Suicídio Flashcards

1
Q

Breve epidemiologia do suicídio

A
  • Mudança do padrão epidemiológico em faixa etária, passando de >65 anos para adolescentes/adultos jovens
  • O suicídio é a 2a principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos
  • A tentativa prévia é o fator de risco mais importante para o suicídio na população geral
  • Os métodos mais comuns são: ingestão de pesticidas, enforcamento e armas de fogo (os mais letais)
  • Dentre os idosos, a mortalidade por suicídio é maior em homens
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2
Q

Fatores de risco para o suicídio

A
  • Transtornos mentais: T. humor (depressão), alcoolismo, T. personalidade (borderline, narcisista, antissocial), esquizofrenia (alucinações imperativas ou fase residual do embotamento afetivo), T. ansiedade. quando combinados, potencializam o risco (ex: alcoolismo + depressão)
  • Sociodemográficos: sexo masculino, faixa etária bimodal (jovens e idosos), estratos econômicos extremos, desempregados, moradores de áreas urbanas, aposentados, solidão, solteiros ou separados, migrantes
  • Psicológicos: perdas recentes, perdas de figuras parentais na infância, dinâmica familiar conturbada, datas importantes, reações de aniversário (de eventos importantes), personalidade impulsiva, agressividade, humor lábil
  • Condições clínicas incapacitantes (principalmente > 75): doenças orgânicas incapacitantes, dor crônica, lesões desfigurantes perenes, trauma medular, neoplasias malignas, aids
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3
Q

Quais os aspectos psicológicos envolvidos no suicídio?

A
  • Ambivalência: a pessoa quer e ao mesmo tempo não quer se matar
  • Impulsividade: pessoa passa rápido do pensamento para ação
  • Rigidez mental: estreitamento das opções, não conseguem nuançar a forma de estar no mundo
  • Estreitamento das opções: a pessoa não vê outras saídas
  • Desesperança, depressão, desespero, desamparo
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4
Q

Quais as frases red flag para suicídio?

A
  • “eu preferia estar morto”
  • “eu não posso fazer nada”
  • “eu sou um perdedor e um peso para os outros”: perigo por perda do vínculo com as pessoas, que mtas vezes impede o indivíduo de se matar
  • “os outros vão ser mais felizes sem mim”
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5
Q

Falácias sobre suicídio

A
  • “Se eu perguntar sobre suicídio, poderei induzir o paciente a isso…”: se a pessoa se matar é pq já estava com a ideia antes
  • “Ele está ameaçando suicídio apenas para manipular”: há um desejo inconsciente de que alguém o convença do contrário, estão pedindo ajuda na vdd.
  • “Quem quer se matar mesmo, consegue”: Esse é um pensamento extremamente inadequado, pois podem ser necessárias várias tentativas até que o ato seja consumado e são com relação a essas pessoas que estão tentando que precisamos agir
  • “Suicídio é um ato de covardia (ou coragem)”
  • “No lugar de fulano, tb me mataria”: justificação do suicídio
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6
Q

Como ajudar uma pessoa com risco de suicídio (manejo ambiental e comportamental)?

A
  • Achar lugar adequado
  • Reservar o tempo necessário
  • Ouvir efetivamente
  • Ouvir com cordialidade
  • Tratar com respeito
  • Empatia com as emoções
  • Cuidado com sigilo
  • Conversar honestamente e com autenticidade
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7
Q

O que não fazer ao abordar alguém sobre suicídio?

A
  • Interromper frequentemente
  • Ficar chocado ou muito emocionado
  • Fazer o problema parecer trivial (desemprego, fim de relacionamento)
  • Tratar o paciente de uma maneira que possa colocá-lo numa posição de inferioridade: constranger a pessoa por ela não conseguir lidar com a situação
  • Emitir julgamentos (certo x errado), tentar doutrinar: impor religião; falar que a família vai ficar mal etc. a pessoa está com ideia de ruína, de culpa, esses comentários só pioram
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8
Q

Avaliação do comportamento suicida: ideação e planejamento suicidas

A

avaliar se o paciente está com ideação suicida:
- pode ser uma ideia de morte, mas sem intenções de cometer.
- Perguntar se a pessoa já pensou em morrer - esperar resposta
- perguntar se a pessoa já pensou em se matar
- perguntar se a pessoa já planejou como faria isso
geralmente, o paciente fica aliviado em falar sobre isso.

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9
Q

Avaliação do comportamento suicida: acesso aos métodos

A
  • se tem arma, se pretende comprar comprar arma…
  • Remédio estocado: pessoa pode chegar pedindo receita, estocar os medicamentos para se matar. Nesse caso, entregar a exata qtdade de remédios que a pessoa deve tomar até a próxima consulta.
  • Mora em local alto
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10
Q

Avaliação do comportamento suicida: suporte familiar

A
  • Pode definir se a pessoa será internada ou não
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11
Q

Avaliação do comportamento suicida: tentativas prévias

A

As tentativas de suicídio prévias: a presença de tentativas é sinal de gravidade, ou seja, aumenta o risco.
A cada vez que se tenta, a dificuldade ato reduz (a primeira vez é a mais difícil) (essa condição tem relação com ambivalência).

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12
Q

Outros tópicos para avaliação do comportamento suicida

A
  • Levantamento dos fatores de risco relevantes
  • História anterior de comportamentos suicidas
  • Condições biológicas, psicossociais, mentais, situacionais ou médicas.
  • Magnitude dos sintomas suicidas atuais, incluindo o grau de desesperança
  • Fatores de estresse que precipitem o suicídio
  • Nível de impulsividade e de controle pessoal
  • Fatores de proteção contra o suicídio: relacionamentos interpessoais favoráveis
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13
Q

Estratificação de risco: baixo risco de suicídio

A
  • Pensamentos suicidas como “eu não consigo continuar”, “eu preferia de estar morto”
  • Sem planejamento
  • Sem acesso aos meios
  • Podem ter algum suporte: família, religião
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14
Q

Ação necessária para indivíduo de baixo risco

A
  • Oferecer apoio emocional
  • Trabalhar sobre sentimentos suicidas
  • Focalizar nos aspectos positivos da pessoa, lembrar de coisas que ela já resolveu
  • Tratar transtornos mais leves
  • Se não houver melhora, encaminhar para psiquiatra
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15
Q

Estratificação de risco: médio risco

A
  • A pessoa tem pensamentos e planos

- Sem planos de cometer imediatamente

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16
Q

Ação necessária para médio risco de suicídio

A
  • Oferecer apoio emocional: fazer a pessoa falar sobre
  • Focalizar nos sentimentos de ambivalência: na parte da pessoa que não quer morrer
  • Explore alternativas ao suicídio
  • Fazer paciente prometer que não vai cometer suicídio sem que se comunique com a equipe de saúde e por um período de tempo definido e acordado (até a medicação fazer efeito rs)
  • Encaminhar ao psiquiatra
  • Entre em contato com a família, amigos, obtendo autorização do pct para isso
  • Orientar sobre medidas de prevenção ao suicídio
  • Negociar com sinceridade, pedir aval do paciente para todas as medidas tomadas
17
Q

Estratificação de risco: alto risco

A
  • A pessoa tem plano definido
  • Possui os meios para fazê-lo
  • Planeja fazê-lo prontamente
  • Muitas vezes, já tomou providências, estar se “despedindo”
  • Pode parecer estar “melhor”: pagou contas, fez carta, visitou pessoas. a pessoa viu no suicídio uma saída
18
Q

Ação necessária para paciente com alto risco de suicídio

A
  • URGÊNCIA PSIQUIÁTRICA
  • Estar junto da pessoa: nunca deixá-la sozinha
  • Gentilmente falar com a pessoa e remover pílulas, faca, arma, venenos, etc. (distância dos meios de cometer suicídio, não deixar perto de janela, revistar a bolsa)
  • Fazer contrato e tentar ganhar tempo
  • Informar a família: se a família parecer disruptiva, manter a pessoa internada
  • Se esgotadas as tentativas de convencimento do paciente para internação voluntária e se percebe risco iminente de suicídio, uma internação involuntária pode ser necessária
19
Q

Encaminhando o paciente com risco de suicídio (médio risco)

A
  • Ter tempo de explicar a pessoa o motivo do encaminhamento
  • Marcar a consulta
  • Esclareça a pessoa de que o encaminhamento não significa que o profissional da saúde está lavando as mãos em relação ao problema
  • Veja a pessoa depois da consulta
  • Tentar obter contra-referência do atendimento
  • Manter contato periódico
20
Q

Recursos da comunidade que são fontes de apoio

A
  • Família
  • Companheiros
  • Amigos
  • Colegas
  • Clérigo
  • Profissionais de saúde
  • Grupos de apoio
  • Centro de valorização da vida