Síndromes Febris Flashcards
Leptospirose
*Vasculite infecciosa
- Agente: Leptospira interrogans (espiroqueta)
- Roedores são os principais reservatórios sendo portadores
- Rattus novergicus (rato de esgoto) principal portador do sorovar Icterohaemorraghiae
- “Alberga” os germes nos rins e eliminando-o vivo p/ ambiente (solo ou água) pela urina
- Homem é hospedeiro acidental → penetra por abrasões na pele ou mucosas pelo contato com urina contaminada
Leptospirose
- Síndrome febril = a dengue, que pode evoluir p/ forma grave (Sd. Weil)
- Principais meio de contágio: enchentes e chuvas forter*
- Atividades de risco: colheita de arroz, esgoto, minas e túneis, estáblos e abateduras, pescaria e represas
Patogenia da Lespstopirose - Fase da Leptospirose
- Penetra pele/ mucosas → corrente sanguínea → disseminação
- Lesão direta do endotélio vascular: capilarite generalizada
- Adesão das leptospiras à membrana das céls
- Fígado e rim são órgãos mais afetados
- Pulmão: (disfunção pulmonar é principal causa de óbito (capilarite difusa)
- Coração: miocardite mononuclear
- Miose
Patogenia da Leptospirose - Fase imune
- Anticorpos IgM antileptospira
- Resposta humoral elimina por opsonização as leptospiras de quase todos órgãos, menos das meninges, olhos e rins (TCP)
- Eliminação urinária de leptospiras pode persistir por 6 semanas a 3 meses
Leptospirose - QC
- Incubação de 7-14 dias
- Forma anictérica (90-95%): síndrome febril aguda c/ curso bifásico → fase da leptospiremia (3-7 dias) → fdesfervescência (1-2 dias) → fase imune (4-30 dias)
- Forma íctero-hemorrágica ou Síndrome de Weil (5-10%): icterícia, IRA e hemorragia
Leptospirose - Forma Anictérica (Leve)
- Leucocitose c/ desvio à E, plaquetopenia* (por ativação endotelial), ↑ VHS, CPK
- Febre bifásica + Sufusão conjuntival + Dor nas panturrilhas
- Fase da leptospiremia (3-7 dias) : febre alta remitente (38-40ºC c/ oscilações diárias s/ normalidade), calafrios, cefaleia (frontal e retro-orbitária), náusea, diarreia (15-30%), tosse seca/ dor garganta (20%) e rash eritematoso maculopapular pré-tibial
- MIALGIA (Panturrilhas, dorso e abdome)
- Sufusões conjuntivais (“olho vermelho” em 30-40%)
- Fase imune (4-30 dias): recrudescimento da febre, pode ter complicações reativas
- Meningite asséptica: manifestação neurológica MAIS comum (15-40%) → Liquor: pleocitose linfocítica (mononuclear), glicose normal
- Uveíte (10%): mais tardia que pode recidivar
Leptospirose - Forma Íctero-Hemorrágica (Síndrome de Weil)
**Síndrome pulmão-rim
- Tríade: Hemorragia Alveolar (principal causa morte) + Lesão Renal Aguda (↓ K+) + Icterícia rubínica (↑ BD/ ↑ FA e GGT)
- Letalidade de 10-40%
- Sorogrupo: L. icterohaemorrhagiae
- Início anictérico (leve) c/ evolução fulminante p/ Sd. multissistêmica (4-9 dias)
- HEPATOESPLENOMEGALI (20%)
Leptospirose - Forma Íctero-Hemorrágica (Síndrome de Weil)
- Icterícia rubínica (alaranjada pela vasculite conjuntival associada): ↑ BD/ ↑ FA e GGT
- IRA hipocalêmica*, mas o típico é oligúria c/ K+ normal
- Diáteses hemorrágicas (40-50%): equimoses, peteguias, HD e hemorragia pulmonar
- Miocardite
Leptospirose - Dx:
- Inespecíficos: ↑ CPK/ ↓ plaquetas
- Específico: Microaglutinação ≥1:800 (padrão-ouro)
- Cultura positiva no sangue ou liquor nos primeiros 7 dias, e na urina após 7-10 semanas (baixa sensibilidade)
- Exames sorológicos (macro, micro, hemaglutinação indireta e ELISA): positivo só após 7 dias (fase imune)
Leptospirose - TTO:
- Pode ser autolimitada o ATB ↓ intensidade e duração dos sintomas e ↓ morbimortalidade da forma grave (Weil)
- Início precoce nos primeiros 5 dias é o ideal, mas pode ser começado a qqer momemnto
- Forma leve (anictérica): Doxiciclina 100 mg VO 12/12h 5-7 dias OU Amoxicilina 500 mg 8/8h por 5-7 d
- Doxiciclina é contraindicada em gestantes, <9 anos e c/ IRA ou Insuf. hepática
- Forma grave: Penicilina Cristalina 1,5 mi UI IV 6/6h OU Ceftriaxona 1-2g IV/d OU Azitromicina 500 mg IV/d (todas por no mínimo 7 dias IV)
- Associar medidas de suporte: hidratação volêmica ± K+ ± HEMOdiálise
- Pelo risco de SDRA: IOT + VM c/ baixo volume corrente (protetora)
Leptospirose - Profilaxia
- Controle de ratos
- Controle de grupos ocupacionais c/ roupas adequadas
- Saneamento básico
- Medidas p/ evitar enchentes
- Vacinação de animais (cães) contra leptospirose
- Quimioprofilaxia individual (controversa): Doxiciclina 200 mg VO 1x/sem ANTES da exposição (vítimas de enchentes não se encaixam pois já houve exposição)
Arboviroses (Artropod-Born Virosis)
- Dengue
- Zika
- Febre Amarela
- Chikungunya
DENGUE
- Agente Etiológico: Flavivírus (gênero) da → família Flaviviridae
- Vírus de RNA
- Sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3, DENV-4 e DENV-5 (esse não tem no BR)
- Vetor: mosquito Aedes aegypti (meio urbano) é o principal (pode ter o recente Aedes albopictus)
- Depósito ovos em água parada → larvas
- Mosquito adquire vírus pelo sangue do indivíduo infectado
- Hábitos diurnos e vespertinos
DENGUE - Curiosidade na Transmissão:
- Transmissão vertical
2. Transmissão por transfusão sanguínea
Dengue - Patogênese
- Tropismo principal por macrófago/ monócito, depois por céls musculares esqueléticas (mialgia)
- Incubação de 3-15 dias
- Sintomas depende da liberação de TNF-a e IL-6
- A partir do 6º dia o IgM se torna positivo e o IgG em 14 dias
Dengue - Forma Grave
- Maior risco em quem já se infectou por algum outro sorotipo
- Maior risco se 2ª infecção for pelo sorotipo 2
- Ordem decrescente de virulência: 2 → 3 → 4 → 1
- Teoria de Halstead
- Nem sempre é necessário p/ ser grave ter sido previamente infectado
Teoria de Halstead - Dengue Grave
- Ligação de acs heterólogos ao novo sorotipo (s/ neutralizar) facilita penetração do vírus nos macrófagos que ↑ viremia e resposta pró-inflamatória (citocinas e tromboplastina/ fator pró-coagulante)
- Permeabilidade capilar: hipovolemia
- Trombocitopenia: destruição periférica de plaquetas por imunocomplexos
- Maior risco em lactentes que herdam IgG materno
Dengue grave - Outras Teorias
- Teoria de Rosen: cepas mais virulentas do agente etiológico
- Teoria da Multicausalidade: fatores individuais (<15a, lactentes, ♀, branco, comorbidades), virais (sorotipos circulantes) e epidemiológicos
QC da Dengue - Fase Febril (Febre “quebra-ossos”)
- Febre alta (39-40ºC), início súbito, duração de 2-7 dias,
- Adinamia, cefaleia, dor retro-orbitária, mialgia intensa e artralgia
- Anorexia, náusea, vômito e diarreia
- Exantema maculopapular: face, tronco e extremidades entre 2º-4º dia, durante defervescência (36-48h)
- Maioria apresenta melhora progressiva após essa fase
QC dengue - Fase Crítica
- Só alguns passam por essa fase, se instala após desfervecência (entre 3o e 7o dia após início dos sintomas)
- Extravasamento plasmático
- Suas manifestações costumam ser o sinais de alarme, esses prenunciam a possibilidade de rápida evolução para estado de choque circulatório***
- Choque circulatória: taquicardia, hipotensão ou PA convergente, pulso fino, extremidades fria, oligúria <1,5ml/kg/h, taquipneia
Dengue com sinais de Alarme:
- Suspeita dengue + ≥1 sinal de alarme
- Prova do laço + não ésinal de alarme
- Extravasamento plasmático: ↑ Hematócrito (1); Lipotimia (hipotensão postural) (2) ; Acúmulo de Líquido (ascite, derrame pleura e pericárdico) (3)
- Disfunção orgânica leve: Dor abdominal intensa e contínua(referida ou à palpação) (4); Vômitos persistentes (5); Hepatomegalia >2 cm abaixo do RC (6); Letargia/ irritabilidade (7)
- Plaquetopenia: Sangramento de MUCOSAS (8)
Dengue Grave:
*Suspeita de dengue + ≥ 1 sinal de gravidade
- Extravasamento plasmático grave /choque (3Ps): ↓ PA ou pressão convergente (≠ entre PAS e PAD <20 mmHg); Pulso fino e rápido, periferia com TEC >2 seg e extremidades frias
- Disfunção orgânica: Encefalite; Miocardite (bradi/taquicardia c/ alteração da repolarização ventricular) ou Hepatite (↑AST/ALT, alargamento TAP)
- Sangramento grave: Hemorragia digestiva ou no SNC
Diagnóstico Diferencial com a Dengue
- Zika: febre mais baixa, maior exantema no início do QC, mais conjuntivite, mialgia/artralgia não são tão prevalente e ausência de sangramento/ choque
- Chikungunya:febre mais intensa, maior artralgia (risco de cronificação) e linfopenia
- Leptospirose (forma anictérica): leucocitose significativa com desvio à esquerda
- Viroses exantemáticas (sarampo, rubeola, mononucleose)
- Hepatites virais
Diagnóstico da Dengue
- Até o 5o dia da doença (só métodos que identificam diretamente o vírus devido a viremia): pesquisa de antígenos virais NS1 (inicial até 3o dia)(1); isolamento viral (cultura) (2), teste de amplificação gênica (RT-PCR) (3) e imunohistoquimica tecidual/ biópsia (4)
- Se negativos não excluem a doença, apenas se IgM negativo
- A partir do 6o dia (após soroconversão): sorologia (ELISA IgM)
Classificação de Caso de Dengue
- Só pode ser feito de forma retrospectiva
- TODO CASO SUSPEITO DEVE SER NOTIFICADO
- Suspeita: náusea/vômitos; exantema; mialgias/ artralgias; cefaleia/ dor retro-orbitaria; petequias; prova laço +; leucopenia
- Suspeita com sinais de alarme
- Suspeita de dengue grave: choque, sangramento grave ou lesão de órgãos específicos (ALT/AST >1000)
- Confirmado: após laboratorial +;
- Em casos de EPIDEMIA os 1os casos devem ser obrigatoriamente confirmados por exames (depois só grupo C e D, ou seja, graves);
- Se ausência de epidemia deve ser confirmado em todos pelo laboratorial
- Descartado: laboratorial -; confirmação ou sugestão de outra doença
Prova do Laço
*Pode ser negativa durante o choque
- Avalia o risco de sangramento
- Deve ser feita em todos casos suspeitos que não apresentam sangramento espontâneo
- Insuflação do manguito ate valor médio da PA=(PAS+PAD)/2
- Fazer um quadrado com 2,5 cm no antebraço
- Adultos: Manter manguito insuflado por 5 minutos, positivo ser ≥20 petéquias
- Criança: Manter insuflado por 3 minutos, positivo se ≥ 10 petéquias
- Pode ser falso-negativo em obesos ou no choque
Tratamento da Dengue
- Não prescrever AAS/ AINS (Risco de sangramento e Síndrome do extravasamento plasmático)
- Não há drogas especificas contra o vírus da dengue
- Alívio dos sintomas: analgésicos (Dipirona ou Paracetamol), antieméticos, antipruriginosos e HIDRATAÇÃO
- Evitar deterioração clinica, devendo em todo caso de suspeita manejar como dengue
- NOTIFICAR TODOS CASOS SUSPEITOS
- Reavaliar sinais de alarme ou de gravidade
Tratamento da Dengue - Grupo A:
*Não é obrigatório hemograma
- Suspeita de dengue SEM sinais de alarme/ sangramento (prova do laço negativa) e ausência de comorbidades crônicas
- Exames p/ Dx só em situações não epidêmicas
- TTO: ambulatorial
- Hidratação oral 60 ml/kg/d sendo 1/3 solução salina (SRO) e 2/3 com líquidos caseiros (água, sucos, chás)
- Manter hidratação durante todo período febril e por 24-48h após desfervecência
- Reavaliação em 48h ou se Sinais de Alarme
Tratamento da Dengue - Grupo B
*Obrigatório solicitar hemograma
- Suspeita de dengue + ausência de sinais de alarme + PRESENÇA de sangramento espontânea (petéquias/ equimoses) ou induzidos (Prova do laço +)
- Entra nesse grupo qqer pessoa com comorbidades crônicas (HAS,DM, DPOC, IRA, anemia, autoimunes) ou condições especiais (<2 anos ou >65 anos ou GESTANTES) ou risco social
- Exames p/ confirma Dx só se não estiver em epidemia, mas é obrigatório Hemograma (avaliar Hemoconcentrção)
- Manter em OBSERVAÇÃO (c/ manejo = grupo A), até liberação do exame
- Hidratação oral 60 ml/kg/d sendo 1/3 solução salina (SRO) e 2/3 com líquidos caseiros (água, sucos, chás)
- Se Ht OK manejo = grupo A; Se Ht ↑ = grupo C
Tratamento da Dengue - Grupo C:
- Caso suspeito + PRESENÇA de algum sinal de alarme
- Obrigatório solicitar exame específicos p/ Dengue + Inespecíficos (Hemograma + AST/ALT + Albumina sérica + Rx Tórax + USG abdome(avaliar derrame cavitário))
- Internação em ENFERMARIA
- Reposição volêmica IV imediata: 20 ml/kg em 2h (até 3x)
- Se melhora: fazer 25 ml/kg em 6h (e depois passar para 8h sendo 1/3 SF 0,9% e 2/3 com SG 5%) → manter internado por no mínimo 48h até preencher critérios para alta
- Ausência de melhora: Grupo D
Tratamento da Dengue - Grupo D:
*Manejar como choque
- Caso suspeito de dengue + Presença de sinal de CHOQUE, SANGRAMENTO GRAVE OU DISFUNÇÃO GRAVE DE ÓRGÃO
- Obrigatório solicitar exame específico p/ dengue + inespecíficos (hemograma, AST/ALT, Albumina, Rx tórax e USG abdome)
- Internação em UTI* até estabilização clínica (mínimo 48h)
- Fase de expansão rápida: SF 0,9% ou RL 20 ml/kg IV em até 20 min (até 3x) → reavaliar em 15-30’ e Ht em 2h → se melhora = grupo C
- Ausência de melhora: Infundir Albumina 0,5-1 g/kg ou coloides sintéticos (NORADRENALIA) 10 ml/kg/h
- Se hemorragia: CH 10-15 ml/kg/d
Indicações para internação hospitalar
- Sinais de alarme, choque, sangramento grave ou disfunção de órgãos
- Recusa ingestão alimentos/ líquidos
- Comprometimento respiratório: MV diminuído, dificuldade respiratória, dor torácica
- Impossibilidade de seguimento ou retorno à UBS
- Comorbidades descompensadas: DM, HAS, ICC, cumarínicos, asma
Critérios para alta hospitalar:
- Ausência de febre durante 48h, s/ uso de antitérmicos
- Melhora visível do QC
- Ht normal e estável por 24h
- Plaquetas em ascensão e >50.000/mm3
- Estabilização hemodinâmica durante 48h
Dengvaxia
- Vírus vivo recombinante atenuado (cepa enfraquecido da FA - cepa 17A)
- Proteção contra os 4 sorotipos de dengue
- Vacina indicada para entre 9-45 anos com 3 doses SC (0,6 e 12 meses) que já teve um episódio prévio de dengue
- Contraindicada em gestantes e Imunodeprimidos (evitar em fenilcetonúricos)
- Contraindicada para soronegativas para dengue (maior risco da forma grave)
- Efeito protetor só ocorre em quem já teve antes dengue
Febre Amarela (FA)
- Doença febril aguda
- Agente Etiológico: Flavivírus (vírus amarílico) é um RNA virus
- Ciclo urbano: transmissão pelo mosquito Aedes aegypti → forma urbana foi erradicada do BR em 1942
- Ciclo silvestre: mosquito Haemagogus e Sabethes que transmite a doença para macacos (principal reservatório/ epizootias), sendo homem um hospedeiro acidental → principal forma de transmissão atual
- É uma ZOONOSE
Febre Amarela (FA)
- É uma doença de notificação compulsória IMEDIATA (Até 24h), mesmo se suspeita
- Incubação de 3-6 dias
- Forma Leve (90%): Febre + “dicas” → Sinal de FAgeT e Ecoturismo (pescaria)
- Forma Grave (10%): lesão fígado (hepatite viral necrosante)+ Rim (Síndrome hepato-renal) → Tríade: Icterícia + Hematêmese (↓ fatores de coagulação) + Oligúria
Causas de Sinal de FAgeT
*Febre alta com pulso lento (bradicardia)
- Febre Amarela
2. Febre Tifoide
Febre Amarela (FA) - QC:
- Leve: Febre alta continua, cefaleia e mialgias, injeção conjuntival, rubor facial, ictericia leve ou ausente e bradicardia relativa (sinal de Faget)
- 1.Maioria tem resolução espontânea ou evoluem para forma grave
- Forma grave (período de intoxicação): todos da leve, icterícia intensa (hepatite aguda c/ necrose), manifestações hemorrágicas (gengivorragia, epistaxe, hematêmese, metrorragia, petéquias, equimose), oligúria e diminuição da consciência
- Maligna: todos casos de forma grave intensa com CIVD
Febre Amarela (FA) - Laboratorial
- Plaquetopenia
- Elevação das aminotransferases: AST (TGO >1000) > ALT (TGP) → dxx c/ leptospirose que é o contrário, e = hepatite alcoólica
- ↑ BD
- EAS: Proteinuria (albuminuria) indica IRA por NTA
- Leucopenia e neutropenia, anemia (sangramentos)
- VHS aproxima-se de zero
Febre Amarela (FA) - Diagnóstico
- Até 5o dia: isolamento viral em cultura ou PCR
- ≥6o dia: sorologia com ELISA IgM
- Pctes que tiveram FA e se curaram não precisam ser vacinados (imunidade natural)
Febre Amarela (FA) - TTO
- Suporte, não há TTO específico
- Para todo paciente com FA, independente da gravidade, nos primeiros 6 dias da doença devem ser adotado medidas de prevenção contra picada
- Casos leves podem ser manejados em casa c/ hidratação oral e sintomáticos (antitérmicos e analgésicos)
- Casos moderados a grave (ou alterações laboratoriais): hospitalizados, hidratação venosa, Vitamina K (10 ml/kg/d por 3 dias) e hemoderivados s/n
Sinais de alerta para formas graves da FA
- Ictericia, hemorragias, colúria, oligúria, vômitos constantes, diminuição consciência e dor abdominal intensa
- Hematócrito elevado (>20% LSN)
- TGO > TGP, ambos com níveis elevados
- Creatinina elevada
- Coagulograma alterado
Profilaxia da FA - Vacinação
- Vacinação: altamente imunogênica e eficaz em 98% a partir de 10 dias da aplicação
- Vírus vivo atenuado
- Risco de doença viscerotrópica vacinal é grande em idoso (>60 anos) e imunodeprimidos
- Todos visitantes ou residentes em areas potenciais de transmissão deverão receber a vacina
Leishmaniose Visceral (Calazar):
”Febre negra” devido escurecimento da pele
- Forma sistêmica da infecção causada por 3 subespécies do complexo Leishmania chagasi (principal do BR/ América Latina), L.donovani (Índia, África) e L.infantum (Mediterrâneo)
- É um protozoário flagelado - classe Mastigophora)
- Transmissão: flebotomíneos → Lutzomyia longipalpis (mosquito-palha, Birigui ou tatuquira)
- Reservatórios: cães (principais) seguido das raposas (pode ficar assintomáticos ou doença debilitante)
- Predomínio na região periurbana (prevalente no Ceará)
Leishmaniose Visceral (Calazar):
- Amastigota: forma aflagelada, arredondada, parasito intracelular obrigatório → se reproduz no citoplasma dos macrófagos
- Promastigota: forma flagelada, alongada e móvel → se reproduz no intestino do vetor
- Reprodução assexuada por divisão binária
- Alcançam órgãos do sistema reticuloendotelial (fígado, baço, MO)
Leishmaniose
- BR é um dos países responsável pela “carga global” da doença (mais no Nordeste)
- Mosquito tem hábito noturno
- Nem todas pessoas picadas desenvolvem a doença
- Infecção assintomática: teste intradérmico de Montenegro (leishmania) que meda cada imunológica adquirida após exposição
- Resposta exagerada com plasmocitose medular e hipergamaglobulinemia policlonal
Leishmaniose - Forma Oligossintomática
- É a forma mais comum nas áreas endêmicas
- Sintomas inespecíficos: febrícula, tosse seca, adinamia, diarreia e hepatomegalia discreta
- “Virose prolongada”
- 60-70% evolui com resolução espontânea em 3-6 meses, e o restante progride p/ calazar clássico
Leishmaniose - Clínica
- Baixa patogenicidade → maioria não adoece
- Baixa resposta celular: Febre arrastada, Hepatoesplenomegalia e Pancitopenia
- Alta resposta humoral: aumento de globulina policlonal
- Pancitopenia (frequente) e avaliar queda de neutrófilos <500/mm3, por risco de neutropenia febril