P3 Obstetrícia Flashcards
Por que uma pressão arterial de 120x80 em grávida pode ser um sinal de provável futura hipertensão, sendo que esse valor é considerado normal na população geral?
A grávida tem fisiologicamente uma diminuição da RVS por causa da progesterona. Então uma pressão de 120x80 que é considerada normal na população, já pode ser um indício de possível hipertensão em grávida.
Quais são os 4 grupos de síndromes hipertensivas na gravidez?
➔ Hipertensão gestacional (aumento da pressão induzida pela gravidez)
➔ Pré-eclâmpsia
➔ Eclâmpsia
➔ HAC
O que marca a diferença entre uma hipertensão crônica/gestacional da pré-eclâmpsia?
Existe um grande risco de pacientes hipertensas associadas a pré-eclampsia. O que marca a diferença entre uma paciente hipertensa crônica e uma com pré-eclampsia é a 20ª semana. A diferença é que a hipertensa já é hipertensa desde o início e a pré-eclampsia só começa a aparecer após a 20ª semana. E quando tempos hipertensão associada a pré-eclampsia? Paciente desenvolve alteração laboratorial ou sintomatologia mais exacerbada a partir da 20ª semana
Como deve ser medida a pressão na grávida?
- Paciente sentada, em repouso de 2 a 3 min. O ideal é usar o manguito de braço e ele deve ser adequado para o diâmetro do braço da paciente, se ela for obesa deve ser usado um manguito para obesos. Na primeira consulta a medida deve ser feita nos dois braços e a gente sempre vai usar a maior medida
- Para registrar o valor pressórico na grávida a gente usa o I e o IV som de korotkoff, em vez do I e do V, é o valor logo an-tes do som sumir.
- MAPA apenas em situações especiais
OBS: paciente que te diz já ter a pressão meio baixa te trazendo valores habituais para ela e na sua medição há um aumento de 30 na PAS e 15 na PAD já chama a atenção para possível hipertensão, mesmo esse valor sendo considerado normal
O que é a hipertensão maligna?
Paciente com níveis pressóricos acima de 200 com lesão de órgão alvo e já com lesão cardíac
O que é considerado como paciente de baixo e alto risco na obstetrícia, em relação à hipertensão?
- Paciente de baixo risco: hipertensão essencial não complicada e que raramente atinge valores maiores que 180
- Paciente alto risco: associação com pré-eclâmpsia, lesão de órgão alvo, com pressão frequentemente maior que 180x100, com perda gestacional anterior causada pela hipertensão (tem que ter pelo menos um desses)
Quais são os critérios para uma paciente ser considerada com pré-eclâmpsia?
Ela tem que ter um aumento da pressão arterial a partir da 20ª semana ou alguma sintomatologia (cefaleia, estocoma visual, dor epigástrica em barra, náusea, vômito, oligoanuria) ou alteração laboratorial (plaquetopenia, aumento de TGO, TGP ou LDH, hematócrito elevado, função renal alterada). BASTA UM, seja laboratorial ou sintomático, ela é considerada PE. Precisa ter alteração na pressão? 20% das pacientes com PE não tem alteração da pressão, a clínica é muito mais importante.
Com quanto tempo após o parto pacientes com hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia voltam aos valores pressóricos normais?
12 semanas
O que diferencia uma hipertensão gestacional de uma PE?
É a ausência de sintoma e de alteração laboratorial em uma paciente que está hipertensa na gravidez
Qual cuidado se deve ter com a pressão arterial no segundo trimestre de gravidez?
No segundo trimestre há uma ação mais vigorosa da progesterona ocorre diminuição esperada da pressão arterial, retornando ao normal no terceiro trimestre. Paciente chega com pressão normal, pode estar assim por causa dessa diminuição fisiológica no segundo trimestre.
O que deve ser perguntado no atendimento pré-concepcional de uma paciente hipertensa?
- Quais medicamentos usa para hipertensão
- Se tem familiares próximos com hipertensão e quais medicamentos usa
- Doenças associadas: DM, LES, vasculopatias (risco renal)
- Se teve gestação anterior: associação com PE, DPP, PP, CIUR, morte fetal
Qual os critérios de classificação da hipertensão em gestantes?
• LEVE
- PAS 140 a 159mmHg
- PAD 90 a 99 mmHg
- Sem lesão renal
- Sem risco cardiovascular
- Paciente mais fácil de controlar
•MODERADA
- PAS 160ª 179mmHg
- PAD 100 a 109 mmHg
- Creatinina aumentada
- HVE e fundoscopia alterada
•GRAVE
- PAS >160mmHg
- PAD > 110mmHg
- Com ou sem sinal de lesão de órgãos alvo
- Essa é uma paciente com risco de descolamento prematuro de placenta, de AVC, de disfunção cardíaca.
- Sinais de IRC, EAP, HP, lesões graves na fundoscopia, ICC (HVE grave)
• Na gestação a classificação moderada e grave tem o mesmo cuidado
Quais exames e orientações devem ser passadas para uma paciente hipertensa que deseja engravidar?
Solicitar fundo de olho, função renal e cardíaca (ECG, ECO, ureia, creatinina, ac úrico, TGO, TGP, GAMAGT, bi-lirrubinas totais e fração, avaliação lipídica, TSH, T4 livre, avaliação de fundo de olho)
Para o feto: ultrassom com doppler, US morfológico (avaliação de cromossomopatia)
Maior que 35 anos avaliar risco de IAM
IECA ou BRA suspender/trocar pois tem alta teratogenicidade (utilizamos metildopa nas gestantes)
Doença renal presente: - manter controle HAC com mais rigidez - creatinina abaixo de 1,2 (estamos falando de uma paciente ainda não gravida. Normalmente pelo aumento de fluxo renal a creatinina dessa paciente vai dimi-nuir. Se não abaixar já é sinal de lesão renal, 1,2 de creatinina em gravida é sinal de lesão renal) - descontrole des-ses fatores aumentam a perda fetal em 10x
Quais exames e orientações devem ser passadas para uma paciente hipertensa que deseja engravidar?
- Solicitar fundo de olho, função renal e cardíaca (ECG, ECO, ureia, creatinina, ac úrico, TGO, TGP, GAMAGT, bi-lirrubinas totais e fração, avaliação lipídica, TSH, T4 livre, avaliação de fundo de olho)
- Para o feto: ultrassom com doppler, US morfológico (avaliação de cromossomopatia)
- Maior que 35 anos avaliar risco de IAM
- IECA ou BRA suspender/trocar pois tem alta teratogenicidade (utilizamos metildopa nas gestantes)
- Doença renal presente: - manter controle HAC com mais rigidez - creatinina abaixo de 1,2 (estamos falando de uma paciente ainda não gravida. Normalmente pelo aumento de fluxo renal a creatinina dessa paciente vai dimi-nuir. Se não abaixar já é sinal de lesão renal, 1,2 de creatinina em gravida é sinal de lesão renal) - descontrole des-ses fatores aumentam a perda fetal em 10x
- Diminuir trabalho (depende do tipo de trabalho da paciente. Pode ser um de esforço físico muito grande ou de stress muito grande e ambos podem alterar a pressão)
- Exercícios físicos leve para
- Diminuir ingesta de sódio
- Fumo e álcool
Quais exames devem ser solicitados para uma gestante com hipertensão?
- Hemograma com plaquetas (avaliação plaquetária extremamente importante porque durante a pré-eclâmpsia um dos primeiros fatores de agravamento é a queda do numero de plaquetas, é um dos primeiros sinais)
- Hematoscopia (hemácias alteradas falam a favor de uma vasoconstrição muito grande)
- Proteinúria 24h
- Fundoscopia
- Creatinina/acido úrico/ureia
- Dosagens de TGO,TGP e LDH
- ECG
- Ecocardiograma
- USG renal
- K (no caso em que suspeitamos de feocromocitoma - mulheres negras (cuidado)
Para o feto:
• US (o ideal em hipertensas é fazer um US de avaliação do ritmo de crescimento do feto a cada 2 ou 3 semanas) / PBF, peso, LA, IG
• CTG
• Doppler (semanal ou a cada 15 dias): associação com PE – resistência muito alta e presença das incisuras protodi-astólicas
• Tempo de avaliação é variável em cada caso (maior gravidade, menor intervalo de tempo entre os exames).
Qual o tratamento da gestante hipertensa?
- Preservar ACV da paciente, proteger a paciente do risco de uma lesão cerebral e promover um crescimento ade-quado da criança. - Rastrear pré-eclâmpsia.
- Manter glicemia e lipídios normais, evitar fumo e álcool.
- Exercício físico tem sua utilidade.
- Dieta: evitar excesso de sal (retirar o saleiro da mesa, evitar colocar muito na comida) Obs: restrição de sódio pode ser prejudicial (retenção de líquidos da gravidez) – a grávida retém cerca de 1g de sódio durante a gestação.
- Drogas anti-hipertensivas
Quais drogas anti-hipertensivas podem ser usadas pela gestante?
• DROGA DE ESCOLHA: METILDOPA (vasodilatador):
- Estímulo de receptores alfa 2 centrais e bloqueio de receptores alfa 2 periféricos.
- Dose inicial em torno de 750 mg, 250mg de 8 em 8 horas, podendo chegar a 2g/dia
- Efeito colateral é sonolência nos primeiros dias de uso.
- Ele demanda um tempo para agir, então não é uma droga pra usar na urgência
• Outra escolha: CLONIDINA.
- Também estimula alfa 2, diminui o fluxo adrenérgico e diminui RVP.
- O problema dela é um efeito rebote muito intenso e de forma súbita na sua retirada, causa um pico hipertensivo
- Dose: 0,1 a 0,3mg 2x ao dia – dose máxima 1,2mg/dia
• Nifedipina/anlodipina:
- Bloqueador de canal de Ca++ , Diminui a passagem de Ca++ levando ao relaxamento de mm dos vasos e a dimi-nuição da RVP
- Dose: 20 a 60 mg/dia (1cp 10mg 8/8h até 1 cp 20 mg de 8/8h)
- Evitar no 1º trimestre – teratogênese
- EC: cefaleia e rubor facial
• Betabloqueadores: - Atenolol e propranolol:
- 1 e 2º trimestre pode levar ao CIUR
- Metoprolol, pindolol: oxprenolol não apresentam esse efeito (alto custo)
Obs: Só usamos diuréticos em gravidas em último caso quando tivermos mais de 2 drogas sendo utilizadas e a paciente continua com a pressão alta. Evitamos ao máximo o uso, pois a grávida tem uma retenção hídrica fisiológica, diminuindo essa r-tenção pode levar a diminuição do LA, diminuir pré-carga e outros problemas na gravidez
Como tratar uma gestante em crise hipertensiva?
Definição: PA maior que 160/110mmHg associada a sintomatologia: cefaleia, vomito, diplopia
- Podemos usar hidralazina: é um vasodilatador potente. A ampola tem 20mg em 1 ml. Dilui-se para 20ml e faz 5mg em bolus (máximo de 20mg) 3/3h. A meia-vida dela é muito curta, rapidamente eliminada
- A pressão não deve cair mais do que 20% dos níveis pressóricos: pode levar a uma hipoperfusão placentária e diminuir as trocas metabólicas fetais
- Outras opções: nifedipina (leva a uma queda abrupta da pressão) e nitroprussiato de sódio (tem que ser feita no CTI)
Quando interromper a gestação em síndromes hipertensivas?
- Pacientes hipertensas com controle adequado não podem passar de 38 semanas: indução do parto
- Controle inadequado materno: falha da medicação, piora do QP, DPP tomaremos decisão frente ao descontrole.
- SFA, CIUR grave, alterações da vitalidade fetal: em casos de descontrole fetal, mesmo com o controle adequado da pressão materna vamos interromper a gravidez.
Quais anti-hipertensivos usar em lactantes?
- Metildopa/propranolol: risco baixo
- IECA: risco de lesão renal (apenas relato de caso, observação, mas não contraindicação)
- Nifedipina – sem efeito até o momento
- Diuréticos – podem diminuir a produção de leite
Ao que a isoimunização se refere?
Reação imune devido a:
- Fator Rh
- Sistema ABO
- Antígenos irregulares
Quais são os 5 antígenos do fator Rh?
- C e c
- D (variantes DU)
- E e e
- G e g
Não existe o antígeno d
Antígeno D: é o mais forte, marca a presença ou ausência do fator Rh. Quando ela tem o antígeno D ela é capaz de expressar a o fator Rh.
O que caracteriza uma pessoa como Rh+ ou Rh-?
Antígeno D: marca a presença ou ausência do fator Rh. Quando ela tem o antígeno D ela é capaz de expressar a o fator Rh.
** Quando temos o sangue O negativo antigenicamente diz para que ele não tem o gene D expressando sua ação na hemácia. Desse modo, negativo não tem o antígeno D. Mas todo individuo Rh negativo quando é testado a primeira vez tem que ser testado no gene Du (considerado um D fraco), ele não se expressa adequadamente a ponto de ser um individuo Rh+ mas ele é capaz de fazer com que essa pessoa apesar de não ter o antígeno D próprio, esse gene Du faz ele se portar como Rh+. O gene D em uma escala de 0-10 ganha 10 e o Du ganha 7. Esse gene não é perfeito, não é intenso, mas faz a pessoa se portar como Rh+.
Mulher engravida, é Rh-, mas com Du positivo não há risco de isoimunização já que para
ser considerada Rh - o Du tem que ser negativo, se o Du é positivo ela se porta como Rh+ e não produz anti-D.
A mulher Rh- pode ser sensibilizada pelos outros antígenos do Rh?
Sim, A mulher pode ser sensibilizada por outros antígenos (caso ela não tenha o antígeno D) -
lembrar que temos C, G, E - e a imunoglobulina é especifica contra o D, mas não protege contra os outros antígenos que fazem parte da cadeia peptídica Rh. Para expressar o gene da proteína é necessário pelo ou menos 3 genes e suas mais de 50 combinações
possíveis para que ela seja produzida, sendo que a ausência do gene D é responsável pela
ausência do fator Rh, mas ela pode ser Rh tendo por exemplo “CEe” por exemplo, e a imunoglobulina não protege e a paciente acaba imunizando não pelo fator D mas pelos outros fatores da cadeia peptídica.
Qual o principal problema dos antígenos irregulares?
Alguns tem alto poder de hemólise e não há tratamento (Duffy, Kell, Kidd, MNSs, Diego
O que é a isoimunização pela fator Rh?
É a destruição de hemácias fetais por imunoglobulinas maternas (as fetais são Rh+). A mulher é Rh- e irá sensibilizar e produzir anti-Rh
Imunoglobulinas maternas:
- IgG1 e IgG3: atravessam a placenta em quantidades crescentes causando anemia fetal crescente
Qual é a fisiopatologia da isomunização?
Fatores influentes da reação Ag-Ac :
- Baixa prevalência de Ags
- passagem de placenta : concentrações diferentes de Acs e Ags
- ação do sistema ABO (Vamos supor que a mãe é A Rh- Du- e o feto B Rh+, primeiro sistema que ataca essas hemácias diferentes é o sistema ABO porque a mãe já tem
naturalmente anticorpos anti B então ela detecta essa hemácia com antígeno B e destrói essa célula antes de ativar o sistema Rh).
- Resposta materna variável.
- Variabilidade antigênica.
A mulher tem um filho de um homem Rh+, ela é Rh- e engravida de uma criança Rh+,
passa algumas células Rh+ para a corrente sanguínea materna e isso pode acontecer durante a
gravidez ,durante o parto, durante um aborto, num processo de gravidez ectópica. Então essa
mulher entra em contato com o Rh+ ,produzir IgM e passa a produzir anticorpos contra
celular Rh+, porem como a IgM não ultrapassa a placenta esse bebe não vai nascer com
problema de isoimunização, não vai ter problema de hidropsia ou anemia. Na próxima
gestação as coisas mudam, uma nova gravidez de uma nova criança Rh+ a mãe vai passar
esses anticorpos para a placenta e da placenta para a criança, na corrente sanguínea fetal
essa imunoglobulina começa a destruir as células sanguíneas fetais e começa o problema de
hidropsia fetal.
Como uma paciente não imunizada (Rh- e Du-) reage a uma primeira gravidez?
1ª gravidez (não necessariamente que chega a termo - abortamento, ectópica, mola parcial, procedimento invasivo, compartilhamento de agulha, transfusão inadequada):
- Contato sangue Rh+
- Resposta imune primária: IgM – problemas nas gestações seguintes (agravamento)
- não atravessa a placenta (molécula grande).
- 2 gotas de sangue podem fazer a mulher ficar imunizada. Pode haver contato do sangue materno com o fetal e haver a produção de anticorpos
Nos não temos um determinado antígeno, entramos em contato com ele pela primeira vez e
desenvolvemos uma resposta imune primaria que é mediada por IgM que não é capaz de
atravessar a placenta porque é grande e com mais de 10 sítios inespecíficos de ligação. É uma
resposta imune lenta, não muito eficaz e que não vai trazer muita repercussão para a
primeira gravidez.
Qual a conduta em uma gestante Rh- não imunizada?
• Controle habitual da gestação: anamnese completa
- ênfase na HPP/HGO.
- internação, cirurgia, transfusão, se usa ou compartilha agulha.
• Gestação anterior :
- RN submetido a transfusão, fototerapia, hidropsia fetal, natimorto ou neomorto
(porque em uma gravidez anterior ela pode ter recebido algum estímulo e não
desencadeou a doença ou recebeu estímulo de fator que não era o Rh).
• Exames complementares :
- Teste de Coombs indireto: primeira consulta e se negativo repetimos a cada 4 semanas
a partir da 20ª semana, no pós parto imediato e de 12 a 15 semanas após o parto.
- teste de kleihauer: para ver qual a força de ligação desse antígeno.
- USG (diagnostico precoce de hidropsia)/Doppler (parâmetros de piora e melhora do
prognostico na isoimunização).
• Assistência ao parto :
- indicação obstétrica
Cuidados:
- Evitar ordenha do cordão (empurrar o sangue do cordão, que é um sangue fetal, de volta para
a placenta para facilitar sua dectadura, é mais fácil abrir e deixar escorrer para dentro da bacia
do parto).
• Evitar extração manual da placenta
• Coleta de sangue fetal: tipo sanguíneo fetal e teste de Coombs direto
Coombs direto fazemos no feto e indireto fazemos na mãe
• Prevenção da isoimunização: fazemos se a mãe mantiver o teste de Coombs indireto negativo
e for um teste Rh+ com teste de Coombs direto negativo fazemos imunoglobulina anti D (300mcg > suficiente para destruir cerca de 25 a 30ml de sangue fetal (pode acontecerfalha quando a dose é inadequada).
A imunoglobulina anti-D vai evitar a aloimunização da mãe se ligando aos antígenos D que
estão nas hemácias do feto. Damos imunoglobulina para ela caçar as hemácias fetais na
corrente sanguínea materna e destruir essas hemácias não dando tempo para o sistema
imune da mãe achar essa proteína diferente e fazer uma resposta a ela.
Controle: para saber se a imunoglobulina funcionou ou não.
- teste de kleihauer: presença de células fetais ainda na corrente sanguínea materna.
- teste de Coombs: ausência de anticorpo no sangue materno de 48 a 72 horas após a
administração (se a dose for correta nesse momento teremos uma parte desses
anticorpos e o teste vai dar positivo). A imunoglobulina dura cerca de 100 a 120 dias e
depois é desnaturada. Por isso, vamos fazer o teste de Coombs de 4 em 4 semanas a
partir da 20ª semana e depois de 10 a 15 dias pós parto, que ai sim o teste vai dar
negativo).
Qual é o risco de isoimunização durante a gestação?
• Risco de transmissão durante a gestação :
- Estudos dizem que tem um risco de 1 a 2% de isoimunização durante a gestação (mesmo tendo controle).
- Países desenvolvidos tem promovido a utilização do soro imune por volta da 28ª
semana de gestação (0,5% de risco) – faz cair em mais de 150% o risco de imunização, cai
de 2 P/ 0,5%, porem tem um problema: se você da imunoglobulina o teste de Coombs da positivo. Se você dá essa dose a partir da 28ª semana não tem mais o parâmetro para saber se ela imunizou ou não. No 3º trimestre tem uma chance de 10% de transmissão .
Quando a imunoglobulina deverá ser usada durante a gestação?
- Sangramento de 1ª metade (por qualquer motivo): abortamentos, gravidez ectópica,
doença trofoblástica (principalmente a parcial, a completa é controversa). - Laqueadura tubaria pós-parto: paciente que tem um parto vaginal e faz laqueadura
mesmo assim deve fazer porque não é 100% de chance de não engravidar, vai que a
mulher resolve engravidar novamente por fiv. - Gestação gemelar com gêmeo Rh positivo (TFF)
- Grandma teory: durante uma gravidez de uma menina Rh - e mãe Rh +, passa sangue da
mãe por algum motivo para a corrente sanguínea fetal e esse feto produz anticorpos anti
Rh, como isso ocorre intraútero e essa mulher vai engravidar 20/25 anos depois a
resposta imune pode ficar ineficaz e mesmo assim pode acontecer, se não acontecer
vale a pena usar a imunoglobulina.
Qual é a conduta na gestante Rh- previamente imunizada?
• Diagnostico fácil: teste de Coombs indireto positivo (acima de ¼ é imunização )
• Própria historia da paciente:
- historia obstétrica: hidropsia, neo/natimorto, exsanguineo, transfusão, fototerapia
• Teste de Coombs indireto positivo: valores acima de 1/4 - imunização.
• Necessidade de testes invasivos:
- amniocentese : espectrofotometria Ddo 450nm, cordocentese (Hb fetal, TS)
Avaliação não invasiva
• Associação de métodos :
- CTG (deu um padrão sinusóide mostra uma variação de 10 a 15 bpm em 30 a 40 s,
como se fosse uma fibrilação atrial)/PBG+ USG (para avaliar sinais de
hidropsia)/doppler
- dopplerfluxometria: arterial (ACM) e venoso (DV, VCI, Ao descendente)
-> a imunoglobulina vai levar a anemia fetal, a anemia fetal diminui a viscosidade de
fluxo que aumenta a velocidade do fluxo e veremos isso na ACM, um aumento de
velocidade acima do percentil 95 é sinal de anemia fetal.
- índice cardio-femoral (congela a imagem na diástole, mede a largura dos dois máximos
dos ventrículos e faz uma relação como tamanho do fêmur, se o índice for maior que 0,7
é sinal de insuficiência, lembra que o feto já está tendo sofrimento e tendo repercussão
hemodinâmica
Como é a resposta imune na isomunização?
Uma resposta imune primaria tem uma resposta lenta mediada por IgM. Em uma segunda gravidez com pequeno volume de transfusão sanguínea tem uma reposta rápida
mediada por IgG tipo 1 e tipo 3 e a hemólise pode seguir dois caminhos de disfunção fetal:
- Hemólise -> anemia -> eritropoiese extra medular (o feto produz as medulas dele no inicio na vesícula vitelina, depois no baço ,depois no fígado e depois na medula óssea) -> disfunção
hepática (o fígado que estava produzindo proteínas e outras substancias para essa produção
e começa a produzir sangue consequentemente diminui a pressão oncótica nesse sangue não
só pela diminuição de células vermelhas mas pela diminuição proteica) -> edema no feto
(hidropsia). - Hemólise -> anemia -> hipóxia (que ativa os centros reguladores a aumenta a FCF ) -> com o tempo leva a ICC -> cardiomegalia -> alteração do índice cardio femoral.
Como deve ser a avaliação fetal na isomunização?
• Após diagnostico fetal: gestação de 32/34 semanas de uma mãe imunizada -> avaliar
interrupção (corticoide, sulfato de magnésio para neuroproteção).
• Prematuridade: terapêutica invasiva (transfundir sangue para essa criança ), USG (guiado por
USG vai com uma agulha ate a veia umbilical e faz transfusão sanguínea) e seguimento com
doppler para ver se tem uma diminuição do pico de velocidade sistólica da ACM, se tem uma
reversão dos problemas que possam acontecer no coração (ex ducto venoso alterado).
Qual é a associação entre o pico de velocidade sistólica na artéria cerebral média e a concentração de hemoglobina fetal?
Quando tem um pico de velocidade sistólica alterado (19/25 fetos) a hemoglobina fetal é
abaixo de 10, quando o pico é normal 23/30 fetos estavam com a hemoglobina acima de 10.
Ou seja, quando o pico de velocidade sistólica esta alterado a chance dessa criança ter uma
hemoglobina abaixo de 10 é cerca de 73%, muito alto. É o que usamos hoje para avaliar a
necessidade de transfusão intrauterina, avaliar o sucesso da transfusão intrauterina e o índice
cardio femoral associado.
Quais são as alterações circulatórias na anemia fetal?
Anemia → Hemólise → aumento do débito cardíaco → aumento do retorno venoso
Há um aumento da velocidade de fluxo, aumento de Vmed ACM/aorta, aumento da velocidade da veia umbilical, diminuição do fluxo reverso na VCI e aumento do fluxo diastólico final no DV → isso gera:
Anemia intensa, insuficiência cardíaca fetal e pulsações na veia umbilical
Quais as características da incompatibilidade ABO?
• Mais comum das doenças hemolíticas: 20 a 25% de todas as gravidezes .
• Não é um problema obstétrico, é um problema pediátrico.
• Incompatíveis: somente 5% das gravidezes trazem problemas neonatais (leve a moderada a
hemólise)
• Patogenia :
- gravida tipo “o”: grande risco, apesar de ser recessivo é extremamente comum na
população e tem tanto anti A quanto anti B, e mediante a diversas situações como
exposição a agentes bacterianos e resposta inflamatória ao parto leva a aquela criança
que fica ictérica nos primeiros dias pode ser por disfunção hepática ou por hemólise por
conta do sistema ABO.
- recessivo : 60% da população
- anti-A e anti – exposição a agentes bacterianos
-mediados por IgM
-controle pediátrico: tratar com internação, banho de luz e eventualmente exsanguineo
transfusão.
O que é a pré-eclâmpsia?
Paciente desenvolve uma hipertensão que pode ser grave e culminar em convulsões
O risco de desenvolvimento de PE acaba com o fim da gestação?
• O fim da gravidez não elimina a possibilidade de pré-eclâmpsia, pode acontecer até 12 semanas após o parto e independe se o feto está vivo ou não, pois não é uma doença induzida pelo feto, ela é originada da placenta, ela vem do trofoblasto. Então se tem placenta pode haver pré-eclâmpsia. Há casos de permanência de debris placentários na corrente sanguínea materna em até 12 sem após o parto