P1 Emergências clínicas Flashcards
Qual é a ordem das cores de atendimento na emergência?
Azul - não urgente Verde - pouco urgente Amarelo - urgente Laranja - muito urgente Vermelho - Emergência - necessita de atendimento imediato
Quais são os cinco pontos norteadores para a indicação de internação em UTI?
- Diagnóstico e necessidade do paciente;
- Serviços médicos disponíveis na instituição;
- Priorização de acordo com a condição do paciente;
- Disponibilidade de leitos;
- Potencial benefício para o paciente com as intervenções terapêuticas e prognóstico.
Quais são as 2 condições nas quais o cuidado em UTI não oferece benefícios sobre os cuidados convencionais?
- Pacientes muito saudáveis para beneficiar-se
- Pacientes demasiadamente doentes para beneficiar-se
Quais são os distúrbios cardiovasculares que podem necessitar de internação na UTI?
- IAM
- Choque cardiogênico
- Arritmias complexas
- IC com disfunções respiratórias ou hemodinâmicas
- Emergências hipertensivas
- Angina instável, com arritmias e instabilidade hemodinâmica e dor torácica persistente
- Tamponamento cardíaco
- Dissecção de aorta
- Pós-parada cardiorrespiratória
- Bloqueio cardíaco de alto grau
Quais são os distúrbios respiratórios que podem necessitar de internação na UTI?
- Insuficiência respiratória aguda com necessidade de suporte ventilatório
- Insuficiência respiratória com intubação iminente
- Embolia pulmonar com instabilidade hemodinâmica
- Paciente na semi-intensiva que demonstram piora respiratória
- Hemoptise maciça
Quais são os distúrbios neurológicos que podem necessitar de internação na UTI?
- AVC agudo com alteração do nível de consciência
- Coma: metabólico, tóxico ou anóxico
- Hemorragia intracraniana
- Hemorragia subaracnóidea aguda (HSA)
- Meningite com alteração do estado de consciência ou comprometimento respiratório
- Distúrbio do SNC ou neuromuscular com deterioração neurológica ou respiratória
- Estado de mal epiléptico
- Morte cerebral necessitando de controle para doação de órgãos
- TCE
Quais são os distúrbios gastro-intestinais que podem necessitar de internação na UTI?
- Hemorragias digestivas com hipotensão, angina, sangramentos contínuos ou com comorbidades
- Falência hepática fulminante
- Pancreatite severa
- Perfuração de esôfago com ou sem mediastinite
Quais são os distúrbios endócrinos que podem necessitar de internação na UTI?
- Cetoacidose diabética complicada com instabilidade hemodinâmica, alteração do estado mental, insuficiência respiratória ou acidose severa
- Crise tireotóxica ou coma mixedematoso com instabilidade hemodinâmica
- Estado hiperosmolar com coma e/ou instabilidade hemodinâmica
- Disfunção suprarrenal com instabilidade hemodinâmica
- Distúrbios hidroeletrolíticos (K, Na, Ca, Mg, P) com sinais ou sintomas)
Quais são os modelos de prioridade para internação na UTI?
PRIORIDADE 1
- Necessidade de tratamento que não pode ser oferecido, fora da UTI (suporte ventilatório, drogas vasoativas, choque, instabilidade hemodinâmica)
- Pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, com alta probabilidade de recuperação e sem nenhuma limitação de suporte terapêutico
PRIORIDADE 2
- Monitorização intensiva com intervenção imediata (p.ex. pacientes com doenças crônicas que estejam clinicamente ou cirurgicamente agudizados)
- Pacientes que necessitam de monitorização intensiva, pelo alto risco de precisarem de intervenção imediata, e sem nenhuma limitação de suporte terapêutico
PRIORIDADE 3
- Complicações reversíveis em doença de base irreversível (p.ex. neoplasia metastática com infecção)
- Pacientes criticamente enfermos, mas que tem uma probabilidade reduzida de sobrevida pela doença de base → Limites ou esforços terapêuticos podem ser estabelecidos como não entubação ou RCP
- Pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, com baixa probabilidade de recuperação ou com limitação de intervenção terapêutica
PRIORIDADE 4
- Pacientes SEM benefícios de UTI: baixa necessidade de cuidados intensivos, baixo risco de complicações, pacientes com doença terminal irreversível
- Pacientes com doença em fase de terminalidade, ou moribundos, sem possibilidade de recuperação. Em geral, esses pacientes não são apropriados para admissão na UTI (exceto se forem potenciais doadores de órgãos). No entanto, seu ingresso pode ser justificado em caráter excepcional, considerando as peculiaridades do caso e condicionado ao critério do médico intensivista.
Segundo o CFM quais são as prioridades para admissão?
- Pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, com alta probabilidade de recuperação e sem nenhuma limitação de suporte terapêutico.
- Pacientes que necessitam de monitorização intensiva, pelo alto risco de precisarem de intervenção imediata, e sem nenhuma limitação de suporte terapêutico.
- Pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, com baixa probabilidade de recuperação ou com limitação de intervenção terapêutica.
- Pacientes que necessitam de monitorização intensiva, pelo alto risco de precisarem de intervenção imediata, mas com limitação de intervenção terapêutica.
- Pacientes com doença em fase de terminalidade, ou moribundos, sem possibilidade de recuperação.
- Em geral, esses pacientes não são apropriados para admissão na UTI (exceto se forem potenciais doadores de órgãos).
- Sua admissão pode ser justificada em caráter excepcional, considerando as peculiaridades do caso e condicionado ao critério do médico intensivista.
Quais são os Modelos de Parâmetros Objetivos para Admissão na UTI?
1 – Sinais Vitais ➔ Pulso < 40 ou > 150 bpm ➔ PAS < 80 mmHg ou 20 mmHg abaixo da PAS habitual ➔ Pressão arterial média < 65 mmHg ➔ PAD > 120 mm Hg ➔ Movimentos respiratórias > 35 irpm
2 - Valores laboratoriais ➔ Sódio < 110 ou > 160 mEq/l ➔ K < 2 ou > 7 mEq/l ➔ Glicose > 800 mg/dl ➔ Ca > 15 mg/dl ➔ PaO2 < 50 mmHg ➔ pH < 7,1 ou > 7,7 ➔ Níveis tóxicos de drogas ou substâncias químicas em pacientes com comprometimento hemodinâmico ou neurológico
3 - Achados em métodos de imagem
➔ Hemorragia vascular cerebral
➔ Roturas viscerais
➔ Dissecção de aorta
4 - Achados no ECG
➔ IAM associado a arritmias complexas, instabilidade hemodinâmica ou ICC
➔ TVS ou fibrilação ventricular
➔ Bloqueio cardíaco completo (BAVT) com instabilidade hemodinâmica
5 - Achados físicos
➔ Anisocoria pupilar em pacientes inconscientes
➔ Queimadura em > 10% da superfície corpórea
➔ Anúria, obstrução de vias aéreas, coma, crises convulsivas contínuas, cianose
O que é o time de resposta rápida?
Médicos treinados em terapia intensiva avaliam pacientes que podem ter risco de deterioração na enfermaria e dão início a intervenções apropriadas.
Quando deve ser dada a alta da UTI?
- Deve se basear em 2princípios: Quando o paciente não necessitar mais de cuidados intensivos, e/ou quando não se beneficiar doscuidados intensivos.
- Quando o “status fisiológico” do paciente estiver estabilizado e a necessidade de monitorização e cuidados intensivos não foremmais necessários, ou quando o “status fisiológico” do paciente sofrer deterioração e mais nenhuma intervenção sejaplanejada
- CFM: a alta da UTI deve seguir critérios como verificar se o paciente tem seu quadro clínico controlado e estabilizado. Também deve ter alta o paciente para o qual tenha se esgotado todo o arsenal terapêutico curativo/restaurativo e que possa permanecer no ambiente hospitalar fora da UTI de maneira digna e, se possível, junto com sua família.
Quais são os fatores associados à readmissão na UTI?
- Alta prematura da UTI
- Atendimento médico atrasado no nível da enfermaria
- Cargas de trabalho pesadas de enfermagem
- Falta de pessoal devidamente qualificado
- Pacientes com várias comorbidades.
Quais são as manifestações clínicas da hipoxemia?
Leva a moderada: taquipneia, dispneia, palidez, taquicardia, agitação, desorientação, cefaleia, hipertensão leve, vasoconstrição periférica
Grave: taquipneia, dispneia, cianose, taquicardia/bradicardia/arritmias, sonolência, confusão mental, hipertensão ou hipotensão eventual, perda da coordenação, baqueteamento dos dedos, coma
Quais são as manifestações clínicas da hipercapnia?
- Confusão mental
- Cefaleia
- Tremor
- Sonolência
- Coma
- Cianose
Quais os tipos de insuficiência respiratória do ponto de vista gasométrico?
- Iresp. Aguda Hipercápnica: elevação da PaCO2acima de 45 a 50mmHg com acidemia resultante, ou seja pH < 7,34.
- Iresp. Aguda hipoxêmica: PaO2< 55 a 60mmHg, em ar ambiente, ou caracteristicamente, na vigência de oxigenoterapia.
- Tipo misto: quando ocorre hipoxemia grave associada à retenção de CO2com acidose respiratória.
Quais são os parâmetros de insuficiência respiratória baseados na PaO2?
- PaO2 > 80 ou PaO2/FIO2 > 400 - normal
- PaO2 entre 60-80 ou PaO2/FIO2 entre 300-400 - hipoxemia
- PaO2 < ou = 60 ou PaO2/FIO2 < 300 - Insuficiência respiratória
- PaO2 < ou = 40 ou PaO2/FIO2 < 200 - I. respiratória grave
PaCO2 = 35 a 45
PaCO2 > 50 - I. respiratória
Quais são os possíveis dispositivos de oxigenação?
➔ Catéter nasal;
➔ Máscara de oxigênio simples;
➔ Máscara de venturi;
➔ Máscara não-reinalante.
Quais são as características do cateter nasal?
- Dispositivo mais utilizado (disponibilidade e facilidade do uso).
- Dispositivo simples, de baixo fluxo, suportando um fluxo de até 6 L/min, fornecendo uma FiO2de, no máximo, 45%. Um aumento maior no fluxo não é transmitido em aumento da FiO2
- Principal indicação: hipoxemia leve, conseguindo reverter a hipoxemia na maioria dos casos em que se há uma diminuição leve da SatO2 (92-94%).
- Principal desvantagem: ressecamento da mucosa nasal ou até lesões na mucosa (uso prolongado ou aplicação de fluxos altos)
Quais são as características máscara simples?
- Podeaumentar a FiO2até 60%. Deve ser usada com um fluxo mínimo de 5 L/min para prevenir retenção de dióxido de carbono (CO2).
- Vantagens: acessível e leve (pode ser utilizada até em casa)
- Desvantagens: não tem garantia de selamento e precisa ser removido se o paciente precisar falar ou se alimentar.
Quais são as características máscara de venturi?
- Possui um sistema de válvulas que possibilita um controle exato da FiO2 a ser fornecida ao paciente. Cada válvula tem uma cor e na válvula tem escrito tanto o fluxo quanto a FiO2ofertado por ele, que varia de de 24 a 50%. Azul: 24% - 4l/min; Branca: 28% - 4l/min; Laranja: 31% - 6l/min; Amarelo: 35% - 8l/min; Vermelho: 40% - 8l/min; Rosa: 50% - 12l/min.
- Seu benefício está em situações em que se busque um desmame da oferta de oxigênio ou nas quais uma oferta exagerada e/ou descontrolada pode ser prejudicial, como em pacientes com DPOC.
Quais são as características máscara reinalante?
- Destaca-se pelo reservatório de oxigênio e por um sistema de válvulas expiratória e inspiratória que conferem a capacidade de fornecer umafração inspirada de oxigênio de até 100%(fluxo de 12-15 L/min), sendo amplamente utilizada em setores de emergência e UTI.
- Indicação: hipoxemia moderada-grave que não conseguiu ser revertida com cânula e que ainda não há uma indicação de entubação ou ventilação-não-invasiva
Quais as recomendações de oxigenoterapia para pacientes com doenças agudas?
1 - Pare a oxigenoterapia se saturação > 96%
- O painel faz uma forte recomendação de que, se oxigênio suplementar for administrado, os médicos devem garantir um máximo de SpO2 de 96%
- Isso ocorre porque a saturação acima deste nível provavelmente causa um pequeno, mas importante risco aumentado de morte sem benefício plausível.
2 - Não inicie a oxigenoterapia se saturação > ou = 93%
- Em pacientes com IAM ou AVC, provavelmente não há benefícios em iniciar o oxigênioterapia quando a SpO2 é > 92%, e pode causar prejuízo.
A saturação de oxigênio ideal para iniciar o oxigênioterapia é incerta, mas é provavelmente ≤ 90%
Aplica-se a pacientes com AVC agudou ou IAM
Como deve ser feita a abordagem inicial do paciente grave?
- Escalas de Triagem: identificação de pacientes potencialmente graves. Avaliação de responsividade, pulso, respiração e sinais de choque deve ser realizada sistematicamente
- Exame Físico: observar alguns sinais específicos (indicação de maior gravidade) → Estado mental alterado, dispnéia, uso de musculatura acessória, bradi ou taquiarritmias, tempo de enchimento capilar aumentado e cianose de extremidades
O que é o MOV?
M
→ Pressão arterial
→ Oximetria
→ Cardioscopia
O
→ SatO2
V
→ Veia: antecubital/femoral
O que deve ser feito no “M” do MOV?
- Monitorização multiparamétrica: geralmente realizada com PA, oximetria de pulso e cardioscopia
- Pressão Arterial: método auscutatório (manuais) ou oscilométricos (monitores)
- Oximetria de pulso: mede porcentagem de Hb arterial que está no estado de oxi-hemoglobina. Reflete uma percentagem que relaciona quantidade de O2 que a Hb está carregando com o máximo que se pode transportar → SatO2.
Quais são as limitações clínicas da oximetria de pulso?
- Artefato de movimentação e perda de sinal
- Estados de baixa perfusão com componente pulsátil baixo e erros de mensuração
- Incapacidade de distinção entre Hb normal e condições como metahemoglobina e carboxi-hemoglobina
Quais as causas de dor torácica são um risco iminente de vida?
- SCA
- Síndromes aórticas
- TEP
- Pneumotórax hipertensivo
- Tamponamento cardíaco
- Rotura esofágica
Quais são as causas cardíacas de dor torácica?
- Síndrome coronariana aguda
- Pericardite
- Doenças valvares aórticas
- Cardiomiopatia hipertrófica
Quais são as causas não cardíacas de dor torácica?
- Dissecção de aorta
- TEP
- Pneumotórax
- Derrame pleural
- DRGE
- Dor biliar
- Psicogênica
Qual é a abordagem inicial do PACIENTE ESTÁVEL com dor torácica na sala de emergência?
1º passo - História
- Abordagem geral: Obtenha um histórico detalhado da dor torácica, incluindo:
• Início da dor (abrupta ou gradual)
• Que atividades provocam dor e o que aliviam a dor
• Qualidade da dor (aguda, pleurítica…)
• Irradiação (ombro, mandíbula, dorso)
• Local da dor (subesternal, parede torácica, costas, difusa, localizada)
• Tempo (constante ou episódico, duração dos episódios, quando a dor começou)
- Pergunte sobre exames diagnósticos anteriores (por exemplo, teste de estresse ou angiografia por TC coronariana) sobre sintomas semelhantes ou procedimentos anteriores (por exemplo, cateterismo cardíaco).
- Pergunte se o desconforto é semelhante à doença anterior. Sintomas associados, como náusea, vômito, diaforese, dispnéia, síncope e palpitações, podem ser úteis. Sintomas precedentes ou concomitantes, como febre ou edema periférico, podem apontar para um diagnóstico. Pergunte sobre fatores de risco especialmente conhecidos para SCA,TEP e dissecção aguda da aorta.
- Comorbidades: hipertensão, diabetes mellitus, doença arterial periférica, malignidade, distúrbios do tecido conjuntivo, válvula aórtica bicúspide, gravidez recente
- Eventos recentes: trauma, cirurgia de grande porte ou procedimentos médicos (por exemplo, endoscopia, cateterismo aórtico), períodos de imobilização (por exemplo, viagem de avião longa)
- Outros fatores: uso de cocaína, uso de cigarro, histórico familiar
2 passo: exame físico
- Na maioria das vezes, o exame físico não é útil para distinguir pacientes com SCA daqueles com dor torácica não cardíaca.
- Em alguns casos, os achados físicos sugerem um diagnóstico não cardíaco específico (Ex, MV ausente em HTE: Pneumotórax).
- Pacientes com uma causa imediatamente fatal de dor no peito tendem a parecer ansiosos e angustiados e podem ser diaforéticos e dispneicos.
- Achados do exame físico em pacientes com dissecção aguda da aorta podem estar ausentes ou sugerir isquemia do órgão terminal devido à oclusão dos vasos do ramo aórtico, incluindo IAM, AVC, isquemia intestinal aguda ou isquemia da extremidade, dependendo das artérias afetadas.
- Sensibilidade epigástrica e as fezes positivas para presença de sangue sugerem uma possível fonte gastrointestinal de dor.