T. CRANIOENCEFALICO Flashcards
O que diz a doutrina de Monro-kellie sobre o crânio?
O crânio é um compartimento fechado e não compreensível, se algo novo aparecer lá dentro algo precisa sair. Ordem de saída:
- Líquor
- Sangue venoso
- Sangue arterial -> isquemia
A PIC fica estável até os mecanismos de compensação se esgotarem.
Qual o valor normal da pressão intracraniana? A partir de qual valor tem relação direta com prognóstico pior?
10mmHg
> 20mmHg
Como é definida a pressão de perfusão cerebral?
PPC = PA média - PIC
Valor normal: 80mmHg
*Pacientes hipotensos terão pressão de perfusão menor e consequentemente risco de isquemia.
CLASSIFICAÇÃO DO TCE DE ACORDO COM O GLASGOW?
Leve > ou = 13
Moderado: 9-12
Grave: < ou = 8
Quais são os valores de pressão e oxigenação que devem ser mantidos após um TCE?
PAS > 110
Sat > 98%
TCE LEVE
- Qual Glasgow o define?
- Qual é o quadro do paciente?
- Quais doentes é possível liberar em apenas umas horas? quando internar para avaliação seriada?
- Quais são as indicações de TC no TCE leve?
13-15
Paciente consciente, falando mas teve história de desorientação, amnesia ou perda transitória da consciência.
Paciente que deve ser observado por algumas horas, reexaminado e receber alta:
- Acordado e alerta, neurologicamente normal e assintomático.
Paciente que deve ser internado para avaliações seriadas:
- Trauma penetrante ou fratura de crânio
- Perda de LCR (otorreia, rinorreia)
- Intoxicação por álcool/drogas
- Piora do nível de consciência
- Cefaleia moderada ou grave
- Déficits neurológicos focais
Realizar TC em pacientes com alto risco de intervenção neurocirúrgica:
- Idade > 65 anos
- Uso de anticoagulantes
- Glasgow < 15 após 2h do trauma
- Suspeita de fratura de crânio ou de base de crânio.
- Vômitos: mais de 2 episódios
Realizar TC em pacientes com médio risco de intervenção neurocirúrgica:
- Perda da consciência >5min
- Amnésia para fatos anteriores ao impacto (>30min)
- Mecanismo de trauma rigoroso: atropelamento, ejeção, queda de altura maior que 1m ou 5 degraus.
- Déficits neurológicos focais
Quais são os sinais e sintomas que caracterizam a fratura de base de crânio?
- Sinal do olhos de guaxinim: hematoma periorbitário
- Sinal de Battle: hematoma na mastoide.
- Otorreia
- Hemotímpano
- Rinorreia
TCE MODERADO
- Qual Glasgow o define?
- Qual a conduta?
9-12
- INTERNAÇÃO
- TC CRÂNIO SEMPRE: repetir uma após 12h.
- AVALIAÇÃO NEUROCIRURGICA
TCE GRAVE
- Qual Glasgow o define?
- Qual a conduta?
< ou = a 8
- INTUBAÇÃO
- Mesmo em paciente sem dispneia ou saturando a 99%. - PAS > 100 ou 110mmHg
- SAT > 98%
- CABECEIRA ELEVADA (30-45º)
- Melhora a perfusão intracraniana - SEDAÇÃO
- Agitação pode aumentar a PIC, sendo que esses fármacos podem ajudar inclusive em sua redução.
- Em geral, pacientes com TCE grave e hematoma intracraniano são sedados de forma intensa a moderada nos primeiros dias após o trauma.
- Propofol, Midazolam e Opioide.
Obs: hiperventilação profilática (pco2 <25)não deve ser utilizada, gera hipocapnia e consequentemente vasoconstrição cerebral.
- MANITOL
- Efeito diurético importante: reduz edema cerebral e PIC.
- Indicado para hipertensão intracraniana grave com risco de herniação uncal: piora neurológica aguda presenciada com dilatação pupilar, hemiparesia e perda da consciência.
- 1g/kg (50g em 1 frasco com 250ml) correr em 5-10min.
#Nunca em pacientes com choque hemorrágico! Efeito hiperosmolar causa hipotensão!# - SOLUÇÃO SALINA HIPERTÔNICA (salgadão)
- NaCl 20%
- 5 amp NACL a 20% + 450mL SF -> fazer uma solução a 3%.
- Mesma indicação que o manitol.
- Pode ser administrada em paciente hipotenso, pois não é diurética. - ANTICONVULSIVANTES: utilização seletiva.
- Para profilaxia de convulsão: Fenitoína por 7 dias.
- Não há indicação absoluta. - INIBIDOR DE BOMBA DE PRÓTOS
- Profilaxia para úlcera de estresse.
Como são classificadas as lesões intracranianas?
- LESÕES FOCAIS
- Hematoma extradural (epidural)
- Hematoma subdural
- Hemorragia intraparenquimatosa
- Contusões e hematomas - LESÕES DIFUSAS
- Concussões
- Lesão axonal difusa (LAD)
HEMATOMA EXTRADURAL (EPIDURAL)
LOCALIZAÇÃO
Entre a dura-máter e a calota craniana/ periósteo. O mais raro.
EPIDEMIOLOGIA
- Adulto jovem
- Criança: calota craniana com mais cartilagem absorve o impacto e sangra mais superficialmente.
- Idoso: periósteo aderido a dura-máter.
MECANISMO DO TRAUMA
- Trauma direto em região temporal ou temporoparietal, decorrente de uma fratura óssea.
- Fratura óssea e lesão da artéria meníngea média, é um sangramento ARTERIAL.
IMAGEM NA TC
- Hiperdensidade biconvexa (curva para os dois lados).
- eXtradural é biconveXo.
- Bem delimitado, pois precisa fazer mais força para empurrar todas as camadas, é menor, parece um limão.
- Não cruza as suturas (mas pode), cruza foice e tentório.
- Sinal de ressangramento na TC de controle: sinal do redemoinho.
- Sangramento evolui: agudo (hiperdenso), subagudo (isodenso) e crônico (hipodenso).
QUADRO CLÍNICO
- INTERVALO LÚCIDO!
Perda de consciência momentânea no trauma, seguida de melhora parcial/completa, mas segue com piora neurológica súbita.
- É rapidamente fatal: é um hematoma se expandindo dentro do crânio!
- Pode cursar com síndrome de Cushing e herniação do úncus.
INTERVENÇÃO CIRURGICA:
- TCE grave (ECG<9)
- Sinais de herniação: anisocoria e deteriorização clínica.
- Hematoma >15mm ou volume >30mL
- Desvio de linha média >5mm
HERNIAÇÃO DE ÚNCUS E TRÍADE DE CUSHING
- Como se relacionam?
- Qual a tríade?
- Quais os sinais para suspeitar dessa herniação?
Na eminência da herniação de úncus após hematoma extradural, podemos ver a síndrome de Cushing.
TRÍADE DE CUSHING
- Hipertensão arterial
- Bradicardia
- Bradpneia
HERNIAÇÃO DE ÚNCUS: comprime mensecéfalo
- Midríase ipsilateral a lesão expansiva: comprimi o III par (oculomotor)
- Hemiplegia contralateral: comprime via motora no mesencéfalo.
HEMATOMA SUBDURAL
LOCALIZAÇÃO
Espaço subaracnoide, entre aracnoide e pia-máter.
Embaixo da dura-máter.
EPIDEMIOLOGIA
- Mais comum.
- Adulto-jovem
- Idoso, alcóolatra e epilepsia: causam atrofia cerebral, deixando o espaço subdural maior facilitando o sangramento.
- Idosos sangra com mecanismo sem energia.
MECANISMO DO TRAUMA
- Trauma difuso e maior: aceleração/desaceleração e queda em região frontotemporal.
- Dilacerações dos vasos superficiais pequenos ou VEIAS-PONTE do córtex cerebral.
IMAGEM NA TC
- Hiperdensidade no formato de uma banana.
- BiconCAVO, CAVA margem.
- Pode ter margem ireegurar, Subdural de Superfície.
- Ele vem desde lá de cima até embaixo, pois é uma camada maior, tem mais espaço para crescer sem fazer tanta força.
- Cruza suturas, não cruza foice e tentório.
- Sangramento evolui: agudo (hiperdenso), subagudo (isodenso) e crônico (hipodenso).
INTERVENÇÃO CIRÚRGICA
CRANIECTOMIA DESCOMPRESSIVA: esvaziamento do hematoma, indicada quando
- Piora neurológica por PIC aumentada e sinais de herniação (pupilas assimétricas e dilatadas).
- Tc com: hematoma >10mm ou desvio de linha média >5mm.
#Glasgow não influencia na indicação#
HEMATOMA E CONTURSÕES INTRAPARENQUIMATOSOS
- Onde fica localizado?
- Como é a imagem na TC?
- Qual o mecanismo de trauma?
- O que causa o sangramento?
- Quando a intervenção cirúrgica deve ser realizada?
É frequente.
Lobos frontais e temporais.
Círculos mais claros dentro da massa cefálica.
Lesão de golpe e contragolpe.
O mecanismo é difuso e intenso.
Doentes conscientes geralmente não são cirúrgicos.
CONCUSSÃO CEREBRAL
- Qual o mecanismo de trauma mais comum?
- Quadro clínico?
- Como é a TC?
Lesão em contragolpe. Comum em boxeadores após nocaute.
Distúrbio neurológico NÃO focal transitório:
- Perda de consciência por menos de 6h.
- Amnésia
- Ao longo da vida pode evoluir com déficit cognitivo e demência.
TC: normal, não há lesões focais com hematomas ou sangramentos.
Não há tratamento específico.