DPOC Flashcards

1
Q

O que é a DPOC?

A

É uma doença crônica e difusa de obstrução PERSISTENTE com limitação do fluxo aéreo por ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS das VAs causadas pela exposições significativas a partículas de gases nocivos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Quais os principais componentes da DPOC?

A

A bronquite obstrutiva crônica (BCO) e/ou o enfisema pulmonar (EP).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Qual a epidemiologia da DPOC?

A

Adultos mais velhos (5a-6a década de vida) com prevalência aumentando (especialmente em mulheres). A mortalidade mundial por DPOC vem aumentando.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Quais os FR para DPOC?

A

Tabagismo (P!!! hx tabágica positiva em 90% dos casos) e deficiência de alfa-1-antitripsina. Outros: tabagismo passivo, poluição extra e intradomiciliar (fogões a lenha), ocupacional (carvão, ouro), fumaças.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Qual a relação do tabagismo com o risco de desenvolver DPOC?

A

1 maço/dia: 15% com o passar dos anos se tornarão DPOC.
2 maços/dia: 25%.
A maioria possui carga tabágica > 40 maços/ano, sendo incomum quando < 20 maços/ano.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Quais as consequências do tabaco para as vias aéreas?

A

Estimulam produção de muco e hipertrofia das gll submucosas, reduzem/bloqueiam o movimento ciliar, estimulam macrófagos a secretarem fatores pró-inflamatórios, ativam neutrófilos a produzirem mais elastase (proteolítica), inibem a atividade da alfa-1-antitripsina (inibidora fisiológica da elastase).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Comente sobre a relação da asma com o DPOC.

A

Ocorre quando o paciente com DPOC apresenta hiperreatividade das VAs, tendo um componente asmático que pode ser revertido com o uso de broncodilatadores e, principalmente, CI. É interessante que a inflamação na sobreposição é diferente da asma (asma: neutro, eosino com pouca fibrose; sobreposição: CD8, macrófagos, neutro estimulando fibrose).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Quando suspeitar da deficiência de alfa-1-antitripsina?

A

DPOC em pacientes JOVENS, sem história ou com história de pouca carga tabágica, HF de enfisema ou hepatopatia. 10% apresenta hepatopatia crônica com evolução para cirrose.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Por que a deficiência de alfa-1-antitripsina promove DPOC?

A

Pois essa enzima degrada a elastase, fazendo com que sua ausência promova grande atividade da elastase que irá degradar paulatinamente o parênquima pulmonar.Q

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Por que a deficiência de alfa-1-antitripsina promove DPOC?

A

Pois essa enzima degrada a elastase, fazendo com que sua ausência promova grande atividade da elastase que irá degradar paulatinamente o parênquima pulmonar.Q

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Por que a deficiência de alfa-1-antitripsina promove DPOC?

A

Pois essa enzima degrada a elastase, fazendo com que sua ausência promova grande atividade da elastase que irá degradar paulatinamente o parênquima pulmonar.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Qual o tto da deficiência de alfa-1-antitripsina?

A

Infusão venosa semanal de alfa-1-antitripsina.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Qual a importância do DPOC no ca de pulmão?

A

O tabagismo é o FR mais importante tanto para DPOC quanto para ca de pulmão broncogênico. Além disso, a DPOC é um FR INDEPENDENTE para ca de pulmão.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Quais os achados histopatológicos da DPOC?

A

São 2 importantes e distintos componentes da doença:

1) BCO: hipertrofia/plasia das gll submucosas (hiperssecreção de muco - p VA proximais) e redução do lúmen das VA distais por espessamento brônquico (edema e fibrose).
2) EP: alargamento dos espaços aéreos distais aos bronquíolos, decorrente da destruição progressiva dos septos alveolares.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Qual o tipo patológico mais comum da DPOC? Qual o 2° mais comum?

A

O enfisema centroacinar, sendo a forma relacionada ao tabagismo e predomina nos lobos superiores. O segundo mais comum é o relacionado à deficiência de alfa-1-antitripsina que é panacinar.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Qual a consequência do enfisema pulmonar?

A

A obstrução crônica da VA distal, pois a perda do tecido elástico de sustentação da parede brônquica promove obstrução.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Qual a fisiopatologia da DPOC?

A

A obstrução das VAs e hiperinsuflação é a característica mais marcante da doença. Isso ocorre pois a manutenção das VAs abertas durante a respiração depende da pressão gerada pelo fluxo de ar (forças inspiratórias e expiratórias). Na inspiração geralmente não há problema (processo ATIVO), no entanto, como a expiração é um processo PASSIVO
e depende da elasticidade pulmonar, que está reduzida na DPOC, e da R das VAs (enfisema e bronquite), esta está prejudicada, predispondo ao colapso das VAs durante a expiração com consequente aprisionamento do ar na periferia pulmonar (aprisionamento do ar - air trapping). Ou seja, o pulmão está cronicamente hiperinsuflado. Além disso, há distúrbio na troca gasosa (adiante).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Quais as consequências do air trapping para a fisiologia respiratória?

A

Surgimento de um auto-PEEP (pressão alveolar positiva ao final da expiração, que pode aumentar o trabalho da musculatura respiratória na inspiração), alteração da mecânica do diafrgma (retificação, reduzindo sua capacidade de contração para inspiração). Isso faz com que o indivíduo utilize a musculatura acessória para respirar.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Qual o achado da hiperinsuflação e obstrução crônica da VA na DPOC?

A

O tórax em tonel (EF).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

Como a DPOC promove distúrbio da troca gasosa?

A

Pela lesão enfisematosa e pela lesão bronquítica, em que ambas obstruem as VAs de forma HETEROGÊNEA, promovendo o surgimento de alvéolos mal ventilados porém bem perfundidos, produzindo um distúrbio da relação V/Q (shunt parcial), sendo que, se o n° de alvéolos mal ventilados for alto, ocorre a hipoxemia.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

Como é a progressão da hipoxemia na DPOC?

A

Inicialmente ocorre apenas no exercício físico, progredindo para o repouso.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

Quais as alterações gasométricas na DPOC?

A

Ocorre hipoxemia (que pode ser revertida pelo aumento da FiO2) e hipercapnia (retenção progressiva de CO2 por redução do volume corrente pela hiperinsuflação, aumento do espaço morto fisiológico, com áreas ventiladas porém sem perfusão, e hipossensibilidade do centro respiratório à PaCO2).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

Como o organismo compensa a retenção crônica de CO2?

A

A acidose respiratória crônica do DPOC é compensada pela retenção crônica de bic nos rins, tornando o BE mais positivo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

Comente sobre a acidose respiratória crônica agudizada do DPOC e o que promove ela.

A

Ocorre em situações que, de forma aguda, reduzam o drive ventilatório e/ou promova fadiga respiratória, como infecções (p), broncoespasmo ou drogas depressoras respiratórias. Isso promove grande elevação da PaCO2 com carbonarcose e suas consequências (desorientação, agitação e sonolência), sendo necessária intervenção (IOT, VNI) imediatamente pois podem evoluir rapidamente para PCR.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Q

Qual uma consequência cardíaca da DPOC? Explique.

A

A cor pulmonale, sendo uma disfunção de VD por um distúrbio pulmonar. No caso da DPOC, o mecanismo é a hipóxia crônica, sendo que as arteríolas pulmonares respondem a isso com vasoconstrição (é o que desvia o fluxo para os alvéolos bem ventilados), predispondo à hipertensão arterial pulmonar, produzindo falência de VD.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
26
Q

Qual a história natural da DPOC?

A

A função pulmonar só aumenta até os 20 anos de idade, passando a declinar a partir dos 30, com uma queda progressiva do VEF1. O tabagismo acelera esse declínio (quase que dobra a velocidade). A cessação do tabagismo não é capaz de recuperar a função já perdida, mas apenas retornar a velocidade do declínio para os não tabagistas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
27
Q

Qual o QC da DPOC?

A

Dispneia aos esforços (p queixa), insidiosa, progressiva (até repouso) e marcada por fatores descompensadores (piora aguda - eg, infecções respiratórias) e tosse crônica (p com expectoração).
EF: diminuição da expansibilidade torácica, timpanismo, expiração prolongada (muito - expiram como se estivessem assoprando - contraem abdome), pletora (policitema pela hipoxemia) + cianose (dessaturação da hb) = eritrocianose. Tórax em tonel, cor pulmonale.
BCO: vários RA (sibilos, roncos, estertores) + diminuição dos MV.
EP: diminuição dos MVs sem RA.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
28
Q

O que é a bronquite crônica?

A

É o paciente que apresenta tosse produtiva (geralmente matinal) por mais de 3 mêses consecutivos de 1 ano e há mais de 2 anos. A principal causa é o tabagismo.
*Quando sem relação com obstrução crônica das VAs, é dita BC simples, não sendo uma entidade da DPOC.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
29
Q

Qual a fisiopatologia da bronquite crônica?

A

O tabagismo induzindo a hipertrofia das gll submucosas (secretam mais muco), que se acumula nas VAs (p após noite de sono, pois também há prejuízo no movimento ciliar). Por isso a tosse é principalmente matinal.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
30
Q

Qual alteração comum da hipoxemia não está presente na DPOC e qual a importância disso?

A

O baqueteamento digital, sendo que a sua presença me obriga a investigar outras doenças (p neoplasia de pulmão).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
31
Q

Quais os tipos estereotipados de pacientes com DPOC? Explique.

A
Pink puffers (assopradores róseos): esterótipo do enfisema pulmonar. Há apenas pletora e tórax em tonel, sendo geralmente magros (consumidos pela doença), com dispneia expiratória (sopradores). Sem cor pulmonale e hipoxemia significativa.
Blue bloaters (inchados azuis): estereótipo do bronquítico grave, tendo um distúrbio mais grave da troca gasosa que o EP puro, havendo cianose e cor pulmonale = ficam azuis e inchados. São frequentemente obesos e com apneia do sono.
32
Q

O paciente com DPOC se apresenta, na prática, como esses esteriótipos?

A

É incomum, sendo mais frequente a mistura dos 2 tipos.

33
Q

Quais as alterações de HMG e PGA da DPOC?

A

HMG: eritrocitose (HT > 55%).
PGA: hipoxemia (PaO2 < 55 mmHg ou SaO2 < 88%), hipercapnia, acidose respiratória crônica, elevação de bic e BE, pH não muito alterado.

34
Q

Quais as alterações de ECG e RX na DPOC?

A

ECG: devemos procurar cor pulmonale (sobrecarga direita): onda P alta e pontiaguda com mais de 2,5 mm na amplitude (P pulmonale), desvio do QRS para a direita, graus variados de BRD e relação R/S maior que 1 em V1.
RX: apenas em casos avançados - retificação de hemicúpula diafragmática, hiperinsuflação (aumento de costelas visíveis > 9-10), hipertransparência, aumento dos EIC, redução do diâmetro cardíaco (coração em gota), espessamento brônquico.

35
Q

Como realizar o dx de DPOC?

A

Clínica + prova da função pulmonar (espirometria) evidenciando um distúrbio OBSTRUTIVO (IT < 0,7) e IRREVERSÍVEL (prova broncodilatadora sem melhora ou melhora pequena - IT < 0,6).

36
Q

Como acompanhar a DPOC pela espirometria?

A

O VEF1 deve ser realizado anualmente para acompanhar a função pulmonar do paciente e a progressão da doença. É um excelente parâmetro prognóstico (quanto menor, maior a chance de exacerbação e mortalidade).

37
Q

Qual o primeiro valor da espirometria a se alterar na DPOC?

A

O FEF 25-75% (é o exame mais sensível para DPOC).

38
Q

Qual a minha conduta caso paciente com suspeita de DPOC, IT < 0,7 porém IT após prova broncodilatadora (PBD) entre 0,6-0,8?

A

Hoje isso é considerado, pelo GOLD, como necessário realizar uma nova espirometria após PBD.

39
Q

Qual o melhor exame para detectar enfisema na DPOC? Explique.

A

A TC de tórax, porém influencia pouco na decisão terapêutica.

40
Q

Qual a indicação da TC de tórax na DPOC?

A

Apenas para pacientes que são candidados a serem submetidos à terapia cirúrgica na DPOC. Outras: suspeita de pnm, bronquiectasia e ca de pulmão.

41
Q

Por que ocorrem as exacerbações no DPOC?

A

Pois o DPOCítico apresenta uma baixa reserva pulmonar, fazendo com que qualquer insulto sobre o aparelho respiratório possa piorar o QC, exacerbando a dispneia e podendo levar à insuficiência respiratória aguda.

42
Q

Qual o principal fator envolvido na exacerbação da DPOC?

A

A infecção respiratória (bacteriana ou viral), sejam elas superiores ou inferiores.

43
Q

Quais dados sugerem infecção bacteriana no DPOCítico?

A

Aumento do volume do escarro e alteração de seu aspecto (purulento).

44
Q

Como a DPOC pode ser classificada?

A

São dois passos para classificação, portanto 2 classificações distintas: a primeira é dada pelo VEF1 (GOLD), avaliando o grau de obstrução das VAs, e o 2° é a avaliação da gravidade dos sintomas do paciente e seu risco de exacerbações (ABCD).

45
Q

Quais escores podem ser usados para avaliar a gravidade dos sintomas na DPOC?

A

Pelo GOLD: o mMRC (avalia apenas dispneia) e o CAT (avaliação sintomática mais abrangente). Para classificar a DPOC, não é necessário realizar os 2 (apenas 1 já basta).

46
Q

Quais os graus de DPOC de acordo com o grau de obstrução?

A

GOLD 1: VEF1 ≥ 80%. Leve.
GOLD 2: VEF1 ≥ 50%. Moderado.
GOLD 3: VEF1 ≥ 30%. Grave.
GOLD 4: VEF1 < 30%. Muito grave.

47
Q

Qual o uso do grau espirométrico da DPOC?

A

Apesar de não influenciar na classificação que irá ditar a terapia (ABCD), ele é importante para avaliar a gravidade da doença.

48
Q

Qual o maior FR para exacerbações futuras?

A

A hx de exacerbações prévias, principalmente se motivaram internação.

49
Q

Qual a classificação integrada da DPOC?

A

É feita uma matriz 2x2 como na imagem. As colunas são definidas pela gravidade dos sintomas e as linhas pelas exacerbações anuais. Para o paciente estar na coluna AC, ele deve ter um CAT < 10, mMRC 0-1 ou SGRQ < 25 (paciente pouco sintomático). Para estar na coluna BD, deve ser muito sintomático (CAT ≥ 10, mMRC ≥ 2 ou SGRQ ≥ 25). Para estar na linha AB, deve ter apresentado apenas 0-1 exacerbações no último ano, enquanto que para estar na linha CD, deve ter apresentado ≥ 2 exacerbações ou pelo menos 1 que movitou internação.

50
Q

Qual o tto farmacológico da DPOC e no que ele se baseia?

A

Ele se baseia no escore de gravidade da DPOC (ABCD):
A (baixo risco de exacerbar e poucos sintomas): QUALQUER BRONCODILATADOR (LABA, SABA, LAMA, SAMA), dependendo do conforto do paciente.
B (baixo risco de exacerbar mas muitos sintomas): optar por um bronco dilatador de LONGA duração (LABA ou LAMA).
C (alto risco e poucos sintomas): LAMA (tiotrópio).
D (alto risco e muitos sintomas): LAMA + LABA (p se CAT ≥ 20) OU LABA + CI se overlap com asma (eosino ≥ 300).
*LAMA é melhor para reduzir exacerbação.

51
Q

Quais as medidas não farmacológicas do tto da DPOC e qual o objetivo do tratamento no geral?

A

O objetivo do tratamento é diminuir os sintomas e diminuir o risco futuro de exacerbações.
Outras medidas: cessar tabagismo, vacinação (influenza, pnuemococo, dTpa), realização de atividade física, reabilitação pulmonar (fisioterapia + motivação para cessar tabagismo + nutrição + psicoterapia).

52
Q

Qual a conduta caso o paciente seja classe D (alto risco e muitos sintomas), já em uso de LAMA + LABA ou LABA + CI (se overlap com asma), porém continua exacerbando?

A

Depende do que ele estiver usando:

1) LAMA + LABA: ver eosinófilos (será que tem asma associado?). Se < 100, adicionar azitromitina ou roflumilaste. Se > 100, adicionar CI.
2) CI + LABA: adicionar um LAMA.

53
Q

Quais as únicas condutas que comprovadamente reduzem a mortalidade do DPOC?

A

Abstenção do tabagismo (a velocidade de queda do VEF1 retorna aos níveis pré-tabágicos após 1 ano de abstenção), O2 suplementar quando indicado e cirurgia pneumorredutora quando indicada.

54
Q

Como abordar a abstenção do tabagismo e tratar o vício?

A

Quanto mais o médico insistir, maior a taxa de cessação. A abordagem farmacológica + aconselhamento apresenta taxa de sucesso de 20-30%, sendo que o farmacológico é indicado para TODOS OS PACIENTES COM DESEJO DE PARAR DE FUMAR (mas somente os verdadeiramente motivados devem recebê-lo). O paciente ideal para o farmacológico é o que diz “gostaria de parar mas não consigo ficar longe do cigarro”.

55
Q

Quais as principais drogas para tto do tabagismo?

A

Reposição de nicotina (goma, pastilha, adesivo, spray nasal), bupropiona (150 mg 12/12h - ISRS) e vareniclina (1 mg 12/12h - agonista parcial dos rNicotina). Pode ser monoterapia ou combinadas.
*O papel dos cigarros eletrônicos ainda não está definido na literatura.

56
Q

Qual o papel das seguintes drogas no tto de manutenção da DPOC: teofilina e CI?

A

Teofilina: não deve ser usado de escolha pelo seu alto risco de efeitos colaterais, sendo restrito apenas se impossibilidade de uso dos LABAs e LAMAs.
CI: não tem lugar como monoterapia na DPOC, mas sim sendo usado quando suspeita de overlap com asma (classe D com eosino > 300 ou LABA + LAMA que continua exacerbando e eosino > 100).
*O GC sistêmico não tem qualquer papel no tto de manutenção da DPOC (apenas nas exacerbações).

57
Q

Quando está indicada a oxigenoterapia domiciliar para manutenção do paciente com DPOC? Como fazê-la?

A

É feita por > 15h/dia (no mínimo), sendo indicada quando: PaO2 ≤ 55 mmHg e/ou SaO2 ≤ 88% EM REPOUSO com alvo de SaO2 ≥ 90% OU PaO2 56-59 ou SaO2 88% E HT > 55% ou cor pulmonale EM REPOUSO.

58
Q

Como é feita e qual o resultado da cirurgia pneumorredutora na DPOC?

A

É uma ressecção parcial do pulmão com o objetivo de reduzir a hiperinsuflação, promovendo melhora da mecânica ventilatória e do distúrbio V/Q. Não se resseca mais que 20-30% do volume pulmonar e o ideal é que seja feita em lobos superiores.

59
Q

O que é a DPOC descompensada?

A

É a piora aguda do quadro que vai modificar a terapia.

60
Q

Quais os FR para exacerbações?

A

Exacerbações prévias (p), DRGE, aumento no diâmetro da artéria pulmonar (TC, especialmente quando pulmonar/aorta > 1).

61
Q

Quais os sinais cardinais da exacerbação da DPOC?

A

Piora da dispneia (e frequentemente da tosse também), aumento do volume do escarro e mudança no caráter do escarro (pode se tornar purulento). 1 ou mais desses sinais já penso que está descompensando por infecção.

62
Q

Quais os principais agentes infecciosos envolvidos na exacerbação da DPOC?

A

Viral (p) > HI > pneumococo. Se QC grave ou uso de ATB há menos de 30d, suspeitar de Pseudomonas.

63
Q

Quais outros fatores podem desencadear uma exacerbação da DPOC?

A

Poluição ambiental e mudanças na temperatura.

64
Q

Qual o 1° passo na avaliação do paciente com suspeita de exacerbação da DPOC?

A

Me perguntar se realmente é uma exacerbação da DPOC ou um outro ddx (TEP, pneumotórax, IAM, etc).

65
Q

Qual o EF da exacerbação da DPOC?

A

Geralmente há roncos ou sibilos, podendo haver estertores focais (pnm) ou assimetria do MV (sugestivo de obstrução brônquica com atelectasia ou pneumotórax).

66
Q

Quais exames devem ser solicitados na exacerbação da DPOC?

A

Imagem (se critérios de gravidade ou sinais focais no EF do tórax - pref TC), PGA (idem), angioTC (se suspeita de TEP).

67
Q

O PFE é útil para manuseio da exacerbação da DPOC?

A

Não, não tendo qualquer papel nessa doença.

68
Q

Qual o tratamento da exacerbação da DPOC?

A

ABCD:
A) ANTIBIÓTICO: se necessidade de suporte ventilatório (VNI ou IOT) ou secreção mais purulenta + piora da dispneia e/ou aumento do volume do escarro. GOLD: clavulim ou macrolídeo por 5-7d.
B) BRONCODILATADOR: de CURTA (pref SABA, associando SAMA se refratário)!!! Salbutamol e ipratrópio, respectivamente.
C) CORTICOIDE: prednisona 40 mg/dia por 5-7 dias.
D) DAR OXIGÊNIO: alvo 88-92%.
*EVITAR O USO DE TEOFILINA OU AMINOFILINA.

69
Q

Quando está indicada a VNI (BiPAP ou CPAP) na exacerbação da DPOC?

A

pH ≤ 7,35 +/- PaCO2 ≥ 45 mmHg (acidose respiratória) OU se refratário ao O2 por CN OU dispneia grave (esforço respiratório ou uso de musculatura acessória).

70
Q

Quais CI absolutas à VNI no geral porém não na exacerbação da DPOC?

A

A redução do sensório ou do NC em graus LEVES, sendo CI absoluta da VNI em qualquer outro contexto, exceto na exacerbação da DPOC. Isso pois a melhora da oxigenação melhora o NC desses pacientes (no geral).

71
Q

O que é a bronquiectasia?

A

É uma dilatação anormal e permanente dos brônquios, podendo ser focal ou difusa.

72
Q

Qual a patogenia da bronquiectasia?

A

Envolve um processo inflamatório persistente e intenso da parede brônquica, promovendo destruição de suas estruturas de sustentação (cartilagem, m., tecido elástico), com substituição por tecido fibroso.

73
Q

Quais as principais causas de bronquiectasia?

A

Geralmente uma patologia infecciosa, fibrose cística, TB, AR, Sjogren, inalação de gases tóxicos (eg, amônia).

74
Q

Qual o QC da bronquiectasia?

A

Tosse persistente com grande produção de expectoração purulenta. 70% apresenta hemoptise. Há infecções respiratórias recorrentes, exacerbando o QC de base.

75
Q

Como dx a bronquiectasia?

A

Padrão-ouro é a TC, revelando dilatação da VA (relação luz brônquica/vaso adjacente > 1,5 e não estreitamento da VA em direção à periferia), espessamento da parede brônquica, plugs mucopurulentos nas VAs.

76
Q

Qual o tto da bronquiectasia?

A

Exacerbações: ATB (p agentes são HI, Pseudomonas e pneumococo), sendo as quinolonas respiratórias os de escolha (levofloxacino) por 7-14d.
Tto: higiene brônquica (fisio respiratória, hidratação adequada e mucolíticos, como a N-acetil-cisteína/Fluimicil)