TEV + Embolia Gordurosa Flashcards

1
Q

O que é a embolia pulmonar (EP)?

A

É a obstrução dos vasos arteriais pulmonares causada pela impactação de PARTÍCULAS (qualquer material insolúvel - ar, gordura, tromboêmbolo).

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2
Q

Em quais situações ocorrem as embolias gasosas, por CE e gotículas de gordura?

A

Gasosa: descuido na manipulação de equipo, descompressão súbita em mergulhadores.
Gordurosa: politrauma = tríade alteração respiratória, rash e rebaixamento do nível de consciência.
CE: talco em usuário de droga EV.

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3
Q

Qual o apelido do TEP na questão de sua clínica?

A

É o “coringa”/”mascarado”, em que pode simular diversas situações e possui várias possibilidades clínicas.

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4
Q

Quando devemos pensar em TEP?

A

Em QUALQUER paciente com FR que apresente QUALQUER alteração cardiorrespiratória SÚBITA.

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5
Q

Qual a importância do TEV?

A

É a 3a doença CV mais comum, a principal complicação pulmonar aguda em doentes hospitalizados

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6
Q

Quais as etiologias do TEP?

A

TVP (90%)

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7
Q

Qual a TVP com maior risco de embolia?

A

Quanto mais proximal a TVP, maior o risco de embolização, portanto a TVP com maior risco é a ileofemoral.

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8
Q

Comente sobre a relação da TVP de panturrilha com o TEP.

A

O TEP por TVP de panturrilha apresenta risco muito baixo, porém a TVP de panturrilha é a principal causa de TVP ileofemoral (pela propagação ascendente do trombo).

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9
Q

Comente sobre a sd de Paget-Schroetter.

A

Causa rara de TVP do sistema subclávio-axilar, ocorre em jovens hígidos, geralmente após exercício intenso com hiperextensão do membro dominante (tenistas). O movimento repetido e a contração muscular provocam microlesões endoteliais que favorecem a formação do trombo. Diferentemente da TVP de MMII, quase sempre é sintomática com dor, edema e empastamento muscular e a presença de circulação colateral visível. Dx e tto idem TVP MMII. Outro FR é o uso de muleta em região axilar.

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10
Q

Qual a fisiopatologia da TVP?

A

Ocorre pelas alterações da tríade de Virchow, em que há lesão endotelial, hipercoagulabilidade e estase sanguínea.

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11
Q

Como são chamados os distúrbios de hipercoagulabilidade? Quais os tipos?

A

Trombofilias, podendo ser hereditárias ou adquiridas.

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12
Q

Dê exemplos de trombofilias hereditárias.

A

Presença do fator V de Leiden (p trombofilia hereditária do mundo) e a mutação no gene da protrombina (2p). Outras: deficiência de proteína C, S e antitrombina (são as com maior risco de TEV, porém são raras).

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13
Q

Explique o fator V de Leiden.

A

É uma trombofilia hereditária em que o fator V de Leiden mutante não consegue ser clivado pela proteína C ativada, o que impede esta de produzir seu efeito anticoagulante.

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14
Q

Apenas a trombofilia hereditária é responsável pelo TEV?

A

Geralmente não, sendo que, na enorme maioria dos casos, o paciente apresenta a trombofilia hereditária e mais algum fator de risco adquirido, como o uso de ACO (ACO isolado aumenta o risco em 4x, ACO + trombofilia aumenta em 35x).

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15
Q

Quando suspeitar de trombofilia hereditária?

A

TEV recorrente em < 50 anos, TEV imotivado (sem FR evidentes), TEV em locais inusitados, como vasos cerebrais (seio sagital), viscerais (veias mesentéricas, supra-hepáticas, porta), e história familiar de TEV (p se TEV recorrente e imotivado em 1° grau).

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16
Q

O diagnóstico das trombofilias pode ser comprometido com o uso da anticoagulação?

A

SIM!!! Por isso, a trombofilia deve ser pesquisada apenas 2s após término da anticoagulação.

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17
Q

Quais as trombofilias adquiridas (FR para TEV de forma adquirida)?

A

TEV prévio (p), idade (mais velhos), obesidade (especialmente se IMC > 40), tabagismo, trauma (60% dos pacientes com trauma grave fazem TVP, sendo que 20% são ileofemorais, que apresentam 50% de risco de TEP), cirurgia nos últimos 3 meses (p ortopédicas e oncológicas), imobilização e viagens prolongadas (apenas significativo se viagens > 8h), câncer, gravidez/ACO/TRH, doenças clínicas (ICC, DPOC, SAAF, sd nefrótica, etc) e a vida sedentária.

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18
Q

Como o câncer favorece a ocorrência de TEV?

A

Por diversos mecanismos: secreção de fatores pró-coagulantes pelo tumor, cateteres venosos implantáveis, QT, compressão vascular pelo tumor, cirurgia e pcte acamado.

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19
Q

Qual a incidência do TEV na gestação? Quando é mais comum?

A

1 a cada 500 gestações, sendo mais comum no puerpério e nas submetidas à cesariana (relacionada a restrição maior no leito).

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20
Q

Quais os fatores gestacionais que favorecem o TEV?

A

Estase (compressão da VCI pelo útero), lesão endotelial (trauma da superfície uteroplacentária durante o parto - pior com o uso do fórcipe, vácuo e cesária) e hipercoagulabilidade (estado hipercoagulável pelos hormônios femininos).

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21
Q

Qual a fisiopatologia do TEP?

A

Ocorre quando parte (ou todo) do trombo se desloca de seu local de origem. Uma vez instalada a embolia, ocorre oligoemia (pouco sangue) no parênquima pulmonar, gerando regiões bem ventiladas porém má perfundidas (distúrbio V/Q), aumentando o espaço morto fisiológico. Além disso, áreas distantes do território hipoperfundido sofrem atelectasia por queda no surfactante (pela isquemia). Tudo isso culmina na HIPOXEMIA. Outra consequência é a taquidispneia por hiperestimulação dos receptores J alveolares (hiperventilação reflexa e dispneia - não ocorre pela hipoxemia). Outrossim, ocorre HAP pelo aumento da RVPulmonar, podendo gerar IVD (cor pulmonale - pode até ocorrer IAM de VD por aumento no trabalho do VD com dilatação e redução da perfusão coronariana).

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22
Q

O que são os trombos em sela?

A

São trombos grandes que vão parar na bifurcação da artéria pulmonar. Também chamado “a cavaleiro”.

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23
Q

O que os estudos de necrópsia envidenciam em relação à ocorrência dos TEPs?

A

Geralmente os trombos são múltiplos e de diversas idades, passando despercebidos antes do evento fatal.

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24
Q

Como a resistência arterial pulmonar aumenta no TEP?

A

Pela própria obstrução mecânica pelo êmbolo, mas também por VASOESPASMO pela grande liberação de mediadores inflamatórios estimulada pela isquemia. Além disso, quando há hipoxemia, a própria queda na PaO2 promove vasoconstrição pulmonar.

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25
Q

O que é o TEP maciço e quais suas consequências clínicas?

A

É o colapso circulatório agudo (choque + hipotensão) pelo TEP. Ocorre pois o DC está diminuído por queda no débito do VD, o que diminui o enchimendo do VE. Há instabilidade hemodinâmica (PAS < 90 mmHg).

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26
Q

É comum o infarto pulmonar no TEP? Explique.

A

Não, sendo que apenas 5-7% dos TEPs promovem infarto pulmonar. Isso pois o tecido pulmonar apresenta circulação DUPLA (aa. pulmonares e brônquicas). Além disso, os septos alveolares recebem O2 diretamente do ar inspirado. Os TEPs que causam infarto geralmente são pequenos e periféricos e em paciente já com comprometimento da circulação.

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27
Q

Como é o infarto no TEP?

A

Sempre hemorrágico, pois continua a vir sangue pela circulação brônquica, e em forma de cunha/cone (base voltada para a pleura e ápice para o vaso ocluído).

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28
Q

Qual o QC do infarto pulmonar?

A

Dor torácica, tosse, hemoptise e febre com leucocitose.

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29
Q

Quais as consequências do TVP para o organismo?

A

A principal, além do TEP, é a sd pós-flebítica, em que a grande estase sanguínea na região promove um grande aumento da pressão nas valvas venosas, danificando-as e gerando incompetência delas.

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30
Q

Qual o QC da sd pós-flebítica?

A

Há o edema crônico unilateral, alterações da coloração da pele (dermatite ocre) e varizes, sendo comum o surgimento de úlceras de estase (especialmente em maléolo medial).

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31
Q

Qual o QC do TEP?

A

Como já dito, é o grande coringa, existindo inúmeras possibilidades. O principal SINAL é a taquipneia e o principal SINTOMA é a dispneia. Outros: dor torácica pleurítica (ventilatório dependente), hemoptise, sibilância, tosse, turgência jugular. Apenas 50% apresentam clínica de TVP prévia.

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32
Q

Qual o QC da TVP?

A

A grande maioria é ASSINTOMÁTICO!!! Por isso, exige alta suspeição para seu diagnóstico. A clínica clássica é edema, dor à palpação da panturrilha, empastamento da panturrilha e o sinal de Homans (dor na pantirrilha à dorsiflexão do pé). O principal sintoma é a dor na perna que vai aumentando com o passar dos dias.

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33
Q

Como dx a TVP?

A

USG doppler evidenciando perda da compressibilidade (lúmen não colaba). O PO (pouco indicado na prática por ser muito invasivo) é a venografia.

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34
Q

Como o TEP maciço geralmente aparece na clínica?

A

PAS < 90 ou queda ≥ 40 mmHg na PAS basal por > 15 min a qual não é explicada por hipovolemia, sepse ou arritmias. Há um risco altíssimo de morte e a obstrução ocorreu, geralmente, de forma bilateral (> metade do leito arterial pulmonar).

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35
Q

Como o TEP moderado a grande aparece na clínica?

A

Estabilidade hemodinâmica, porém há com dilatação e hipocinesia de VD, evidenciando uma HAP. É um achado de mau prognóstico. Geralmente há elevação da troponina e BNP (também achados de mau prognóstico).

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36
Q

Quando suspeitar de TEP ao invés de uma descompensação de uma doença de base do paciente (ICC, DPOC, asma, pnm)?

A

Quando não há melhora do paciente com o tratamento padrão utilizado para aquela doença.

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37
Q

Como é o EF pulmonar no TEP?

A

A grande maioria dos casos aparece com ausculta pulmonar LIMPA (paciente com sd caridorrespiratória súbita e pulmões limpos).

38
Q

Quais sd clínicas podem ocorrer da TVP?

A

A Phlegmasia Alba Dolens (quadro típico de TVP acompanhada de palidez do membro - compressão de vasos pelo edema) e a Phlegmasia Cerulea Dolens (cianose subsequente à Phlegmasia Alba Dolens).

39
Q

Por que o dx de TEP não pode ser confirmar ou excluído apenas pelos dados clínicos?

A

Pois são vistos com a mesma frequência nos pacientes com TEP confirmado e com TEP excluído.

40
Q

Quais os principais ddx de TVP?

A

Rotura de cisto de Baker, celulite, sd pós flebítica (TVP prévia), IVC, linfedema, lesões musculares, edema por drogas, tromboflebite superficial.

41
Q

Quais os principais ddx de TEP?

A

IAM, pnm, pericardite, asma, DPOC, ICC, pneumotórax, pleurite, sd osteomusculares da caixa torácica, SCA, ataque do pânico.

42
Q

Qual o 1° passo na investigação diagnóstica de uma suspeita de TEV?

A

Quantificar a probabilidade pré-teste desse diagnóstico através de algum escore.

43
Q

Como quantificar a probabilidade pré-teste do TEV?

A

Escore de Wells (é o principal): existe um para TVP e um para TEP.

44
Q

Explique o escore de Wells para TVP.

A

Todos tem 1 ponto, exceto um, que tem -2:
Câncer atual ou tratado nos últimos 6m: 1.
Paralisia, paresia ou imobilização do MMII: 1.
Restrição no leito > 3 dias ou cx nas últimas 12s: 1.
Dor sobre o sistema venoso profundo (cordão doloroso): 1.
Edema com cacifo: 1.
Edema em todo MMII: 1.
Assimetria > 3 cm entre uma perna e outra (medida 10 cm abaixo da tuberosidade tibial): 1.
Circulação colateral não varicosa: 1.
Outro dx mais provável que TVP: -2.
- Probabilidade pré-teste moderada/alta: > 0.
- Probabilidade pré-teste baixa: ≤ 0.

45
Q

Explique o escore de Wells para TEP.

A

Clínica de TVP: 3.
Outro dx é menos provável que TEP: 3.
FC > 100: 1,5.
Imobilização > 3 dias ou cx nas últimas 4s: 1,5.
Episódio prévio de TEV: 1,5.
Hemoptise: 1.
Câncer (atual ou tratado nos últimos 6m): 1.
- Probabilidade pré-teste moderada/alta: > 4.
- Probabilidade pré-teste baixa: ≤ 4.

46
Q

Quais as alterações de PGA e ECG no TEP?

A

PGA: hipoxemia (distúrbio V/Q) e alcalose respiratória (taquipneia).
ECG: taqui sinusal (grande maioria). S1Q3T3 (muito específico, pouco sensível): onda S em D1, onda Q em D3 e onda T invertida em D3.

47
Q

Quais as alterações de raio X de tórax e USG no TEP?

A

Raio X: maioria alterado (cardiomegalia, atelectasia, DP, infiltrados). Sinal de Westermark (oligoemia localizada), sinal de Hampton (hipotransparência em forma de corcova/triângulo - é uma região de infarto pulmonar) e sinal de Palla (dilatação da a. pulmonar direita).
USG: hipocinesia de VD (marcador de mal px).

48
Q

Quais marcadores podem estar alterados no TEP?

A

Elevação do BNP e troponina (marcadores de mal px). Elevação do D-dímero.

49
Q

Por que ocorre a elevação do D-dímero no TEP e qual seu uso nessa doença?

A

O D-dímero é o principal PDF (produto da degradação da fibrina), refletindo a formação de um trombo de forma MUITO sensível mas POUCO específica. Apresenta um elevado valor preditivo negativo para TEV quando Wells de baixa probabilidade.

50
Q

Como proceder para realizar dx de TEP?

A

Após suspeita de TEP, eu devo aplicar o escore de Wells. Se o escore for ≤ 4 (baixa probabilidade), eu solicito D-dímero. Se < 500, TEP descartado, porém se > 500, devo realizar algum exame de imagem para dx de TEP. Se o escore for > 4 (alta probabilidade), eu NÃO PRECISO solicitar o D-dímero, mas devo solicitar imediatamente um exame de imagem para dx de TEP.

51
Q

Quais os exames de imagem usados para dx de TEP?

A

AngioTC (p), cintilografia pulmonar, doppler MMII e arteriografia (padrão-ouro).

52
Q

Qual a minha conduta caso o paciente tenha uma alta probabilidade de TEP pelo Wells porém eu não tenho exame de imagem prontamente disponível?

A

Estou autorizado a iniciar o tratamento para TEP caso o exame for atrasar este.

53
Q

Qual a minha conduta caso suspeita de TEP e TVP confirmada por USG doppler? Dê um exemplo disso.

A

Não preciso investigar para TEP pois o tratamento será o mesmo (anticoagulação plena). Isso é importante no caso da gestante com suspeita de TEP. O 1° exame é o doppler de MMII para pouparmos a exposição à radiação.

54
Q

Quando suspeitar de TEP no paciente em IOT + VM em CTI?

A

Esses pacientes, por estarem em IOT, não possuem queixas. Além disso, por serem críticos (estão em CTI), apresentam diversos exames complementares alterados. Isso promove dificuldade na suspeita de TEP. Caso haja alguma suspeita, pode-se calcular o espaço morto alveolar (PaCO2-CO2 exalado/PaCO2), sendo que quando acima de 20% sugere oclusão da artéria pulmonar.

55
Q

Imagem cintilografia ventilação-perfusão.

A
56
Q

Qual a indicação da arteriografia pulmonar para dx de TEP?

A

Para os pctes que serão submetidos à embolectomia

57
Q

Qual o tto do TEP?

A

Se instabilidade hemodinâmica (ou PCR): terapia primária (trombólise ou embolectomia) + terapia secundária (anticoagulação).
Se estabilidade hemodinâmica: terapia secundária (anticoagulação).

58
Q

Como usar o trombolítico no paciente usando HNF?

A

Suspender a HNF enquanto estou infundindo o trombolítico e solicitar um novo PTT. Caso < 2x o LSN (< 80s), reiniciar a HNF sem dose de ataque. Caso > 2x o LSN, solicitar novo PTT em 4h para reavaliação.

59
Q

Quais as principais CI aos trombolíticos?

A

PA ≥ 185 x 110, glicemia < 50 ou > 400, coagulopatia (plaquetas < 100k, INR ou PTT elevados), hemorragia cerebral prévia, AVCi ou TCE grave nos últimos 3m, coma.

60
Q

Como dx TEP em gestantes e qual a droga de escolha para o tto?

A

Inicialmente o doppler de MMII. A heparina de escolha é a HBPM.

61
Q

Quais as modalidades terapêuticas para tto do TEV?

A

Anticoagulação, trombolíticos, filtro de veia cava e procedimentos invasivos (cx e endosvascualar).

62
Q

Qual a importância da anticoagulação no contexto do TEP?

A

Os pacientes que não morrem dentro das primeiras 2h do TEP tendem a fazê-lo mais tarde por recorrência do TEP. Isso faz com que a anticoagulação nesse contexto reduza a mortalidade em até 90% por PREVENÇÃO SECUNDÁRIA.

63
Q

Qual a função da anticoagulação no TEP?

A

Não tem capacidade fibrinolítica (isso é deixado para o organismo), porém é responsável por evitar a progressão/formação de novos trombos/êmbolos.

64
Q

Como deve ser feita a anticoagulação no TEV?

A
  1. Fase de iniciação (primeiros 5-10 dias):
    1. HNF plena EV 80 U/kg de ataque seguido de 18 U/kg/h de manutenção em bic (1000-1500 U/h) com ajustes para manter PTT entre 1,5-2,5x o LSN (alcançar em 24h).
    2. HBPM SC: enoxaparina 1 mg/kg 12/12h (fazer ½ em TFG < 30). Não há necessidade de monitorizar PTT e TAP.
    3. Rivaroxabana ou apixabana.
  2. Droga seguinte (fase de tratamento): droga com posologia mais fácil (VO) para seguir com o tratamento.
    1. Warfarin: iniciar já no 1° dia de anticoagulação (junto com a heparina) na dose inicial de 5 mg/dia visando INR de 2-3.
    2. DOACs: dabigatrana, rivaroxabana, apixabana.

A duração deve ser de 3 meses caso TEP por fator de risco. Caso sem fator de risco, manter indefinidamente (INR 1,5-2 caso warfarin) e, se suspensa, manter AAS ad eternum.

65
Q

Qual heparina usar no TEP?

A

HNF é escolha em instáveis, candidatos à trombólise, obesos móbidos e TFG < 30, além de ser preferívem em pacientes com maior risco de sangramento por ser neutralizada com protamina. Todos os outros casos: HBPM.

66
Q

O paciente precisar ficar internado para tto de TEP? Explique.

A

Não necessariamente, podendo ser feito o tratamento ambulatorial caso sejam preenchidos todos os critérios: estabilidade com boa reserva cardiopulmonar, ausência de sangramento recente, insuficiência hepática/renal ou trombocitopenia < 50k, cooperativos com o tratamento e que se sintam à vontade para receber o tratamento em casa.

67
Q

Qual heparina é melhor para anticoagulação plena no TEP?

A

Depende da estabilidade hemodinâmica: estável (HBPM - enoxaparina); instável (HNF).

68
Q

Quais as vantagens da HBPM sobre a HNF?

A

Farmacocinética mais previsível, menor risco de trombocitopenia induzida por heparina, uso subcutâneo e não é necessário monitorar anticoagulação através do PTT. A desvantagem é que a meia vida da HBPM é maior que da HNF e esta possui antídoto (protamina).

69
Q

Como eu devo monitorar a ação da HNF e quando digo que está anticoagulado? Por que deve ser monitorado?

A

Através do PTT a cada 6h. Está anticuagolado quando PTT 1,5-2,5x maior que o controle (60-80s). Deve ser monitorado pela farmacocinética errática da HNF.

70
Q

Comente sobre a trombocitopenia induzida por heparina.

A

Complicação muito temida do uso da heparina, ocorre principalmente com o uso da HNF e após o 5° dia de seu uso. Ocorre pela produção de autoAc contra o complexo heparina - fator IV plaquetário, o que promove intensa ativação plaquetária e a ocorrência de tromboses arteriais e venosas (no paciente que estava plenamente anticoagulado). O grande sinal de alerta é a queda progressiva das plaquetas. Devo suspender heparina quando plaq < 100k ou 50% da basal e nunca mais usar heparina.

71
Q

Comente sobre o fondaparinux.

A

É uma medicação derivada da heparina que inativa o fator Xa. É uma alternativa à HNF no TEP instável, porém não causa trombocitopenia, o uso é SC e não precisa de monitorização laboratorial.

72
Q

Qual complicação pode ocorrer com o warfarin? Explique.

A

Além do sangramento, uma complicação possível é a necrose cutânea induzida por warfarin. Surgem placas eritematosas em mamas, coxas e abdome, progredindo para bolhas e necrose. A bx revela trombose dos vasos da pele.

73
Q

Quais os trombolíticos disponíveis para uso e como atuam?

A

Estreptoquinase, uroquinase e alteplase (t-PA). Atuam ativando o plasminogênio tecidual.

74
Q

Qual a indicação dos trombolíticos no TEP?

A

INSTABILIDADE HEMODINÂMICA (TEP maciço), podendo ser feito até 14d do início dos sintomas
*Só pode ser administrado uma vez CONFIRMADO o dx de TEP.

75
Q

Quando está indicado o filtro de VCI?

A

CI à anticoagulação e TEP confirmado (sg GI ativo, pós-op craniotomia, complicações do uso da heparina, QT) e falha na anticoagulação.

76
Q

Quais as vantagens e desvantagens do filtro de VCI?

A

Diminuem a recorrência do TEP em curto prazo porém aumentam o risco de TVP em longo prazo.

77
Q

Quais as indicações da embolectomia no TEP?

A

CI à trombólise ou falha dela. É um procredimento heroico.

78
Q

Como estratificar os pacientes de acordo com o risco de TEV após cirurgia?

A

Alto risco (cx ortopédica maior recente, como artroplastia total, cx para câncer em abdome ou pelve, TRM ou politrauma nos últimos 90d, e 3 ou mais fatores de risco intermediário concomitantes), risco intermediário (não deambula pelo menos 2x/dia, infecção/inflamação sistêmica em atividade, ca atual, hx TEV, grande cirurgia não ortopédica, AVC, PICC, IMC > 30, idade > 50a, grande queimado, etc) e baixo risco.

79
Q

Quando está indicada a profilaxia para TEV após cirurgia?

A

Para todos os pacientes com riscos alto ou intermediário para TEV (exceto se CI).

80
Q

Como fazer a profilaxia farmacológica para TEV em pacientes cirúrgicos?

A

HBPM (enoxa 40 mg SC 1x/dia - escolha), com duração acompanhando a duração dos FR ou da internação. Outras opções: HNF (5k 2h antes do procedimento e 5k 8/8h)
*Continuam a receber em casa: artroplastia de quadril, osteossíntese de fx de quadril e ressecção de ca abdominal ou pélvico.

81
Q

Como estratificar o risco de TEV em pacientes clínicos?

A

Escore de Pádua:
1) Ca, hx TEV, imobilidade, trombofilia: 3 pts.
2) Trauma ou cx recente (≤ 1 mês): 2 pts.
3) Idade ≥ 70 anos, IAM/AVC, infecção aguda, doença reumatológica, IMC ≥ 30, TRH: 1 pt.
*Alto risco e necessidade de profilaxia se ≥ 4 pts.

82
Q

Quais as CI absolutas à heparina profilática?

A

Hemorragia aguda por drenos, feridas ou lesões, hemorragia intracraniana nas últimas 24h, trombocitopenia por heparina, trauma grave em crânio/colune/extremidades e anestesia epidural nas últimas 12h.

83
Q

Qual o principal mecanismo de óbito do TEP?

A

Cor pulmonale agudo.

84
Q

O que é a embolia gordurosa?

A

É a obstrução de pequenos vasos por glóbulos de gordura associado a uma cascata inflamatória sistêmica.

85
Q

Qual a fisiopatologia da embolia gordurosa (EG)?

A

Pequenos grupamentos de gordura alcançando a corrente sanguínea, obstruindo pequenos vasos e se ligando às plaquetas, promovendo lise delas e liberação de mediadores inflamatórios, promovendo obstrução de vasos + vasculite.

86
Q

Qual a principal origem dos êmbolos de gordura?

A

A grande mobilização de AG pelo excesso de catecolaminas decorrente do trauma e o trauma da medula óssea amarela.

87
Q

Quais as principais causas de embolia gordurosa?

A

Fraturas envolvendo pelve e ossos longos, cirurgias ortopédicas, queimaduras, DM, pancreatite, AF.

88
Q

Qual o QC da EG?

A

A tríade clássica é a hipoxemia + rebaixamento do nível de consciência + rash petequial (predominante em pescoço e tórax), geralmente ocorrendo após 12-72h do evento desencadeante. A hipoxemia promove dispneia e taquipneia como manifestações precoces. As alterações neurológicas são principalmente confusão e queda do NC.

89
Q

Como dx a EG?

A

CLÍNICO!! Deve haver alto garu de suspeição.

90
Q

Quais os achados de imagem da EG?

A

Normal na maioria. Quando alterado: vidro fosco, consolidação predominante em terços inferiores.

91
Q

Qual o tto da EG?

A

Apenas suporte, não havendo nenhuma medida específica.

92
Q

Quais medidas podem prevenir a EG?

A

Imobilização precoce de fraturas, correção cirúrgica de fraturas e evitar procedimentos que aumentem a pressão dentro do osso durante procedimentos ortopédicos. Outra medida, mas ainda controversa, é a prescrição de GC 8/8h.