Teoria do crime Flashcards

1
Q

Qual teoria do crime prevalece no Brasil?

A

A teoria tripartite, diz que o crime é fato típico, antijurídico e culpável, é o conceito analítico de crime

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2
Q

Qual o conceito formal e material de crime?

A

Formal, crime é o ilícito sancionado com pena e material crime é a ação humana que lesa ou expõe a risco de grave lesão bem jurídico vital p/ a vida

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3
Q

Quais os elementos do crime?

A
  • Fato típico (conduta, resultado, nexo causal e tipicidade)
  • Antijuricidade (excludentes de ilicitude)
  • Culpabilidade ( PEI - potencial consciência de ilicitude, exigibilidade de conduta diversa e imputabilidade)
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4
Q

Quais são os sistemas penais (teorias do crime)?

A

Causalismo naturalista de Liszt e Beling
Neokantismo (causalismo normativista) - Edmund Mezger
Finalismo - Welzel
Funcionalismo - Roxin

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5
Q

Explique a teoria causalista naturalista?

A

Surgiu no início do séc. XX, no momento político da derrocada dos impérios, pelo método descritivo. O dolo é analisado na culpabilidade

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6
Q

Quais são as principais críticas a teoria causalista naturalista?

A

1) dificuldade para explicar os crimes omissivos, de mera conduta e a culpa inconsciente
2) o tipo anormal
3) engessamento do julgador sem o juízo de valor

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7
Q

O código penal militar adota qual sistema/teoria do crime?

A

A teoria causalista naturalista, coloca o dolo e a culpa como elementos na culpabilidade

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8
Q

Explique a teoria do neokantismo (causalismo normativista):

A

Teve inicio na alemanha nazista, primeiras décadas do séc. XX. Diz que a conduta deixa de ser uma ação e passa a ser um comportamento, englobando a omissão. É ciência do ser e do deve ser. O dolo permanece na culpabilidade

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9
Q

Quais são críticas ao neokantismo?

A

Liberdade excessiva, desenvolveu o direito penal do autor, totalitário

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10
Q

Explique a teoria do funcionalismo:

A

Nasce das críticas de Roxin ao finalismo, na década de 70. A conduta deve ser compreendida a partir da missão do D. penal. Busca adequar a dogmática penal aos fins do D. penal, tem que ter bens jurídicos a ser resguardado. A relação causal é baseado em um conjunto de valorações jurídicas lastreadas no risco proibido.

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11
Q

Explique o funcionalismo radical ou sistêmico:

A

Fundado por Jakobs, a função do D. penal é assegurar a vigência do sistema e a rigidez D. penal ainda que o indivíduo a viole, permite o direito penal do inimigo

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12
Q

Como funciona o direito penal do inimigo?

A

Antecipa a punibilidade com tipificação nos atos preparatórios;

  • surge as leis de luta
  • recrudenciamento da execução penal, surgindo uma dificuldade p/ progredir o crime;
  • restrições dos direitos e garantias fundamentais
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13
Q

Explique a teoria do finalismo:

A

Adotada pelo BR; O dolo e a culpa está na conduta (fato típico), o respeito é a essência do ser. Crime é fato típico, ilícito e culpável

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14
Q

Quais são as críticas a respeito do finalismo?

A

A reprovação vai recair sobre os meios que o sujeito elegeu p/ alcançar aquele fim, a imputação do crime culposo recai sobre os meios que o sujeito elegeu p/ alcançar aquele fim

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15
Q

O que é fato típico?

A

É uma ação ou omissão humana que vai se adequar em um modelo descrito em uma norma penal incriminadora
FATO + NORMA PENAL INCRIMINADORA

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16
Q

O que é conduta?

A

Um comportamento humano voluntário psiquicamente dirigida a um fim, não há crime sem conduta

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17
Q

Quais são os elementos da conduta?

A
  • Comportamento voluntário psiquicamente dirigida a um fim ( dolo e culpa)
  • Exteriorização da vontade (comportamento comissivo ou omissivo)
18
Q

Quais são as 4 causas excludentes da conduta?

A

1) Caso fortuito ou força maior - os eventos imprevisíveis e impossíveis de se evitar, EX: um raio, tempestade
2) Movimentos reflexos - ocorre de maneira automática, ta vinculado a involuntariedade do agente, é o ´´susto`` EX: na capoeira p/ se esquivar de um golpe pelo reflexo
3) Coação física irresistível - quando é utilizado a força física absoluta, ficando impossibilitado de exercer seus movimentos, sendo a conduta de quem praticou a coação, EX:o homem coloca o dedo da mulher a força p/ atirar contra o inimigo dele
4) Estado de inconsciência completa - sonanbulismo e hipnose, não tem conduta por ausência de vontade na ação/omissão do agente

19
Q

Quais são as espécies de conduta?

A

1) dolosa - quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo
2) culposa - é voluntário, mas não quer atingir um resultado, esse resultado é involuntário, no entanto previsível

20
Q

A coação física exclui o que?

A

A conduta

21
Q

O que é dolo?

A

É a consciência e vontade

22
Q

O que caracteriza dolo direto e eventual?

A

Direto - quis o resultado

Eventual - assumiu o risco de produzi-lo

23
Q

Explique as teorias volitivas e cognitivas:

A
  • volitivas -> adotada pelo CP, leva em conta a vontade do agente
  • cognitivas -> preocupada com as premissas empíricas (todo mundo sabe)
24
Q

Quais as classificações da teoria volitiva?

A

1) teoria da vontade - tem dolo quem quer o resultado, adotada pelo dolo direto (prevê o resultado e tem vontade de produzi-lo)
2) teoria do consentimento - aceita o risco de produzir o resultado, tem previsão do resultado e ainda prossegue com a conduta, adotada pelo dolo eventual

25
Q

Quais as classificações da teoria cognitiva?

A

1) T. da representação - ñ adotada pelo CP, tem dolo quem faz a previsão do resultado + continua com a conduta, basta o elemento intelectivo (consciência)
2) T. da probabilidade - ter como provável a realização do resultado representado pelo agente
3) T. do risco descoberto - tem dolo aquele que se coloca em uma situação que a ocorrência do resultado é aleatória, depende de sorte ou azar, EX: roleta russa

26
Q

Qual a classificação do dolo quanto aos ELEMENTOS?

A

1) Dolo natural - composta por consciência e vontade, adotado pela T. finalista
2) Dolo normativo - tem como elementos consciência, vontade e consciência da ilicitude, adotado pela T. neokantista

27
Q

Qual a classificação do dolo quanto ao CONTEÚDO DA VONTADE?

A

1) Dolo direto - o agente quer o resultado, prevê o resultado e atua p/ que esse resultado seja alcançado
2) Dolo indireto - o agente não busca um resultado certo e determinado
3) Dolo por erro sucessível - o agente supondo que já tivesse alcançado o resultado com a 1º ação, pratica uma 2º que efetivamente levou a morte
4) Dolo específico - exige especial motivação, tendência ou finalidade (condiciona a tipicidade)
5) Dolo presumido ou dolo in reipsa - presume-se o dolo do agente, apesar de ñ haver comprovação de sua participação ou autoria, ñ é admitido sob responsabilização objetiva

28
Q

Quais as classificações do dolo direto?

A

1) Dolo direto de 1º grau - (é o querer), destinado a cometer uma conduta criminosa
2) Dolo direto de 2º grau - é o efeito colateral previsto e que se tem certeza que irá acontecer (dolo de consequência necessária p/ alcançar um resultado
3) Dolo direto de 3º grau - é a consequência necessária (consequência inevitável do dolo de 2º grau)

29
Q

Quais as classificações do dolo indireto?

A

1) Dolo eventual - assume o risco de produzir o resultado certo e determinado
2) Dolo alternativo - o sujeito prevê e quer o resultado ´´Aou ´´B (pluralidade de resultados)

30
Q

O que é delito de resultado cortado?

A

O autor busca o resultado futuro que está fora do tipo e que pode dispensar sua intervenção (a nova conduta é desnecessária)

31
Q

O que é delito mutilado em dois atos?

A

O objetivo do 1º ato é praticar o 2º. O resultado depende de uma nova conduta, como na associação criminosa

32
Q

A conduta dolosa é dividida em 2 fases, quais são elas?

A

a) fase interna - é a do pensamento e cogitação, essa fase não é a punível
b) fase externa - põe em prática o que ele planejou, surgindo a relevância penal

33
Q

Quais são as 4 características de dolo na conduta para Welzel?

A

1) representação do objetivo que orienta a conduta humana (dolo de 1º grau)
2) escolha dos meios para atingir o objetivo (culpa)
3) previsão e aceitação de resultados concomitantes (dolo direto; 2º grau e dolo eventual)
4) execução

34
Q

O que é culpa?

A

É a quebra do devre de cuidar, o sujeito pratica uma conduta voluntária, mas não quer atingir um resultado é involuntário, no entanto era previsível

35
Q

Quais são os 6 elementos estruturais do crime culposo?

A

1) conduta humana voluntária
2) resultado involuntário
3) nexo de causalidade
4) tipicidade
5) violação do dever objetivo de cuidado
6) previsibilidade objetiva

36
Q

Qual a classificação da culpa?

A

1) culpa consciente ou com previsão - o autor faz a previsão do resultado, mas tem certeza que irá evitá-lo
2) culpa inconsciente - o sujeito sequer fez previsão de um resultado que era previsível
3) culpa própria - o sujeito não quer o resultado mas acaba dando causa por imprudência, negligencia ou imperícia
4) culpa imprópria - o agente por um erro evitável imagina que se encontra numa situação de fato que se existisse realmente levaria a ilicitude do seu comportamento

37
Q

Qual é a única classificação de crime culposo que admite tentativa?

A

A culpa imprópia

38
Q

Quais são as formas de quebra do dever de cuidado?

A

1) imprudência: falta de cuidado + ação, é o descuido omissivo
2) negligência - falta de cuidado + omissão, não toma o cuidado devido, descuido omissivo (antes de iniciar a conduta)
3) imperícia - é a falta de aptidão técnica para o exercício da arte, profissão ou ofício

39
Q

Atropelamento decorrente de embriaguez refere-se a que tipo de delito culposo?

A

Crime culposo, por culpa consciente

40
Q

Quais são as 4 hipóteses de exclusão da culpa?

A

1) caso fortuito e força maior - são os eventos imprevisíveis
2) erro profissional - o agente ta apto a realizar o procedimento, porém, naquela situação ele não se mostrou suficiente
3) risco tolerado - é comportamento humano e a própria vida em sociedade, ela implica o risco
4) princípio da confiança - o sujeito que cumpre as regras de convívio social espera que os outros também o faça

41
Q

O que é concorrência de culpa?

A

2 ou + agentes culposamente contribuíram para a eclosão de um resultado naturalístico, todos respondem pelo efeito danoso, entre causa e resultado