico

Outros:
- Exames -Tipagem/prova cruzada
- Hemograma/eletrólitos/outros
- Gasometria
• Capnógrafo(verifica ar expirado ➔ intubação)

OBS: Nenhuma dessas medidas deve postergar qualquer manobra de reanimação!!!
• São condicionados à capacidade local (laboratório,aparelho rx portátil…

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13
Q

Como deve ser a avaliação secundária intra-hospitalar no trauma?

A

• Realizado após estabilização do paciente
• Inicia-se com a história e completa-se com exame detalhado de todo o corpo
• A história pode ser colhida:
-paciente
-familiares/acompanhantes
-equipe de resgate
-testemunhas do acidente

• HISTÓRIA:
➔ Mecanismo do trauma:
-Cair de 10 metros x cair da própria altura
-Projétil de baixa ou alta velocidade ( as últimas provocam lesões graves)
-Tipo de objeto que causou o trauma
-Velocidade do carro, deformação, capotamento, vítima presa nas ferragens…

HISTÓRIA AMPLA:
• A lergia
• M edicamentos
• P assado médico/P renhez
• L íquidos e alimentos ingeridos
• A mbiente/evento do trauma
EXAME FÍSICO:
• Cabeça e face
• Coluna cervical e pescoço
• Coluna torácica e lombar
• Tórax a abdome
• Genitália, reto e períneo
• Sistema músculo esquelético
  • Devemos lembrar que qualquer descompensação nos remete novamente ao ABCDE/REANIMAÇÃO
  • Reavaliações frequentes devem ser a regra em pacientes graves
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14
Q

Quais biomecânicas do trauma SUGEREM lesões graves?

A
  • Capotamento/Deformação do veículo
  • Ejeção de veículo
  • Morte de outras vítimas
  • Ausência de capacete
  • Projéteis de alta velocidade
  • Explosões
  • Quedas de altura
  • Acidentes de massa
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15
Q

Quais são as medidas auxiliares a avaliação secundária?

A
  • São exames mais detalhados e complexos que demandam tempo e transporte
  • Deve-se realizar apenas quando paciente estável e pesando risco x benefício
  • Radiografias adicionais da coluna e extremidades
  • Tomografias
  • Ressonâncias
  • Arteriografias
  • Broncoscopia/Endoscopia
  • Outros
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16
Q

Como deve ser o cateter para acesso venoso?

A

Curto e grosso, com baixa resistência e bom fluxo

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17
Q

Quais são as técnicas de acesso venoso?

A
A) Punções
      ➔ Periféricas
      ➔ Centrais
      ➔ Punção periférica e cateterização central
B) Dissecções
      ➔ veias periféricas e centrais
      ➔ com cateterização central
C) Punções Intra Ósseas
D) Cateterismo Umbilical
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18
Q

Quais são os dispositivos para punção venosa?

A
  1. Escalpe (“butterfly”)
  2. Cateteres sobre agulha(jelco)
  3. Cateteres através da agulha (Intracath)
  4. Cateter com fio guia(monolúmen)
  5. Cateter central de inserção periférica (PICC)
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19
Q

Quais são os tipos de punção venosa?

A

1) Periférica
2) Central
3) Inserção periférica cateterização central

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20
Q

Quais as características do acesso venoso periférico?

A

É realizado em veias periféricas

Pode ser feito com:
- Escalpe 
     ➔ "Butterfly"
- Cateter sobre agulha
    ➔ Jelco
    ➔Abocath
    ➔Introcan
    ➔Outros

O calibre é inversamente proporcional ao número.
24 – Amarelo 22 – Azul 20 – Rosa 18 – Verde 16 – Cinza 14 – Laranja

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21
Q

Quais são as indicações do acesso venoso periférico?

A

-Impossibilidade via oral
-Hidratação, reposição hidroeletrolítica
-Medicação
É a via preferencial na urgência/emergência. Rápido, geralmente “fácil”

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22
Q

Quais são as principais complicações do acesso venoso periférico?

A
  • Flebite
  • Extravasamento (infiltração)
  • Hematoma
  • Celulite
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23
Q

Quando é indicado o uso do acesso venoso central?

A

Acesso para intervenções e/ou monitorizações hemodinâmicas

  • Medida de Pressão Venosa Central contínua
  • Medida de pressão capilar pulmonar
  • Monitorização contínua de níveis O2
  • Marcapasso temporário / definitivo
  • Medida contínua temperatura central

Acesso para infusão medicamentosa

  • Acesso venoso periférico – indisponível ou muito difícil
  • Uso prolongado de medicação venosa
  • Uso drogas irritantes / vasopressores / quimioterápicos
  • Nutrição parenteral total

Acesso para procedimento hematológico

  • Plasmaférese
  • Hemodiálise
  • Coleta de amostras de sangue repetidas e contínuas
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24
Q

Quais são as contraindicações relativas ou absolutas do acesso venoso central?

A
  • Recusa do paciente
  • Trombocitopenia
  • Dispositivo de acesso central permanente ipsilateral
  • Hemotórax e/ou pneumotórax contralateral
  • Trombose veia ou trajeto
  • Estenose da veia ou trajeto
  • Infecção no local de punção
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25
Q

Quais veias podem ser usadas para realização do acesso venoso central?

A
  • Jugular Interna
  • Subclávia
  • Femoral
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26
Q

Onde é o local correto para a inserção do cateter de acesso venoso?

A

➔ Cateter entrando via veia subclávia, progredindo sua ponta na transição da veia cava superior com o átrio direito

➔ Se o acesso femoral estiver abaixo do nível do diafragma não da para aferir pressão venosa central, tem que ficar na transição para o átrio, dentro da veia cava superior ou inferior

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27
Q

Quais são os dispositivos de punção central?

A

Cateter através da agulha com fio guia - Intracath

Cateter com fio guia: monolumen, duplolumen e triplolumen

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28
Q

Como diferenciar um PICC (cateter central de inserção periférica) de um cateter de inserção central tipo lúmem?

A

Pelo tamanho do cateter. O cateter mais curto será de inserção central (de jugular interna ou de subclávia). Se eu puncionar uma veia antecubital com esse tamanho, o cateter ficará no meio do braço e não vai chegar a nível central, assim como se eu puncionar uma femoral a ponta do cateter não alcançará acima do diafragma

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29
Q

Quais as principais complicações do acesso venoso central?

A

MECÂNICAS - técnica de punção (lesão arterial, pneumotórax, hemotórax, hematomas…
INFECCIOSAS
EFEITOS TROMBOGÊNICOS

Complicações da técnica de punção: ( mecânicas )
• Pneumotórax
• Hemotórax
• Hidrotórax
• Quilotórax
• Punção arterial
• Lesão nervosa

➔ Localização incorreta cateter
➔ Infecção local/sistêmica
➔ Embolia gasosa
➔ Fístula artério-venosa

Complicações do manuseio do cateter:
• Infecção local/sistêmica
• Embolização cateter
• Tromboses 
• Tromboembolismo pulmonar

Complicações permanência cateter:( mecânicas )
• Erosões Vasculares
-Derrame pleural
-Tamponamento cardíaco

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30
Q

Qual veia tem a menor porcentagem de complicações de acesso venoso central?

A

Subclávia:
< Risco trombose
< risco infecção

Porém, > risco complicação mecânica em comparação com as outras

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31
Q

Como é a Técnica de Seldinger para cateter sobre fio guia?

A

É uma técnica muito utilizada que trouxe benefícios e redução de complicações, pois apesar de ser inserida uma agulha grande, insere-se uma agulha fina. Ao puncionar o sistema venoso com essa agulha fina e ver o retorno do sangue, passa-se o fio guia e retira-se a agulha. Isso gera uma dilatação e permite que seja inserido o cateter, inclusive cateteres calibrosos, sem grandes sangramentos ou hematomas. O ultrassom pode ser usado para guiar a punção, pois pelo ultrassom é possível ver a ponta do cateter.

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32
Q

Quais são as técnicas para punção da veia jugular interna?

A
  1. Anterior ao ECM: anterior ao músculo esternocleidomastóide. Temos que lembrar que o mamilo fica a nível do 4 espaço intercostal, na linha hemiclavicular (essa referência anatômica serve tanto para homens quanto para mulheres). Essa referência do mamilo é importante para a técnica de punção anterior ao ECM pois a veia passa pela região, unindo-se à subclávia, formando a veia braquiocefálica direita abaixo, que se unindo com a esquerda vai formar a veia cava superior. Então, quando puncionamos anteriormente ao ECM miramos no mamilo ipsilateral.
  2. Posterior ao ECM: para usar a técnica de puncionar posteriormente ao músculo
    esternocleidomastoide, devemos mirar no mamilo do outro lado. É a única punção dessas 4 técnicas que muda a direção, vai para o mamilo contralateral.
  3. Através do ECM: quando puncionamos através do músculo esternocleidomastoide o raciocínio é o mesmo em relação ao mamilo. A punção é feita em direção ao mamilo.
  4. Na bifurcação do ECM: punção é feita na bifurcação do músculo, em direção ao mamilo
    ipsilateral.
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33
Q

Quais são as técnicas para punção de veia subclávia?

A

Técnicas: devemos lembrar anatomicamente onde a clavícula passa, que é mais ou menos no terço medial. Seja na técnica supra ou infraclavicular, puncionaremos no terço médio da clavícula (linha hemiclavicular é terço médio). Obs: lembrar que veia é anterior a artéria.

  1. Supraclavicular: se formos puncionar supraclavicular, se mirarmos na fúrcula esternal
    a chance de pegar a subclávia é quase nula. Por isso, nessa técnica devemos mirar a agulha para o mamilo contralateral.
  2. Infraclavicular: se formos usar a técnica de puncionar a subclávia por baixo da
    clavícula, encontraremos o terço médio dela e posicionaremos o dedo na fúrcula esternal, direcionando para lá a agulha.
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34
Q

Quais são as técnicas para punção de veia femoral?

A

Técnica: as referências anatômicas são o tubérculo púbico, a EAS e assim sabemos onde está o anel inguinal superficial e profundo. Encontramos então as estruturas NAV: nervo, artéria e veia femoral (o nervo mais medial e a veia mais lateral). Palpando essas estruturas, sabemos que a veia está próxima ao tubérculo púbico e assim saberemos que vamos puncionar a raiz da coxa

É importante pensar que quando vamos puncionar com acesso central, há a possibilidade de causarmos hematomas, hemotórax, pneumotórax, que são complicações mecânicas comuns.
Se temos o ultrassom, temos a acurácia técnica melhorada e reduzimos a incidência dessas complicações. Assim, o acesso venoso central na jugular, subclávia e femoral devem ser realizados guiados por USG (quando presente) para diminuir as chances de complicações e analisar adequadamente o local de instalação.

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35
Q

Quais são as vantagens da punção femoral?

A
  • Ausência de complicações imediatas de punções torácicas
  • Facilidade técnica mesmo em mãos inexperientes
  • Ponta a nível ou acima do diafragma – CENTRAL
  • Bem indicado em urgência/emergência (2ª opção de acesso em crianças)
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36
Q

Probabilidades de complicações de acordo com a veia que foi puncionada?

A
  • Mecânicas – Subclávia > Jugular > Femoral
  • Trombóticas – Femoral > Jugular > Subclávia
  • Infecciosas – Jugular > Femoral > Subclávia
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37
Q

Quais são as indicações de cateteres totalmente implantáveis?

A
  • Quimioterapia
  • Nutrição parenteral
  • Hemoderivados
  • Medicamentos (antibióticos, analgésicos)
  • Coleta de sangue
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38
Q

Quais são as complicações de cateteres totalmente implantáveis?

A
  • Má posição ponta cateter
  • Exteriorização do reservatório
  • Ruptura/fratura do cateter
  • Desconexão cateter – reservatório
  • Rotação do reservatório
  • Obstrução do cateter
  • Infecção do cateter
  • Trombose venosa
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39
Q

O que é o acesso central de inserção periférica?

A

A punção é feita através de veias periféricas e o cateter é longo, com inserção até nível central. Cateter deve ficar paralelo a veia, para não a perfurar.

  • Muito usado em crianças
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40
Q

Quais as vantagens e desvantagens do acesso central de inserção periférica?

A

Vantagens:
• Potencialmente evita as complicações das punções centrais – pneumotórax, hemotórax
• Anestesia local / a beira do leito
• Evita punções periféricas repetidas ( > durabilidade )

Desvantagens:
• Cateter longo
• Precisa leito venoso íntegro
• Treinamento especial para inserção e manutenção do dispositivo

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41
Q

Quais são as indicações e os locais de inserção do acesso central de inserção periférica?

A

Indicações:

  • Terapia intravenosa prolongada
  • Infusão agentes irritantes/soluções hiperosmolares/soluções com alta alcalinidade ou acidez
  • ATB / NPT / Quimioterapia

Locais:

  • Veia antecubital
  • Basílica
  • Cefálica
  • Braquial ( USG )
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42
Q

Quais são principais complicações do acesso central de inserção periférica?

A
  • Saída inadvertida na troca do curativo ou ineficiência do mesmo ( pediatria )
  • Infecções
  • Tromboflebites
  • Hematomas de punção
  • Obstrução do cateter
  • Fratura com migração venosa para distal’
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43
Q

Em quais veias é possível realizar dissecções?

A
  1. Basílica
  2. Cefálica
  3. Braquial
  4. Jugular Externa
  5. Axilar
  6. Safena Magna(tornozelo x coxa)
  7. Jugular Interna
44
Q

Quais as indicações para dissecção venosa?

A
  • Impossibilidade punção
  • Coagulopatias graves Heparinização plena – Risco de sangramento
  • RN baixo peso - em um bebê muito novo que precisamos de um acesso central fazemos a dissecção no coto umbilical, que é possível ser feito no primeiro ou segundo dia, em que ainda há no coto uma veia umbilical patente. Ao seccionar o coto umbilical, veremos uma “carinha feliz”, representada por duas artérias e uma veia. Os dois “olhinhos” são as duas artérias. As artérias ficam mais arredondadas quando são seccionadas, pois elas têm uma camada muscular mais desenvolvida. Já a veia tem uma parede muscular pouco desenvolvida, ela colaba. Por isso, não fica tão arredondada quando seccionada. Assim, fica fácil reconhecer no coto umbilical o que são as artérias e o que é a veia. Reconhecendo a veia, é só passar o cateter, que vai chegar na veia cava e próximo ao átrio, garantindo um bom acesso venoso ao RN. Esse acesso pode ser usado por 7 a 10 dias, pode ser aferida pressão venosa, ou seja, tem as mesmas indicações dos acessos venosos do adulto. Lembrando que é um corpo estranho, que tem efeitos trombogênicos, é uma porta de entrada para infecções, e pela proximidade com a veia cava e veia porta uma complicação no acesso umbilical pode ser uma desgraça, causando hepatite, trombose venosa em veia cava inferior. Etc. Por isso, o acesso umbilical tem limites e logo que possível quando encontrarmos a possibilidade de um novo acesso devemos retirar o cateterismo umbilical.
45
Q

Quais são as principais complicações da dissecção venosa?

A
  • Dissecções arteriais
  • Celulite/Edema membro
  • Infecção / menor permanência
  • Lesão neural
  • Perfuração, hematoma, trombose
  • Inutilização do vaso(relativo)
46
Q

Qual o tempo máximo de punção intra-óssea?

A

Até 24 h de uso.

Após:
➢ Embolia gordurosa
➢ Perda eficácia
➢ Osteomielite
Ela é provisória e ao estabilizar o paciente, fazer acesso venoso para resolver o problema de acesso.

obs: punção no terço proximal da tíbia

47
Q

Qual a indicação da punção intra-óssea?

A

2 ou 3 tentativas de punção periférica na urgência/emergência

48
Q

Quais são os fármacos e fluidos administrados por via intra-óssea?

A
  • Colóides e cristalóides
  • Sangue, plasma
  • Epinefrina, dopamina, dobutamina
  • Atropina, adenosina, digoxina
  • Corticosteróides
  • Morfina e diazepínicos
49
Q

Quais as principais complicações da punção intra-óssea?

A

• Infrequentes

   - Infiltração subcutâneo ( mais comum )
   - Hematoma /hemorragia
   - Necrose da pele
   - Síndrome compartimental
   - Celulite, abscesso, osteomielite
   - Lesão placa de crescimento
   - Embolia gordurosa
   - Dor pelo aumento da pressão intra medular
   - Óbito ( punção esternal em criança )
50
Q

O que é o cateterismo umbilical e quais suas indicações?

A

A veia umbilical que da placenta traz o sangue arterial, ele entra no umbigo e vai para veia porta dentro do fígado e cai na veia cava inferior. E as artérias umbilicais (ramos da ilíaca interna) levam sangue pouco oxigenado para o cordão umbilical para jogar CO2 e excretas. Dai que vem a lógica do cateterismo umbilical da veia umbilical. Então quando o bebê acabou de nascer ainda consegue cateterizar pelo umbigo a veia, tendo um bom acesso venoso.

Indicação:
▪ Até 7- 10 dias
▪ PVC - Mesmas indicações

51
Q

Quais são as principais complicações do cateterismo umbilical?

A
▪ Infecção (de veia porta)
▪ Trombose / formação de trombos (de veia porta)
▪ Perfuração da parede
▪ Necrose hepática / abscesso
▪ Arritmias
52
Q

Quais são os problemas de via aérea pós trauma – que podem levar a mortes precoces evitáveis?

A
  • Incapacidade de adequada abordagem de via aérea
  • Não reconhecimento de necessidade de abordagem de via aérea
  • Inabilidade de reconhecer a necessidade de plano alternativo para via aérea em caso de insucesso na IOT
  • Falha de reconhecimento de dispositivo colocado incorretamente em vias aéreas ou para usar técnicas apropriadas para garantir a colocação correta do dispositivo.
  • Perda da via aérea instalada previamente
  • Não perceber a necessidade de ventilação.
53
Q

Onde a traqueostomia é feita, anatomicamente?

A

Mais ou menos no 2 ou 3° anéis traqueais

54
Q

Onde a cricotireoideostomia é feita, anatomicamente?

A

Entre a proeminência laríngea da cartilagem tireoidea e o anel da cartilagem cricoidea temos o ligamento cricotireóideo ou membrana cricotireoidea

55
Q

Quais são as técnicas de manutenção da via aérea?

A

Elevação do mento x Tração da mandíbula
Uso de cânula orofaríngea ( tubo orofaríngeo )
Uso de cânula nasofaríngea ( tubo nasofaríngeo )

Dispositivos extraglóticos ( supraglóticos )

  • Máscara laríngea
  • Tubo laríngeo
  • Tubo esofágico multilúmen
56
Q

Quais as características das cânulas orofaríngeas?

A
  • As cânulas de Guedel tem tamanhos diferentes. Para saber qual o tamanho ideal para ser usado em cada paciente medimos a distância do ângulo labial até o lóbulo da orelha, assim teremos mais ou menos a noção se aquela cânula servirá.
  • O tamanho adequado é uma cânula que ficará bem justaposta à boca do paciente em sua parte posterior e a sua ponta bem ajustada atrás da língua. A cânula tem que fazer com que a língua seja um pouco empurrada para a frente, esse será o tamanho ideal.
  • Tudo que fazemos em relação à via aérea temos que nos lembrar de checar. Então, se passamos uma cânula de guedel, temos que checar se ficou tudo bem, se melhorou o chiado que estava tendo, se subiu a saturação, se melhorou a cianose, etc.
  • As cânulas de guedel também tem um sistema de cores que facilita sabermos qual cor representa cada tamanho.
  • Em pacientes com rebaixamento do nível de consciência a queda da língua pode obstruir a via aérea.
  • A cânula deve ser introduzida atrás da língua.
  • Cuidado! Pode induzir vômito e aspiração.
  • Tenha certeza da posição da cânula pois em local incorreto pode piorar a obstrução
57
Q

Como é a técnica de introdução da cânula de guedel?

A
  • No adulto colocamos ela de cabeça pra baixo, gira e introduz até a parte posterior da língua, sem atrapalhar a abertura da epiglote.
  • Na criança, já coloca na posição direto, pois qualquer manobra de rotação pode machucar. Usa-se um abaixador de língua e vai fazendo a curva, porque a cavidade oral da criança é muito pequena e ao girar a cânula, pode lesar gengiva, palato duro, palato mole, podendo causar sangramento e piorar mais ainda a via aérea. Então em crianças muito pequenas, a gente introduz a cânula sem a manobra de rotação
  • Na manobra de rotação você introduz a cânula até chegar perto do palato mole e então gira para terminar de introduzi-la.
58
Q

Quais as características da cânula nasofaríngea?

A
  • Preferíveis em pacientes acordados por menor indução de vômito.
  • Lubrificar e introduzir na narina até orofaringe.
  • Cuidado em fraturas de face e base do crânio (geralmente contraindicadas nesta situação)
59
Q

Quais as características da máscara laríngea?

A

Dispositivos supraglóticos de VA devem estar disponíveis para todos os médicos
do pré-hospitalar, dado que os mesmos são dispositivos de backup padrão em
algoritmos modernos de vias aéreas difíceis e têm tornado-se amplamente
utilizados como abordagem primária e de resgate no ambiente pré-hospitalar.

Tem a vantagem de ser colocada por um profissional não médico, pois é de fácil colocação. Para colocá-la, devemos colocar o paciente em posição e introduzir ela vazia. Direcionamos ela até o palato duro e ir empurrando até que ela não progrida mais. Quando ela para de entrar significa que está posicionada na posição correta, devido ao estreitamento do esôfago. Sua parte posterior vai ficar atrás da epiglote no adito da laringe. Insuflar a máscara e então ventila o paciente.

Não é via aérea definitiva, porque não protege se o paciente vomitar. Deve ficar no paciente o mínimo de tempo possível. Ela deve ser colocada já pensando em uma próxima via aérea definitiva, é uma alternativa para quando você não consegue intubar, mas não pode ficar muito tempo.

  • Desinsuflar a máscara laríngea → passar lubrificante → fazer hiperextensão (vítima de trauma não pode) → passando a máscara voltada para o palato duro → desce até bater no início esôfago e não se consegue mais progredir com a máscara → insufla a máscara
  • Fica fora da laringe, por isso é um dispositivo extraglotico
  • Após colocação, pode passar um tubo sobre ela
60
Q

O que é a via aérea definitiva?

A

Uma via aérea definitiva implica um tubo endotraqueal, com o balão insuflado abaixo das cordas vocais, devidamente fixado com fita ou cadarço, conectado a um sistema de ventilação assistida,com mistura enriquecida em oxigênio.

61
Q

Quais os tipos de via aérea definitiva?

A

A) INTUBAÇÃO NASOTRAQUEAL
B) INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL
C) VIA AÉREA CIRÚRGICA

62
Q

Quais são as indicações de via aérea definitiva?

A

A) Apnéia
B) Impossibilidade de manter via aérea por outro método
C) Proteção via aérea contra aspiração ou vômito
D) Perda de controle iminente de via aérea ( queimadura de via aérea,
hematoma cervical, convulsões reentrantes )
E) TCE com glasgow = ou < 8
F) Queda saturação com ventilação sob máscara ou outros meios
G) Parada cardíaca

63
Q

Qual a técnica do uso do laringoscópio de lâmina reta?

A

Rebate ponta da epiglote. Lâmina sobre a epiglote

É bom para bebês/crianças, em que a anatomia da região é mais “mole”, então conseguimos com mais facilidade

64
Q

Qual a técnica do uso do laringoscópio de lâmina curva?

A

Técnica: inserção na valécula rebatendo a epiglote sobre a lâmina

Passamos a lâmina com a mão esquerda (não existe laringoscópio para mão
direita) jogando a língua do paciente para a esquerda, mas a ponta do laringoscópio irá
para a valécula, sendo encaixado de maneira anatômica. O movimento final é levantar a
mandíbula do paciente usando todo o braço.

65
Q

O que é a manobra de sellick?

A

É um método de prevenir a regurgitação de um paciente anestesiado durante uma intubação endotraqueal através da aplicação de pressão sobre a cartilagem cricóide, que por sua vez causa uma oclusão esofagiana proximal.

66
Q

O que devo observar após a intubação do paciente?

A

Checar a intubação:
• Visibilização direta da passagem do tubo
• Visibilização movimentos respiratórios
• MV em bases pulmonares ( checar seletividade)
• Condensação do tubo
• Capnometria - O capnógrafo mostra no final da inspiração, a linha de capnometria que revela que o CO2 é quase 0. Porém no final da expiração, essa linha começa a aumentar, pois o paciente está expirando CO2, que irá passar pelo capnógrafo. Então, ao começar a detectar que o CO2 está aumentando, o capnógrafo forma uma curva ascendente até atingir um platô, indicando que está lotado de CO2. O platô indica que o paciente parou de ventilar, quando ele faz uma pausa. Quando ocorre a inspiração novamente, rapidamente cai o CO2 até chegar a zero, então forma a curva descendente, com um platô embaixo, que indica o final da inspiração. Essas curvas de forma contínua mostram para nós que o doente está respirando. Se o capnógrafo mostra uma linha reta lá no zero, isso quer dizer que o paciente não está intubado, ou o tubo saiu. Você não precisa esperar o paciente ficar roxo, entrar em insuficiência respiratória, pois o capnógrafo já mostra imediatamente
• Radiografia de tórax

67
Q

Quais situações podem serem caracterizadas como uma via aérea difícil?

A
  • Lesões de coluna cervical
  • Artrites
  • Trauma de mandíbula ou maxilo-facial
  • Limitação de abertura bucal
  • Obesidade
  • Alterações anatômicas ( Micrognatismo, prognatismo, pescoço curto/musculoso )
  • Crianças

*As vezes utilizamos alguns equipamentos, e o GEB é um deles (GEB= Gum Elastic Bougie). É um dispositivo rígido, que serve como um guia dentro da via aérea na passagem do tubo.

68
Q

Quais as indicações de via aérea cirúrgica?

A
  • Trauma grave de face, laringe, traquéia
  • Edema de glote
  • Fratura de laringe
  • Grave hemorragia de orofaringe
  • Impossibilidade nasotraqueal ou orotraqueal ( impossibilidade de via aérea através das cordas vocais )
69
Q

Quais são os dois tipos de cricotireoideostomia e quais suas características?

A

Cirúrgica:
➔ É uma via aérea definitiva de “fácil realização” quando se tem boa técnica e
conhecimento da anatomia.
➔ Inserção sonda endotraqueal ou cânula de traqueostomia 5 a 7 → quando não tiver a
sonda
➔ Evitar abaixo de 12 anos (puncionar)→ evitar em crianças muito pequenas, porque a
cartilagem cricóidea é a única que possui 360º, e na criança é muito fininha, se
seccionar podemos fraturar essa cartilagem e fechar e instabillizar a via aérea

➔ Técnica da cricotireoidostomia cirúrgica: metade da realização dessa técnica é o
conhecimento da anatomia. É importante treinar a palpação para achar a incisura tireoidea, que vai ser a proeminência laríngea (mais fácil de encontrar no homem). Ao encontrar essa proeminência, palpamos embaixo a cartilagem cricoidea, que é um anel bem maior do que os demais. Assim, percebemos um “buraquinho” entre essas duas estruturas, que corresponde a membrana cricotireoidea. E aí, fazemos na membrana uma incisão cervical, que pode ser longitudinal ou transversa, do jeito que o profissional estiver mais seguro. Se estivermos no ponto anatômico correto, encontraremos pele, tecido subcutâneo e a membrana cricotireoidea, e então fazemos essa pequena incisão nela, dilatando com uma pinça (seja qual for), e passar o tubo que tivermos a disposição.
- Incisão na membrana cricotireóidea
- Inserção da cânula
- Insuflar balonete (se não insuflar, tem risco do paciente aspirar)
- Iniciar ventilação
Obs: Se tiver um acidente em local de difícil acesso e você tiver um canivete e uma caneta bic você consegue realizar essa manobra. Claro que é uma situação completamente fora do comum, mas é possível para ganhar alguns minutos até que a equipe de socorro chegue.

Por punção (não é definitiva)
➔ Ventilação do paciente através de cateter que foi colocado dentro da traqueia (cateter transtraqueal).
➔ Não é via aérea definitiva – troca quando possível. Obs: Iremos puncionar o mesmo local anatômico da crico cirúrgica inserindo um jelco, por exemplo. Introduzimos esse cateter, tiramos a agulha e acoplamos o oxigênio na boca do cateter. Fecho ele por poucos segundos, depois solta e deixa ele livre por alguns segundos para haver uma saída de gás, e assim repetimos. Com isso, estamos jogando um pouco de oxigênio da traqueia do paciente com um jato de pressão. Isso faz com que possamos ganhar tempo até conseguir fazer a crico.
➔ O cateter é pequeno – pequeno fluxo – retenção de CO2
➔ Medida temporária – 30min. → Deve ser trocada assim que possível, por uma via aérea definitiva.
➔ Transforma Emergência em Urgência → pois ganha tempo para tentar outra técnica de via aérea
➔ Indicada em emergência pediátrica, porque é proporcional ao tamanho da criança, quando não temos uma máscara laríngea compatível.
➔ Utiliza cateter sobre agulha 12 a 14 no adulto / 16 a 18 na criança

➔ Técnica:
- Localizar a membrana cricotireóidea
- Puncionar com cateter sobre agulha, sob ângulo de 30º/45º
- Introduzir o cateter na luz, e ir aspirando, quando sair o gás, deve-se iniciarventilação
em jato. Obs: ventilação em jato→ pega mangueira de O2 e encosta no jelco que já está ali, tendouma ceta pressão por causa do O2 ligado. Deixa 1 minuto encosta, tira, coloca seu dedo na ponta do jelco para segurar deixa mais 1 segundo, entra O2, depois a mangueira, tira o dedo e deixa 2 segundos para escape de gás.

70
Q

Quais são as principais complicações da cricotireoidostomia cirúrgica?

A

• Falso trajeto: podemos não conseguir colocar o tubo no local correto.
• Estenose: complicação tardia. Tudo nessa região pode dar estenose cicatricial
posterior, por ser uma cicatrização na região traqueal.
• Hemorragia (asfixia, hematoma) : pode fazer um falso trajeto e acabar lesionando um
vaso
• Lesão traquéia, esôfago, jugular, carótida, outros vasos: se você for no ponto
anatômico correto, as chances disso acontecer é menor

71
Q

Quais são as complicações da crico por punção?

A

• Falso trajeto: lembrando que na punção se você for com a mão muito pesada você pode
perfurar e chegar até o esôfago.
• Hemorragia
• Enfisema subcutâneo
• Transfixação (passar o catetor para o esofago)
• Punção de vasos, nervos e outras estruturas anatômicas da região.

72
Q

O que é a traqueostomia e quais suas principais técnicas?

A

Via aérea criada cirurgicamente, mantida aberta por um tubo inserido na luz traqueal através de uma incisão cervical anterior

  • Técnica aberta – Dissecção cirúrgica da traquéia e canulização sob visão direta.
  • Técnica percutânea ( traqueostomia percutânea ) – Técnica de Seldinger modificada e associação com broncoscopia

A traqueostomia é feita a nível dos 2 e 3 anéis traqueais. Temos que lembrar que a tireoide é uma glândula muito bem vascularizada e que seu istmo está bem na frente de onde iremos fazer a traqueostomia. No local da crico, não tem nada na frente, mas no local da traqueo, tem o istmo da tireoide. Então, é uma técnica mais complexa, que deve ser feita apenas por um médico com o mínimo de experiência cirúrgica, além de ser uma técnica mais demorada. Na emergência, só passamos para a traqueostomia quando não é possível realizar crico. É possível citar várias indicações de partir imediatamente para a traqueostomia, mas todas se baseam na questão anatômica, ou seja, por qualquer razão anatômica não é possível acessar a membrana cricotireóidea

73
Q

Quais são as indicações da traqueostomia?

A
  • Ventilação mecânica prolongada
  • Falha em desmame
  • Grande volume de secreções
  • Obstrução de via aérea superior
74
Q

Quais são as complicações da traqueostomia?

A

• Precoces:

  • Hemorragia
  • Infecção de ferida
  • Enfisema subcutâneo
  • Obstrução de cânula
  • Falso trajeto

• Tardias:

  • Dificuldade deglutição
  • Estenose traqueal
  • Fístula traqueo esofágica
  • Granuloma
  • Persistência do estoma após retirada da sonda contudo (a maioria se fecha sozinho
75
Q

Qual choque pós-trauma é o mais frequente?

A

Hemorrágico

76
Q

O que é o choque hemorrágico?

A

Choque hemorrágico é uma forma de choque hipovolêmico no qual a perda severa de sangue leva a uma inadequada entrega de oxigênio a nível celular. Se não diagnosticado, leva a morte rapidamente. O trauma é o principal elemento quando se fala de choque hemorrágico.

Outras causas: vasculares (aneurisma de aorta, sangramentos por fístulas arteriovenosas), sangramento do TGI, maternidade (gravidez ectópica, hemoragia pós parto)

A injúria tissular devido à hipoperfusão é a principal consequência do choque, que acaba levando à tríade da morte = ACIDOSE, HIPOTERMIA e DISTÚRBIOS DA COAGULAÇÃO.

Quando temos uma perda de sangue muito significativa, há diminuição da pressão venosa central e assim diminui o sangue que chega no AD.
→ 70 % do sangue está dentro do nosso sistema venoso!

77
Q

Qual é a tríade da morte?

A

Hipotermia, acidose e distúrbios de coagulação

78
Q

Qual é o conceito de choque?

A

➔ Hipoperfusão celular generalizada no qual a liberação de O2 a nível celular é inadequada para atender as necessidades metabólicas. Ocorre a dificuldade de liberar oxigênio a nível celular, com isso ocorre mudança do ciclo celular para ciclo anaeróbico trazendo consequências importantes para o paciente . O choque leva à uma cascata inflamatória importante, o que é muito deletério

➔ Segundo o ATLS de 2018, o conceito é: “anormalidade do sistema circulatório onde a perfusão orgânica e a oxigenação tecidual estão inadequadas (base conceitual e instrumento para diagnostico e tratamento).” É uma anormalidade de perfusão, ou seja, o pulmão pode estar funcionando adequadamente e ventilando normalmente, mas há falha na perfusão de oxigênio para os tecidos. O tratamento tem objetivo de fazer com que o sistema circulatório recupere a sua capacidade fisiológica

79
Q

Como reconhecer o choque?

A

Devemos observar:
• PERFUSÃO: notar se a perfusão tecidual diminuída.
• OXIGENAÇÃO: avaliar se os tecidos estão bem oxigenados
O reconhecimento é através de critérios clínicos e laboratoriais, mas não existe um exame ou teste laboratorial único para definição diagnóstica. Por exemplo, se você colher um hemograma, não necessariamente haverá hematócrito reduzido. Isso pode ajudar a reconhecer, mas o reconhecimento do choque é feito de maneira clínica em um contexto geral. Não tem um exame especifico que fiz que o paciente está chocado.

DÉBITO CARDÍACO = Frequência cardíaca X Volume sistólico
O débito cardíaco é contato em minutos. É a quantidade de frequências cardíacas que temos em um minuto, multiplicado pelo volume de sangue que sai em cada batimento. É um conceito muito importante na fisiopatologia do choque, pois o paciente que está chocado e tem uma diminuição do seu volume sanguíneo terá uma diminuição do volume sistólico, ou seja, haverá menos sangue para o coração bombear. Por isso, uma das primeiras respostas ao choque é o aumento da frequência cardíaca, tentando fazer um mecanismo compensatório para manter o débito cardíaco.

Quando temos uma perda de sangue muito significativa, há diminuição da pressão venosa central e assim diminui o sangue que chega no AD.
→ 70 % do sangue está dentro do nosso sistema venoso!
- Uma parte contribui para a pressão venosa central
- Outra parte permanece no sistema se a pressão venosa central for igual a zero.
Isso explica o motivo de precisarmos repor a volemia do paciente que está em choque hipovolêmico. Então, uma das primeiras medidas é fazer acesso venoso e administrar cristaloides, em que a principal composição é água. Assim, essa água vai entrar no reservatório preso no sistema venoso e “empurrar” as hemácias que estão lá, fazendo com que elas circulem. Por isso, a reposição com cristaloide ajuda, ainda que hoje seja considerada de uma forma um pouco mais limitada.

É importante entender a pós-carga, para entendermos que não basta apenas dar um
vasoconstritor que irá resolver (como a dobutamina, adrenalina) no paciente chocado. Lá no choque séptico (que é um problema específico do sistema circulatório) os vasoconstritores são efetivos. Mas em um choque hipovolêmico, em que o paciente tem perda de sangue não adianta fazer vasoconstrição sendo que ele não tem sangue! Se faço apenas vasoconstrição e não resolvo o sangue que está faltando, vou simplesmente dificultar o débito cardíaco, pois vamos piorar ainda mais a capacidade do sangue que está no sistema venoso a circular. Ficará ainda mais difícil do sangue do reservatório voltar, pois fazendo vasoconstrição aumentamos a pós carga, mas não resolve a perda do sangue.

80
Q

É importante administrar um vasoconstritor para reverter o choque hipovolêmico. V ou F?

A

Falso. Não adianta fazer vasoconstrição sendo que ele não tem sangue! Se faço apenas vasoconstrição e não resolvo o sangue que está faltando, vou simplesmente dificultar o débito cardíaco, pois vamos piorar ainda mais a capacidade do sangue que está no sistema venoso a circular. Ficará ainda mais difícil do sangue do reservatório voltar, pois fazendo vasoconstrição aumentamos a pós carga, mas não resolve a perda do sangue.

81
Q

Como é a fisiopatologia do choque hipovolêmico?

A

➔ Vasoconstrição cutânea, muscular e visceral: observando a pele do paciente, ele fica PÁLIDO. Alguns pacientes chegam no pronto socorro tão pálidos que já conseguimos imaginar que ele está chocado. Essa vasoconstrição também é muscular, então o paciente vai ficando cada vez mais fraco. A vasoconstrição visceral também ocorre, por exemplo o paciente para de urinar. Tudo isso ocorre pois há preservação das estruturas mais nobres (coração, rins e cérebro). Ocorre desvio de sangue do pouco de sangue que ainda resta para irrigar as estruturas mais nobres.
➔ Aumento da frequência cardíaca precoce (DC= FC X VS): é um mecanismo de compensação, em muitos vai ser o 1° sinal. Antes que caia a PA vai haver TAQUICARDIA.
➔ Aumento da RVP (resistência vascular periférica): pela liberação de catecolaminas.
Adrenalina endógena é liberada, aumentando a FC (o que inicialmente é bom), mas atuando também no sistema circulatório fazendo vasoconstrição. Incialmente, essa vasoconstrição também pode ser boa, mas por outro lado pode ser deletéra dificultando o trabalho do coração, aumentando a pressão diastólica, alterando uma coisa muito importante no trauma que é a chamada pressão de pulso
→ Pressão de pulso = diferença entre PS (pressão sistólica) e PD (pressão diastólica) PS – PD = pressão de pulso. No choque, há uma diminuição entre a diferença entre a pressão sistólica e a pressão diastólica. É quando o valor de uma pressão fica muito próximo do valor da outra. Se essas duas pressões estão muito juntas, fica mais difícil do nosso sistema circulatório fazer o fluxo de sangue anterógrado para o coração.
➔ Má perfusão celular: começa a chegar pouco oxigênio para a periferia, há desvio do sangue que restou para os órgãos mais nobres, levando ao metabolismo anaeróbio celular. Assim, há produção de ácido lático, levando à acidose metabólica. Então, quanto mais tempo o nosso paciente fica com má perfusão periférica, mais acidose irá produzindo.
➔ Liberação de fatores pró inflamatórios, TNF, citocinas e outros: ocorre uma tempestade inflamatória, uma série de fatores inflamatórios vão sendo liberados, e com o tempo há dano orgânico = disfunção de múltiplos órgãos e sistemas.
➔ Morte celular

82
Q

Quais são os sinais e sintomas de choque hipovolêmico?

A
COR DA PELE E MUCOSAS: VASOCONSTRIÇÃO PERIFÉRICA -> sinal precoce do choque 
✓ Fria 
✓ Pegajosa 
✓ Pálida
✓ Mosqueada
✓ Sudorese
✓ Cianose
✓ Diminuição da perfusão
Doente frio e taquicárdico devemos nos perguntar: esse paciente está perdendo sangue?

TAQUICARDIA -> é também um dos sinais mais precoces. É um mecanismo de
compensação. A queda da PAS é tardia! Em até 30% de perda de volume sanguíneo a
taquicardia ainda compensa a PAS, só depois ela abaixa.
FC: < 100 adulto
>120 adolescente
>140 pré escolar
>160 lactente

PULSO PERIFÉRICO FRACO: pulso central ainda presente, pulso periférico ainda fraco
ou até mesmo ausente.

DIMINUIÇÃO DA PA – sinal tardio. Apesar de começar com o paciente em choque classe II já vamos começar a aferir a pressão desde os primeiros atendimentos. A pressão pode estar normal no choque classe I.
✓ Diminuição da pressão de pulso → perda sanguínea com mecanismo compensatório ativado

ESTADO DE CONSCIÊNCIA: 
✓ Nível de consciência. Alterações do estado de consciência em pacientes traumatizados pode ser consequência do choque.
✓ Ansiedade
✓ Desorientação 
✓ Agressividade 
✓ Alteração comportamental

FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA: vai aumentar, é nosso pulmão tentando captar mais oxigênio e levar para o organismo.
✓ Taquipnéia
✓ Rápida
✓ Curta

VOLUME URINÁRIO:
- Teremos um desvio do sangue que ainda resta para os locais mais importantes, como cérebro, coração e rins. Porém, chega um determinado momento que o rim também para de receber, havendo então a diminuição do volume urinário. Assim, o volume de diurese é uma medida auxiliar importante do exame primário e reanimação, então logo que possível deve ser passada uma sonda urinária no paciente. A medida que for tratando o paciente, iremos comparar o volume da diurese. Se o volume for aumentando, significa que está melhorando.
→ 0,5ml/kg/hora: é a quantidade de urina adequada que um adulto faz normalmente.
→0,1 ml/kg/hra em crianças

PRESSÃO ARTERIAL
→ PAMedia= PA + 1/3 PP
→ Pressão de pulso = PS-PD

83
Q

O que é o índice de choque ou shock index?

A

O índice de choque é uma maneira simples de avaliar o paciente a beira do leito, dividimos a frequência cardíaca pela pressão sistólica. Esse índice quando se aproxima-se de 0,8 ou 1 já indica choque. Quanto maior o índice de choque, mais grave é o paciente e pior o prognóstico.

84
Q

Quais são os principais tipos de choque?

A

▪ Hipovolêmico → é o mais comum, 80% dos casos
▪ Cardiogênico
▪ Neurogênico (ex: TCE, tendo um lesão de medula)
▪ Séptico (ex: peritonite fecal)
▪ Obstrutivo → choque físico, é algum fenômeno físico que leva a uma barreira mecânica a passagem de sangue (causas: TEP, Tamponamento cardíaco, Pneumotórax hipertensivo)

85
Q

Quais são as 3 causas clássicas de choque obstrutivo?

A

Tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo e tromboembolismo pulmonar maciço

TAMPONAMENTO CARDÍACO
- Tanto o tamponamento cardíaco quanto o pneumotórax hipertensivo são causas de choque OBSTRUTIVO. Três causas clássicas de choque obstrutivo→ Tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensido e tromboembolismo pulmonar maciço.
- No tamponamento cardíaco, o saco pericárdico enche de sangue e como ele é rígido vai atrapalhar a diástole, tomando espaço no coração Pode ocorrer no trauma torácico sendo mais comum em traumas penetrantes.
- Quadro clínico:
✓ Trauma torácico (mais comum trauma penetrante)
✓ Taquicardia
✓ Abafamento das bulhas cardíaca
✓ Engurgitamento jugulares externos (aumento da pressão venosa central (indireta)).
✓ Hipotensão não responsiva
✓ MV estarão normais bilateralmente

PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO
- Ocorre porque tem tanto gás dentro da cavidade pleural que aumenta tanto a pressão na região que chega a desviar o mediastino. Essa grande pressão comprime o retorno venoso, além de comprimir o coração, ou seja, reduz o retorno venoso para o coração. Assim, é um choque mecânico, e damos o nome de choque obstrutivo. Se 
esvaziarmos esse tórax e diminuir a pressão dentro dele, acaba a compressão/obstrução e volta a circulação do sangue e a perfusão adequada do paciente. 
- Quadro clínico: 
✓ Dispneia importante
✓ Ausência de MV do lado afetado 
✓ Timpanismo 
✓ Desvio da traqueia para o lado oposto
✓ Engurgitamento jugulares externos.
86
Q

Quais as características do choque distributivo?

A

É o nosso sistema circulatório que irá receber o sangue do nosso coração e distribuir ele para seguir em frente e perfundir o corpo. Se a gente aumenta muito o tamanho do sistema circulatório, com por exemplo, uma vasodilatação muito grande, mesmo que tenhamos um volume líquido mantido podemos ter choque, ou seja uma má perfusão na periferia. Há aumento do continente vascular com o Volume líquido mantido, ou seja, não há pressão suficiente na parede do nosso sistema vascular e o sangue é pouco empurrado para frente. Dois exemplos típicos do choque distributivo são o choque séptico e o choque neurogênico. São problemas relacionados à distribuição do sangue pelo corpo, e não no coração e nem pela perda sanguínea.

Causas:
✓ Perda do controle do SNA sobre os vasos
✓ Liberação de substancias vasodilatadoras

87
Q

Quais as características do choque neurogênico?

A

Ocorre perda da invervação simpática. É um exemplo clássico de choque distributivo, assim como o choque séptico.

Causas:
✓ Trauma de crânio (com lesão de tronco encefálico)
✓ Trauma vertebro medular (cervical/torácico alto)

Quadro clínico:
✓ Hipotensão
✓ Ausência de vasoconstrição periférica
✓ FC normal

88
Q

Quais as características do choque séptico?

A

➔ Incomum na fase aguda

Causa:
-demora no atendimento inicial de traumas de abdome com contaminação peritoneal
•Vasoconstrição periférica
•Diminuição do débito urinário
•Taquicardia
•Diminuição da pressão sistólica/pulso fino

89
Q

Quais as características do choque hipovolêmico?

A
  • É a causa mais frequente no trauma, e há perda de hemácias, perda de plasma, plaquetas, hemácias e fatores de coagulação.
  • Todo paciente vitima de um trauma e com distúrbios hemodinâmicos deve receber tratamento para choque hipovolêmico.
  • Ocorre diminuição do volume sanguíneo por sangramento havendo vasoconstrição periférica e a nível celular mudança para metabolismo anaeróbico.
    O objetivo primário vai ser identificar o choque e parar a hemorragia. Devemos acessar rapidamente locais potencias de sangramento, pois é preciso rapidamente encontrar o local que está sangrando e interromper a hemorragia.

→ ATLS 2018: nos orienta a procurar o sangramento no chão e mais 4 lugares
1. TÓRAX: fazemos RX Tórax com paciente PA e AP
2. ABDOME: nesse caso, a radiografia não adianta nada e temos que fazer ultrassom
(Fast)
3. PELVE E RETROPERITÔNIO: radiografia de pelve anteroposterior
4. OSSOS LONGOS e PARTES MOLES DE MEMBROS: radiografia que forem julgadas
necessárias

90
Q

Quais exames complementares devem ser solicitados no choque?

A

Nenhum deles faz diagnóstico de choque, mas servem para nos ajudar na condução primária e principalmente no controle desses pacientes.
-Hemograma completo
-Coagulograma
-Gasometria -Plaquetas
-Fibrinogênio
-Potássio
-Cálcio
-Testes viscoelásticos: hoje em dia é o que há de mais moderno na monitorização de
pacientes traumatizados com choque hipovolêmico, que são os testes TEG e ROTEM. São testes que analisam as cascatas de coagulação, e veem em qual ponto específico o
paciente está com problema em determinado momento.

91
Q

Como deve ser o tratamento do choque no trauma?

A
  • Deverá ser o mais breve possível pois se trata de uma situação critica que requer uma resposta rápida, se perder tempo pode ser que mesmo com o tratamento adequado não consiga reverter aquele quadro.

PRÉ HOSPITALAR:
✓ Compressão/torniquete
✓ Uso de medicação (anticoagulantes/antiagregrantes plaquetários)
✓ ABCDE
✓ Dispositivos compressão pélvica
✓ Uso limitado de cristalóides (seu uso excessivo é deletério ao paciente)
✓ Evitar hipotermia, aquecer bem o doente
✓ Rápido transporte para o local de referência: faça o básico no pré hospitalar e leve o
doente para local onde pode ter melhor atendimento.
Princípios básicos:
1º - Para o sangramento
2º - Repor o volume extravascular perdido

CONTROLE DA HEMORRAGIA: 
✓ Compressão direta 
✓ Curativos compressivos 
✓ PASG – calça pneumática ant- choque 
✓ Suturas 
✓ Torniquetes 
✓ Hemostasia cirúrgica
✓ Arteriografia com angioembolização

REPOSIÇÃO LÍQUIDA INICIAL:
→ A reposição liquida inicial deve ser realizada com 2 acessos venosos calibrosos, lembrando da capacitância venosa!
Ringer aquecido 1 litro no adulto
Criança < 40kg: 20ml/kg
→ Menos de 3 litros em 6 horas – não pode correr 3 litros de uma vez, isso hoje é considerado muito! Observar a resposta do paciente. As decisões sobre volumes adicionais e transfusões são baseadas nas respostas clínicas. Veja como o seu doente ficou, usando os mesmos critérios que foram usados para o diagnóstico.
Obs: Lembrando que reposições maciças não substituem o controle da hemorragia!
➔ Cristalóides isotônicas
- Expansores plasmáticos com eletrólitos que não carregam O2
- Enchem o intravascular = melhora pré-carga e DC → ou seja, atua no sistema venoso
- Escolha: Ringer lactato
- Temperatura de administração: 39º C
- Excesso: Insuf. respiratória / coagulopatia / síndrome compartimental
➔ Ácido tranexâmico
- Dose de ataque EV de 1g –> 1g por infusão em 8 horas
- Para diminuir hemorragia
- Inibe ativação do plasminogênio em plasmina, evitando a fibrinólise

AVALIAR RESPOSTA
• Melhora FC, PA, FR, perfusão periférica
• Melhora do nível de consciência
• Débito urinário (0,5 ml/kg/h no adulto e 1,0 ml/kg/h na criança)
• Melhora do equilíbrio hidroeletrolítico (tardio)
-Inicialmente: alcalose respiratória
-Posteriormente: acidose metabólica

92
Q

Como deve ser a avaliação da necessidade de cristalóides e transfusão em pacientes chocados?

A

Baseia-se em critérios clínicos da resposta do tratamento

3 tipos de resposta:

a) rápida
- Perda de 20%
- Com a infusão inicial há estabilização dos parâmetros fisiológicos
- Ficam estáveis com terapia de manutenção
- Deixar sangue tipado e com prova cruzada prontos para uso
* Necessidade de + cristaloide é baixa e de transfusão é baixa

b) transitória - moderada/alta
- 15 a 40% de perda volêmica (classe II-III)
- Resposta transitória a reposição inicial ou nula
- Deve-se avaliar a necessidade de transfusão
- Pensar na possibilidade de sangramento contínuo = Cirurgia ou angioembolização
* Necessidade de + cristaloide é baixa a moderada e de transfusão é moderada/alta

c) mínima ou ausente - necessidade imediata
- Perdas significativas de sangue
- Não respondem aos cristalóides sendo indicada transfusão
- Geralmente necessitam de intervenção cirúrgica para controle de hemorragia
* Necessidade de + cristaloide é moderada e de transfusão é imediata

93
Q

Quais são as opções de transfusão sanguínea?

A

✓ 1ª opção: sangue tipo específico, com provas cruzadas →esse procedimento pode
demorar mais de 1 hora.
✓ 2ª opção: sangue tipo específico sem prova cruzada → demanda menor tempo mas
que ainda pode ser deletério para o paciente
✓ 3ª opção: é aquele paciente gravemente chocado,que a gente não tem tempo.
Faz sangue tipo O. Mulheres em idade fértil: Rh negativo. Indicações: impossibilidade tipo específico (tempo) e múltiplas vítimas

Protocolos transfusão sanguínea maciça:
- Concentrado de hemácias
- Plaquetas
- Plasma
- Crioprecipitado
- Cálcio (relacionado a hipocalcemia causada por anticoagulante citrato nos produtos 
sanguíneos)
- Ácido tranexâmico (para diminuir a reabsorção de coágulos)
94
Q

Qual o tratamento de hemorragias externas?

A

• Controle imediato (visível)
*** Cada hemácia é importante

• Compressão (quase sempre eficaz)
- Prioridade sobre o acesso venoso se de grande monta (ex: lesão de vasos femorais)

• Torniquete (usar bandagens largas – exemplo o manguito)
- Se não controla por compressão.
- Retirada o mais rápido possível (complicações: lesões neurais, de vasos, perda
isquêmica do membro) → risco de síndrome compartimental, o líquido ´´vaza´´ para
o intersticio
- Cirurgia ?? (provável)
- Melhoraram a eficácia nos últimos anos
- Guerras modernas/terrorismo = melhor tempo de evacuação e tratamento definitivo
→ < dano isquêmico

95
Q

Quando é indicado laparotomia no trauma?

A
  • Trauma abdominal instável
  • Trauma de pelve e intraperitoneal
  • Lesão de órgãos sólidos instáveis
  • Lesões de retroperitônio ( assocido ou não a lesões de anel pélvico )
96
Q

Em qual região deve ser feita a drenagem de tórax?

A

Na borda inferior da 5ª costela torácica. Entre o 5º e o 6º espaço intercostal

97
Q

Quais a lesões que ameaçam a vida na avaliação primária do trauma torácico?

A

1) Problemas de via aérea:
•Obstrução de via aérea (vômito, sangue, corpos estranhos, compressão externa de via
aérea)
•Lesões de via aérea (rupturas traqueia, brônquios primários)

2) Problemas ventilatórios:
•Pneumotórax hipertensivo
•Pneumotórax aberto
•Hemotórax maciço

3) Problemas circulatórios:
•Hemotórax maciço
•Tamponamento cardíaco
•PCR

98
Q

Quais as principais causas de pneumotórax hipertensivo no trauma torácico?

A

• Ventilação mecânica = lesão de pleura visceral, jogando gás dentro da cavidade pleural→Causa + comum.

Obs: Então, ventilar demais o paciente há risco de pneumotórax hipertensivo
• Punções venosas centrais
• Traumas penetrantes ou fechados de tórax

99
Q

O que acontece no pneumotórax hipertensivo?

A

-Entrada de ar no espaço pleural pelo pulmão, via aérea ou parede do tórax.
-Há formação de “válvula unidirecional” com acúmulo de ar na cavidade pleural
• Permite-se pela lesão que o gás entre dentro da cavidade, porém não tem por onde sair. E a medida que o tempo vai passando, a cada ventilação joga mais gás dentro da cavidade e a pressão ali dentro vai aumentando cada vez mais, comprimindo todas as estruturas
-Pressão positiva que comprime mediastino e estruturas intratorácicas!!!!
- Há desvio do mediastino, traqueia e pulmão contra-lateral.
-Diminuição do retorno venoso = diminui pré-carga →CHOQUE OBSTRUTIVO
-Colapso do pulmão do mesmo lado / compressão do contralateral
-Achatamento diafragmático
-Comprometimento da ventilação do pulmão contralateral (compressão)

100
Q

Como é o diagnóstico de pneumotórax hipertensivo?

A
  • Dor torácica
  • Aumento frequência cardíaca e respiratória
  • Taquipneia/ dispneia
  • Desvio da traqueia contralateral
  • Turgência jugular (sinal de aumento de pressão venosa central, causado por um pntx)
  • Diminuição/ausência MV do mesmo lado
  • Abaulamento hemitórax afetado
  • Hipertimpanismo do mesmo lado
  • Crepitação / enfisema subcutâneo
  • Cianose (tardia)
  • Choque / AESP (atividade elétrica sem pulso) – ex: choque obstrutivo
  • Clínico → maioria
  • Radiografia → tratar mesmo que ainda não haja um rx
  • E-FAST→ para acrescentar, vai mostrar o pneumotórax.
  • Não pode atrasar o tratamento, pois o pneumotórax hipertensivo tem progressão muito rápida, então se tem quadro clínico já iniciar o tratamento mesmo sem uma radiografia
101
Q

Como é o tratamento do pneumotórax hipertensivo?

A

Descompressão imediata:

  • Agulha no 5º espaço intercostal, um pouco anterior a LAM (agulha longa = 8 cm)
  • Alternativa →Toracostomia digital (até romper a pleura parietal)
  • Sempre: Drenagem torácica com tubo em selo D’água

**Drenagem em Selo D´agua
- Esse método consiste em mergulhar a extensão da extremidade distal do dreno em uma coluna líquida, contida em um frasco, com uma tampa com dois orifícios: um para
passagem do dreno e outro para ventilação (respiro), denominado sistema de drenagem pleural com válvula hídrica em selo d’água.

102
Q

Quais as características do pneumotórax aberto?

A

•É ferida torácica aspirativa igualando pressão atmosférica com intratorácica
- O gás além de entrar pela inspiração vai entrar pelo orifício aberto no tórax
•Se diâmetro da lesão > 2/3 do diâmetro da traqueia o fluxo é preferencial pela lesão
•Causa instabilidade ventilatória

TRATAMENTO
•Curativo de três pontas
→cobre toda a ferida e é fixado em três extremidades, formando válvula unidirecional
•Drenagem torácica
•Tratamento definitivo da ferida
103
Q

Quais as características do hemotórax maciço?

A

• Causado por rápido acúmulo de sangue na cavidade torácica
→1500 ml ou 1/3 para + da volemia do paciente
• É por lesão de vasos sistêmicos, hilares, lesão pulmonar

Diagnóstico:

  • Macicez
  • Diminuição MV (sangue roubando lugar do pulmão)
  • Choque hipovolêmico
  • Engurgitamento ou colabamento de jugulares
  • Sinais de hipóxia (atelectasia secundária)

Tratamento:
-Reposição volumétrica –cristalóides/sangue/autotransfusão
-Drenagem do tórax
1) descompressão torácica (pulmão / cava)
2) Avaliação direta do volume de sangue
-Toracotomia –1500 ml / drenagem contínua (200 ml/h -2 a 4 horas)
→Avaliar estado fisiológico/hemodinâmico (se evoluiu para descompensação
hemodinâmica isso é um pneumotórax hipertensivo).
- A toracotomia é indicada quando procura no chão e em mais 4 lugares e não acha nada, fez um FAST e achou sangue. Indicada então, se o paciente estiver em choque hipovolêmico

104
Q

Quais as características do tamponamento cardíaco?

A
  • Ocorre por acúmulo agudo de líquido entre o pericárdio e o coração.
  • Inicialmente = comprometimento da pré-carga
  • Posteriormente há prejuízo direto no volume diastólico final pela compressão do coração
  • Se não for tratado evolui para AESP (atividade elétrica sem pulso)

Diagnóstico:
TRÍADE DE BECK
→Elevação da pressão venosa (turgência jugular)
→Diminuição PA (Choque)
→Abafamento bulhas cardíacas
*** Os 3 elementos da tríade não estarão associados na maioria dos pacientes

  • Pulso paradoxal (queda PA sistólica durante inspiração)
  • MV normal
  • AESP
Como fazer o diagnóstico?
-Ecocardiograma 
-FAST / E-FAST
-Janela pericárdica
       ▪ Transdiafragmática (em procedimento cirúrgico abdominal)
       ▪ Subxifóidea

Tratamento:
•Pericardiocentese (punção de MARFAN)
Casos positivos →toracotomia para avaliação cardíaca
•Toracotomia se em colapso circulatório (choque obstrutivo)→ ântero-lateralesquerda, 5º EIE (com ou sem extensão p/ esterno)

105
Q

Quais as características do trauma da árvore tráqueo-bronquica?

A

-É lesão grave com alto índice de mortalidade
Causas: Lesões contusas de alto impacto ou penetrantes

Diagnóstico:

  • Hemoptise
  • Dispnéia intensa
  • Disfonia
  • Pneumomediastino
  • Pneumotórax
  • Enfisema subcutâneo
  • Pneumotórax hipertensivo
    - >Fístula de alto débito após drenagem torácica
  • TC tórax
  • Broncoscopia

Tratamento:
•Intubação e Ventilação mecânica se necessário
•Drenagem torácica

Abordagem cirúrgica
•Incisão em colar (cervical –2/3 proximais da traqueia)
•Toracotomia póstero-lateral direita–1/3 distal e brônquios primários

Indicações toracotomia na sala emergência:

  • Drenar tamponamento cardíaco
  • Controlar hemorragias
  • Evacuação de embolia aérea (aorta)
  • Massagem cardíaca
  • Reanimação com controle de danos
Após estabilização:
- Exame secundário:
- Exames complementares
     •Radiografias de tórax
     •USG abdome (trauma associado)
     •TC Tórax
     •Toracoscopia
     •Outros
Avaliação secundária: Lesões torácicas potencialmente fatais:
•Pneumotórax simples
•Hemotórax
•Tórax instável
•Contusão pulmonar
•Trauma cardíaco contuso
•Trauma aórtico
•Trauma diafragmático
•Ruptura de esôfago em trauma contuso
•Ruptura diafragmática, lesão de grandes vasos, fraturas de costelas, fraturas de 
esterno